Flash back:on

—Arigato, Hikari. –Naruto falou com a voz baixa. -É melhor eu ir andando, afinal tenho uma reunião com o líder do clã Hyuuga. –falou se despedindo. –Fique tranquila que eu já estou melhor. E, por favor, fique em casa dessa vez. Não quero que se meta em confusão e corra perigo novamente. –sorriu pra garota. Um sorriso que quem visse lembraria dos que ele dava quando criança, aquele sorriso que lembraria uma tarde ensolarada e que aqueceria o coração das pessoas. –Não posso deixar que uma escolha ingênua coloque todos que são importantes pra mim em risco... –sussurrou no final antes de se afastar, mas a Uzumaki escutou. E ficou vendo o jovem se afastar, rezando e torcendo pelo bem dele como sempre fez desde que se conheceram.

Flash back: off

Era uma noite aparentemente calma no distrito Hyuuga. Hinata estava voltando pra casa após ter passado algum tempo numa cachoeira pensando sobre tudo que havia acontecido. Será que realmente havia passado dos limites e se deixado enganar pelo Danzo? Mas se foi por que será desse interesse dele pelo Naruto-kun? Ele até tinha falado pra ela que se ela convencesse o Uzumaki a voltar pra vila permanentemente ele conversaria com a Hokage pra ele ser promovido a Anbu...

—Ah! Até que enfim você voltou, Hina-onee-chan! –grita Hanabi, sua irmãzinha, correndo em sua direção com um sorriso sapeca, como se tivesse acabado de aprontar algo ou visto algo extremamente interessante.

—O que aconteceu, Hanabi-chan? –perguntou a Hyuuga mais velha após retirar os sapatos e chegar mais perto da mais nova.

—Você não vai acreditar quem está aqui! Bem nem eu sei o que ele porque dele estar aqui exatamente. Ou o que ele quer exatamente. Mas você não vai acreditar quando eu te contar, onee-chan! –fala a mais nova excessivamente animada, “quase” se atropelando nas palavras.

—Calma, Hanabi-chan! Respira. –Hinata riu um pouco da animação da irmã que a animou um pouco. Fazer o que a alegria de sua irmã era contagiante e inocente.

—Ta bom, tá bom... Eu sei disso... –resmungou Hanabi, fazendo bico. –Posso falar agora? –perguntou com os olhinhos brilhantes.

—Está bem... Pode falar, Hanabi-chan. –Hinata diz, levemente curiosa.

—Aquele garoto que você fala tanto... Aquele Natu... Nako? Naru... Ah! Lembrei! Naruko! –exclamou tentando lembrar do nome.

—Naruto...? –sugeriu a Hyuuga mais velha rindo da confusão da mais nova.

—Isso!! Esse nome mesmo! –grita Hanabi. –Então como eu dizia... Ele está aqui! Na sala de reuniões! Com o otou-sama!

—Ele... Está aqui...? –pergunta Hinata incrédula. Será que ele veio correndo para pedir desculpas por trata-la daquele jeito mais cedo? Para desmentir “aquelas” palavras?

—Está! Eu já disse, onee-chan! Você não estava ouvindo o que eu disse? –debocha a mais nova.

Como se apenas esperasse uma confirmação da mais nova a irmã mais velha começou o trajeto até a sala de reuniões que seu pai costumava usar pra tratar de coisas importantes, nem mesmo passando pela sua mente que talvez o garoto não estivesse ali por ela. E Hanabi caminhava ao lado da irmã com sua natureza curiosa predominando, afinal queria mesmo saber o que estava rolando e como estava com a irmã não levaria bronca sozinha do pai caso elas resolvessem espiona-los.

—Sumimasen(Com licença)... –fala Hinata pensando bem antes de entrar no cômodo, afinal até o momento agir impulsivamente, sem pensar direito só lhe havia dado problemas. –Otou-sama, eu acho que o Naruto-kun veio falar comigo...

—Seria tão inacreditável pra você que eu tenha vindo conversar com o chefe do clã Hyuuga? –comentou Naruto formalmente, mas sem perder o tom de ironia na voz.

—Nani(o que)? –sussurra a Hyuuga confusa, o que ele teria para falar com seu pai?

—Bem, de qualquer modo já acabamos por aqui. Espero que mantenha sua palavra, Hiashi-san. –diz o Uzumaki diplomaticamente antes de sair do cômodo e desaparecer.

—Hanabi, chame Neji aqui. –pediu Hiashi serio.

—Hai, otou-sama. –respondeu Hanabi, meio frustrada por terem chegado logo quando a conversa entre o Uzumaki e o pai terminou.

—Bem... Então estou me retirando, otou-sama... –fala Hinata  indo em direção a onde sua irmã estava a pouco.

—Não. Você fica. Preciso conversar com você também. –fala o líder Hyuuga sério.

—Comigo também...? –pergunta a jovem surpresa, seu pai nunca havia pedido pra conversar com ela assim.

—Mandou me chamar Hiashi-sama? –fala Neji chegando.

—Sim. –confirma o mais velho. –Preciso falar com vocês dois.-fala o mais velho. Os primos Hyuuga se olharam curiosos, pois algo assim nunca havia acontecido. –Não sei se você sabe Neji ou se a minha filha Hanabi já saiu comentando sobre isso para todo o clã, mas a pouco tive uma reunião com o herdeiro do país do redemoinho, Uzumaki Naruto.

—Naruto-san? O que ele veio fazer aqui? –pergunta Neji.

—Creio que já devam estar cientes sobre o que aconteceu no passado entre nossos clãs, correto? –diz o Hyuuga aparentemente já sabendo a resposta. –Foi sobre isso que ele veio conversar. Ele quer evitar que algo do tipo aconteça novamente.

—Como assim? Por que ele acha que algo assim possa acontecer? –pergunta Hinata. –Na verdade o que causou o desentendimento entre o nosso clã e o dele?

—Ele acha isso por causa de você, Hinata. –responde Hiashi duramente. –Ele comentou comigo sobre suas atitudes, tanto a do dia de chegada dos Uzumakis na vila quanto a de hoje cedo. –deu uma pausa. –Décadas atrás meu avo se casou com uma Uzumaki, ele era louco por ela, eram felizes e honravam o parentesco dos seus ancestrais, porém esses dias foram contados. Meu pai havia um irmão mais novo, este não se parecia nada com o pai deles. Meu avô ficou irado, não quis ouvir nada do que sua esposa queria dizer, e num acesso de raiva renegou esse filho e o exilou do clã. Os Uzumakis não concordando com essa atitude acolheram a criança. Alguns tempo depois minha avó Akame morreu de tristeza, tanto por perder o filho quanto por ter sido ignorada, odiada e acusada de ter traído meu avô.

—Mas não era verdade não é? Por algum motivo alguns Uzumakis não se parecem com o pai se este não for do clã, assim como ocorreu com o irmão do Naruto-san não é? –analisa Neji, pensativo.

—Exato. Mas a história não acaba aí, quando meu avô descobriu que esse filho havia despertado o byakugan e ia ter um filho ele enlouqueceu de vez. Indignado com a ideia de alguém fora dos Hyuugas fosse ter nosso doujutsu, ele ordenou que matassem esse filho, a esposa e a criança do mesmo. A perseguição durou anos até que matassem o homem e sua esposa, mas nunca acharam a criança. Antes de morrer meu avô, que durante todos os anos passou esse ódio contra Uzumakis por o traírem e acolherem aquele que mais odiava, pediu pra jamais perdoar aqueles que o haviam traído e que agora possuíam alguém com o byakugan, que ninguém jamais deveria descobrir sobre isso ou seria a desgraça do clã. Como um bom filho, meu pai cumpriu as vontades dele e após alguns anos, quando eu já era uma criança, houve a guerra e Uzushio foi destruída.

—Então tudo se iniciou com um problema amoroso e o líder Hyuuga da época ter sido consumido pelo ódio? –fala Neji. –Então desde o começo a culpa pertence aos Hyuugas?!

—Podemos pensar assim. É decepcionante saber que nosso nobre clã tem um lado negro e um passado terrível, certo? Eu não sei o que causou a diferença no irmão de meu pai mas como cresci junto com a Uzumaki Kushina sei que eles não são pessoas que fariam algo sem motivos, sempre foram pacifistas extremos. Embora Kushina tenha ficado conhecida pela sua violência como Pimenta Vermelha... –conta Hiashi parecendo perdido em memórias.

—Você herdou a mesma forma de pensar e agir dos seus antecessores, Hiashi-sama? –questiona Neji querendo confirmar se seu líder era diferente, melhor.

—Sim e não. Meu pai se arrependeu do que fez contra o irmão e o clã de origem de sua mãe após algum tempo, quando se lembrou da carta que ela havia escrito para ele e o marido dela e a leu. Ele me ensinou o que aprendeu com isso: tirar minhas próprias conclusões e agir apenas após analisar todos os aspectos e futuras consequências. –Hiashi sorriu ao responder como satisfeito pelo jovem ter perguntado.

—Então você conhecia os pais dele? –pergunta Hinata, falando pela primeira vez desde que o pai começara a contar a história.

—Claro, éramos todos da mesma geração. Fui do mesmo time que o Yondaime após nos formarmos na academia. Éramos o time 4, eu, Minato e Fukaku Uchiha, pai do colega de vocês, Sasuke, sob a tutela do Senin Jiraya. – contou orgulhoso. –Bem... Agora chega de conversas fúteis. Naruto arrogantemente me aconselhou a tratar do futuro do clã mais seriamente e treinar vocês dois para isso.

—Eu e a Hinata-sama?! –pergunta Neji chocado enquanto ele e a prima se olhavam assustados.

—Não é nada disso que estão pensando. –Hiashi gargalhou. –Ele indicou você Neji para ser o principal conselheiro e vice-líder do clã, lhe elogiou falando sobre sua responsabilidade e ótimo discernimento. Falou que sua inteligência evitaria que sua prima cometa erros no futuro. –olhou para Hinata e suspirou. –Por falar em erros... Hinata, o que você estava fazendo com Danzo depois que se separou da equipe 7?

—O-o que?! –gagueja não esperando pela pergunta. –C-como você sabe disso?

—Que história é essa de você estar com o Danzo depois que se separou da gente?! –pergunta Neji, deixando claro para o líder Hyuuga que ninguém sabia sobre isso.

—C-como...? –pergunta Hinata.

—Estava preocupado com a forma impensada que estava agindo desde a apresentação dos Uzumakis, então pedi para o Kō te vigiar. –respondeu Hiashi de forma neutra. –Mas agora responda minha pergunta. –exigiu.

—Er... E-eu... –a jovem não sabia responder.

—Por acaso foi ele que a convenceu a fazer a loucura de tentar matar a princesa Uzumaki? Para fazer Uzumaki Naruto permanecer na vila? –deduziu Hiashi.

—Espera aí... Matar a Hikari-san? Fazer o Naruto ficar? Sério? –pergunta Neji surpreso.

—... –Hinata apenas olhava para o chão, pensando sobre o que fizera e nas palavras de Naruto.

—Foi estupidez confiar naquele maldito. –falou Hiashi.

—Naruto falou algo parecido para nós. Nos avisou sobre ele. –comentou Neji pensativo. –Hiashi-sama... Qual a diferença da Anbu Ne para a Anbu?

—Por que a curiosidade repentina, Neji? –questionou Hiashi.

—Ninjas da Anbu Ne apareceram varias vezes durante o dia, parece que estavam interessados no Naruto. E o mais curioso foi o que ele falou antes de ir com eles... –respondeu o jovem.

—Prossiga. –pediu o líder. Hinata agora prestava total atenção na conversa pois era novidade pra ela.

—Ele falou que era improvável que ele fosse embora e não tentassem recupera-lo.  –terminou o Hyuuga.

—Eles conseguiram captura-lo oito anos atrás? –perguntou Hiashi analisando os fatos.

—Sim. –confirmou Neji estranhando a forma que o líder perguntou.

—Entendo. Então Danzo conseguiu convencer o Terceiro naquela época para ter o que queria. –fala o mais velho pensativo. –Se as coisas foram assim, esqueçam tudo o que sabiam sobre o Naruto de antes de sair da vila.

—Por que deviríamos fazer isso? –pergunta Hinata, fazendo o pai a olhar pelo tom mais decidido e por ela não ter gaguejado.

—Porque se ele foi realmente capturado pela anbu de Danzo o Uzumaki Naruto de antes sem sombra de duvidas não existe mais. –respondeu Hiashi.

—Como pode? –perguntou Neji absmado.

—Aquela anbu não usa métodos convencionais de recrutamento. Normalmente são escolhidos órfãos e são treinados desde cedo para perder todas as emoções e apenas seguir ordens. –explicou.

—Mas o Naruto-kun já tinha passado dos 10 anos! Não tem como... –se interrompeu quando viu os olhares dos dois a sua frente que a fizeram verdadeiramente duvidar de suas palavras.

—De qualquer modo não tem como saber exatamente que traços da personalidade que ele adquiriu após isso continuam pelo tempo que ele passou em Uzushio. Mesmo assim aconselho a vocês suspeitarem de que todo o jeito que ele agiu até agora foi apenas atuação. Não preciso relembra-los das aulas da academia sobre essa característica ninja não é? –perguntou o líder Hyuuga rigidamente.

—Não senhor. –responderam.

—Bom. De qualquer forma aquele garoto com certeza foi preparado e treinado para liderar e ser um bom líder para seu clã. –fala o Hyuuga mais velho.

—Mas não é a mesma coisa? –pergunta Hinata.

—Não. Qualquer um pode liderar desde que lhe seja dado o poder e saiba dar ordens. Mas um bom líder é caracterizado por visar o bem estar do seu povo e de seu território acima de tudo. –explica o mais velho balançando a cabeça com um ar de reprovação.

—Ah... Entendi... –sussurra Hinata.

—Hinata, minha filha, não se deve pedir pra um líder, que se importa com seu povo, abandona-lo. –fala o líder demonstrando uma face carinhosa e preocupada. –Aquele garoto foi criado sem uma família e sequer sabia quem eram seus pais. Para ele, pedir que abandone seu clã e suas responsabilidades com eles é o mesmo que pedir para que você abandone sua irmã... Você gostaria e aceitaria que alguém lhe pedisse isso não é? –a garota balançou a cabeça concordando, totalmente abalada. –De todo modo ele disse que vai continuar a treina-los mas não aceitará que faça alguma besteira contra algum Uzumaki novamente. –concluiu dando fim a conversa.

—Bem, Hiashi-sama, se isso é tudo iremos nos retirar. –fala Neji se levantando acenando pra Hinata fazer o mesmo.

—Sim, isso é tudo. Vocês devem descansar. –fala Hiashi. –Quase esqueci. O Uzumaki pediu pra entregar isso para vocês. –entregou-lhes um pergaminho e se retirou do cômodo indo em direção ao escritório do clã, provavelmente tendo mais coisas para tratar.

—Aqui está escrito para encontrarmos a ele no portão da vila antes do sol surgir, que teremos uma missão e que todos os detalhes já foram tratados com a Hokage-sama. –fala Neji para a prima após ler o que havia no pergaminho, este se queimou e desapareceu logo após o rapaz falar, como se programado pra isso. –Aparentemente temos uma missão em cima da hora, Hinata-sama. Você está bem?

—E-eu... Acho que sim. É que é tanta coisa pra processar... –confessa a princesa Hyuuga. –Acha que ele me odeia agora? Eu fiz tanta besteira...

—Sinceramente eu não sei responder. Não posso nem dizer que o conhecemos suficiente pra supor qualquer coisa em relação ao mesmo. Também tem a hipótese que seu pai levantou, de que todo o comportamento dele até agora possa ter sido uma encenação. –responde Neji, porém continuou após ver a face ainda mais amuada da prima. –De qualquer forma descobriremos mais sobre ele durante essa missão, pois estaremos fora da vila. Isso me lembra que tenho que lhe contar o que houve após se separar de nós pra aprontar e o que nos foi contado sobre o passado dele. –sorriu ao ver a curiosidade brotar nos olhos perolados.

Depois de contar sobre o que havia acontecido mais cedo, ambos se despediram e foram preparar as coisas para o dia seguinte e aproveitar as poucas horas de sono que ainda lhes restava. O que eles não sabiam é que todos da equipe 7 haviam recebido a mensagem ao mesmo tempo e que o dia seguinte só lhes traria surpresas.

Continua...

Próximo capitulo: A missão.