Inocência escrita por Nameless


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem a leitura! ^^



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Espere! O que eu faço agora? -Falou desesperado.

–O mesmo que ele fez nos últimos dias de vida. Sucumbir. Ao medo, a angustia e a saudade.

Ela se foi, deixando-o só e crente em suas palavras.

(...)

Thor se levantou ainda atônito olhando o túmulo de Loki. Seus sentimentos estavam confusos. Antes que pudesse fazer algo, Balder chegou com seu irmão ao local.

–Não creio que aqui seja um cemitério, é tão lindo. - Comentou Hoder.

–Pois é. -Ria o outro- Mais um ponto para Loki. Era ele quem cultivava esse jardim. Laufey me disse que ele começou a fazer isso depois da morte dos seus pais. - Suspirou abaixando-se para mexer na vegetação- Dizia que estava "plantando flores que nasceriam no paraíso ou no inferno, para alegrar as almas".

Ao notar a presença do loiro, os irmãos pararam e desmancharam o sorriso.

–Se te virem aqui te matam cara. -Disse Balder.

–Ei, você já fez algo e se arrependeu depois? -Perguntou o príncipe com o olhar baixo.

–Sempre! É normal. - Mudou sua expressão- O que te aflinge?

–A impotência. Não poder fazer nada diante do inevitável. E não ter percebido as coisas antes. -Lágrimas já começavam a se formar em seus olhos.

–O dom da visão não significa poder enxergar tudo. -Hoder levantou seu rosto - Mas creio que Loki não queria que você ficasse assim. Ele está em todo o lugar, sempre para lembrá-lo do quando o amava.

–Como você sabe? - Perguntou Thor, surpreso.

–Eu vi. -Falou apontando para os olhos, que tinham a mesma cor dos do Gigante.

A comoção do loiro foi tamanha, que caiu ao chão em soluços.

–Um homem te fazendo chorar? -Balder abaixou oferecendo seu ombro para o amigo - Nunca achei que veria isso.

–E não é qualquer um irmão. É simplesmente o maior homem que conheci, capaz de dar a vida pelos que ama, capaz de suportar um fardo enorme e capaz de trair seu único amor. Em cada gota de sangue que meus olhos sorveram, lembranças maravilhosas preencheram minha mente.

Ao ouvir isso, Thor lembrou-se de sua experiência com Idun e num rompante levantou e pôs-se a correr até a mesma, deixando os irmãos a sós.

(...)

–Ele já vai chegar. -Falou calmamente Idun.

–Quem? -Perguntou Freya.

A porta foi estatelada na parede, revelando o príncipe ofegante o bastante para não conseguir proferir uma palavra.

–Não adianta, não poderá falar com ele.

–P-por favor. -Falava entre ofêgos. - Sei que há uma maneira.

–Não. Além do mais, não tenho permissão para tal. Apenas Hela poderá conceder-te isso.

–Hela? -Indagou surpreso.

–Aquela que te encontrou no túmulo de Loki. E me diga, o que falaria para Loki se pudesse?

Thor não havia pensado nisso ainda. O que queria? Desculpar-se? Mostrar-se arrependido? Dizer que sente sua falta? Tão rápido quanto chegou, se foi, imerso em dúvidas.

(...)

Nos dias que sucederam, o príncipe parecia imerso em seu próprio mundo. Sif não conseguia satisfazê-lo, assim, acabou por magoá-la. Seus amigos não conseguiam lhe entender e isso apenas provocava tristeza em seu coração. Seu pai havia voltado para Asgard, mas antes de sua partida uma grande discussão. Hidromel parecia ser seu melhor amigo agora e nem Balder e Hoder conseguiam manter uma conversa com o devastado Thor.

Como em todas as noites, o príncipe caminhava até o túmulo do Loki para chorar incertezas. Não conseguia andar direito devido a bebedeira da tarde, mas mesmo assim não desistia. O inverno se aproximava, por isso o clima estava frio a o caminho sem animais, que estavam em suas tocas se aquecendo. Ao chegar perto do local, porém, os ouvidos do loiro foram tomados por uma melodia, que era entoada por uma voz familiar.

–L-Loki...

–Eu era um botão de rosa que desabrochava. Um fruto doce enquanto amadurece. Eu era inocente e ingênuo, até conhecer você. Nada de dias agitados. Nada de noites em claro. -Cantava enquanto cuidava do jardim.

–Loki! -Gritava com toda sua força e corria até o moreno.

–Paguei um preço alto por ter me apaixonado por você. Seus olhos fazem maravilhas e nem precisam se abrir.Falam até através das cortinas dos seus cílios. Seu beijo detém o mistério de uma bebida venenosa.

–Loki! Fala comigo! - Chegou perto deste, mas não conseguia tocá-lo, seus dedos passavam direto.

–Não adianta asgardiano.

–Hela! Por favor, deixe-me falar com ele! Abraçá-lo! Protege-lo!

–Por que faria isso? Trato é trato. -Falava sentada no túmulo do Gigante. - Ele nunca te contou, mas aquela cicatriz foi feita quando ele derramou seu sangue em um sacrifício para mim.

Naquele momento o mundo parou para Thor e uma ideia passou por sua mente.

–Poderia eu fazer um sacrifício para obter Loki de volta? -Perguntou sério.

–Claro. Mas apenas se me disser o motivo pelo qual o deseja tanto e se estiver disposto a arcar com as consequências. -Falou calmamente.

–E-eu... Provavelmente o amo. E o quero aqui e farei de tudo. -Disse obstinado.

–Perfeito. Quero uma vida em troca de uma vida. -Começou - Sif está grávida de ti. - Fez em sua mão um pequeno vidro aparecer. Havia um líquido avermelhado dentro. - A fará abortar tomando isto. E em seguida Loki voltará. Apagarei a memória sobre o ocorrido, substituindo por outras. Porém, Tyr continuará sem a mão, Odin sem o olho, sua mulher sem cabelos e Heimdall voltará. Ele e seu pai ainda continuarão a procura do Poder. Hoder poderá continuar a enxergar.

Thor parecia extremamente safisteito com tudo.

–Agora as consequências. Não trocará Sif, continuará com ela e Loki será seu amante. Todos poderão saber, menos ela, para isso dou-te o dom de persuadi-la a acreditar em tudo o que diz. - Revelava divertida. - Quanto a seu outro amor... Este não será o mesmo. Nele plantarei a inveja, a irônia, a inteligência e será ambiguo. O que antes era culpa de Seidhr agora será de sua própria personalidade. Tudo o que fará poderá servir para o bem ou para o mal. Será complexo e temperamental e poderá te culpar por sua experiência pós-morte, mas isso cabe a ti contornar. Então aceita o que te proponho?

–Claro, tudo me parece bom.

Dito isso, naquela mesma noite, Sif abortou de um bebê que nem sabia que carregava. Foi levada para Idun que a medicou para que dormisse. O tempo que passaram dentro da cabana foi o necessário para Hela realizar tudo. Após a mulher acordar, achou que apenas havia passado mal e então voltaram para casa.

(...)

O coração de Thor não suportava tanta ansiedade, corria até a morada de Laufey, com um grande sorriso estampado no rosto. Ao entrar pediu licença a todos e foi direto ao quarto de Loki, que se encontrava sentado no baú, com um olhar sarcástico no rosto.

–Achei que nunca viria. Que me deixaria morrer de novo a sua espera.

O loiro correu até o Gigante abraçando-o, não recebendo nada em troca.

–Será preciso muito mais que um abraço para me reconquistar, afinal não sou mais o idiota que se encantou com isso.

–Terei muito tempo para isso. - Disse beijando o pescoço do moreno- Podemos começar os pedidos de desculpa com algo mais íntimo.

–Vejamos se conseguirá minha redenção. - Falou já ofegante - Talvez terá que fazer isso mais de uma vez hoje.

–Quantas quiser e do jeito que quiser. Majestade.

(...)

–Você é muito bondosa sabia. Não é sua cara dar uma segunda chance para ninguém. -Falou Freya.

–Apenas digo o mesmo que me disse uma vez: Apeguei-me demais a Loki.

–Então não tem nada a ver com Thor? -Indagou Idun.

–Também. Mas Loki é do tipo de pessoa que não encontramos sempre e aflorar seu lado ruim será interessante, me proporcionará diversão.

–Aonde foi seu senso de justiça e imparcialidade? -Perguntou Freya.

–Só dessa vez fingirei inocência e deixarei passar. Só dessa vez...


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Notas finais do capítulo

E então chegamos ao fim. Foi um prazer escrever para vocês. Perdoem-me qualquer erro e sintam-se a vontade para me dar dicas para quando for escrever outra fanfic.

Até a próxima!

Sempre estarei por aqui! ^^



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