Inocência escrita por Nameless


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que aproveitem. O capítulo ficou grande. Qualquer erro ou problemas com o enredo é só comentar.

Boa Leitura. ^^



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"Para Sif,

Finalmente avisto aquela que parece ser a terra onde passarei a viver. Não sei o que deu em minha cabeça para eu vir e ajudar a desbravar esse novo local, chamado Jotunheim De certo que já há alguns guerreiros por aqui. Desde que se renderam com medo de mais conflitos, as coisas parecem melhorar, e ficarão melhores se vieres também. Sinceramente não sei o que esperar mas junto a ti tudo ficará melhor.

Thor Odison."

Fechou o caderno, julgava faltar menos um dia para a chegada à terra. Não que a viagem fosse longa, afinal era apenas um pedaço de mar não tão grande que separava os dois reinos. Não iria sentir falta de sua casa. Seu pai, Odin, era rei de Asgard e estava expandindo seus territórios. Thor apoiava muito isso, menos o derramamento de sangue que não foi diferente com Jotunheim, um um pequeno reino com um clima agradável no verão e com um imponente inverno que congelava todos os seus belos montes. Nunca foi tentado nenhum tipo de aproximação com a Terra Gélida, principalmente por histórias que envolviam rituais e mágias por parte dos moradores do local. Mas desde a descoberta de que por lá haviam grandes pedras preciosas Odin colocou a dominação do povo e a exploração máxima como prioridade. E passados oito anos desde o início de tudo, finalmente começariam com o processo.

–Thor! Entre, parece que o tempo vai virar. - Disse Balder, o comandante do pequeno navio.

Concordou e adentrou sabendo que quando saísse, provavelmente seria outro homem.

(...)

Logo que desembarcaram lhes foi apresentado onde residiriam, uma grande cabana, um local rústico sim, porém aconchegante. Encantou-se com demasiada natureza, riachos formosos e com o que Sol brilhava alto.Também notou que crianças corriam livremente e de fato elas eram tão mais curiosas quando haviam descrito. Possuíam cabelos negros e lisos e uma pele branca como a neve. Eram fascinantes. Tão diferentes de si. Era alto de cabelos loiros, olhos azuis, sem contar que perto deles era forte e robusto. Percebeu também o traje atípico destes, que utilizavam roupas escuras e largas como batas, de mangas compridas e uma espécie de calça que ia até os tornozelos, também largas. Mas ao mesmo tempo eram enfeitadas e pareciam que faziam par com os sapatos simples, que constituíam apenas de tecido . Não teve muito tempo de observar mais, fora chamado para conhecer o soberano, Laufey era seu nome. "Realmente estão com pressa, não nos deixam nem descansar", pensou.

– Não são muito amigáveis. - Acrescentou Volstagg, mexendo em sua grande barba ruiva. Era um dos amigos de Thor, companheiro de muitas conquistas e batalhas.

– E isso pode ser bom, visto que estamos aqui só para extorquí-los. Assim não ferimos os sentimentos deles. -Disse lançando um olhar furioso para o amigo. Era de conhecimento deste que achava injusto o que faziam lá.

– Sempre um bom homem, não. - Riu - Não se faça de bom asgardiano agora, sabe muito bem o porque estamos aqui.

Assim adentraram num local gélido e sem-vida, mas ao mesmo tempo belo pois era feito inteiramente de madeira escura. Encontraram quatro nativos sentados além de outros quatro asgardianos. Lá foram recebidos por Laufey, que parecia ser sério e imparcial, era forte, alto e possuía muitas marcas, provavelmente vindas das últimas batalhas travadas entre ele e o Reino de Asgard. Logo a palavra foi tomada por Heimdall, o líder das tropas e braço direito de Odin. Tomava conta dos arredores do palácio e devido a sua competência fora nomeado para tal cargo. Desejou boas-vindas a todos e começou a apresentar aqueles que eram os mais importantes para o reino de Jotunheim. Eram Idun, uma mulher que realizava curas; Freya, a responsável pelos ritos; Tyr, filho de Laufey e Loki, primo de Tyr, que fora adotado por seu pai e criado como um filho desde então. Tinha uma má reputação entre os asgardianos devido as peças que pregava. Os olhos de Thor pararam diante da figura do moreno, que apesar da postura séria, tinha um ar primoroso . Não era dotado de força física e seus cabelos caindo aos ombros, que tampavam o lado esquerdo da face, juntamente com os olhos verdes claríssimos lhe eram fascinantes. Ficara maravilhado.

(...)

Após três dias ainda não se sentia adaptado, tanto ao clima quantos as pessoas. Em Asgard o verão era extremamente quente comparado com Jotunheim e Thor considerava todos os moradores extremamente introvertidos. Estava residindo em uma cabana juntamente com outros três homens, nada muito grande. Tomava o desjejum quando notou alguém vindo, era Frandal, outro de seus amigos, o melhor para ser mais franco, que veio lhe avisar sobre uma reunião com Heimdall que aconteceria a noite.Confirmou com a cabeça e saiu do cômodo alegando que iria tomar ar fresco. Estava cansado mentalmente, sua vida era extremamente estressante devido as cobranças que seu pai fazia. Caminhou calmamente apenas apreciando a beleza do local, suas árvores altas, flores coloridas e grandes campos. Pequenas residências com um estilo diferente das luxuosas residências de Asgard davam um toque especial ao local. Tentou interagir com algumas crianças, mas não obteve exito, estavam muito acuadas e logo corriam para perto de suas mães. Continuou sua caminhada, sempre com uma sensação de estar sendo seguido. Resolveu se sentar perto de um pequeno riacho. Estava pensativo.

– Está pensando no que? Príncipe de Asgard. - Ouviu alguém dizer. Virou-se e viu Loki, perto de si.

– Em como aqui é bonito e agradável. -Respondeu sorrindo notando a ousadia do outro ao lhe dirigir a palavra assim tão irresponsavelmente.

– Não finja estar interessado na terra quando realmente é como os o outros e só querem extrair tudo daqui e prender-nos. - Disse com uma postura séria. Thor reparou em como este se sentia amargurado devido a situação.

– Entenda como quiser. -Disse dando de ombros enquanto o outro ia embora.

Thor não se sentiu ofendido, nem bravo, apenas riu internamente com a atitude do outro. "Interessante", constatou.

(...)

Ao chegar na reunião foi anunciado que suas respectivas mulheres e mais asgardianos chegariam em torno de dois meses, por isso deveriam começar as construções de moradias mais apropriadas. Logo um clima tenso se instalou e duvidas começaram a surgir.

– E como faremos para construir isso tudo em tão pouco tempo? Ao todo somos menos de quarenta pessoas. E os "homens de Jotunheim", não aguentarão nos ajudar, visto que são fracos! Ideia estúpida essa de só começar a habitação quase oito anos após o massacre! - Indagou Frandal, realmente preocupado.

– Homens, fiquem calmos! - Heimdall ordenou diante do início de um burburinho. - Balder, tome frente.

– Contaremos com a ajuda de Laufey. -Revelou sério, coisa que fugia um pouco de sua habitual postura, pois era um dos mais simpáticos e sociáveis asgardianos e era muito querido por todos - Um dos acordos que foi feito durante o sua rendição foi de que nos ajudariam em tudo que precisássemos.

– O que duvido muito, visto de que são uns preguiçosos, incultos e hostis! -Comentou um asgardiano. Todos riram, menos Thor que ficou enfurecido com o comentário.

– E vocês acham que eles vão aceitar isso de bom grado!? Ajudar a explorar e destruir sua própria terra? -Argumentou o loiro com sua voz de trovão, visivelmente bravo- Pelo que sei só aceitaram isso para evitar mais derramamento de sangue, pois sei como nossos exércitos foram selvagens com eles!

– Cale-se Thor! -Gritou o Heimdall- Nós não somos selvagens! -Retomou a postura- E nem foi preciso um exército para dominá-los, sabe disso! E nada mais correto do que usarmo-os para os serviços pois são inferiores a nós.

O silêncio se fez presente. Estava certo. Apesar de início ter havido uma resistência, Odin ordenou que matassem alguns deles para mostrar o quanto são inferiores. Nem foi preciso o envio de muitos guerreiros para esta missão. O massacre ocorreu numa noite terrível, onde enganados por um possível acordo de paz, vários homens e mulheres foram queimados vivos, enganados pelos asgardianos. Ao saber disso Thor tomou asco de seu pai e de seu reino que comemorou como nunca. Derrotado Laufey se rendeu. A Terra Gélida tinha foi ridicularizada pois tinha sido o reino mais fácil de colonizar. A partir disso os moradores foram apelidados de Gigantes de Gelo, devido a máscara que criaram para tentar encobrir a humilhação que sofreram.Ao decorrer da noite acertos foram feitos e ao final da assembléia todos se retiraram.

– Thor, espera!

– Não estou com cabeça Frandal.

– O que te deu para se alterar assim com Heimdall?

– Achei injusto a forma como falou.

– Por que? Sabe muito ele está certo, eles são submissos a nós e devemos nos aproveitar disso! -Disse fazendo o outro revirar os olhos.

– Poupe-me de suas certezas e não os julgue inferiores, já que vamos conviver com eles a partir de hoje. Boa noite. -Disse entrando e batendo a porta de seu pequeno quarto, deixando Frandal sozinho.

(...)

Acordou cedo, não conseguiu dormir bem, tinha ficado remoendo as informações da noite anterior. Decidiu-se por levantar e caminhar, deslumbrar o nascer do dia. Caminhou bastante até próximo ao rio. Seguiu acompanhando seu curso, parou ao escutar o que parecia ser alguém. Para não assustar quem quer que seja, escondeu-se nos arbustos e lentamente lançou um olhar ao local. Sorriu. Era Loki e uma criança, brincavam na água gelada da manhã. Ambos estavam sem batas e com a água batendo em seus joelhos. Estava fascinado e continuava a observá-los e após longos minutos resolveu voltar, já se sentia revigorado do pequeno passeio. No caminho flashes passeavam em sua memória, o modo como Loki ria, de como seus cabelos caiam livremente em sua face, sua semi-nudez, seu peito pálido e magro. Refletia e perguntava-se o porque de achar isso tão intrigante. Seus pensamentos foram interrompidos por Frandal que o chamava e corria tentando alcançá-lo.

– O que foi? -Perguntou Thor, sendo grosseiro.

– Quero conversar, me desculpar. -Suspirou.

– Bem... -Falou relutante, não conseguia guardar rancor- É... sim, posso desculpá-lo. Apesar de não concordar com seu ponto de vista.

– Concordo que também fui exagerado. Perdoe-me também.

Os dois riram e voltaram conversando e relembrando os dias em Asgard. Em como eram conquistadores até que Thor apaixonou-se por Sif e largou as noitadas regadas a Hidromel, meretrizes e diversão.

(...)

Após uns últimos acertos com Laufey, as construções foram iniciadas. A exploração de madeira para as residências era difícil dado que as árvores eram grandes e pesadas e seu desmatamento era complexo devido ao terreno desregular. Mas mesmo assim, nada que um esforço de Volstagg não resolvesse. Isso até o mesmo levar uma mordida de cavalo nas mãos. Fato intrigante. Ninguém havia notado a existência do animal por lá. Assim, um por um, os asgardianos vinham sofrendo pequenos "acidentes".

– Quer dizer que quando você foi cortar a árvore ela não existia e você se desequilibrou e caiu batendo a cabeça ? -Perguntou Thor rindo como há muito tempo não fazia- Nunca ouvi uma história tão improvável!

– Não entendo o motivo da sua risada, você também está aqui, impossibilitado de trabalhar devido ao seu "acidente" - Retrucou Hogun outro amigo do loiro, referindo-se a mão enfaixada do companheiro, que tivera um acidente no dia anterior.

– Pelo menos eu não disse que isso foi por causa de "magia". Só sei que quando me dei por mim uma pedra caiu sobre minha mão. Sorte que tenho bons reflexos e me esquivei de outras. -Vangloriou-se.

– Sempre humilde. Engraçado como os Gigantes de Gelo tem uma disposição enorme. -Comentou- Falando nisso estou trabalhando com Loki. Ele é muito suspeito.

– Na verdade, você considera todos suspeitos.

Hogun concorda e o assunto morre de repente, mas o silêncio não dura. Logo Thor sente um cascalho ser jogado em si. E em poucos minutos já estava em uma guerra particular com o amigo. Ambos grandes e fortes divertiam-se e rolavam no chão de grama macia com seus risos preenchendo o local que até então só tinha barulhos dos riachos. E após término da brincadeira, Hogun ajudou o loiro a se levantar. Deram abraço companheiro, mostrando o quanto estavam ligados. Seu momento fraternal fora interrompido por Loki. -Não tem nada melhor para fazer do que ficar brincando? -Disse arrogante. Ambos se recomporam o amigo de Thor levanta e sai se despedindo e desejando sorte ao outro. Após isso o moreno senta-se ao lado do loiro e começa a encará-lo.

– O que foi? -Perguntou sentindo-se incomodado.

– Nada. -Hesitou- Bem... o que vocês estavam fazendo?

– Fazendo uma disputa particular. -Respondeu Thor olhando nos profundos olhos de Loki, apesar de seus cabelos cobrirem a sua face.

– Brincando quer dizer. Me refiro ao que fizeram em seguida.

– ... Nos abraçar? - Falou o loiro após pensar um pouco.

– Abraçar? O que é isso?

– Está falando sério? -Ria–se o príncipe.

– Ao contrário de vocês asgardianos, nós não somos infantis e não ficamos por aí trocando contato. -Disse corando.

Thor ficou encantado por aquele momento tão inocente. Como assim não sabia o que era um abraço ? Constatou que o moreno era mais intrigante do que pensava. Como num rompante, uma ideia adentrou sua mente.

–Se é assim posso te... -Antes que pudesse perguntar notou-se só- abraçar... - Não deixaria assim, queria descobrir até onde a inocência de Loki iria e assim pôs-se a segui-lo sorrateiramente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham aproveitado. Notaram como Loki é inocente. Baseei-me na relação índios/europeus para a escrita desta fic.

Até a próxima !