Segredos De Uma Paixão escrita por Gil Haruno


Capítulo 8
Pedido e Aceitação


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado à Sieele!
Adorei sua recomendação, linda!
Beijos!



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Um jovem casal passeava em um parque natural com seu filho. Quem os via, podia jurar que se tratava de uma família, jovem e estruturada, mas a realidade ia muito além da boa aparência.
Sakura entendia que precisava está ali, andando ao lado de Sasuke enquanto ele empurrava o carrinho de bebê, mas temia aquela paz quando ambos começassem a debater o verdadeiro motivo daquele passeio: chegar a um acordo.

–Escutei você e meus pais conversando. – revelou um tanto envergonhada. –Aceitei vir nesse passeio para conversamos sobre isso. – Sasuke olhou-a. –Temos que chegar a um acordo sobre Daisuke.

Sasuke balançou a cabeça em concordância, mas decepcionou-se ao sentir que Sakura não interagia com ele naturalmente.

–Claro. – disse parando o carrinho. –Podemos ficar aqui?

–Sim. – consentiu olhando mais à frente e viu diversas crianças correrem na grama. –Não vejo a hora de Daisuke correr como eles.

Sasuke olhou na mesma direção que ela. –É tão difícil assim cuidar de um bebê inofensivo?

–Parece exagero, mas garanto que não é. Faz três meses que não tenho uma boa noite de sono.

–Já ouvi dizer que bebês costumam trocar o dia pela noite. É o caso do Daisuke?

–Graças a Deus ele nunca fez isso, mas em compensação acorda muito à noite. Seu filho fica desesperado quando está molhado ou com fome.

Sasuke observou o pequeno Uchiha. Ele dormia ao ar livre, sinal de que gostava de ambientes abertos e frescos. Naquele instante ele teve vontade de saber tudo sobre o filho, principalmente como fora para Sakura o período de gestação. Não estivera com eles durante aqueles meses, por isso martirizava-se ao pensar nas tantas dificuldades.

–Como foi o período de gravidez?

Sakura se surpreendera com a pergunta repentina dele. Achara que ele a levou aquele parque com a única intenção de falar do filho, mas estava começando achar que Sasuke também tinha outras prioridades.

–Bem, foi uma gravidez tranquila. Não senti muitos enjoos e foi estranho por que eu comia o tempo todo. – ela sorriu e ruborizou levemente. –Engordei quase dez quilos.

Sasuke avaliou-a, pela milésima vez desde que a vira novamente. Ela estava ótima.

–O parto também foi tranquilo. – disse despertando-o dos devaneios. –Eu queria que o parto fosse normal, mas não tive dilatação suficiente, então a médica me encaminhou à cirurgia. – disse decepcionada. –Daisuke nasceu com quase três quilos e meio, e mediu quarenta e nove centímetros.

–Eu não entendo nada sobre isso, mas acredito que a cirurgia foi a melhor coisa a fazer. –Sakura sorriu para ele, depois de tanto tempo. –Eu poderia ter estado ao seu lado. – perguntou roubando-lhe o sorriso. –Mas tudo acabou bem, não é?

Sakura desviou o rosto e baixou a cabeça devagar, como se quisesse esconder seus pensamentos das vistas dele. Pensava que, naquele dia, o medo chegou a persuadi-la, e fora inevitável não deixar de pensar nele.

–Acho que será melhor se vocês se acomodarem em outro lugar. – falou atraindo a atenção dela para si. –Posso alugar uma boa casa por um mês e...

–Não pretendemos ficar em Tókio por tanto tempo. – interrompeu-o. –Eu sei que você quer ficar perto de Daisuke, mas nossas vidas estão em Osaka. – viu-o respirar fundo. –Você pode ir visita-lo quando quiser, eu nunca vou me opor.

–Não se trata disso. – contrariou-se. –Não quero que ele tenha só meu sobrenome. Eu quero vê-lo crescer. Eu quero está presente quando ele dá os primeiros passos. Quero ouvi-lo dizer a primeira palavra. Quero está presente na vida dele.

–É espantoso ouvir você dizer essas coisas e é bom ao mesmo tempo. – seu coração confortou-se. Não havia mais dúvidas de que Sasuke realmente queria passar por tanto esforço para ser um bom pai. –O que vai acontecer se não chegarmos a um acordo?

A pergunta dela era temorosa. O que Sasuke pôde deduzir é que Sakura pensava na possibilidade daquele atrito ir parar na justiça.

–Eu nunca seria capaz de tirar ele de você.

Sakura respirou aliviada. Por um instante aquela ideia persistiu firme e forte.

–Penso que não chegaremos a um acordo facilmente. – disse Sakura. –Mas você já sabe minha posição. – Sasuke encarou-a pensativo. –Você pode ir vê-lo quando quiser e também poderá trazê-lo para Tókio. É um direito seu.

Parecia que um acordo, por parte de Sakura, fora feito em benefício deles. Mas Sasuke estava longe de se contentar, na verdade, ele queria ir além daquele acordo amigável. O que estava para dizer a ela era um reflexo vivo do desespero que sentia em si. Era a ampla consequência de perdê-la novamente.

–Sakura... – os dedos tamborilavam os joelhos e os olhos concentravam-se na grama rala. –Case-se comigo. – decididamente ele a olhou e viu a confusão no rosto corado dela.

–O que você disse? – perguntou desorientada e não poderia sentir-se de outra forma.

–Case-se comigo. – repetiu encorajando-se naquela proposta. –Somos jovens, desimpedidos, e temos um filho juntos. Poderíamos tentar.

–Ah. – murmurou em tom decepcionado. –Não podemos nos casar por que temos um filho juntos ou por que será mais fácil resolver nossos problemas de distância.

–Sim, mas...

–No mínimo teríamos que estarmos apaixonados. – disse eliminando as chances dele. –Meus pais te pressionaram?

–Claro que não. Não chegamos a falar de casamento, tão pouco fui cobrado por eles. Essa decisão é minha.

Sakura nada disse, apenas deixou-se afundar nos pensamentos. Casar-se com ele fora seu maior sonho um dia, mas aquilo não era mais um conto de fadas. Jamais aceitaria casar-se com ele por conveniência. Nunca criaria falsos planos com ele.

–Não posso fazer isso.

Sasuke esperava aquele não, talvez por que sabia que seus motivos eram superficiais demais para tê-la. Mas ele não queria desistir dela, e não desistiria tão fácil, por isso achou que já era o momento de ela saber sobre seus sentimentos.

–Se você não tivesse fugido de mim saberia que acabei me apaixonando por você. – revelou deixando-a atônita. –Você não era um passatempo, mas eu não tive tempo de te dizer isso. – viu os belos olhos verdes lacrimejarem. –Se eu soubesse que você estava grávida eu teria te pedido em casamento no mesmo instante. – calmamente ele acariciou o rosto banhado pelas lágrimas e a confortou com um casto beijo na testa. –Eu queria ter te falado essas coisas quando a vi naquele dia, depois de tanto tempo, mas você fugiu de mim. – rouçou seu nariz no dela, fechando os olhos ao sentir o doce aroma que exalava da pele perfumada. –Eu te amo.

Fora como um sopro aos seus ouvidos. Ela acreditava em uma única verdade sobre o relacionamento que eles tiveram: Daisuke fora o único bem daquela relação. Mas lá estava o homem que ela amava, confessando-lhe um sentimento que nunca pareceu está direcionado a ela.

–Eu... – murmurou afastando-se dele. –Estou... Estou desnorteada.

Sasuke abraçou-a e ela não recusou o abraço.

–Prometa que vai pensar em tudo o que eu lhe disse.

Sakura balançou a cabeça devagar e sem muito pensar entrelaçou seus dedos nos deles. Era uma grande fraqueza de sua parte mostrar-se tão vulnerável na frente dele, mas ela estava cansada de fingir que não sofria por causa de sua ausência.
Ela não o proibiu de está tão perto, nem o impediu de beijá-la. Suas vidas finalmente pareciam está destinadas ao mesmo caminho.

Sutilmente o beijo foi quebrado, graças à agitação de Daisuke dentro do carrinho. Desconfortavelmente Sakura se afastou de Sasuke e observou o filho que tinha despertado do cochilo.

–Ele já acordou? – perguntou incrédulo.

–Já e está com fome. – respondeu pegando o filho. –Tomara que ele só esteja mesmo com fome.

Sasuke observou o cuidado que ela tinha ao pegá-lo, e sorriu ao ouvi-la falar com o pequeno, e ele com pose de alguém prestativo, encarava a mãe como se quisesse entendê-la.

–Quer tentar? – indagou mostrando a mamadeira a Sasuke.

–Talvez não seja uma boa ideia.

–É simples. Primeiro passo é deitar a criança confortavelmente em seus braços. – disse entregando Daisuke ao pai. Era a primeira vez que Sasuke segurava o filho. –Agora você vai...

Não fora preciso continuar a aula, Sasuke rapidamente entendeu o que era preciso fazer.

–Ele é guloso. – disse abobalhado.

–Você não viu nada. Quando ele acorda com fome a vizinhança inteira escuta. - ficou em silêncio contemplando a imagem de Sasuke alimentando o filho, mas não deixou de pensar no recente episódio entre eles; quando ele confessou seus sentimentos por ela e um beijo aconteceu. Além do mais, ele a pediu em casamento, e aguardava uma resposta. –Sobre o que conversamos... Eu...

–Não me dê uma resposta agora. – disse impedindo-a de continuar. –Pense muito a respeito, então conversaremos.

Ela apenas assentiu com a cabeça.

XXXXXXXX

–Como foi o passeio?

Kentaro veio a perguntar durante o jantar. Percebera que Sakura estava mais animada e demais pensativa.

–Foi muito bom. – Aihara olhou-a. –Conversamos bastante.

–Chegaram a um acordo?

Sakura levantou o rosto e observou a mãe. Podia sentir o coração dela batendo forte.

–Não gosto de pensar que se tratou de um acordo. Parece até que estamos brigando pela guarda de Daisuke. – seus pais concordaram. –Enfim, a princípio Sasuke falou sobre alugar uma casa para nós, mas eu disse a ele que não pretendemos ficar aqui por muito tempo. Ele se contrariou, claro, pretende ficar mais perto de Daisuke, e ser presente na vida dele. Então eu disse o que poderia beneficiar todos nós. Ele pode visitar o filho quando quiser e também pode trazê-lo para Tókio, eu não vou contestar.

–Fez muito bem. – falou Kentaro em apoio. –Ele será mais que bem vindo.

–Claro que sim. Gostamos dele. – Aihara não escondeu seu entusiasmo. –Ele será um ótimo pai.

–Uh. – murmurou Sakura olhando bem os pais. –Permitiriam que eu me casasse com ele?

A pergunta pegou o casal de surpresa.

–Certamente. – respondeu o pai.

–Então, ficariam contentes se Sasuke me pedisse em casamento?

Perguntou intrigando-os. Um sorriso significante brotou dos lábios rosados, criando um alerta aos pais atentos.

–Ele a pediu em casamento? – perguntou Kentaro sem esconder a ansiedade pela resposta.

–Pediu. – respondeu respirando profundamente. –Eu não esperava que ele fosse falar de seus sentimentos e que me pediria em casamento. – seus pais pareciam atônitos. –Ele quer mesmo construir uma família.

–E é claro que você aceitou.

–Ainda não. – disse decepcionando a mãe. –Eu não queria me comprometer sem ouvir a opinião de vocês antes.

–Você não precisava esperar por nós para dar esse passo. – disse Kentaro recebendo o olhar apreciador da filha. –Essa decisão deve partir de dentro do seu coração.

E seu coração batia forte desde o momento que o pedido inusitado ecoou em seus ouvidos. Ela o amava, tanto quanto antes, e não mais poderia passar um dia sequer sem estar com ele.

XXXXXXXXX

A quietude na sala estava começando a se tornar frequente nos jantares da família Uchiha. Itachi não era muito de jantar em casa, por isso Fugaku não estranhou sua ausência. Sasuke continuava evitando esbarrar com ele e Mikoto só lhe fazia companhia por que era sua esposa. As refeições com ela estavam se tornando desagradáveis, sendo que a mesma não lhe dirigia a palavra, mas lhe lançava olhares insignificantes.

–Precisamos conversar, Mikoto.

Ela não o olhou, mas reprovou o convite.

–Deixe-nos a sóis, Kaoru. – disse percebendo, para o seu desgosto, que Mikoto o ignorava. –Esses modos são desprezíveis para uma mulher elegante e educada como você, Mikoto.

–Você é um homem elegante e educado, mas esqueceu os bons modos quando escorraçou aquela família daqui.

–Eu não escorracei ninguém.

–Escorraçou sim, de maneira educada. – ironizou arrancando um suspiro cansado do marido. –Nunca vou perdoá-lo por ter ofendido e desrespeitado pessoas tão maravilhosas.

–Realmente eu nunca a vi tão magoada.

–Como eu não poderia está? – perguntou reavivando a raiva. –Você deveria ter olhado nos olhos daquela moça e visto o caráter dela. Ela é uma boa moça. É a mulher perfeita para nosso filho. Ela...

–Não precisa iniciar seu debate de defesa, eu sei que você vai proteger aquela moça com unhas e dentes. – Mikoto balançou a cabeça. –Eu quero que você me leve até ela.

–O que pretende fazer? – olhava o marido com intriga. –Fugaku, se você insistir nisso...

–Vou pessoalmente me desculpar pela forma grosseira que os recebi na minha casa. – revelou silenciando a esposa. –Não gosto quando as pessoas são injustiçadas, no entanto, eu acabei fazendo o que muitos fazem.

Mikoto contentou-se com a atitude do marido. –Obrigada por tomar essa decisão. – carinhosamente ela uniu sua mão a dele.

–Não fale sobre isso com Sasuke. Quero que seja uma conversa franca e tranquila.

–Tudo bem. – apesar de saber que ele apenas queria se retratar, as dúvidas nela ainda permaneciam. –Não pretende insistir com a ideia desse exame, não é?

Olhou-a conflituoso. –Não. – Mikoto sorriu em alívio. –Se você sentiu que essa criança é seu neto, eu também posso sentir. – disse em tom desafiante. –Como ele é?

–É um lindo bebê. Têm olhos parecidos com os da mãe, mas a maior semelhança é com Sasuke. Não há dúvidas de que serão muito parecidos futuramente.


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