Segredos De Uma Paixão escrita por Gil Haruno


Capítulo 2
Aqueles Encontros...


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, pessoal!Espero que gostem, beijos!



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As malas estavam prontas. Daisuke estava alimentado e dormiu depois do banho. De minuto a minuto Sakura olhava o relógio e se sentia mais pressionada com o pouco tempo que ainda lhe restava ali. Às vezes ela ficava impressionada com a própria urgência em deixar a cidade, sendo que não demoraria muito para dar de cara com os pais, e despejar a verdade sobre eles.
Só de pensar que teria de olhá-los nos olhos e contar-lhes sobre seus últimos meses em Tókio, seu coração disparava com sôfrego. Por mais que pensasse e se questionasse, ela não entendia o porquê de ter deixado sua vida seguir um rumo tão distante e diferente dos seus planos. Ela só precisava alugar um apartamento, pagar suas contas, e estudar. Só isso. Será que era tão complicado assim ter seguido esse raciocínio?
Não seria tão complicado se ela não tivesse se apaixonado pelo garoto mais popular da universidade e se deixado levar pelos sentimentos. Mas tudo aconteceu tão rápido! Quando ela menos esperava estava saindo com ele e, no sétimo encontro, tinha perdido a virgindade. Naquele momento tudo era absolutamente normal, afinal estava mais que na hora de ela encontrar um namorado. Mas, o que deu errado para aqueles dias perfeitos se transformarem em más lembranças?

Sakura suspirou alto, terminando de abotoar o último botão da blusa. Com um pouco mais de pressa, jogou os documentos dentro da bolsa, e prometeu para si mesma que não sentiria medo de mais nada. Considerava-se forte demais para temer as próprias dificuldades e tinha muito que se orgulhar daqueles meses de batalha que superara sozinha. Realmente aprendera muito com eles e, se tinha que se lembrar de algo que a animasse, eram as superações que nem mesmo ela acreditava ter alcançado.

–Oi!

Ino enfiou a cabeça no quarto e entrou neste nas pontas dos pés, temendo acordar Daisuke.

–Não faça tanto esforço para não acordá-lo. Daqui a pouco terei que pegá-lo do berço.

–Ah! – Ino suspirou alto e se debruçou sobre o berço, observando o pequeno Haruno dormindo. –O que vou fazer sem ele?

Sakura sorriu. –A Temari tem razão. Você precisa mesmo de um filho.

–Talvez daqui a alguns anos. Por enquanto eu prefiro paparicar o bebê dos outros. – se levantou olhando Sakura. –O que você sentiu ao se deparar com Sasuke?

Sakura parou de pentear o cabelo ao ouvi-la, pois não imaginava que Ino iria abordá-la tão diretamente.

–Raiva. – respondeu rígida.

–Por que será que eu acho que você não está sendo muito sincera? – perguntou se sentando na cama, sem tirar os olhos da imagem do rosto de Sakura refletido no espelho.

–Você duvida mesmo que eu tenha sentido raiva? – indagou virando-se para a loira.

–Eu não duvido disso, mas eu não acredito que você só sentiu raiva e ódio. – Sakura respirou, demonstrando sua antipatia com o rumo da conversa. –Você não precisa esconder seus sentimentos só para mostrar que está bem.

–Eu não quero ir embora com raiva de você. – advertiu Sakura, realmente incomodada.

–Eu estou tentando te ajudar!

–Ino! – falou baixo o nome da loira, mas em um tom que a fez perceber que ela não queria prolongar mais tal assunto. –Eu só quero viver minha vida. Será que é tão difícil respeitar isso?

Ino balançou a cabeça, deixando-a entender que ela respeitaria sua vontade. Mas era tão difícil vê-la partir desiludida, sendo que muitas coisas precisavam ser esclarecidas. Se ela não tivesse acobertado Sakura naqueles meses, a vida dela poderia ter sido diferente, e as proporções daquele caso mal resolvido poderiam ser outras.

–Estarei aqui sempre que você precisar e... se você sentir que precisa desabafar com alguém, meu celular sempre estará ligado.

Sakura deixou um sorriso nascer e se levantou para abraçar a amiga.

–Mesmo se você demorar a atender minhas ligações, eu vou insistir até não aguentar mais. – Ino sorriu enquanto as lágrimas caíam. –Cuide do apartamento e das garotas pra mim. – separaram-se, mas mantiveram o olhar uma na outra. –E fique longe das confusões, eu sei que você e Gaara adoram desafiar o mundo. – Ino sorriu.

–Pode deixar. – por fim, elas tinham conseguido segurar as lágrimas. –E não se esqueça de nos manter informada de tudo o que Daisuke fizer. Ah! Estamos ansiosíssima para ver o primeiro dentinho dele nascer.

–Eu sei e vou mantê-las informada sobre isso.

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Chegou em casa cansado e só se preocupou em desabotoar a camisa, e cair sobre o sofá, pensativo. Os olhos negros concentravam-se no teto da sala, enquanto ele se permitia se perder nos próprios devaneios.

–Pensei que você tivesse passado na empresa.

Assustou-se com a voz da mãe que, sorridente, agachou para lhe dá um beijo.

–Eu estava à caminho, mas me perdi no meio dele.

–Como você se perdeu em um trajeto que faz todos os dias? – indagou olhando-o torto.

–Fiquei distraído demais para notar isso.

–Uh. – murmurou sem muito acreditar na explicação dele. –Vista uma camisa!

Ele suspirou desanimado, achando que a mãe levava sério demais os bons modos em casa, sendo que ele apenas queria se refrescar. O telefone tocou e prontamente a mulher atendeu. Ele ouviu-a dizer apenas seu nome e não parou de balançar a cabeça, como se tivesse concordando com tudo o que ouvia.

–Quem era? – perguntou assim que a mãe desligou o telefone.

–Seu carro foi rebocado? – perguntou incrédula. Ele, no entanto, coçou as têmporas e fechou os olhos.

–Foi um incidente. Eu não tive como reverter à situação.

–Informaram que você deixou o carro no meio da avenida e que criou dificuldades para os outros carros transitarem. – apesar de brava no tom da voz, ela parecia calma. –Você não se importa com o que seu pai acha ou deixa de achar com o que você faz, não é?

–Itachi bate o carro e foi um acidente. Itachi assinou um contrato errado e foi um acidente. Itachi se esqueceu de trancar a casa e foi um acidente. Ninguém pega no pé do filho mais velho. Por que tudo o que eu faço é em razão de culpa mesmo?

–Eu não quis dizer isso. – era quase impossível fazê-lo entender a dimensão dos seus atos. –Esperamos o melhor de você, mas às vezes parece que você não liga para nada. Eu fico sem saber o que está faltando na sua vida.

Ela fez o possível para não demonstrar sua angústia, mas não fora capaz de impedir as lágrimas. Ao vê-la tentar manter o controle da situação, ele se levantou, e agachou de frente para ele, fazendo-a olhá-lo.

–Não está faltando nada. Eu só tenho problemas para resolver como qualquer outra pessoa tem.

–Então me diga o que é! – exigiu. –Faz alguns meses que você tem deixado de ser o que era. Parece insatisfeito, rebelde... Eu quero saber o que está acontecendo.

–Não é nada demais. – beijou-a na testa e se levantou. –Eu vou trocar de roupa e vou voltar para a empresa.

–E amanhã irá direto para a universidade! – gritou ela, mostrando que ainda ditava as ordens.

Assim que fechou a porta do quarto, Sasuke murmurou um palavrão, e desejou ter um saco de pancada para descontar toda a sua raiva. Pensando na manhã infernal que tivera, ele se despiu no quarto mesmo, e deixou as roupas jogadas no chão. Chegou ao banheiro e ligou o chuveiro, encarando a água fria.

Encarava o vazio do banheiro enquanto a água percorria seu corpo e as lembranças assombravam sua mente. Era estranho ter se sentido tão ocupado, sendo que ele mal se lembrava de como tudo começou, apenas dos dias de paz que passara ao lado dela.
Ele a conheceu tão repentinamente, devido um encontro duplo organizado pelos amigos e, desde aquele dia, soubera que ela já sabia quase tudo sobre ele. Tê-la em companhia era muito bom, principalmente quando ele podia confessar seus problemas a ela. Mas aquela fora a época mais conturbada de sua vida e ele ao menos pôde entender o que seu coração tentava mostrar. Quando finalmente tinha percebido que ele estava amando-a, ela desapareceu de todos os lugares que eles costumavam frequentar, deixando apenas a recente lembrança do último encontro.
Como poderia ter notado que, em tão pouco, a garota doce e de lindos olhos verdes tinha se tornado uma pessoa tão importante na sua vida? Ele julgou-se imaturo demais para perceber que, aqueles poucos encontros, estavam mudando seu jeito de ser. Mas ele nunca tinha lhe prometido nada, nem deixado escapar palavras que denunciariam sentimentos mais íntimos, apenas deixou-a ciente de que os momentos juntos eram especiais.

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Deu uma boa ajeitada na gravata antes de sair do carro e ajeitou os óculos escuros. Ele realmente sentia orgulho de seguir o rastro do pai e do irmão nos negócios, mas estava sempre dizendo que às vezes a empresa era chata, e de que os funcionários eram bajuladores demais. Mas aquilo era algo que ele tinha que aprender a ignorar e pensar como um líder, assim como seu severo pai repetia.
As portas de metal do elevador se abriram e a primeira coisa que ele viu foi um par de pernas torneadas passarem em sua frente.

–Atrasado.

A mulher ficou na sua frente, observando-o com paixão.

–Eu sei.

Ignorou-a prontamente e sem nada dizer foi para sua sala, mas escutava o som agudo do salto da jovem atrás dele. Assim que chegou à sala, deixou a maleta sobre a mesa e tirou o paletó. A jovem correu para abrir as persianas, em seguida, ofereceu-lhe uma bebida.

–Quer que eu lhe faça uma massagem? – perguntou já com as mãos nos ombros dele. –Eu posso fazer outra coisa se você quiser.

A mão dela escorregou para baixo, mas ele a impediu de continuar.

–Aqui não é o lugar, Saya. Quantas vezes eu tenho que dizer isso?

–Uh. – murmurou contrariada, voltando a massagear os ombros largos. –Juntos desde meu último semestre na faculdade e agora faço estágio na empresa de sua família. Quando vai me apresentar como sua namorada?

Ele suspirou alto, pois aquela mesma ladainha dela era de estragar totalmente seu humor.

–Eu não quero discutir sobre isso, tive uma manhã estressante demais para encher a mente agora.

–Você é estressado quase sempre. Mas, o que aconteceu?

–Você não vai gostar de saber.

–Eu quero muito saber o que é. Então diga logo!

Ele suspirou ao ouvir a ordem dela e pouco se importou se ela não ia gostar de ouvir o nome de Sakura.

–Você se lembra da garota de cabelo róseo e olhos verdes da faculdade de medicina?

–Aquela que você usou para tentar me esquecer? – perguntou sádica e irritada. –Por que me perguntou isso?

–Por que eu a vi hoje. – a resposta dele deixou-a incrédula.

–Ela desapareceu da universidade quando soube que estávamos juntos de novo.

–Sim, mas eu a encontrei andando distraída na rua, saboreando um sorvete. – parecia ter voltado ao tempo e vivido a cena novamente. –Ela não foi embora como as amigas falaram.

–Sinceramente, aquelas garotas deveriam ter desaparecido com ela. Não sei como você pode se considerar amigos de pessoas tão comuns. – devagar, ela andou até dá a volta na mesa, e se sentou com as pernas cruzadas em cima desta. –Gostou de vê-la de novo?

Sasuke olhou-a.

–Fiquei feliz por vê-la tão bem e sempre linda, por sinal.

Saya ficou indignada de ouvir o elogio que não estava direcionado a ela, mas fingiu manter-se sob controle.

–Sua aventura desesperadora já acabou muito tempo, então não vamos trazê-la à tona, certo? – sorriu.

Sasuke se levantou e foi a ela.

–Estou totalmente de acordo, mas saiba que eu não estava tão desesperado para viver uma aventura depois que rompemos. – ele se posicionou entre as pernas dela e lhe segurou o queixo. –Eu realmente estava muito a fim de sair com a garota dos olhos marcantes. – e beijou-a antes de deixar a sala.


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