Segredos De Uma Paixão escrita por Gil Haruno


Capítulo 11
Família


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao último capítulo da fic, gente!
Obrigada por todos os reviews e recomendações!
Até a próxima! Beijos!



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Dedos gentis subiam e desciam na bochecha sedosa da mulher que ainda dormia profundamente. Às vezes, Sasuke mexia o braço devagar, sendo vencido pela tentação de acordar Sakura, mas vendo-a respirar com tanta tranquilidade, ele imaginou o quanto a amada estava precisando daquele merecido descanso.

–Sasuke? – Sakura piscou os olhos algumas vezes, até abri-los na penumbra do quarto. –Que horas são? – perguntou sonolenta.

–Cinco e meia da manhã.

–Quê? – indagou confusa e ainda atordoada olhou o relógio na cabeceira da cama. –Cinco e meia da manhã. – confirmou espreguiçando-se e quando ela veio associar o horário com a insônia de Sasuke, abriu os olhos de vez. –Daisuke está com fome?

–Acalme-se. – gentilmente ele abraçou-a pela cintura, obrigando-a a escorregar para baixo, até ela deitar por inteira na cama. –Daisuke ainda está dormindo.

–Então... O que você faz acordado há essa hora?

Ele arrumou os fios de cabelo desgrenhados que caiam pelo rosto dela e a beijou em seguida.

–Eu acordei, senti seu corpo pequeno aconchegado no meu, então não consegui dormir mais.

Sakura ficara levemente ruborizada. De fato, ambos dividiam a mesma cama, e o mesmo cobertor.

–Diga-me se você prefere tomar café no quarto ou na área da piscina.

–Bem, acho que ao ar livre é melhor, não é? – pelo olhar dele, ela deduziu que ele planejava algo. –O que você está aprontando?

–Nada demais. Eu só quero compartilhar um bom café da manhã com você.

–Uh. – Sakura sorriu encarando o teto, pensativa. –Você se lembra de quando acordamos no dia seguinte, depois de uma noite maravilhosa?

–Como eu ia esquecer? Suas amigas não saíram do apartamento e acabaram estragando nosso café da manhã e, mais tarde, estragaram nossa diversão a sóis. – Sakura riu, ele, entretanto, estreitou os olhos sentindo aquela antiga raiva se renovar. –Eu deveria ter dado meu cartão de crédito a elas e as expulsado de lá.

–Você se arrependeria depois.

–Se era em benefício de algumas horinhas, sozinho com você, qualquer sacrifício seria válido. – disse inclinando-se sobre o corpo dela. –Poderíamos aproveitar que Daisuke está dormindo e tomarmos um banho juntos. O que você acha?

Sakura pensou na proposta tentadora, mas tinha que desanimá-lo.

–Ele vai acordar em breve. Tenho certeza disso.

Não. – murmurou desiludido, pois ele realmente pensara na ideia com muita convicção. –Definitivamente vamos ter uma babá por muito tempo.

–Não faça essa cara de decepção, ainda vamos tomar muitos banhos juntos.

Sakura enlaçou os braços na nuca de Sasuke, quase pedindo para ele tirá-la da cama, e leva-la ao banheiro. Talvez aquela também fosse a intenção dele, que logo veio a ser sacrificada pelos murmúrios exigentes de Daisuke.

–É impressão minha ou ele só acorda quando estamos perto um do outro?

–Vai vê ele quer marcar território. – Sakura deixou a cama e apressou-se a chegar ao berço. –Acho que ele não está gostando muito de dividir a mãe com você. – brincou tirando o pequeno de dentro do berço. –A fralda dele está cheia.

–Além de competitivo, ele resmunga com rapidez, e logo é atendido por uma bela assistente.

Saindo da cama, Sasuke foi diretamente à bolsa infantil do filho. Ele não sabia, exatamente, o que deveria levar para Sakura, mas já tinha observado o mesmo processo algumas vezes.

–Eu trouxe lenços umedecidos e fraldas.

–Obrigada. Quer ter sua primeira experiência com fraldas?

–Depende do que estiver dentro dela.

Sakura riu alto, observando a expressão temerosa do futuro marido.

XXXXXX

O dia estava verdadeiramente lindo naquela manhã de verão. O sol já começava a brilhar forte, prometendo um dia intenso de calor. O cenário não poderia ser mais perfeito, observou Sakura cheia de ânimos.

–Essa casa é enorme, não é? – indagou com os olhos verdes frisados na mansão à frente deles.

–Minha mãe pretendia ter muitos filhos. – comentou Sasuke despertando o interesse de Sakura. –Nossa família é grande, por isso meus pais acharam que uma casa maior caberia todos nos tempos de férias.

Sakura levou a xícara à boca, olhando Sasuke fixamente. Perguntava-se o porquê de Mikoto não ter tido mais filhos, visto que a sogra era fascinada por crianças.

–Por que a senhora Mikoto não teve mais filhos?

–Ela ficou grávida pela terceira vez, mas teve um aborto espontâneo no sexto mês de gestação. Foi uma fase muito ruim. E pensando no pior ela teve medo de tentar de novo.

–Não sei se eu também teria coragem. – confessou sendo despertada dos devaneios pelo toque do celular de Sasuke. –Você não vai atender? – perguntou encarando o aparelho que vibrava em cima da mesa.

–Vou ignorar. – decidido, Sasuke desligou o telefone. Provavelmente se tratava de Saya, sendo que ela insistia em manter contato, nem que fosse por meio da ameaça de um processo contra ele.

–Com licença. – Kaoru se aproximou deles, trazendo um telefone sem fio. –Uma moça chamada Saya exige falar com o senhor. – sem ter ideia do clima tenso que deixara entre o casal, Kaoru não levara a conversa em particular com Sasuke.

Sakura imediatamente perdera o apetite. O nome de Saya a enojava.

–Pode falar com ela. Estou bem. – disse sendo observada por Sasuke.

–Obrigado, Kaoru. – agradeceu com certo cinismo. –O que você quer, Saya?

Sakura se sentiu constrangida, pois Sasuke falava com a ex-namorada na presença dela. Apesar do desconforto que sentira, ela realmente achou que não tinha necessidade de escutar aquela conversa, mas ouvindo o nível de irritação na voz de Sasuke, ela elevou sua curiosidade ao ápice.

–Desculpe por isso.

–Tudo bem. – disse sem saber como penetrar o assunto desconhecido. –Você está bem?

–Sim, não se preocupe. – achara que seu pedido ia mantê-la mais calma, embora ele soubesse que Sakura aguardava uma explicação detalhada da conversa com Saya. –Saya quer me processar. – Sakura ficara desnorteada com a revelação. –Ela está ressentida por causa do nosso casamento e, mais ainda, por que eu lhe tirei o apartamento que ela morava há um bom tempo. Mas não estou nem um pouco intimidado por ela.

–Ela parece está disposta a te infernizar. O que você vai fazer?

–Nada. – deu de ombros e voltou a saborear o café. –Vou apenas trocar o número do meu telefone.

–Quanto ao processo?

–Não vai existir processo. – disse confiante. –Conheço bem o jogo de Saya. Ela sabe que vamos nos casar e pensa que ainda pode ser um grande empecilho entre nós. Pobre dela; faz-me ameaça pelo telefone, e não imagina que eu posso usar isso em minha defesa.

Sakura estava abismada com o que ouvira. Nunca chegara a imaginar que Saya era dona de tal caráter. Por não conhecê-la intimamente, Sakura a julgava pelo olhar. Saya era uma garota doce nas vistas de todos, mas de longe se notava um ar ambicioso sobre ela, e a antipatia para com aqueles que ela julgava não está no mesmo pedestal. Sentindo-se enciumada, por que naquela época Sasuke e ela já tinham uma boa amizade, ela pensara que via negatividade em Saya devido os seus sentimentos por ele.

–Não fique focada nisso. – pediu Sasuke pondo sua mão sobre a dela. –Lembre-se que temos coisas muito importantes para fazer hoje, como por exemplo, comprar uma casa perfeita.

–Para uma família que será grande.

XXXXXX

Eram apenas dez da manhã, mas Sakura começava a se sentir exausta. Desde o momento que acordara, às cinco e meia da manhã – graças à insônia de Sasuke –, ela não tinha parado um minuto sequer. Tomara um café da manhã reforçado, logo em seguida fora ao hotel, e de lá levara os pais ao aeroporto. Ela fora teimosa quando decidira avaliar a futura casa, mas pensara que, diante de tanta residência bonita, não teria dificuldade para escolher uma delas. Doce engano.

–O casal que morava aqui se mudou há pouco tempo. – contou a corretora abrindo todas as janelas da sala vazia. –Eles moraram aqui por mais de vinte anos. Como vocês veem, o lustre é muito antigo, a lareira também, e a pintura da casa está apagada. – explicou abrindo a última janela. –A vista daqui é muito bonita.

–É mesmo. – concordou Sakura maravilhada. –O jardim é lindo!

–A senhora Makito cuidava diariamente desse jardim. Na verdade, essa casa representou toda a felicidade dela e de sua família. Vamos subir, quero lhes mostrar os quartos.

Subiram aos quartos e, assim como o resto da casa, eles pareciam intocáveis desde a sua construção.

–Esse é o maior quarto. – e, novamente, ela abriu mais janelas. –A vista também é fantástica.

–Vem, Sasuke! – Sakura o puxou pela mão, fazendo-o chegar mais perto da janela. –O que você achou?

–É uma casa muito bonita e agradável, mas é a menor que vimos.

–São apenas dois quartos a menos que as outras. – defendeu ela. –Tudo bem que os cômodos também são um pouco menores que os outros que vimos, mas ela é linda!

–Isso significa que você gostou. – observou enfiando as mãos no bolso. –Podemos ficar com ela, mas isso vai implicar na nossa mudança. A casa está precisando de uma leve reforma.

–Realmente, a imagem dela agora é um pouco antiquada. – concordou a corretora. –Posso leva-los a outras casas, mas essas estão localizadas em outro bairro, fica bem próximo daqui.

–Não será preciso. Vamos ficar com ela. – ao tomar a decisão, baseada no olhar apaixonado de Sakura sobre a casa, Sasuke olhou-a de esguelha, só para constatar que a escolha a agradou.

XXXXXXX

–Do que importa as obras? O importante é que a casa fique linda.

Mikoto veio a vibrar com a notícia da reforma da nova casa, assim ela terminaria a decoração do quarto do neto, e, quem sabe até, Sasuke e Sakura viessem a desistir da mudança.

–É melhor manter minha esposa longe dessas obras, ela pode manipular os operários, e a casa nunca ficará pronta.

–Fugaku! – em meio aos risos, Mikoto corou drasticamente. –Não deem ouvidos a ele. – apesar de constrangida, ela cedeu ao humor do marido, e também riu.

–Onde irão passar a lua de mel?

Pega de surpresa pela pergunta de Itachi, Sakura olhou Sasuke em busca de uma resposta. Aquele era o único assunto pendente à decisão.

–Ainda não nos decidimos. – revelou Sasuke. –Na verdade, Sakura está meio indecisa se quer viajar.

Todos os olhares se voltaram para Sakura. –Bem, Daisuke ainda é muito pequeno, e...

–Deixe-o comigo. – interrompeu Mikoto, deixando todos os presentes pensar no óbvio. –Vou cuidar dele muito bem. Eu prometo.

Sakura não tinha dúvidas quanto os cuidados de Mikoto para com o neto, mas a questão era mais emocional. O filho tinha apenas três meses de vida, a pouco ela deixara de amamentá-lo no peito, e estava cada vez mais agarrada aquela rotina caseira com ele. Entretanto, pensava no pouco tempo que duraria a lua de mel e ambos logo estariam de volta. Além do que, eles mereciam uns dias de férias.

–Tudo bem. Nós vamos pensar para onde iremos. – anunciou Sakura satisfazendo Sasuke.

–As Ilhas Gregas é um ótimo lugar. – falou Sasuke sabendo exatamente para onde Sakura e ele iriam.

–Boa escolha. – concordou Itachi. –Estive lá rapidamente e me encantei pelas paisagens.

Sasuke sorriu e olhou Itachi de esguelha. Lembrava bem do motivo pelo qual o irmão estivera na Grécia.

–Sua ex-namorada se mudou para lá, não é Itachi? – indagou Mikoto.

–É. Faz um bom tempo que não a vejo. – disse dando de ombros.

–Acho que duas semanas para planejar uma festa de casamento é pouco tempo.

–Queremos uma festa simples, mãe. – contradisse Sasuke, barrando Mikoto antes que as ideias dela corressem de vento em poupa.

–Vamos convidar meus amigos, os amigos de Sasuke, e algumas pessoas mais achegada à família. – explicou Sakura prevalecendo seu desejo.

XXXXXXX

–Seu filho só tem três meses e já faz um tremendo sucesso com a mulherada.

Entretido com a gravata, Sasuke direcionou o olhar para a entrada do quarto, e viu seus amigos se aproximarem. Um deles – o mais estabanado –, carregava seu filho.

–Eu tive que segurar Daisuke para ter a atenção de cinco por cento das mulheres dessa festa.

–Ainda assim, Naruto, todas elas correram de você.

–Essa é a desvantagem de ser comprometido, Gaara.

–Eu não sabia que seu namoro com minha prima era desvantajoso em algumas situações.

–Sem dúvidas, Neji, ser seu parente é a maior desvantagem. – debateu Naruto arrancando risos dos demais.

–Sakura está linda.

–Você a viu, Gaara?

Sasuke também pareceu interessado na resposta.

–Sim, Shikamaru. – respondeu calmamente. –Não se preocupe, Uchiha, minha paixonite por ela acabou há muito tempo, por isso não tema pelo fato de eu ter a visto no vestido de noiva. Amigos não dão azar. – brincou.

Sasuke deu de ombros e balançou a cabeça ao pegar-se humorado devido à frase do ruivo. Ele sempre soubera do interesse de Gaara por Sakura, que nunca passara de admiração, pois o No Sabuku logo percebera que ela gostava de outra pessoa.

–Cadê meu sobrinho? – vestido elegantemente, Itachi se juntou ao grupo. –Preciso leva-lo comigo. – disse tirando o pequeno dos braços de Naruto. –Tem muita gente querendo conhecê-lo.

–Ele vai se zangar logo. – advertiu Sasuke conhecendo bem os limites do filho, principalmente se o passavam de mão em mão. –Está tudo pronto?

–Sim. Sakura avisou que logo descerá. – respondeu Itachi carregando o sobrinho.

XXXXXX

–A vida é irônica, não é? – indagou Ino. –Gaara tinha uma quedinha por você, mas você gostava de Sasuke, e ele namorava Saya.

–É. – concordou Sakura se lembrando daquela época. –Agora vou me casar com Sasuke, você e Gaara estão namorando, e o restante da turma está formando par.

Todas riram.

–Quando a casa ficará pronta, Sakura?

–Talvez em um mês, Temari. – ao dizer, saiu da frente do espelho, e espreguiçou-se com demora.

–Aquela casa é linda! – comentou Hinata em meio a um suspiro. –Tem ar de romance.

–E de poeira. – falou Tenten movimentando o cabelo de um lado a outro, indecisa. –Deixo solto ou faço os coques?

–Eu prefiro vê-la careca a encarar esses coques ultrapassados numa festa tão elegante.

–Ino está certa, Tenten. – comungou Sakura atraindo a atenção da morena. –Você fica mais bonita com os cabelos soltos.

–Será mesmo? – perguntou-se intrigada, no entanto, preferiu deixar os cabelos castanhos soltos.

–Podemos entrar?

–Entra, pai! – pediu Sakura escancarando o sorriso. –Já estou pronta.

–Ótimo, por que Sasuke está quase subindo para ver o que aconteceu com a noiva. – brincou Kentaro abraçando a filha.

–Seu pai está um pouquinho tenso, filha. – revelou Aihara na mesma situação. –Vamos descer.

–Ah! Desçam e esperem por mim lá embaixo.

–O que você vai fazer? – perguntou Kentaro tão curioso quanto os demais.

–Sasuke me deu um perfume novo e eu quero usá-lo hoje. – explicou indo ao lugar onde deixara o pequeno vidro de perfume, e mal percebera que já estava sozinha. –Como eu pude me esquecer? – perguntou-se tirando o perfume da embalagem.

–Bonita festa.

Sakura assustou-se com a voz atrás de si, mas não se virou para a pessoa que adentrava o quarto.

–Como entrou aqui?

–Pela porta da frente, como todos os convidados.

Sakura se virou para trás e deu de cara com Saya, vestida elegantemente, como se fosse um dos convidados.

–Eu não acredito que Sasuke ou Itachi te convidou...

–Dei meu jeito. – disse levando a taça com champanhe à boca. –Olha só para você; morando em uma casa enorme, prestes a se casar, e não fez muito para chegar até aqui. Sabe, se eu tivesse sido mais esperta, eu também teria dado um filho a Sasuke, e teria desfrutado de tudo isso.

–Em pensar que um dia eu cheguei acreditar que você realmente o amava. – Saya sorriu cheia de deboche. –Eu deveria ter ficado ao invés de ter fugido.

–Você sabia que não podia competir comigo.

–É? – Sakura olhou-a de cima abaixo, mantendo um olhar sarcástico sobre Saya. –Eu não precisei competir com você, Sasuke me escolheu de livre, e espontânea vontade.

Sakura vira o sorriso falso de Saya tomar um fim drástico. Segundos seguintes, a mulher apertou os dentes com força, frisando sobre Sakura um olhar embriagado pelo ódio.

–Esse casamento é um circo, assim como foi seus encontros com ele! É só eu estalar os dedos e ele voltará correndo para mim.

–Por que você não tenta fazer isso agora?

Saya respirou fundo, decidindo-se ir embora. –Espera pra vê quem ele vai procurar depois. – debochou dando as costas, mas parara bruscamente ao vê a passagem da porta sendo bloqueada pelo grupinho que ela chamava de ralé.

–Viemos por que sentimos o cheiro de poleiro. – disse Temari com um olhar desafiador.

–Deixem-na ir embora, meninas. – pediu Sakura recebendo olhares críticos. –É melhor você ir, Saya. Não quero escândalos no meu casamento.

Sem contestar a ordem da noiva, Saya pisou fundo, e deixou o quarto antes que mais alguém resolvesse surpreendê-la.

–Por que ela teve que aparecer aqui justamente hoje?

–Não se estresse. – Ino segurou-a pela mão e levou-a a porta. –Sasuke está esperando por você.

–É bem capaz de ele vir te buscar se você demorar mais um pouco. – brincou Hinata.

–Céus! – Sakura aumentou os passos e logo chegara ao topo da escada. Na sala, seus pais a aguardavam. –Agora estou realmente pronta.

–Cuidado ao descer! – Mikoto surgiu na sala de repente, ao lado do marido.

–Está tudo bem?

–Sim, senhor Fugaku. – respondeu Sakura prontamente. –Ouve um imprevisto. - explicou chegando ao centro da sala.

–Nesse caso, vamos todos para o jardim. – ansiosa Mikoto ajeitou de leve o penteado de Sakura. –Vamos, querida?

–Oh! – Sakura sorriu ao ser levada ao jardim por Mikoto. –Não é melhor meu pai fazer isso?

–Desculpe. – sorriu olhando a todos com constrangimento. –É o primeiro casamento de um dos meus filhos, e é engraçado por que eu jurava que Itachi se casaria primeiro que Sasuke.

–Vamos, Mikoto. – Fugaku pegou-a pela mão gentilmente e a conduziu ao jardim, onde a cerimônia aconteceria.

–Você está linda! – elogiou Mikoto antes de deixar a casa.

Assim que todos deixaram a sala, Kentaro deu o braço à filha, e sorridente ela enlaçou o seu ao dele.

–Está nervosa?

–Um pouco.

Kentaro sorriu, sabia que Sakura estava muito nervosa.

–Nunca pensei que nossas vidas dariam tantas voltas. – Sakura olhou-o. –E ainda choraremos e sorriremos em diversos momentos da vida, mas...

–Mas sempre seremos uma família.

–Sim. Sempre. – ele beijou-a na testa, e respirou fundo, preparando-se para entregar seu maior tesouro.

XXXXXXX

Anos depois...

Passos célere adentrou a sala, deixando para trás rastros de água. Temendo ser surpreendido pela pessoa que o procurava, o garoto de expressão travessa olhou para todos os lados, e vira que as cortinas dariam um belo esconderijo, então se enfiou detrás dela.

–Estou vendo sua silhueta, Daisuke.

Sasuke calmamente abaixou o jornal do rosto e ficou observando o filho atrás das cortinas.

–Não tem ninguém aqui chamado Daisuke, pai. – rebateu o garoto, fazendo o pai sorrir.

–Cadê ele?

Sasuke se virou para trás e flagrou o estado da esposa. Sakura respirava com oscilação, os cabelos e as roupas estavam molhados. Os pés estavam descalços, também molhados, e levemente sujos de terra.

–Olha seu estado em plena manhã de sábado.

–Culpe seu filho, Sasuke! – disse subindo até o meio da escada, mas voltara decidindo-se a procurar o filho pelo andar de baixo. –Ele me deixa louca no verão. Só quer viver dentro da piscina e a consequência disso é rastros de água por toda casa.

–Seja mais firme com ele ao impor suas regras.

–Eu sou firme.

–Não é o que vejo. – Sasuke segurou a esposa pela mão, obrigando-a a cair no seu colo. –Fiz uma reserva para nós dois naquele restaurante que você adora.

–Então cancele. Amanhã é a festa de aniversário de Daisuke, estou muito atarefada. – o cansaço começava a ser evidente. –Meus pais vão chegar de viagem hoje, irei às compras com sua mãe e Daisuke, e vou conversar com o pessoal do buffer no final do dia. – suspirou achando que seria engolida por tanta tarefa. –E não posso esquecer o trabalho da faculdade.

–E o que você quer que eu faça?

–Agora? – indagou sorridente.

–É.

–Quero que você me beije.

Muito perto de onde os pais estavam Daisuke assistia à cena do beijo com incredulidade no olhar. O garoto pensava como sairia dali sem ser visto; e precisava ser o mais rápido possível.

–Nem pense em fugir de mim, rapazinho.

Sakura se levantou do colo de Sasuke e foi ao filho.

–Oi, mãe. – ele sorriu travesso para ela.

–Sem sorriso, Daisuke. – agachou-se encarando os olhos verdes do filho. –Não combinamos de irmos à loja?

–Eu não quero ir. Vou ficar com o papai.

–Eu sinto muito, Daisuke, mas tenho que sair com seu tio Itachi.

Daisuke cruzou os braços, emburrado pela falta de sorte.

–Você vai à loja comigo e sua vó. Sabe por quê? – perguntou segurando-o pela mão. –Eu não quero que você reclame da decoração da sua festa, por isso, eu vou deixar que você escolha tudo sozinho.

–Tudo? – indagou gostando da ideia.

–Exatamente tudo. – confirmou arrancando um sorriso escancarado do filho.

XXXXXX

–Olha aquela máscara, mãe!

–Fique por perto, Daisuke. – pediu Sakura já que a loja estava cheia. –Obrigada por ter vindo, senhora Mikoto.

–Eu não poderia ficar de fora disso. É o quinto aniversário do meu neto. – olhava o neto que parecia está perdido em meio à variedade de coisas. –Fugaku está planejando tirar férias da empresa.

–Isso é ótimo! Qual foi a última vez que vocês viajaram juntos?

–Daisuke tinha três anos e só ficamos fora vinte dias. Dessa vez vamos bater o recorde de tempo.

–A senhora está certíssima! – ambas sorriram.

–Achei uma coisa muito legal! – anunciou Daisuke.

–Estamos indo, querido. – disse Mikoto indo ao encontro do neto. –Isso é bem bonito.

–Eu acho que não é para crianças da sua idade. Espere aqui, eu vou falar com uma vendedora. – Sakura logo avistou uma funcionária, arrumando uma prateleira distraidamente. –Por favor. Meu filho está interessado em um brinquedo, mas...

Sakura ficara desorientada ao receber atenção da tal vendedora. A sua frente, depois de tantos anos sem ter notícias da mesma, estava Saya. Ela estava bem diferente, reparou Sakura. Os cabelos negros estavam curtos, e pela testa caía uma franja de formato irregular. Usava óculos de grau. Os olhos que um dia fora castanho passara a ser pretos.

–Saya... – murmurou desnorteada.

–Você dizia? – perguntou virando-se inteiramente para Sakura, deixando a gravidez saliente.

–Bem, é um brinquedo...

–Mãe! – Daisuke apareceu correndo. –Vem logo!

Saya encarara fixamente a figura do menino a poucos passos dela. Ele era muito parecido com Sasuke, mas os olhos eram semelhantes aos de Sakura.

–Você vai ter um bebê?

Saya engoliu a seco, não sabia o que responder àquela criança esperta.

–Sim.

–Uh. – murmurou Daisuke com um olhar curioso. –Meu pai e minha mãe vão ter um bebê também. Eu quero ter um irmãozinho.

–Daisuke... – constrangida Sakura segurou a mão do filho, disposta a tirá-lo de lá. –, precisamos ir.

No caminho, Sakura chegou a olhar para trás, mas Saya havia sumido. Era espantoso vê-la daquela forma, como uma simples e humilde vendedora.

XXXXXX

Dia seguinte.

–Esse ano tem bem mais criança que os outros.

Da janela do quarto, Sakura observava a agitação das crianças na piscina.

–Todos os nossos amigos tiveram filhos. – Sasuke abraçou a esposa pela cintura. –E em breve a esposa de Itachi dará a luz.

–É verdade. – virou-se abraçando o marido pela nuca e levemente uniu os lábios aos dele. –Daisuke está sonhando com um irmãozinho ou uma irmãzinha.

–E o que você acha disso?

–É uma ideia maravilhosa, no entanto, ficará no planejamento até o fim da minha faculdade. – ficando nas pontas dos pés, Sakura beijou a testa de Sasuke com delicadeza, e da mesma forma, beijou a ponta do nariz, sussurrando palavras que somente dizia na intimidade do casal. –Cinco anos se passaram e meu amor por você continua multiplicando. Parece que foi ontem que te conheci e me apaixonei por você instantaneamente.

–Desde aquele dia, fui fisgado como um peixe ingênuo. – Sakura sorriu. –Eu te amo.

–Eu também te amo. – Sakura beijara o marido de forma desejosa, sendo que não tivera oportunidade de namorá-lo naquela semana turbulenta. Entretanto, ao abrir os olhos, viu Daisuke encostado à porta, assistindo à cena com as bochechas coradas. –Sasuke, temos um telespectador.

Sasuke afastou-se de Sakura, virando-se para o filho.

–Pensei que você estivesse com seus amigos.

–Eles choram muito! – disse especialmente ao pai.

–Eles são mais novos que você, terá de ter um pouco de paciência. – explicou Sasuke segurando a mão do filho.

–Seu pai está certo, querido. – Sakura acariciou a cabeça do pequeno e depositou um beijo singelo em sua bochecha. –Vamos nos divertir todos juntos?

–Sim! – gritou segurando as mãos dos pais.

De mãos dadas, a família juntou-se a parentes, amigos, e convidados.

ᵜ Fim ᵜ


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