Com Amor escrita por Kiri Huo Ziv


Capítulo 1
Primeira Carta




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Queridos papai e mamãe,

Sei que estão mortos, mas vovó diz que escrever é um bom jeito de mostrar o que estou sentindo para outras pessoas e acho que as únicas pessoas para quem quero mostrar meus sentimentos agora são você. Ela diz que agora não preciso enviar cartas pelo correio-coruja para me comunicar com vocês, mas não sei se acredito nela. Talvez, eu pegue Fuchsia emprestada sem que vovó saiba, ela nunca deixou de entregar uma correspondência!

Acho que vovó deixou escapar essa história de escrever ser uma boa maneira de dizer o que estou sentindo porque estava um pouco chateada comigo. Ela queria que eu aprendesse a ler e escrever, mas não tinha nenhuma graça ficar em casa tentando se lembrar dos vários sons do “s” e, sempre que vovó saía da sala para buscar algo para comer, eu fugia para o meu quarto e tentava mudar minha aparência para ela não me reconhecer. Nunca funcionou.

Então, vovó disse que eu poderia escrever sobre meus sentimentos e caiu a ficha: eu poderia escrever para vocês quando aprendesse como se fazia. Ouvi-a contar para o Harry ontem o quanto eu havia progredido em tão pouco tempo e achei que já estava na hora. Não sei muito bem o que significa “progredir”, mas acho que é uma coisa boa, porque ela estava sorrindo.

Eu contei ao Harry o que estava fazendo e pedi que lesse a minha carta e corrigisse todos os meus erros. Eu ainda não sou bom em escrever, mesmo tentando bastante por vocês. Harry disse que corrigiria por mim, apesar dele achar que vocês não se importariam com os erros porque estariam felizes demais com o fato de eu ter escrito uma carta para vocês. Não sei se é verdade, mas decidi não me arriscar, não quero que vocês pensem que sou burro. Ele me contou que os pais dele também morreram quando ele era bebê, por isso eu pedi a ele e talvez por isso ele tenha aceitado fazer.

Papai e mamãe, eu queria começar dizendo que tenho nove anos. Não sei se vocês conseguem contar os anos do lugar onde estão, então é melhor eu dizer. Eu sei que nove anos parece muita coisa para um garoto que está aprendendo a escrever, já vi muitos garotos mais novos que eu escrevendo cartas, mas eu nunca tive paciência de aprender e ninguém nunca me forçou até agora.

Eu moro com a vovó desde que vocês morreram e foi ela que me ensinou que não posso comer doces antes do almoço, que preciso ser educado com as pessoas mais velhas e que não posso mudar minha aparência na frente dos trouxas que são nossos vizinhos.

Tenho alguns amigos trouxas, aliás. Eles não sabem que eu sou bruxo, mas acham a minha casa muito esquisita por não ter um computador, uma televisão ou mesmo eletricidade. Já pedi a ela uma vez que me deixasse ter uma televisão, mas vovó diz que não devo ter coisas trouxas, pois não poderei levá-las comigo para Hogwarts daqui três anos e sentirei falta se tiver agora.

Vovó é chata com muitas coisas, ela tem muitas regras. Mas eu realmente a amo e sei que ela quer o meu bem, por isso, eu só desobedeço quando realmente preciso. Como agora.

Harry também sempre aparece por aqui. Ele é meu padrinho e, apesar da vovó ser amiga dele, ela diz que foram vocês que o escolheram para mim. Por isso, eu queria dizer “obrigado”. Harry é o melhor padrinho do mundo, ele está sempre aqui e gosta de me levar para tomar sorvete, me ensinar a andar em uma vassoura de verdade e contar histórias das aventuras dele. Ele tem dois filhos, James tem três anos e Albus tem um ano, eles são como irmãos para mim e eu sou como um irmão para eles também, porque todos sempre agiram como se fôssemos de verdade.

Harry nunca mentiu a respeito de nada para mim, como os adultos costumam fazer. Quando eu perguntei como são feitos os bebês, ele me mostrou um livro com desenhos explicando – ainda não entendi muito bem como funciona, mas eu vi que ele estava dizendo a verdade. Vovó me contou uma história engraçada sobre cegonhas que qualquer um saberia que é mentira, mas sei que ela só não sabia como explicar de um jeito que eu entendesse.

Só que, apesar de eu amar o Harry e a vovó, as pessoas que eu mais amo no mundo são vocês. Eu sei que é maldade com eles, porque realmente se esforçam muito, mas eu não posso evitar. Vovó me contou que vocês morreram para que eu fosse feliz e, desde que eu descobri isso, não consigo amar ninguém como amo vocês. Espero que o Harry não fique triste comigo quando ler isso, mas eu precisava escrever; mas talvez ele entenda, porque os pais dele também morreram quando ele era bebê.

É difícil crescer sem conhecer vocês. Parece que todas as histórias que eu ouço não vão ser o suficiente para eu deixar de sentir a sua falta. E, também, é injusto que exista uma pessoa que conheça tão bem você, mamãe, e não tenha ninguém que possa falar tanto sobre você, papai.

Além disso, eu realmente queria que vocês me ensinassem a voar em uma vassoura ou sobre como eu devo respeitar os mais velhos. Não que vovó e o Harry não sejam ótimos, é só que eu sinto falta de ter um pai e uma mãe, como todo mundo. Mas queria que vocês soubessem que eu entendo e que eu amo vocês. E que eu sou feliz, apesar de sentir a sua falta.

Com todo amor do mundo,

Teddy Lupin

PS: Harry leu essa carta e descobriu que eu sentia falta de pessoas que pudessem falar sobre você, papai. Ele pediu para a professora McGonagall, de Hogwarts, vir me contar algumas coisas sobre como você era quando foi aluno dela. Vamos nos encontrar em Hogwarts, no próximo fim de semana – mal posso esperar para conhecer o castelo!


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Notas finais do capítulo

Essa é uma história que eu comecei a escrever há alguns meses.

Remus e Tonks são minhas personagens favoritas e eu sempre tive curiosidade de saber o que ocorreu com o filho deles, o Teddy. Então, resolvi criar algo e, disso, saiu essa fanfiction.

Espero sinceramente que vocês gostem, ela está dividida em seis cartas do Teddy e um pequeno epílogo, muito diferente e muito semelhante.

Obrigada a todos que leram até aqui. Positivamente ou negativamente, não deixem de comentar.



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