Darker Than Black escrita por MsRachel22


Capítulo 20
...so on Earth as in Heaven...




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...assim na terra, como no céu...

             ¶ [22:00] 17/12 — Agora, Zona 3, Alojamento, Muralha, Floresta de Nakanocho

  O contêiner era insuportavelmente quente, apertado e lhe causava claustrofobia. A mobília estava resumida a três itens: duas cadeiras e uma mesa. As algemas estavam apertadas nos pulsos, a pele ferida da extremidade dos braços coçava e ardia em contato com os dentes de aço, mas nada era pior do que aquela maldita lâmpada balançando como um pêndulo.

  O pulsar em sua nuca havia se transformado numa dor de cabeça pulsante, os fios do couro cabeludo roçavam no ferimento e lhe causava agonia. Se ela analisasse bem a situação estava naquele lugar há horas, e nem sabia muito bem por que havia ido parar ali em primeiro lugar.

  A última coisa que se lembra é que estava indo até o quarto de Naruto, poria as merdas em pratos limpos de vez e agiria como uma pessoa adulta e civilizada (palavras interessantes para o fim do mundo) com o lunático do irmão.

  Mas a sensação de estar sendo seguida não a abandonou enquanto percorria metade do trajeto e, assim que Karin espiou por cima do ombro, foi abordada por um homem de cabelos repuxados para trás e olhos maliciosos. A frase típica de “Você tem que vir comigo” foi dita, as orientações de Karin sobre onde ele devia enfiar aquela ordem foram ditas sem hesitação e foi aí, nesse exato momento em que ela mandava que ele enfiasse alguns dedos no meio da própria bunda, que as coisas ganharam um tom de suspense e ficção.

  Karin foi algemada e largada dentro daquele cubículo quente, abafado e com a luz instável, que lançava seus feixes da esquerda para a direita como numa balada. Bem-vinda à discoteca Muralha! Aqui você vai sentir na pele como é ser um personagem do 24 Horas, com direito à sala de interrogatório e técnicas de intimidação!

  A porta foi aberta e três homens passaram, todos armados e fedendo; o mais alto deles – o mesmo agente secreto do penteado puxado para trás – puxou a cadeira livre e sentou, pôs as mãos sobre a mesa de madeira enquanto relaxava a postura.

— Desculpe a demora senhorita, mas você lembra que eu disse que demoraria, não é? — Hidan disse aquilo como se estivesse atrasado para um café da tarde, e não para um interrogatório. — Eu sou um homem de palavra, senhorita. Meu Senhor sabe disso.

— Vai ser o seu deus ou você quem vai fazer as perguntas, senhorita? — um sorriso cínico repuxou seus lábios e Hidan encarou-a em silêncio. — Porque se for ele, já passou do horário comercial, entende?

— Essa não é a forma como quero conversar com você, senhorita... — embora ele transparecesse tranquilidade, seu rosto havia endurecido rapidamente e seus lábios formavam uma linha fina.

— Então tira essas porras! — Karin chacoalhou os pulsos freneticamente e deu um tapa brusco sobre a mesa, a corrente tilintou assim que foi esticada ao máximo e os dentes de aço se enterraram mais ainda em sua pele. — Se você quiser conversar, seu marica de merda...

— Cuidado com...

— ...acho melhor você tirar esse pau do seu rabo e fazer o seu trabalho de merda direito!

— ...A LINGUAGEM! — a voz dele se sobrepôs ao volume da dela; no instante em que ele esmurrou a mesa e seu rosto ganhou um tom vívido de vermelho, Karin levantou de supetão e ergueu os punhos cerrados.

  Os dois homens de guarda ergueram os revólveres com rapidez e os puseram na mira da ruiva automaticamente, o silêncio amenizou a tensão e a raiva enquanto Karin e Hidan se encaravam à espera de que um deles saltasse sobre a mesa – a única coisa dentro daquele contêiner que os separava fisicamente, além dos guardas armados – e atacasse.

  Se não conseguir enfiar as unhas no pescoço, ao menos cegue o desgraçado. A descarga de adrenalina liberada por seu organismo foi suficiente para aumentar seus batimentos cardíacos e aquecer seus músculos para uma fuga ou uma luta. Karin analisou os três homens que a intimidavam, quis ser rápida para montar uma estratégia e derrubá-los ou causar o tanto que pudesse de estrago no Senhor Agente Secreto antes de ser nocauteada.

  Ou pior, cara Uzumaki. Já passou pela sua linda cabecinha ruiva que os homens tendem a usar a cabeça de baixo?

— Violência não é necessária, senhorita. — Hidan falou pausadamente, inspirando oxigênio e expulsando-o em pausas contadas. — Vê? Não posso tirar as algemas, já que você não colaborou até agora em nada... Sente-se — ele apontou para a cadeira que ela tinha empurrado para o lado de supetão e observou a hesitação de Karin. — Eu não quero machucá-la, senhorita.

— Mentiroso — o tom de desprezo foi o que mais irritara, além daqueles lábios repuxados num sorriso cruel e cínico que mostrava os dentes. Hidan respirou fundo e pediu intervenção divina para aplacar a ira, mas o bom Senhor também sabia que ele não havia sido feito da mesma matéria divina de bondade, e sim de carne e osso.

  Hidan respirou fundo e alinhou os fios prateados do cabelos com extremo cuidado, pôs as mãos sobre a mesa quando Karin sentava outra vez. Retome o controle, retome o controle, rapaz...

— Eu não quero machucá-la, senhorita. O bom Senhor abomina a mentira, mais do que todas as coisas e, que Deus condene minha alma se eu distorcer a Sua palavra, mas eu não sou mentiroso — ele se inclinou sobre a mesa lentamente e seus olhos, pequenos e astutos, brilhavam de raiva pela única palavra proferida por Karin. Ela ficou em silêncio, o sorriso repuxando mais ainda os lábios conforme ela inclina o rosto e murmurava:

— Então vocês dois vão passar um bom tempo queimando lá embaixo.

  Hidan desviou o olhar rapidamente, tentando controlar a vontade de surrá-la por tamanha blasfêmia enquanto sua cabeça recitava o conselho que lhe mantivera vivo e ao lado de homens poderosos durante seus vinte e seis anos de serviço militar. Retomar o controle não era o que estava acontecendo e Hidan sentiu a dúvida abalando sua convicção.

— Eu apreciaria muito mais se você resolvesse colaborar comigo, senhorita — ele retomou o tom de voz calmo e foi necessário algum tempo até que sua expressão se assemelhasse a algo próximo da amabilidade. — Você só precisa me contar a verdade e poderá sair daqui.

— Sem pegadinhas? — o tom de desprezo persistira.

— Sem pegadinhas. Apenas me responda o que foi que aconteceu durante a busca por suprimentos da semana passada e tudo isso não vai passar de uma lembrança distante.

  Karin estreitou os olhos e analisou o homem do outro lado da mesa, a forma como os olhos dele também a estudavam e como ele se esforçava para fazer daquilo uma conversa casual entre velhos amigos. O suor brotava das têmporas e escorria em filetes pela testa, as mãos dele estavam entrelaçadas sobre a mesa e o rosto era uma máscara de amenidade.

  Não, não, não. Não senhor! Nem pensar que isso é sobre a creche e toda a merda que aconteceu com o grupo de busca do Naruto. Chame de retaliação se quiser, chame até mesmo essa merda toda de armadilha, mas...

  Mas ela sabia exatamente o que era, o terror assombrou seus pensamentos e enrijeceu mais ainda seus músculos quando ela percebeu o quão vulnerável estava e, não pela primeira vez na vida, odiou sua voz assustada quando deixou escapar:

— É uma mensagem.

— O que você disse?

— Eu... — Karin ergueu o olhar para o homem astuto do outro lado da mesa e sentiu a primeira centelha de pânico surgir, o ar lhe pareceu pesado de aspirar e a presença daqueles três homens a intimidou. — Eu vou contar o que aconteceu. — Ela levou tempo demais para completar a frase e soou mais abalada do que pensou.

  O relato foi curto e extremamente preciso, a história era a mesma que havia combinado dias atrás: todos percorreram uma parte da estrada juntos, ela e seu irmão se separaram, não havia nada na creche e então seu trio decidiu dar meia volta. Os olhos de Hidan a analisaram como se ela fosse uma obra de arte surrealista e colorida, não demonstravam o mínimo de emoção e seu rosto transmitia a mais pura e sorrateira descrença.

  Foi aí que Karin soube – da mesma forma quando acordou chapada no meio da cidade, meses atrás – que não havia ajuda e menos ainda garantias de que ela sairia ilesa.

  Ah, esperança... Sua vadiazinha egoísta! Você não morre, não é?

— Por que você não me conta o que realmente aconteceu lá, senhorita? Por que insiste em mentir? — A voz dele denotava cansaço, mas havia um quê de divertimento no olhar de Hidan, ele espalmou as mãos sobre a mesa e se inclinou outra vez.

— Ah, é mesmo... Quase me esqueci! — um sorriso de alívio apareceu no rosto de Karin e sua voz soava alegre, ela agitou as mãos algemadas como se o dispositivo mecânico não estivesse nos seus pulsos. — O seu garoto sniper... Qual é o nome? Uchiha? É, acho que é isso... E também tinha o maníaco com a bala tatuada na testa? Porra! Gaara! Isso! — ela se ajeitou na cadeira, o sorriso alargando. — A gente decidiu fazer um menáge ali mesmo, sabe? Aliviar a tensão, esse tipo de merda...

— Eu já a avisei...

— Que porra você achou que aconteceu, garotão? Você acha que ver um bando de crianças mortas me dá tesão? Acha que é isso que molha calcinhas, seu marica de merda?! — Ambas as vozes se elevaram enquanto os risos discretos dos outros dois homens ecoavam no contêiner. — E eu já avisei que é melhor você tirar esse pau da sua bunda e trabalhar direito senhorita, antes que eu decida enfiá-lo mais fundo aí dentro!

  Apesar de todas as suas tentativas em manter a calma e agir como o homem instruído e racional que seu bom Senhor sabia que o era; apesar de ter ouvido toda a história da garota Uzumaki; apesar de pedir incansavelmente que aquela mesma garota tomasse cuidado com a linguagem; apesar de clamar mentalmente ao seu Deus que lhe livrasse do pecado da ira e de suas consequências pecaminosas e ímpias que, certamente, faziam parte de uma tentação maquiavélica a sua índole – apesar disso tudo, Hidan não conseguiu não dar ouvidos ao demônio em seu ombro que lhe dizia para seguir o conselho da garota Uzumaki.

  O barulho da cadeira sendo empurrada foi alto o suficiente para fazê-la ficar quieta, mas os lábios se repuxaram em outro sorriso largo de zombaria. O mesmo tipo que exibia os dentes e lhe dava um ar arrogante, como se ela soubesse de um segredo podre de Hidan e esperava o melhor momento para jogá-lo na sua cara.

  Ele contornou a mesa e pôs uma mão sobre o ombro de Karin, sentiu o tremor do músculo e sua rigidez debaixo de sua palma; seus dedos apertaram-na com força e ele se inclinou sobre ela, o rosto estava colado ao pescoço dela.

— Última chance Uzumaki — sua voz era calma, mal passava de um sussurro. Seus dedos a apertaram e subiram para o pescoço com suavidade, a pele arrepiou involuntariamente e ele notou a respiração de Karin ficar ofegante, o medo brotando nela como suor. — O que aconteceu?

  O silêncio sempre fora um sinal a seu favor, uma indicação de que ele estava tomando as rédeas da situação e, a partir daquele ponto, a relação interrogado-interrogador seria a de praxe: ele teria o controle - uma dádiva concedida apenas aos verdadeiros seguidores do bom Senhor, como ele já o era -, manteria-o em seus dedos o tempo todo e aquele interrogatório acabaria.

  Mas quando Karin Uzumaki virou o rosto não foi a usual expressão amedrontada que encontrara ou a recorrente hesitação, mas aquele maldito sorriso cínico, o brilho de superioridade nos olhos e as bochechas risonhas.

— Eu juro pelo seu deus que eu vou arrombar a sua bunda.

  O baque a deixou tonta de início, seu nariz e o lado esquerdo latejavam em pequenas ondas de dor, o metal gélido era bem-vindo contra o rosto e parecia que sua cabeça ia ser esmagada daqui a pouco. O golpe foi rápido e a pegara desprevenida; seu pescoço foi puxado de volta com mais força ainda, era a mão de Hidan que guiava para onde ela devia olhar.

  Uma bolha de sangue saiu das suas narinas quando Karin tentou respirar, seu gemido de dor se transformou numa risada insana de bêbada. Hidan bufava e dizia alguma coisa, se inclinou outra vez, murmurando a mesma pergunta com o mesmo tom sussurrado inquisidor.

— Me... chupa... seu puto!

  O acesso de fúria o dominou completamente quando ele repetiu o golpe, o atrito foi mais violento dessa vez e seus dedos fincaram mais ainda no pescoço da ruiva; Hidan a puxou até quase deitá-la sobre a mesa de metal, as correntes das algemas arranhavam a superfície conforme Karin se mexia, desesperada para sair daquela posição.

  Seu corpo gelou quando ela sentiu a outra mão dele em seus quadris, forçando-os para baixo; a adrenalina bombeava seu sangue enquanto ela agitava mãos e pernas, a parte superior do corpo era praticamente inútil e estava imobilizada por Hidan. O cano gélido da arma na sua testa foi outro fator que transformou o medo em pânico.

  Não, não, não! Não! A sensação de poder que crescia como um parasita em Hidan lhe era familiar, mas como o homem temente que era, ele sabia que aquele era um lembrete divino de sua natureza humana tendenciosa para o pecado. A mão esquerda — de Deus, como gostava de chamá-la – acariciou a espinha de Karin com calma, a excitação tomou conta dele enquanto ouvia os grunhidos e o arranhar da algema contra a mesa.

  Como é mesmo aquela música? Posso ter uma testemunha?

  Não, não, não! Não! PORRA NÃO! Mal soergueu o rosto com o apoio das mãos e sentiu o sangue encher o céu da boca, numa explosão com gosto de ferrugem e sal; o queixo havia sido acertado quando a mão de Hidan a empurrou pela nuca, subjugando-a outra vez num misto de horror e nojo enquanto os dedos dele desciam a curva da sua espinha e se metiam dentro da camiseta.

— Eu não gosto de violência, Uzumaki... Eu não sou um homem assim — ele murmurou numa voz rouca e o tom era confessionário, a excitação dele aumentou quando os dedos tocaram a pele nua das costas dela. — O meu Deus odeia a mentira e mais ainda o mentiroso, é o que Ele diz. Eu sou só a ferramenta nessa terra...

(Can i get a witness?)

  NÃO! NÃO GRITE! NÃO GRITE! NÃO GRITE! VOCÊ NÃO VAI!

  Ela mordeu o lábio inferior conforme as lágrimas deslizavam gélidas e contínuas pela ponta do nariz. Outro baque e ela sufocou o grito de dor e pânico num grunhido de animal ferido, o lado esquerdo do rosto foi esmagado contra a mesa; a bile subiu quente pela garganta e se misturou com o sangue na boca.

  Posso ter uma testemunha? Não é assim?

  A respiração frenética dela aumentou a pressão na virilha dele, um sorriso de satisfação tomou conta do rosto do soldado conforme o pulsar na braguilha se tornava mais intenso. Ele alcançou o botão da calça jeans que ela usava e se inclinou ligeiramente sobre ela, sentindo os músculos tensos das costas, as pernas agitadas e o tronco remexendo inquieto, tentando se livrar daquela posição, tentando evitá-lo a qualquer custo.

  Ele mal percebera que a porta havia sido aberta até sentir a corrente de ar frio que circulava no contêiner, seus dedos estavam parados sobre o zíper dela e Hidan virou a cabeça na direção da única saída.

— Desculpe interromper Hidan, mas pegamos a menina como o senhor mandou.

  Hidan se afastou bruscamente de Karin, ajeitou meticulosamente a própria roupa e passou os dedos nos cabelos, alinhando-os algumas vezes antes de arregaçar as mangas da camisa que usava. Ele apenas acenou para o homem parado na porta e esperou que ele se afastasse, encarou os outros que serviam de guarda e apontou para a saída automaticamente.

  Karin não ousou se mover, sentia o queixo tremendo violentamente e as mãos cerradas em punho contra o peito; não desviava os olhos da superfície metalizada em que seu corpo estava e não sentiu nada além do medo consumindo-a.

— Vou precisar deixá-la novamente, senhorita Uzumaki — o tom cordial e afável havia reaparecido com incrível facilidade, Hidan ajeitou os cabelos mais uma vez enquanto dava a volta na mesa e se inclinou até que visse o rosto de Karin. — E como você já sabe, eu sou um homem de palavra... É a palavra divina que me guia, senhorita. Foi ela quem me trouxe até você e é quem me leva até a sua filha. — O sorriso apareceu com facilidade, o brilho astucioso no olhar dele não escondia a excitação que sentia enquanto observava Karin. — Se ela for uma mentirosa como você... Se ela for tão parecida assim, então eu não tenho outra escolha além de puni-la conforme a vontade do bom Senhor.

— Eu vou... te matar...

  Ele sorriu mais largamente, sentindo o controle acomodando sobre seus dedos como um tecido confortável ao toque apesar de gasto; levantou com calma e precisou que a voz divina o mandasse fazer o seu trabalho antes que decidisse desfivelar o cinto da calça e retomar a posição entre as pernas abertas da ruiva.

— Isso também não é verdade, senhorita Uzumaki — ele retrucou e inclinou a cabeça, analisando-a com malícia. — Porque sou eu quem vai promover o encontro entre você, sua filha e o bom Deus.

[23:28] 17/12 — Agora, Zona 3, Alojamento, Muralha, Floresta de Nakanocho

    A sensação de torpor foi abalada com a descarga súbita de adrenalina, meu cérebro levou algum tempo para associar aquela informação e os eventos recentes. Eles a pegaram. Não sei se alguém – Kankuro? Hinata? – tentou me conter antes de eu passar abruptamente pela porta e olhar desorientado pelo corredor.

  Eles a pegaram.

  Decidi ir pela direita até encontrar as portas duplas que davam lá fora, mas nada fazia sentido e parecia que alguém havia trocado as coisas de lugar. O barulho foi outro fator que eliminou o torpor inicial, tudo o que eu conseguia escutar eram passos – meus? De quem? – e depois disso a minha respiração alterada.

— ...falar com você... — não notei Gaara, o irmão caipira de Kankuro, parado na minha frente e menos ainda registrei o que ele havia dito antes disso. Forcei minhas pernas a se moverem adiante, mas o ruivo caipira me puxou pelo ombro. — Que merda você tem na cabeça? Está me escutando?

— Eu não tenho tempo — balbuciei sem saber exatamente se aquilo era uma resposta para a pergunta dele ou se era uma sentença óbvia para mim mesmo. Tentei retomar meu ritmo, mas o ruivo me impediu outra vez, empurrei-o e prossegui.

  Alguém havia me dado um belo murro no meio do queixo e me jogado numa dimensão louca em que o lugar zona-segura sempre fora o núcleo dos monstros, a casa amaldiçoada. E, a melhor parte de todas, era que havia um louco - um puta maníaco, pra falar a verdade - comandando o show de horrores e bancando o cientista maluco o tempo todo, com direito a usar humanos como cobaias e merdas do tipo.

  Eu não sabia o que fazer quando um de nós fosse pego. Não havia plano para esse tipo de coisa, como não havia manual de sobrevivência pós-tiro no começo do fim do mundo. Viva e deixe morrer, como a música, filho... É assim que se faz.

  Se a porra do meu ego não fosse tão grande e a minha necessidade de bancar o macho alfa não fosse tão absurdamente presente, talvez não tivesse sido tarde demais e talvez eu não tivesse tomado a decisão da qual me arrependeria depois.

— O que você quer? Eu não tenho tempo.

  É engraçado como o baque de saber que a minha irmã foi pega pelo cientista maluco fodeu com a minha capacidade de raciocínio. Esqueça essa merda de que o lado racional fala mais alto quando se trata de sangue, isso nunca vai dar certo no fim do mundo. Acredite.

— Eles a pegaram — aquilo mal passou de um sussurro vindo do ruivo e me fez sentir ânsia; parei de andar assim que senti vertigem e me apoiei na parede, estiquei o braço e mantive a cabeça baixa enquanto Gaara disparava: — Não conseguimos impedir, mas Ino está se esforçando para atrasar o início do vírus. Foi durante a madrugada e só descobri nesta manhã, de qualquer jeito...

  Aquela palavra – vírus – fez a ânsia retomar com mais força e senti que minhas mãos tremiam. Ele os cria, como se fossem cães. Cães infectados.

— E por que você está me contando isso? — encarei o chão e pisquei lentamente, ergui a cabeça e encarei Gaara com a mesma simpatia que reservava apenas ao Uchiha. — É parte do plano? Não basta foder com a minha família, você também quer a minha cabeça fodida? É agora que você me ameaça? — automaticamente meu corpo enrijeceu e meus punhos cerraram.

— Cuidado aí Naruto. Chamar a atenção com uma briga não vai salvá-la — um sorriso desafiador apareceu no rosto dele enquanto erguia as palmas das mãos. Duas crianças passaram correndo entre nós, os risos infantis encheram o corredor por alguns minutos e deram lugar ao silêncio. — Mas foda-se, não é da minha sobrinha que estamos falando aqui.

— Que merda você está falando? — franzi o cenho e o agarrei pelo colarinho da blusa, o sorriso dele aumentou e ele abaixou as mãos rapidamente. — De que merda você está falando?

— É melhor você me largar agora esquentadinho ou não vou explicar merda nenhuma, aí sim eu fodo com a sua cabeça. — O tom de voz dele era extremamente contido e o olhar debochado e irritadiço foram outros fatores que me ajudaram a assimilar a situação; a expressão dele não mudou quando o soltei. — A menina está na parte de observação com Ino.

— Quem é a porra da Ino?

— É a porra da mulher que está mantendo a pirralha saudável — ele retrucou. — Nós podemos ir agora ou você tem mais alguma pergunta? Ótimo. Agora não faça muito barulho e fique quieto, a menos que você queira acordar a cavalaria toda. Sinta-se livre para ser idiota, amigo.

   Karin foi pega. Jun também. Agora a pergunta que vale um milhão de euros: qual das duas você vai salvar? A drogada ou a esquisita? Qual das duas realmente vale a pena salvar? Eu não queria ter hesitado daquela forma, mas uma parte do meu cérebro ainda tentava resgatar naquela menina ruiva de olhos distantes a mesma garotinha que eu havia criado, da mesma forma que eu procurava indícios de abstinência em Karin e se havia furos recentes em seus braços.

  A real pergunta é: não seria mais fácil se Jun simplesmente se fosse de vez?

 — Naruto — Kankuro apressou os passos e vinha na direção apressado, a mão permanecia colada à coronha de sua semiautomática e os olhos dele analisaram Gaara com desprezo. — Ela está num contêiner. Ela está...

  Não...

— ...não pode ser... Não... — balbuciei tentando absorver aquela ironia do destino, murro no queixo ou qualquer merda literária para descrever quando você perde o seu mundo, o seu rumo. Onde você esconde infectados dentro de uma Muralha? Onde você os mantém? Na enfermaria, um lugar movimentado, ou dentro de caixas de metal que ninguém usa? — Como... Como você...

— Há muitos deles fazendo a vigia, pelo menos oito deles espalhados pela área — ele cuspiu as palavras quase de uma vez, tentando assimilar a quantidade de informação com a quantidade de fôlego. — Há dois brutamontes do lado de fora e dois dentro do contêiner e... Eu não vi muita coisa cara, mas tinha um cara entrando e saindo de lá, talvez...

— Como ele era? — Gaara nos surpreendeu com a pergunta e a expressão surpresa de Kankuro apenas me deixou mais nervoso ainda. Senti que meus batimentos cardíacos haviam atingido um novo nível quando processei a última parte que ele havia dito.

— Cabelo cinza, meio prata, talvez 1,90 de altura e tinha postura. Ficou segurando alguma coisa no pescoço, talvez um cordão ou uma corrente, não deu pra ver direito — Kankuro despejou as informações que tinha e apertou meu braço com força. — Ei cara, nós vamos pegá-la, vai dar tempo.

— Não vai dar. Não com Hidan — Gaara interrompeu e aquilo apenas serviu para criar mais possibilidades do que poderia acontecer a Karin nesse meio tempo. Ou você acha que esse cara só vai querer conversar sobre questões existenciais com a sua irmã? Vamos lá, não seja ingênuo rapaz! — Se você quiser pegá-las a tempo, precisamos nos separar agora.

— Pegá-las? De que merda você está falando Gaara? — a postura de Kankuro enrijeceu automaticamente e ele encarou o ruivo, talvez mais confuso do que quando eu mesmo havia feito essa pergunta.

— Eles pegaram Jun também — não reconheci aquele timbre de voz como o meu e mal senti quando movi os lábios para dizer aquelas palavras. Acompanhei o movimento labial de Kankuro quando ele começou a xingar e encarei Gaara. — Você vai atrás de Jun, Kankuro você vem comigo atrás da Karin.

— Não temos armas suficientes — ele retrucou preocupado enquanto começamos a correr pelo corredor na direção do meu quarto. Deveria haver alguma arma, qualquer coisa afiada o suficiente para fazer estrago em algum desses desgraçados.

— Então nós vamos arrombar a porra da sala de armas! Nós vamos tirá-la de lá, me entendeu? — senti as veias saltando no meu pescoço conforme cuspia as palavras, soquei a parede com força e apontei o dedo no rosto de Kankuro. — Nós vamos tirá-la de lá, nem que eu tenha que enfiar uma bala em cada filho da puta que se meter no meu caminho!

  Não houve discussão depois disso, nem mesmo quando entramos no meu quarto e reviramos o cômodo à procura de armas e munição, nada de perguntas por parte de Hinata assim que nossos olhares se cruzaram e nenhum comentário enquanto ela conferia quantas balas havia no pente de sua arma e passava a correia de uma AK-47 automática sobre o ombro.

  Apontei para a porta e Kankuro passou por ela, assumindo a postura rígida da vigília enquanto esticava o pescoço na soleira e olhava ao redor. A pressão suave dos dedos de Hinata ao redor do meu antebraço me pegou desprevenido e trouxe um instante de alívio no meio daquilo tudo, pus a mão livre no topo da cabeça dela e me aproximei.

— Não morra — ela murmurou.

— Não vou. Então fique viva — respondi; fechei os olhos com força e beijei sua testa. O pigarreio de Kankuro foi suficiente para que saíssemos do quarto e o estado de alerta me consumisse novamente. — Não vamos atordoá-los e nem mesmo amarrá-los. Vamos matar cada filho da puta que estiver entre nós e a sala de armas.

— Puta merda Naruto... — a voz tensa de Kankuro mal passava de um sussurro enquanto marchamos pelo corredor até a saída mais próxima. — Temos que nos esgueirar se não quisermos morrer tentando.

(We grow stronger)

  Assenti e logo meus passos se tornaram um trote ritmado, respirei fundo pouco antes de abrir pouco mais que uma fresta na porta e sentir a brisa no rosto. Não havia muita iluminação dentro da Muralha além das guaritas, mas as conversas e o som do mato esmagado davam alguma noção de quantos deles estavam ali e onde poderiam estar posicionados.

  Eu gostaria de ser tão perspicaz quanto Karin para descobrir o óbvio da situação, mas não era necessário ser um gênio para ver que estávamos em desvantagem. Eles se moviam a pouco menos de um metro de distância entre si, os contêiner eram caixas de metal desenhadas no limite máximo do meu campo de visão.

— Vamos, nós temos que continuar — Kankuro murmurou retomando o ritmo das passadas com facilidade. Viramos à esquerda e prosseguimos por um corredor estreito e mal iluminado, ele ergueu a palma e transformou a corrida num andar cauteloso.

  Destravei a pistola o mais silenciosamente possível conforme o som de conversas aumentava no final daquele corredor, havia uma porta enferrujada e uma placa de saída amarelada presa no alto da parede. Kankuro escorou o corpo na parede oposta, Hinata estava atrás dele e o puxou bruscamente.

  Ela apontou para a fresta debaixo da porta e as sombras dançantes no chão, Kankuro e eu nos encaramos como se já tivéssemos alguma noção do que fazer. Hinata avançou furtivamente e empunhou o facão que trouxera com firmeza, Kankuro esticou o braço da direção da maçaneta e apenas observou-a antes de girá-la bruscamente.

  O barulho da lâmina deslizando na pele foi extremamente rápido enquanto os pés de um dos soldados de Kakashi sapateavam por puro reflexo enquanto sangue jorrava da sua jugular. Hinata colocou o corpo sentado com cautela e avançamos em seguida, andando agachados pela grama e nos esgueirando por mais três metros.

   Não havia esconderijo ou nada que servisse a esse propósito no meio do campo e senti minha pulsação acelerar conforme percebia que a movimentação dos soldados havia mudado. Tique taque, garoto... Tique taque... Três soldados vinham em linha reta na nossa direção e não havia nada além de mato irregular para nos manter parcialmente escondidos.

— Merda!

— Mas que...?

— Naruto, nós...

  Só havia um único som que não pertencia a esta realidade, é aquele barulho de sirene típico de filmes de fim do mundo ou de dimensões macabras, que os fanáticos apocalípticos sempre soam assim que os monstros tomam as cidades. Não era um som real, não era aceitável, mas ele simplesmente se materializou e se propagou com facilidade e fez meu desespero aumentar significativamente, porque significava que, a partir desse ponto, as coisas iriam piorar.

  Não é assim nos filmes? Você toca a sirene e pessoas morrem, elas nunca conseguem fugir.

  Minhas mãos tremiam quando mirei a arma na altura do pescoço do soldado do meio, pus o dedo no gatilho e o coice do revólver intensificou a necessidade de ser rápido o bastante para alcançar o depósito de armas e Karin; minha visão estava focada na mira da arma e nas gargantas dos soldados restantes, no cheiro de pólvora e do quanto meu braço doía com o impacto absorvido pelos disparos contínuos.

  O trote desenfreado pelo mato irregular foi cansativo e mais longo do que parecia, havia cerca de seis ou sete metros que nos separavam da entrada do depósito e dos dois soldados de guarda. Tique... Arranquei o impulso extra da adrenalina para percorrer a distância restante no mínimo de tempo possível, depois retomei o trote mais calmo até um tipo de caminhada apressada quando me aproximei mais.

  Taque... Não lembro qual deles disse o quê ou se eles chegaram a abrir a boca assim que desferi a coronha no rosto do soldado mais próximo – nariz achatado e altura mediana – e grunhi satisfeito com o som da cartilagem atingida; os barulhos se misturavam na minha cabeça e não consegui definir se os urros e xingamentos saíam da minha boca ou dos outros assim que acertei o cara no queixo num cruzado de direita.

  Assim que escorei o corpo contra a parede e tirei o pente do revólver e avaliava seu peso, notei os olhares ansiosos de Hinata e Kankuro se espreitando na entrada do depósito e olhando ao redor no instante seguinte.

— Filho da...

— Não atire — a ordem baixa de Shikamaru me fez estremecer automaticamente enquanto o aperto no meu cotovelo aumentava. A voz dele mal passava de um sussurro e respirei fundo quando ele se esgueirou até o lado oposto, escorando o corpo rente a soleira. — Qual é o plano?

— Nós vamos entrar e matar quem estiver no caminho — empurrei o pente no revólver outra vez e ignorei seu olhar alarmado. — Você tem uma arma? — Não prestei atenção alguma a sua resposta e espiei a movimentação dentro do depósito antes de encará-lo outra vez. — Eu entro, vocês se esgueiram e atirem no máximo de desgraçados que puderem.

  Quando passei pelo corpo do guarda caído e forcei minhas pernas a um ritmo de passadas mais calmo, tentei forçar minha expressão mais controlada possível conforme os primeiros guardas passavam correndo até a saída. Eles vão ter que dar conta disso, garoto.

  O depósito era uma concentração de prateleiras de madeira e metal e algumas poucas caixas dispostas em fileiras, com dois corredores laterais e um no meio, abrindo espaço para que três pessoas andassem tranquilamente ali; passei os olhos pelas metralhadoras, rifles, facões e machadinhas dispostas, além das caixas de munição, panos razoavelmente limpos e algumas granadas.

  Assim que acenei brevemente para os soldados reunidos ali dentro – nove no total –, encurtei a distância até o mais bem armado deles e aumentei o aperto dos dedos ao redor do revólver; o disparo à queima roupa, bem no pomo de adão, fez meu braço doer pelo coice do disparo e pelo golpe desajeitado que desferi na garganta do soldado mais próximo.

  Fui forçado a parar os murros e tiros quando senti o ardor da bala raspando na panturrilha, não associei todos os berros e xingamentos sendo cuspidos por mim quando apertei o gatilho furiosamente e tive como resposta o barulho do revólver descarregado. Abaixei automaticamente quando o som de disparos ficou constante, passei por cima de dois corpos mornos e escorreguei na poça de sangue para a caixa mais próxima.

(Knuckles up)

  Estiquei o pescoço para cima e espiei seis homens espalhados entre as prateleiras, esticando os braços para disparar vez ou outra, abaixei outra vez quando vi os projéteis na minha direção. O máximo que pude registrar antes de pegar uma Magnum .357 e conferir a munição, foi que Kankuro atirava em qualquer direção, Shikamaru apoiava o cano de uma submetralhadora sobre uma caixa e acertava mais dois e Hinata se esgueirava pelo corredor esquerdo e começou a atirar.

  Soergui o corpo e disparei contra outro, o joelho dele virou um buraco de sangue e tecidos quando fraquejou e começou a berrar e a atenção dos três soldados restantes foi dividida entre os disparos de Hinata pela lateral e os tiros de Shikamaru e Kankuro, que ricocheteavam vez ou outra e assustava a todos.

  Tique taque, garo... Os urros de dor do último soldado acabaram num engasgo alto quando o acertei duas vezes na garganta e no estômago, levantei e passei os olhos rapidamente nos outros, um estremecimento de alívio percorreu meu corpo quando notei que ainda estávamos vivos. Não houve conversa quando procurei munição para a .357 e procurei uma escopeta entre as prateleiras, procurei o meu revólver no meio das poças de sangue e dos corpos tombados.

   Hinata jogou outra escopeta na minha direção e passei a alça dela pelo ombro, enfiei o máximo de cápsulas de munição que pude nos bolsos da calça quando Shikamaru parou subitamente e enrijeceu a postura; a movimentação dos meus pés até a porta foi extremamente automática, assim como empunhar a arma e aponta-la na testa do rapaz magricela e trêmulo.

— Ei! Ei! N-Não atire!

— QUEM ESTÁ COM ELA? QUEM? — Eu nunca estive tão puto em ver aquele rosto magricela e assustado, nunca estive tão nervoso com a voz gaguejada e as mãos erguidas em rendição de Kabuto. — QUEM?!

— P-Por fav...

— RESPONDA!

— Ele está se mijando, Naruto. Pelo amor de Deus, ele é um garoto — registrei a voz calma de Shikamaru e olhei para baixo, encarei o rastro úmido na perna de Kabuto e a poça amarelada embaixo do pé dele. — Você vai colaborar e nos dizer onde a irmã dele está, ou ele te mata. Entendeu? — Os murmúrios gaguejados de Kabuto persistiram e o chacoalhei com força, ele arregalou mais ainda os olhos e agitou a cabeça com veemência. — Solte o garoto, Naruto.

— Mas que merda...

  Shikamaru marchou até o Uchiha materializado na porta com agilidade, o Nara ergueu a coronha da submetralhadora e a desferiu com força e com muito, muito gosto – pelo menos, espero – na altura do estômago do outro, trinquei a mandíbula mais ainda e encarei Kabuto ferozmente. Agora, tudo faz sentido.

— Seu traidor de merda! — A acusação de Shikamaru fazia todo sentido do mundo para mim e analisei o garoto trêmulo na minha frente com asco. — Você soou o alarme — havia sido pouquíssimas vezes que eu havia visto o Nara à beira de um colapso nervoso ou tão puto da vida.

— Eu estou colaborando, como você pediu. — Ele não pareceu se intimidar com os canos das armas apontados em sua direção, sua voz ainda era arrogante e precisei reunir o autocontrole que restava quando o encarei. — Se vocês parassem de sair atirando como um bando de...

— Shikamaru, abaixe essa porcaria — não era sábio encostar em uma pessoa tensa e armada, por isso mantive certa distância dele. — Precisamos dele. — Aquelas duas palavras proferidas por mim também me chocaram, acredite, e quase as retirei quando o maldito arqueou a sobrancelha. — Abaixe Shikamaru, ou eu juro que vou quebrar a porra dos seus braços!

— Se você nos trair ou se alguém da minha família se machucar, eu mato você — a voz sussurrada de Shikamaru permaneceu tão firme quanto sua mira na cabeça do Uchiha.

— Sem mortes desnecessárias, essa é a minha condição — ele cuspiu as palavras assim que deu dois passos à frente. — Não precisamos desperdiçar balas neles e você sabe disso.

— Não me diga o que fazer Uchiha — retruquei automaticamente. — Não quando se trata da minha família. Eu vou colocar quantas balas eu achar necessário nesses filhos da PUTA ATÉ PEGÁ-LA DE VOLTA, ENTENDEU? — Ofeguei quando notei a rigidez no meu corpo e o quanto tremi. — ÓTIMO! Vamos fazer no meu jeito!


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Notas finais do capítulo

YOOOOOOOOOOO!
Cá estou eu outra vez. Agradeço muitíssimo a todos que acompanham a fic e tiram um tempo para ler e comentar, obrigada mesmo.
Esse capítulo foi bem tenso e difícil de escrever porque foi uma explosão de coisas ao mesmo tempo para lidar e muitos personagens de uma vez, coisa que não estou muito acostumada, mas gostei da brincadeira.
Explicações adicionais rotineiras:
— Shikamaru havia concordado com a Sakura sobre pedir a ajuda do Sasuke para dar o fora da Muralha, o sniper havia garantido uma distração e, como está mais habituado com o lugar, acionou a sirene de emergência;
— os grupos de resgate estão divididos da seguinte forma: Naruto, Hinata, Sasuke, Shikamaru, Kankuro e Kabuto para Karin; Ino, Gaara e Sakura para Jun;
— Kakashi havia ordenado que Hidan obtivesse informações de Karin sobre a última ronda, com carta branca para qualquer método;
Aproveitando para esclarecer um ponto sobre a música:
— "Can i get a witness" me serviu de inspiração depois de ler Jogo Perigoso (Gerald's Game) do Stephen King, a letra em si é básica (Posso ter uma testemunha?) mas ganha um quê sombrio no livro e tentei trazer esse conceito;
A fanfic está entrando na reta final, somente mais alguns capítulos e ela será encerrada (se eu não demorar outros noventa anos '^-^). Espero que vocês estejam curtindo até aqui, o próximo capítulo vai ter mais apocalipse Norris - cheio de tiros, correria, sangue e músicas.
Recados de praxe: se houve algum erro ortográfico, me avisem; comentários, críticas, recomendações e afins são sempre bem-vindos.
;D Obrigada mesmo pela paciência.
Até o próximo!
P.S.: Prestem atenção na Jun.