O virgem de 19 anos escrita por AmndAndrade


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi babiesssssssss, já estava com saudades kspakspak obrigada por comentarem e favoritarem *-* e SABRINAAAAAAAA, QUE RECOMENDAÇÃO LINDA :3 Amei!

Tem personagem novo nesse capítulo, espero que aprovem :P Sabrina, esse é pra você:



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Acordo na quinta-feira com uma luz forte em meu rosto. Praguejo por ter deixado a cortina aberta e checo o relógio de pulso, decepcionado por faltar só meia hora para a hora de levantar.

Existe sensação pior no mundo? Quero dizer, do que acordar por conta própria e perceber que falta, para a hora de levantar, pouco tempo para voltar a dormir e um tempo longo demais para simplesmente esperar. Essa meia hora será perdida na sua vida, sugada para algum poço maligno e jamais retornará.

Mas dane-se. Preciso de nota em fisiologia vegetal.

Tomo uma chuveirada rápida e visto o de sempre: bermuda e chinelos. Aqui é o tipo de cidade em que quando está frio, pode preparar para congelar até os ossos, mas no calor, prepare-se para derretê-los. Ainda são nove da manhã, mas o calor do início de dezembro me deixa suado assim que saio do banho.

Enfio um livro grosso na mochila e sigo para a cozinha. Lembrar de ontem é inevitável. Gostaria de contar a Vanessa sobre como eu quase perdi a virgindade e sobre o quanto os santos têm conspirado contra mim nesse sentido. Posso quase escutar sua risada alta enquanto ela joga a cabeça para trás e ri, até me lembrar de que não posso contar para ela. Será que ela ainda está chateada? Qual é, eu não falei nada demais. Só que ela era uma vadia.

Parabéns, Caio, foi muito legal da sua parte mesmo. Você pede ajuda para sua amiga de infância e ela vem na maior boa vontade. Daí você esculacha a menina, como um bom cavalheiro faria a uma dama gentil que aceitou te ajudar com seu problema medíocre. Você fez a garota chorar, seu idiota. Sim, você está de parabéns.

Só que não.

Passo por Felipe, estressado por não conseguir tirar a mancha possivelmente radioativa no sofá. O engraçado desses caras é isso: eles bagunçam as coisas durante um ano inteirinho e depois querem arrumar tudo em dois dias, por conta da visita dos pais. Pelo menos a mãe dele sabe fazer uma lasanha maravilhosa, fora as comidas típicas da Bahia que ela sabe fazer. Quanto à macha no sofá, só tenho uma coisa para dizer para ele: boa sorte.

Desço a ladeira de pedras e atravesso parte da cidade até finalmente chegar às lindas pilastras da faculdade, já arquejando por conta do calor. Estou atrasado. Começo a correr e no minuto em que levo a mão ao rosto para enxugar o suor, eu sinto o impacto contra meu corpo.

Estou ainda atordoado pelo esbarrão quando percebo que a garota está incrivelmente corada. Não a conheço, mas é provável que ela e suas amigas já tenham feito diversas fofocas sobre mim. Praguejo mentalmente pelo atraso e me agacho ao lado dela, pegando uma dúzia de papéis e enfiando na bolsa aberta.

– Desculpa – murmuro.

– Tudo bem – ela diz, colocando mais uma dúzia de papéis na bolsa.

Não tinha reparado na garota ainda, até que os olhos grandes e castanho-claros me encararam.

– Luli? – pergunto, sorrindo.

Luiza é prima de Vanessa. Ela morava mais para o interior do Espírito Santo, mas costumávamos nos ver quase todas as férias porque ela ia para Vitória. Ela era uma versão ligeiramente menor de Vanessa, com os olhos bem parecidos. Paramos de nos ver quando ela mudou para Minas, quando ela devia ter uns doze anos e eu, uns quinze. Cara, como ela cresceu.

– Ei Caio. – Sorri timidamente, terminando de enfiar os livros na bolsa. – Você está... – Ela escolhe a palavra. – Diferente.

Não tenho tempo de perguntar se o que mudou foi eu ter finalmente encorpado, ou meus dentes terem se acertado. Não tenho tempo nem de dizer o quanto ela está gata também porque, com a delicadeza de um mamute, Vanessa já chega gritando:

– Por que diabos você não olha por onde anda? – Ela estende a mão para sua prima, que coloca a bolsa no ombro de forma desajeitada.

– Bom dia para você também – resmungo, olhando para ela.

Ela tira a mão das costas de sua prima, onde posso ler “engenharia química” antes que Vanessa desvie minha atenção totalmente. Os olhos me fuzilando, uma risada irônica ecoando.

– Bom dia, pegador. Achei que você não falasse com vadias absurdas como eu.

– Eu realmente não falo, e é por isso que estou falando com você – digo.

Ela provavelmente esperava que eu desse continuidade com um comentário maldoso ou alguma coisa assim, porque o tom suave que eu uso parece desmontá-la. Ela meneia a cabeça negativamente mais uma vez, como se lutasse para manter o foco. Em seguida, sem dizer nada, vira de costas e começa a andar.

– Vamos logo, Luiza. Você vai arrasar nessa prova – diz, me ignorando.

Luli vira para mim e acena com a ponta dos dedos, um sorriso preocupado estampado no rosto. Aceno de volta para ela, observando Vanessa rebolar enquanto anda. É, eu não queria dizer, mas ela só faz isso quando está nervosa. Bom saber que está apenas nervosa agora; não quero brigar mais. Só quero nossa amizade de volta.

Olho o relógio de pulso. Ah, ótimo, estou quase meia hora atrasado agora. Disparo prestando mais atenção, ignorando quando todo mundo me olha ao quase derrubar uma cadeira da primeira fila.

Não consigo me concentrar direito, por estar com muita raiva e porque a aula está particularmente um saco. Tento não babar muito enquanto cochilo e sei que minha missão está cumprida quando escuto as cadeiras se arrastando, indicando que a aula finalmente acabou. O período está quase acabando mesmo, acho que dou conta do recado. Se não der, paciência.

Começo a andar pelo campus, lembrando de Vanessa e toda sua falta de educação. Não que eu me importe, afinal, ela é realmente uma vadia. Estou bem convencido disso quando atravesso as portas do RU. Os pais de Felipe ainda só chegam à noite, o que significa que dentro daquela república carinhosamente apelidada de Doce Veneno, não vai ter comida decente até mais ou menos cinco da tarde, quando ele provavelmente for à padaria. Mas o que eu estava dizendo? Que estou convencido de que Vanessa é uma vadia, e que eu não ligo pra ela. Estou realmente convencido, até um par de mãos me puxar pelo braço e me encostar contra as paredes quentes do restaurante e começar a falar num jato:

– Que diabo aconteceu com vocês dois? Sempre foram os melhores amigos e agora ficam por aí, conversando pelas metades e discutindo no meio do campus? – Luli toma fôlego antes de continuar. – Vanessa está um porre. Não para de falar em como você foi grosso com ela e o quanto ela te odeia. Não sei como vou conseguir morar naquela casa se ela continuar assim. Usa o restinho de juízo que você tem nessa cabecinha e vê se resolve as coisas, ou então eu vou pirar!

– Você vai morar com ela? – É tudo que eu digo.

Ela me dá um puxão, como que para chamar minha atenção.

– Olha aqui, eu estou falando sério! – Ela franze as sobrancelhas.

– Luli, eu sei, mas eu não posso fazer muita coisa se ela não for me desculpar. Além disso, não foi nada demais!

Ela revira os olhos e coloca uma mão sobre a barriga.

– Vem comendo e me contando então, senão meu estômago vai engolir todos os outros órgãos.

Então, alguém compartilha dessa teoria comigo. Mas dane-se, afinal, se Luli fosse boa em anatomia ela não teria escolhido Engenharia Química.

– Desde quando você está aqui?

– Na verdade, eu estou terminando o primeiro período. – Ela dá de ombros com cuidado para que a bandeja não caia. – Volto pra casa em três semanas, aí venho umas semanas antes das aulas começarem para ajeitar tudo na casa das meninas.

Ergo as sobrancelhas em resposta, mas ela não vê. Sentamo-nos numa mesa e ela dá uma olhada em volta.

– Então, quer dizer que você é popular aqui?

– Parece que sim – respondo com uma risada fraca.

– Quem diria, não é mesmo? – Ela dá uma garfada na comida e eu a sigo. – Não vai me dizer o que aconteceu?

Não vai me dizer o que aconteceu? Ela também costumava falar assim quando éramos duas crianças e eu queria esconder qualquer machucado. Isso porque ela é dois ou três anos mais nova que eu, imagine só.

– Do que você está falando? De eu ter ficado popular ou de Vanessa me odiar? – Tento brincar. Ela ri.

– Não vou mentir, a primeira opção também me intriga. Mas quero saber a segunda resposta agora.

Começo a explicar a história, contornando a parte sobre a minha virgindade. Digo que perdi uma aposta e que teria que dormir com três garotas diferentes essa semana, então pedi ajuda à Vanessa para que me saísse bem, mas enquanto ela estava me dando uns toques, discutimos e eu a chamei de vadia e disse que ela dava para todo mundo.

– Você fez o que? – pergunta, largando os talheres. – Caio, nessa você se superou.

Mal tenho tempo de responder, Eduardo chega à mesa, sozinho. Cumprimenta Luiza com a cabeça como se eles se falassem o tempo inteiro. Ela olha para mim como quem diz “qual o problema dele?” e volta a se concentrar em sua comida. Ele apóia a bandeja na mesa e olha para mim, ignorando a garota.

– Escuta, vou sentar com os caras da natação, pode ficar aí. Mas nós já decidimos onde vai ser o segundo lugar, e vai ser na sexta feira.

Ele diz um nome do qual eu nunca ouvi falar, e quando questiono, ele dá de ombros e diz que é uma casa noturna. Menos mal, penso. Se conseguir embebedar uma prostituta, posso até sair dessa livre. Se não der certo, vou começar com toda aquela historinha de liberdade de novo e cruzar os dedos pra garota escolhida não ser virgem, nem estar no ensino fundamental.

Quando ele sai, ela me olha meio de lado.

– Eu sei, eu sei – vou logo dizendo, mal humorado. – Você também acha meus amigos imbecis.

Ela solta uma gargalhada e demora alguns segundos para me olhar mais uma vez.

– Nunca precisei ficar te explicando o que eu achava, não é Pernilongo?

Pernilongo, exato. Nada como o coelho bonitinho que diz “que que há, velhinho?”, embora eu preferia que fosse. Ganhei esse apelido com sete ou oito anos, por ser magro demais.

– Qual é, cabelo de ninho de pardal. – Faço referência a ela quando tinha seus cinco anos e teimava em não pentear o cabelo. Nem mesmo um cabelo liso como aquele deixava de se emaranhar com a ausência do pente

– Ai, pegou pesado! – Ela ri. – Mas Caio, o que você vai fazer nessa casa de jogos amanhã?

– É uma casa de jogos? – pergunto, torcendo o nariz por conta de minha experiência anterior.

– Nunca fui, mas acho que tem a parte do barzinho e a parte de uns jogos. Já escutei alguém falando desse lugar, não sei quem.

Dou de ombros.

– Esqueci desse detalhe. Eles escolhem o lugar e eu escolho a garota.

– Pelo jeito você só arranja amigo problemático, não? – Ela ergue as sobrancelhas sugestivamente.

Eu rio.

– Você não faz ideia. – E me despeço ao terminar de comer.


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Notas finais do capítulo

Entãaaao, o que acharam da Luli? Gostaram, odiaram? Acho ela meio parecida com a Vanessa, sei lá ksaopskak e o capítulo, o que acharam?

Bom, espero que respondam :33 e se acharem que mereço, favoritem ou recomendem, eu ia amar *-* não esqueçam do review AHUAHUAH

Beijossss