O virgem de 19 anos escrita por AmndAndrade


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

GALERAAAAAAAAAA! Gente, tenho leitores novos :3 ai que vontade de morder vocês HAUHAUHAUH
Obrigada, obrigada e obrigada!
Aqui... mais Caio pra vocês:



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Abro os olhos, examinando o espaço em volta. Passam das onze da manhã e a luz que entra pela janela que dá nos fundos da casa não dá a entender outra coisa. Minha cabeça não dói e eu me sinto agradecido por ter bebido pouco.

Ando pela república silenciosa até perceber que nenhum dos outros caras está aqui. Marcelo deve ter saído cedo pra nadar na piscina da universidade, ou então está curtindo a ressaca na casa de alguém. Prefiro apostar na primeira opção, uma vez que haverá uma competição decisiva no fim de semana.

Tomo banho – hábito que, ao contrário de alguns colegas, não abandonei ao sair de casa – e visto qualquer coisa. Reviro a mochila até lembrar-me da prova de dendrologia e tomar uma nota mental pra largar de ser relaxado. Não vou passar de um projeto de engenheiro florestal se continuar assim. Dizem que se depois do quarto período você não tomar jeito acaba demorando tanto para se formar que as pessoas começam a te reconhecer como parte da mobília da faculdade. Claro, até que você seja jubilado.

De bermuda, chinelos – viva ao mendigo life style – e apostilas relacionadas às mais diversas plantas lenhosas amontoadas na mochila vou direto para a cozinha. Apoio a mochila na mesinha, ignorando a quantidade de pratos sujos amontoados na pia e suspirando de frustração por não encontrar nenhum copo limpo para beber água.

Já são onze e quarenta e estou morrendo de fome. Abro os armários de compensado que rangem em protesto, então tomo nota mental para colocar algum óleo ali. Nota esta que tenho tomado cada dia dos seis meses em que tenho vivido nesse lugar.

Pão de forma. Pão de forma. Macarrão instantâneo. Tempero. Tempero. Pão de forma. Macarrão instantâneo. Tempero. Tempero. Meia xícara de arroz. Tempero. Pão de forma. Tempero. Ah, que legal. Tenho orégano, pimenta, coentro, salsa e mais trezentas conservas de tempero – obrigado, mãe.

Adivinha só o que falta? Comida.  

Bato a porta do armário e puxo a mochila da mesa. Deixo pra lá essa ideia de usar copos e bebo água direto da garrafa, mas eu aposto que os rapazes fazem a mesma coisa. Dane-se, de qualquer forma. Vou comer no Restaurante Universitário, que tem tudo que eu mais podia querer agora: muita comida, preço legal e servida em pratos limpos. E o suco, adivinha só? Em copos limpos também.

A ladeira da república é outro caso a parte, embora exercício físico não seja nenhum de meus problemas. Já sei muito bem em quais pedras pisar e estou tão acostumado que estou quase apelidando carinhosamente as pedras maiores.

Certo, Caio. Pode parar de pensar agora.

Quando finalmente alcanço as pilastras da universidade, paro para descansar um pouco. Não perco tempo babando por elas como perdia durante o primeiro período, mas ainda assim fico espantado com o seu tamanho. Ignorando os olhares das calouras mais atiradas, tomo o caminho mais curto para o Restaurante Universitário. Estou morrendo de fome.

Uma das coisas ruins de estudar num lugar como Viçosa é que é grande demais. Eu quase consigo escutar meu estômago tentando engolir os outros órgãos dentro da minha barriga. Isso é possível?

Dane-se. Se eu fosse tão bom assim em anatomia, não teria escolhido Engenharia Florestal.

Como um oásis no deserto, o complexo de pilastras do lugar surge à minha frente, inebriando-me com o cheiro de feijão, arroz e mais qualquer coisa que tenha ali. Subo pelas escadas principais que dão para a entrada do RU, passando pelas cercas vivas e verdes que o rodeiam.

Em que outro lugar no mundo você conseguiria uma refeição completa por menos de dois reais? Deus, eu amo esse lugar.

A fila é um caso a parte, uma vez que imagino que os armários dos outros dos estudantes estejam tão abastecidos quanto o meu. Principalmente em dezembro, quando as férias estão prestes a começar. Cumprimento alguns garotos do time de natação, assim como outros colegas. Sabe, isso é um tanto torturante. Você está lá, numa fila gigante, esperando a maldita vez para pegar o ticket e o cheiro da comida está tão perto de você que você tem que segurar o impulso de sair correndo e atacar todas as divisões do lugar.

Quando minha vez finalmente chega, compro a refeição e entro, controlando-me para não atropelar nenhum inocente. Pego a bandeja e a encho como suspeito que um Engenheiro Civil faça. Opa, um pedreiro. Que piada horrível, Caio. Passa do meio dia e o lugar está bem cheio, uma vez que o almoço para de ser servido por volta de uma da tarde. Não encontro ninguém da equipe de natação quando estou lá dentro, ou nada do tipo, só então vejo Vanessa sentada, sozinha.

Vanessa é capixaba, assim como eu. Ela era minha vizinha quando eu morava no Espírito Santo e nós estudamos na mesma escola durante muito tempo, sendo eu um ano mais velho que ela. Agora, ela está no terceiro período de Medicina Veterinária e eu no quarto de Engenharia Florestal, por conta de uma greve.

– E aí, cachorrinha. – Sorrio para ela enquanto puxo uma das cadeiras plásticas alaranjadas do lugar.

– Diga, macaco. – Ela sorri em resposta, dando mais uma garfada num purê de batatas. – Você tem aula por agora?

A vaga consciência das apostilas na mochila na cadeira ao lado simplesmente cresce.

– Prova às três. Vou dar uma revisada, mas o conteúdo é bem tranqüilo.

Ela ergue as sobrancelhas e dá o último gole na garrafa d’água, apoiando-a na mesa e girando-a. Alguma coisa luta para ser lembrada dentro da minha cabeça enquanto ela brinca com o recipiente plástico, mas não consigo descobrir o que. Quando a lembrança chega, eu simplesmente deixo cair o garfo na bandeja e fico olhando para ela.

– Queimou a língua, gatinho? – Ela ri. Nessa é uma das poucas garotas que consegue manter uma relação de amizade comigo, talvez por todas as horas que passamos juntos na infância. E sim, ela sabe do meu segredo.

– Nessa – chamo, piscando meus olhos azuis para ela do jeito mais convincente que consigo. – Preciso de sua ajuda.

Ela para de girar a garrafa e pisca os olhos castanho-claros para mim, com curiosidade. Desde os dezesseis, Vanessa tem adquirido experiência nesse ramo. Não haveria problema em me ajudar, certo? Suspiro e encaro a bandeja de comida meio vazia na minha frente.

– Preciso transar com três garotas diferentes até o fim de semana – digo, com um sorriso fraco.

A minha sorte é que a água já havia acabado. Caso contrário, eu estaria totalmente encharcado dado o jeito que ela estava rindo.

– Não é engraçado – digo entre dentes, torcendo pra que ela engasgue e morra ali mesmo.

– Como... – Sua fala entrecortada por novas risadas. – Isso foi acontecer?

Enquanto ela cobre a boca com uma das mãos para não rir, eu explico tudo para ela, desde a festa até o jogo. Eu sei que ela está achando tudo muito desnecessário, mas sua ajuda é minha única esperança de permanecer virgem. Quando termino de falar, seus cotovelos estão apoiados na mesa e suas mãos sustentam seu queixo. Ela limpa a garganta antes de falar, respirando fundo para retomar o semblante sério.

– Já sei o que você vai fazer – diz com ar pensativo. Observo-a pousar as mãos na mesa com uma atenção exagerada, mas não uma coisa que eu consiga controlar muito bem agora. – Vai escolher três garotas... e mandar ver. – Ela termina de forma pausada.

– Ah! – Gemo em protesto. – Você não está entendendo! Esse é o problema. Eu não quero mandar ver agora!

– Cara, você é gay ou o que? – Ela revira os olhos. – Isso é tão fácil de fazer! Olha, tem crianças de onze anos de idade fazendo isso nesse país agora mesmo! E você tem o material bem mais potente que o delas! – Ela começa a rir.

– Vanessa, isso foi uma promessa. Entendeu? Uma promessa! Além do mais, foi sua ideia! – acuso.

Ela revira os olhos.

– Quantos anos eu tinha? Quatorze? Você realmente vai basear sua justificativa na ideia de uma garota de quatorze anos? Me poupe, Caio.

Balanço a cabeça negativamente, controlando-me para falar baixo.

– Não importa a idade, foi uma promessa! Eu passei aqui e simplesmente não posso ter relações sexuais, nem mesmo assistir um pornô antes dos vinte anos de idade!

– Ah, qual é! Você não sabe nem pra qual santo prometeu isso! E você já passou aqui, não passou? O que eles podem fazer agora? Te castrar se você descumprir essa promessa idiota? Que diferença vai fazer, você não usa seu brinquedinho mesmo!

Estou um pouco chocado para falar, torcendo pra que as pessoas à minha volta não tenham escutado o suficiente pra entender o contexto. Suspiro, enterrando a cabeça nas mãos e olhando para ela do jeito mais pidão que consigo. Apóio meus cotovelos na mesa e inclino-me, até que nossos rostos fiquem a poucos centímetros de distância.

– Eles não vão poder ficar dentro do quarto – digo baixinho. – Eu só preciso fazer os sons certos.

Um sorriso se forma em seu rosto e a carranca começa a desaparecer.

– Por favor – eu peço com a voz rouca, piscando os olhos mais vezes do que o necessário. – Seja minha professora.

Ela ri e me empurra pelos ombros, fazendo a minha cadeira se deslocar para trás. Agarra sua bolsa ainda rindo e se levanta.

– Tenho Histologia Veterinária agora. Beijinhos para você.

– Isso é um sim? – pergunto ansioso.

Quando ela apenas assente e vai embora, permito-me desabar na cadeira. Tenho uma ótima professora e vou sair dessa virgem. Prova de dendrologia? Ah, dane-se.


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Notas finais do capítulo

Deixa ele achar que vai ser fácil assim HAHHAHAHAHHA mal sabe o que vai lhe ocorrer :P breve vocês saberão. Gostaram? Odiaram? Pleaaaase, deixem review :33