O virgem de 19 anos escrita por AmndAndrade


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

GEEEEEEEEENTE, que recomendação diva *-* Amei, amei, amei, All Star Riscado *-*

Espero que goste:



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Caminhamos em silêncio pelas ruas escuras, tomando cuidado para não tropeçarmos. Vez ou outra nós passamos por algumas casas acesas, provavelmente por ser sexta-feira. Não que isso significasse muita coisa. até que Vanessa começa a esfregar as mãos nos braços, num gesto de quem quer se aquecer. Passo meu braço em torno dela e a sinto estremecer um pouco. Agora, reparando, ela está com camiseta, short jeans e chinelos, então é bem plausível que esteja com frio.

– Você não trouxe um casaco dessa vez – murmuro, soltando um risinho.

– É que dessa vez eu não estava de pijama. – Ela ri. – Não acredito que você se lembra.

– Qual é. Dados os acontecimentos da semana, você não acha que eu revivi esse dia milhões de vezes na minha cabeça?

– Faz sentido. Você e essa sua mania irritante de me fazer ficar andando depois das onze por causa dos seus problemas.

– Qual é! Eu nem pedi ajuda dessa vez!

Ela suspira enquanto tira a chave do bolso e destranca o portão.

– Você acha mesmo que eu ia te deixar sozinho nessa?

Atravessamos o quintal escuro até chegarmos na porta da casa. Ela abre sem muito cuidado, fazendo muito barulho.

– Vai acordar as meninas – aviso.

– Relaxa, elas não estão aqui. Provavelmente vão acabar a noite no postinho de saúde. – Ela ri.

– Ou no posto de gasolina – completo.

Quando viemos para Viçosa pela primeira vez, eu tinha por volta dos quinze anos e desde então sonhamos em estudar ali. Engraçado que quando fomos embora, ainda que em carros separados, reparamos num grupo de garotas bêbadas gritando em um posto de gasolina que ainda estava fechado, uma vez que era bem cedo. Chegou a ser cômico; Assim que paramos numa lanchonete para tomar café da manhã, sentamos lado a lado. Como se houvéssemos combinado, assim que a garçonete encheu os copos com achocolatado dissemos ao mesmo tempo:

– Você viu aquelas garotas no posto de gasolina?!

Desde então, “posto de gasolina” passou a ter um significado especial que era só nosso. Deus, como era bom ter Vanessa ao meu lado de novo.

– Com fome? – ela pergunta.

Lembro da lasanha que deixei para trás ao ir para aquele salão idiota. Meus amigos são mesmo uns desgraçados sem mãe. Como sempre, sinto meu estômago ameaçando engolir meus pulmões.

– Sim. – Prefiro deixar a teoria do estômago detonador de órgãos para trás.

Ela abre a geladeira e pega duas latas de refrigerante, colocando-as sobre a mesa. Abre com agilidade e despeja o conteúdo em dois copos. Abre o congelador e tira uma lasanha pronta. Realiza todo o procedimento padrão, inclusive o de lavar as mãos antes de mexer na comida. Enquanto o prato do micro-ondas gira, ela olha para mim.

– Vai me contar o que aconteceu agora?

Começo bem do início, a partir do momento em que Cristina me manda a bebida. Enquanto comemos, tento me segurar para não rir e jogar toda lasanha para fora, uma vez que as caretas que Vanessa faz são muito engraçadas. Quando chego à parte em que faço a massagem em Cristina, porém, ela me encara com um beicinho e diz:

– Você nunca me disse que fazia massagens.

Sorrio.

– Você nunca perguntou.

Sem que ela diga nada, levanto-me e começo a lavar os pratos, colocando-os na beirada da pia enquanto termino.

– Quem vê até pensa que é um menino educado – ela ironiza.

Limito-me a rir de seu comentário e continuo contando, até a parte em que Cristina caiu e eu quase sujei as calças. Enquanto tiro a louça da mesa, ela apenas ri.

– Eu sempre soube que você seria “de matar” quando tentasse!

Encho um pouco dos copos lavados com água e jogo nela. Ela arregala os olhos numa expressão de raiva, mas não deixa barato: toma o copo da minha mão e começa a espirrar a água da pia em mim. Deixo que ela me molhe um pouco, afinal, ela é quase café-com-leite nessa brincadeira.

Quando ela me lança um sorriso vitorioso, prendo suas mãos nas costas. Ela tenta se soltar, mas é inútil. Com apenas uma mão consigo segurar seus pulsos; a outra enche o segundo como com água. Ela vira o rosto na direção da pia, se debatendo. Quando vê o copo cheio olha para mim como quem pede misericórdia.

– Não faz isso... – pede, meio choramingando e meio rindo.

Tarde demais. Viro o copo e vejo o cabelo molhado escorrer nas costas. Dou-me por satisfeito e a solto, morrendo de rir.

– Te juro que vai ter volta! – promete enquanto ela se dirige ao seu quarto.

Mal entro e me sinto inebriado pelo cheiro de morango e de rosas. Ela me entrega uma toalha limpa e aponta o fim do corredor, indicando a porta do banheiro. Observo o quarto mais uma vez e vou em direção ao banheiro. No caminho, sem que ela perceba, vou aspirando a toalha, sentindo aquele cheiro delicioso de coisa limpa.

Procuro relaxar enquanto a água quente bate nas minhas costas. Por mais que as coisas tenham dado errado, não consigo imaginar um jeito da noite ter acabado melhor: estou feliz. Cristina está bem e eu ainda sou virgem, mas há uma coisa melhor que tudo isso: pude me entender com Vanessa.

Quando saio do banho, a encontro secando o cabelo no quarto.

– Usei a suíte de Lila – justifica. – Ela não vai nem reparar.

Enquanto a vejo desembaraçar e secar o cabelo molhado, percebo pela primeira vez em todos esses anos o quanto eu olharia diferente para ela se não a conhecesse desde sempre. Entendo porque ela faz sucesso com os rapazes.

– Eu por acaso coloquei a camisola ao contrário? – Ela solta um risinho e só então percebo que ela me viu observá-la pelo espelho.

Sorrio, admirando seu sarcasmo. Assim que ela termina com o secador, se joga na cama ao meu lado e se aninha no meu braço. Depois de um tempo, olha para mim.

– Por que você ficou cheirando a toalha?

Eu rio.

– Porque tem um cheiro maravilhoso.

– Tem cheiro de sabão em pó, água e amaciante. – Ela une as sobrancelhas, ainda me encarando.

– Exatamente – digo e começo a me levantar. – Vou para o sofá, certo? Obrigado por tudo.

Ela morde o lábio inferior por alguns segundos, me encarando, mas permanece em silêncio. Atravesso o corredor, apagando as luzes atrás de mim e me ajeitando no sofá que aparentemente não contém nenhuma mancha radioativa. Quando me deito e me cubro com o lençol que ela deixou ali, percebo que minha cabeça não dói mais. Em poucos minutos durmo, uma vez que estou muito cansado.

Acordo com um braço me sacudindo no escuro e me sento imediatamente no sofá, derrubando alguma coisa da mesa de centro e soltando um palavrão no susto.

– Cale a boca! – Vanessa diz. – Eu ainda tenho vizinhos!

Olho em volta e percebo que ainda está escuro. Acendo o relógio de pulso para constatar que são duas e quarenta da manhã.

– Que aconteceu? – pergunto, ainda sonolento.

– Você não acharia estranho chegar em casa bêbado e encontrar um dos símbolos sexuais da faculdade dormindo no sofá?

Símbolo sexual, eu? Certo. Só se for “símbolo” mesmo, porque a parte do “sexual” está bem difícil de resolver. Ainda penso um pouco antes de responder:

– Hã, não sei... Na verdade, eu acho que ia gostar.

Minha visão já está mais acostumada ao escuro agora, mas mesmo que não estivesse eu teria certeza de que Vanessa revirou os olhos.

– Arrumei um colchonete do lado da minha cama. Vê se não demora.

Assinto e a sigo pelo corredor escuro, até chegar ao quarto. Quando ela se joga na cama eu me deito no colchonete, já desperto o suficiente para gastar um tempo pensando antes de dormir. Quando seu rosto adquire uma expressão serena e sinto que ela está dormindo, murmuro:

– Esqueci de dizer que te amo também.

Não sei se ela está sonhando, dormindo ou acordada, só sei que sorri brevemente e responde:

– Eu já sabia.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram, odiaram? HAUAHUAH

Galera, não esqueçam do review :3 e favoritem, se acharem justo... Beijos!