O virgem de 19 anos escrita por AmndAndrade


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Voltei mais rápido que o normal, né? HAUHAUH os reviews tão lindos e tenho novos leitores *-* espero que gostem:



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Eu não consigo acreditar. Simplesmente não consigo. Viro para trás para encarar os três traidores com um olhar de puro ódio.

– Sério? Vocês estão realmente falando sério? – digo entre dentes, mas algumas cabeças acabam se virando para nós.

– Faça suas apostas, filhinho! – Marcos dá uns tapinhas nas minhas costas e eles passam por mim, ignorando minha expressão chocada.

Eles se sentam em uma mesa de canto e eu apenas sigo. Sim, o lugar é algo totalmente faroeste, mas uma versão bem mais rica e sofisticada. O cheiro é uma mistura de bebidas fortes e colônias francesas antigas, coisa que me deixa nauseado no primeiro minuto ali. Apoio a cabeça entre as mãos e aperto as têmporas enquanto eles conversam animadamente sobre o próximo churrasco de cerveja.

– Vocês não podem estar falando sério! – digo, enquanto eles param para me olhar.

– Ah, qual é, Caio – Eduardo começa. – Não é tão ruim assim.

– Não é ruim? – Eu aproximo minha cabeça do tampo de mogno para que eleve a voz sem ser escutado. – Não é ruim? Vocês só podem estar ficando loucos!

– Qual o problema, afinal? Você acha que não sobe com nenhuma dessas senhorinhas gostosas aqui? – Marcos diz, erguendo as sobrancelhas com um ar triste.

Deus, cale a boca desse menino.

– Esse é... No mínimo um dos meus menores problemas. Menores, sabe? – Agarro a oportunidade de eles escolherem outro lugar. – E se uma dessas mulheres tiver um marido muito bravo?

– Não seja idiota – Marcelo corta. Maldito. – A maioria dessas gracinhas aqui é viúva. Até parece que uma mulher de setenta anos ainda tem marido vivo!

– E isso é só mais um motivo pra vocês escolherem outro lugar! Ah galera, vocês não podem me odiar tanto assim!

– Faz parte do trato que a gente pode escolher o lugar – Eduardo tenta remediar.

– Não existe nenhuma merda de trato! – digo, um pouco alto demais. – Além do mais, eu...

Sou interrompido por um garçom que realmente usa roupa de garçom, coisa que eu só via em casamentos e festas de debutantes. Ele diz:

– Boa noite, senhores – em tom formal.

– Boa noite – Eduardo responde, curvando-se educadamente. – O senhor tem cerveja aí?

O garçom solta um risinho.

– Temos, mas vim fazer um favor.

Ele retira um drink muito bonito e bem feito da bandeja e o coloca em minha frente. Observo as cores, sentindo o cheiro de cachaça misturado ali e sem entender absolutamente nada.

– Mas eu não...

– Cortesia daquela senhorita – ele me interrompe. Deposita um guardanapo rabisco com qualquer coisa no tampo de mogno, apontando uma senhora que deve ter seus cinqüenta e poucos anos.

Ela me olha e sorri, mostrando uma fileira de dentes brancos e reluzentes. O cabelo castanho e ondulado está disposto aos lados e ela tem olhos claros um tanto atraentes. A pele do rosto parece ligeiramente esticada e os seios estão empinados demais para sua idade, assim como o resto do corpo. Olho para o seu lado. Ela está acompanhada de duas mulheres que parecem ligeiramente mais velhas e estão praticamente tirando as roupas dos meus colegas com os olhos. Mas quem ganhou o drink fui eu e não eles, então assim que o garçom se afasta eles vão logo dizendo:

– Mas quem diria, hm? Qual é cara, ela é gostosinha.

– Imagina só quanto ela não gastou naquela plástica?

– Vamos lá, Caio, ela não deve enxergar muito bem mesmo, nem vai lembrar-se de você amanhã.

– Dá pra calar a boca? – rosno, irritado.

Abro o guardanapo sobre a mesa, observando a mensagem escrita em letras bonitas:

“Você é jogador de futebol, pãozinho? Porque só de te ver fiquei com uma vontade de jogar pelada...”

Ela assina com “Cristina” e um beijo, no mesmo tom de vermelho que está na sua boca. Estou chocado demais para rir, ao contrário dos meus amigos que estão quase tendo um colapso por segurar as gargalhadas.

Bom, pelo menos ela tem senso de humor.

– Acham que eu devia responder?

Não sei nem por que perguntei. Em menos de dois segundos Eduardo escolheu um drink igualmente bonito do cardápio e chamou o garçom. A “senhorita” olha o copo com uma satisfação um tanto indiscreta e pisca para mim com ainda menos discrição. Em seguida, ergue a mão direita e me chama com dois dedos, piscando mais uma vez e se levantando da mesa.

Não, não, não. Não pode ter sido assim tão rápido. Sou chutado ao mesmo tempo pelos três por debaixo da mesa, indicação de que eu deveria me levantar. Ainda chocado, levanto, ignorando as secadas que as senhoras me dão por trás e os olhares raivosos que alguns homens que tentavam inutilmente flertar com Cristina lançavam.

Ela me conduz até uma espécie de ante-sala e eu observo o lugar por alguns instantes. Tem a mesma aparência rústica do resto do bar. As paredes são de um tom de creme e um piano de cauda marrom repousa num canto, sobre uma elevação.

Fecha a porta de madeira talhada atrás de mim enquanto eu absorvo um pouco mais do lugar. Do teto, pende um lustre gigantesco, de onde vem toda iluminação. No canto oposto ao piano, uma cristaleira de aparência bem antiga que sustenta vários tipos de taças e garrafas. Cristina solta um risinho.

– Excitante, não é mesmo? – sussurra na minha nuca. Eu não havia percebido que ela andara até ali; Estava concentrado demais nos retratos antigos dispostos na parede. Olho o retrato de uma velhinha de bigode na parede, ponderando sobre sua pergunta. A velhinha parece entediada com a minha situação, mas o bigode dela me assusta demais. Excitante, é claro.

Só que não.

Resolvo ficar calado, virando para olhar para ela. Ah, droga! Ela já começou a desatar os botões do vestido e me encara, sentando no piano. Sim, ela usa bastante silicone, mas eu não acho particularmente ruim.

– Então... Qual o seu nome, pãozinho?

Droga, isso é tão broxante!

– Caio – respondo, avaliando o quão possível será fingir os sons naquela sala. A não ser que os garotos engulam uma agarração em cima do piano, eu estou ferrado.

– Sabe, Caio – ela continua numa voz que deve achar que é sexy. – Eu perdi meu marido há dois anos e tenho estado muito triste desde então. Nenhuma das quatrocentas fazendas tem conseguido suprir minha necessidade. – Ela suspira.

Espera um pouco. Quatrocentas? Eu ouvi certo? Quer dizer que Cristina é uma viúva rica?!

– Sinto muito – é só o que digo.

– Claro que sente – diz, irritada. – Todos os caseiros das fazendas sentiam, mas nenhum deles quis me consolar. Então estou tensa até hoje. – Ela apóia as mãos no piano e cruza as pernas, de um jeito que também pensa ser sexy.

– Quer uma massagem? – sugiro rapidamente, esperando que ela seja capaz de gemer alto com apenas os toques das minhas mãos.

Ela concorda um pouco surpresa enquanto eu vou para trás dela, torcendo para que ela chore ou faça qualquer outra coisa que não envolva “pelada”, como a mesma disse. Eu não nadei até aqui para morrer na praia, certo? Certo?

Bom, talvez não...


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Notas finais do capítulo

AHUAHU e aí, será que o Caio vai deslacrar agora?! Façam suas apostas, filhinhos KKKKKK