O virgem de 19 anos escrita por AmndAndrade


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

OIIIII, voltei! AHUAHUA tudo bem?!
Então, Vanessa bêbada, Caio bêbado... Não funciona. Vamos ver agora, né? Descubram o próximo lugar nesse capítulo :P



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Embora sejam três da tarde e eu esteja de ressaca, estou com fome. Bebo mais três copos de água quando abro o congelador. Uma das melhores partes da visita dos pais dos seus colegas é que eles compram comida, mas uma das piores partes é que não, ela não vai comprar lasanha pronta congelada.

Suspiro, tomando mais um copo de água e abrindo a geladeira. Numa vasilha, encontro fatias de bife. Ainda está congelado – desconfio de que a mãe de Felipe vá prepará-los no jantar –, então não tem nem como sugar a carne, sei lá. Sei que parece nojento, mas eu não estou sentindo o gosto de muita coisa mesmo.

Abro os armários, tomando nota mental para lubrificar as dobradiças – de novo – e tiro uma frigideira dali. Jogo-a no fogão de qualquer jeito, jogo um pouco do que me parece óleo de soja e escuto o barulho de água apagando fogo quando atiro tiras do bife ali, remexendo de qualquer jeito com a ponta de uma faca que suponho que esteja limpa.

Quando a coisa acaba de pegar uma corzinha, jogo uma pitada de sal por cima e coloco a frigideira sobre o tampo de mármore. De repente, perdi a fome. Tento ligar para Vanessa, mas ela não me atende. Resolvo então discar o número de Luiza.

– Por que tão cedo? – ela choraminga, e eu chego o relógio de pulso.

– São quase quatro da tarde.

– Não justifica. – Ela suspira. – O que você quer?

– Talvez um bom dia – resmungo, irritado. Ela não diz nada, então eu apenas prossigo: – cadê Vanessa?

– Dormindo, como todo mundo aqui em casa. Como eu estava fazendo antes do bonitão aí me acordar.

– Você não tem aula agora? – Tento desconversar.

– Depois de uma festa daquelas? – Ela ri. – Só no dia em que Viçosa for uma cidade totalmente plana.

Eu rio. Ficamos em silêncio por alguns minutos.

– Tudo certo para hoje à noite? – pergunta, e eu me esforço para lembrar. Quando lembro, sinto meu estômago revirar e não sei bem se por conta da ressaca.

– Sim – eu digo. – Diga à Vanessa eu mandei um beijo. – E diga que também a amo.

– Certo. Beijos, Caio.

– Beijos.

Desligo o telefone e fico alguns minutos em silêncio, sem pensar em nada específico até me lembrar do bife à minha frente. A coisa está parecendo o agente secreto James Bond: duro, frio e com nervos de aço. Empurro tudo para dentro como um garotinho obediente e resolvo tomar um banho para tirar todo esse fedor demoníaco de álcool, vômito e suor.

Quando estou no chuveiro, ouço alguém entrar em casa e ouço também meu telefone vibrando na pia. Uma chamada perdida de Marcos, eu constato enquanto me seco. Passo a toalha por minha virilha com um sorriso sacana no rosto. Poxa, Vanessa, se você quisesse saber o tamanho era só pedir. Não ia se decepcionar.

Passo direto para o meu quarto e me visto, agradecido pela dor de cabeça estar finalmente passando. Quando termino de me vestir, vejo uma mensagem de texto. Quando vejo o nome de Vanessa no visor, meu coração quase salta pela boca. Aperto as teclas com mais força que o necessário, mas a mensagem está vazia. Simplesmente assim. Fico com raiva da situação e vou para a cozinha, guiado pelo cheiro de lasanha que consegue afastar toda a minha dor de cabeça.

A mãe de Felipe me cumprimenta assim que entro, anunciando que por volta das seis a lasanha estará pronta para comer. Enquanto isso mordisco um pão de queijo que eles trouxeram de qualquer padaria do lugar e me sento à mesa, conversando com eles sobre a Bahia, férias, e qualquer coisa mais. Quando meu relógio apita pelas seis horas, lanço-lhe um olhar esperançoso de cachorrinho pidão e ela começa a gargalhar, tirando a forma do forno e colocando num escorador, sobre a mesa. Adriano abre os armários para tirar alguns pratos e comenta:

– Precisa de um pouquinho de óleo aqui.

Acredite, meu caro, eu sei bem disso.

– Acho que sim – limito-me a dizer, cumprimentando Felipe com a cabeça quando este passa pela porta e abraça sua mãe por trás.

– A melhor lasanha do mundo! – Ele suspira e ela ri.

– Você só diz isso porque fica um ano inteiro sem comer, meu cheiro.

Sentamos os quatro e eu não sei onde Marcelo se enfiou, mas quem perde é ele. E além do é até bom, porque sobra mais lasanha para mim. Quando coloco o segundo pedaço, sentindo meu apetite se abrir, Marcos, Marcelo e Eduardo aparecem na porta da cozinha com sorrisos sacanas estampados no rosto.

– Estamos todos atrasados – Eduardo diz, puxando a cadeira em que estou sentado.

– Mas ainda são sete e quinze! – choramingo, enfiando um pedaço quente de lasanha na boca e me arrependendo.

Ou não...

– Exato! – Marcos diz e ri, entrando na cozinha e cumprimentando a mãe de Felipe.

– Deixe de amolar o menino. – Ela diz, o sotaque carregado. – Ele tem que comer.

– Ele vai comer algo diferente essa noite – ele responde e todos riem pelo duplo sentido da coisa. Tenho vontade de repreendê-los, mas isso só vai me fazer parecer um idiota.

– Certo. – Enfio o último pedaço de lasanha na boca, secretamente querendo enfiar a forma inteira.

Quando descemos a ladeira e passamos o balaústre – jura? –, o único som presente é o da risada abafada dos garotos e eu não entendo muito bem a razão. Eles riem ainda mais quando eu pergunto:

– Por que tão cedo?

Ainda não compreendo, mas chegamos ao lugar. As portas são de madeira, dobradas como aqueles salões country de filmes de faroeste. As luzes amarelas e fortes me cegam por um instante, misturadas ao cheiro de conhaque que quase me sufoca. Meu queixo cai enquanto eu avalio as mesas de madeira e o bar bem iluminado e os garotos se seguram muito para não gargalhar. É só quando um grito ecoa pela sala que eu saio de meu transe:

– Bingo! – a mulher de sessenta e poucos anos grita e uma variedade de sons toma a sala.

Então, é isso. Meus amigos sempre gentis me trouxeram a uma casa de diversão para a terceira idade.


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Notas finais do capítulo

HUHAUHAUHAUHAU ENTONNNN, SACANAS OU NÃO?!

O que vocês acham que vai rolar? Quero saber ahauh beijosss!