O virgem de 19 anos escrita por AmndAndrade


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

OI GENTEEEEEEEEEEE, como vocês estão? skaposkakpaak

Ai, meu Deus. AI MEU DEUS. QUE RECOMENDAÇÃO FOI ESSA, STAR?! Chorei, cara, amei demaisssss ♥ fiquei muito lisonjeada, sério skaposakposka obrigada!

Então, estava com saudades já :c espero que gostem do capítulo! Star, esse é seu :3



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A luz do sol bate incessantemente no meu rosto. Estou pegajoso, coberto com um suor frio e espesso. Corro os olhos pelo cômodo, sentindo minha cabeça doer. Não, não está doendo por eu estar usando uma grade de cerveja como travesseiro, nem doendo por causa do fedor de vômito e vodka espalhado no lugar, nem doendo pelo forró maldito que continua saindo da caixa de som.

Sinto minhas costas arquearem para vomitar mais uma vez. Sei bem o porquê da minha dor de cabeça: ressaca.

Meus músculos estão extremamente mais fracos quando me sento para olhar o espaço. O aparelho de som continua ligado. Diversos engradados, garrafas e estudantes estão regularmente dispostos no chão. Minha cabeça parece pesar o triplo e eu me vejo esbarrar e agarrar várias partes da mobília, tentando não cair antes de chegar ao banheiro.

Tateio as paredes do corredor, até que finalmente encontro uma maçaneta, fria e reconfortante. Quando abro a porta, porém, dou de cara com Marcos, de bruços ao lado de uma loira que tem seu corpo envolto num lençol. Nus. Completamente nus.

Marcos está absolutamente imóvel e me pergunto se ele está realmente bem. Não que eu tenha condições para levá-lo para algum postinho para uma injeção de glicose, mas certamente encontraria alguém para fazê-lo se meu amigo estivesse, sei lá, meio morto. Aproximo-me da cama com cuidado, até notar que ele está respirando. E até notar que a loira que ele com certeza comeu é a mesma garota com quem me agarrei noite passada.

Vadia!

Solto uma risada fraca, mas mexo a cabeça rápido demais e acabo vomitando ali, em cima das coxas fartas da garota. Como se eu me importasse; se as coisas tivessem sido um pouco diferentes na noite anterior, quem estaria vomitando nela seria o próprio Marcos.

Penso em tirar uma foto para postar em qualquer rede social mais tarde, porém não consigo nem andar direito, que dirá pegar meu celular. Celular. Quando finalmente encontro o banheiro e lavo o rosto, sentindo-me mais desperto, pego o aparelho para checar as horas. Duas e quarenta da tarde. Então o aparelho apita, indicando que eu tenho mensagens de voz para ler.

Oito mensagens de voz.

Sim, agora eu estou desperto. Procuro um pouco de água em toda a república, uma vez que estou morto de sede e minha língua parece queimar. Porém, todo líquido que encontro se resume a álcool, álcool e mais álcool. Mentira, tem detergente também. Respiro fundo para conter a irritação e enfio a cabeça debaixo do tanque, bebendo água direto da torneira sem me importar em ensopar minha camiseta ou não.

Saio da casa sacudindo o cabelo emaranhado, lutando para manter o foco enquanto tento discar o número da caixa postal. Quando consegui discar todos os números sem errar, eu já estava quase chegando ao meu quarto.

– Você possui oito novas mensagens – a voz eletrônica diz, e em seguida diz o número. DDD 27, o do Espírito Santo. Será que havia acontecido alguma coisa com meus pais? Reteso a respiração, antecipando o sentimento de culpa enquanto me sento na cama.

– Bêbados malditos – resmungo, escutando ao fundo o que parecia ser uma festa. Então uma voz feminina e familiar começa a gritar:

– Então, era assim que você queria? – Vanessa parece extremamente brava. – Não consegui pegar mais nenhum garoto desde que você me fez passar vergonha, seu idiota! Virgem! – Ela ri com um som de desprezo. Por sorte, imagino que o som da festa esteja bem alto para abafar o grito. – Idiota! Maldito! Por que não volta para o Espírito Santo e se joga em Camburi? E morre! Te odeio!

Ouço um som que indica que a mensagem terminou. Minha cabeça gira e dói ainda mais. Parece que ela está cheia de pedras quando a jogo para trás, caindo com tudo na cama. Estou fedendo, dolorido e completamente arrasado. Um segundo toque indica que uma nova mensagem está para começar. A voz eletrônica repete o número, e não me surpreendo por ser o mesmo anterior.

– Não! Não! – uma voz estranha grita ao fundo e ouço o som de alguma coisa caindo no chão. Som de vidro se quebrando. – O celular é meu e o crédito é meu, e o celular também é meu e o dinheiro também! – Vanessa diz e ri doentiamente. – Qual é, Pernilongo! Pernilongo, Pernalonga! Só tem uma coisa em você que ninguém sabe se é longa ou não, não é mesmo? – Ela gargalha e ouço o bip mais uma vez.

Se eu não estivesse concentrado em não vomitar no lençol limpinho que Marta colocou na cama eu estaria rindo do final da mensagem. Ouço mais uma mensagem em que ela me xinga e diz que quer me cozinhar e me servir para todo o RU. Ignoro essa última parte. Coloco o celular no viva voz e o ponho na cabeceira, preparado para a quarta mensagem.

– Caio – ela diz suavemente. – Por favor, me escuta. Caio, me escuta. Escuta. Escuta – ela diz, já choramingando. Estou escutando, droga! – Caio, me desculpa – ela berra e quase consigo escutar um sorriso. – Desculpa falar as coisas que eu falei. Desculpa, por favor. Caio, me escuta. – Ela funga e depois ri. – Caio! Você não é virgem, ok? Você comeu metade das calouras da UFV. Me descul... – A ligação termina num bip.

Não sei o que pensar, mas tenho vontade de ligar para Vanessa. Resistindo ao impulso, ouço o toque mais uma vez. A quinta e a sexta mensagem são interrompidas assim que ela diz meu nome por um som estranho, repugnante. Vem das quatro da manhã, quando ela provavelmente estaria colocando as tripas para fora ao vomitar. Ouço o término da mensagem antes mesmo que ela volte a falar. Suspiro, escutando o bip mais uma vez.

– Caio? – ela chama numa voz infantil e sinto uma vontade instantânea de abraçá-la. A ligação está tranqüila, como se ela tivesse saído da festa. Ela chora e soluça ainda mais. – Eu não quis dizer que te odeio. Você sabe por que eu fiz isso, não sabe? Hã? Sabe, não sabe? Porque você limpou meu machucado quando eu caí da árvore – ela berra e chora ainda mais. – E não contou pra mamãe que eu caí tentando enforcar o gato da vizinha. Sabe, não sabe? Sabe que é por isso? Sabe que é por que eu não consigo olhar a praia de Camburi sem me lembrar dos seus olhos quando você chora? Porque é azul. – Ela soluça. – E tem água! – finaliza com um grito, chorando. – Sabe que eu te amo, não é? Sabe? – E ouço o som de vômito seguido de um bip.

Quando a oitava mensagem começa, eu estou preocupado de verdade. Quero ligar para ela, ver como ela está, para que tudo volte a ser como antes. A coisa da amizade e tudo mais. Minha atenção, porém, se volta à próxima mensagem; o DDD é de Minas e quando começa, é a voz de Luli que diz:

– Hm, oi Caio. Espero que você esteja bem. Estou me desculpando por qualquer coisa que Vanessa tenha dito, mas ela fugiu para o telhado e não conseguimos tirar o telefone sem que ela ameaçasse pular. – Ela suspira. – Quando ela dormiu, eu pedi ajuda ao Eduardo para tirá-la de lá. Está tudo bem. Beijos, se cuida.

Assim que o fim da mensagem é anunciado, disco o número de Vanessa. De cor, uma vez que escutei o mesmo número sete vezes naquela manhã. Mas que surpresa? Ela não me atende.         


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Notas finais do capítulo

E aí? Riram ou choraram com a Nessa? RIR DA DESGRAÇA DOS OUTROS É FEIO, VIU (jsoajkspoakapo mentira, nesse caso nem é)... Star, obrigada mais uma vez :3 por favor, não esqueçam do meu reviewwwwww, e quem quiser recomendar ou favoritar...

Beijoss, até mais!