O virgem de 19 anos escrita por AmndAndrade


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oi! Bem, essa é a minha primeira original. Primeeeeeira HAUHAU então espero que leiam com carinho, porque a escrevo com muito carinho. Esse é o prólogo, apenas, e espero que gostem do Caio. Bom prestar atenção para perceber a mudança dele nos próximos capítulos. Vejo vocês lá em baixo!



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Fecho a página do RPG que estava jogando, encarando mais uma vez a grade curricular da Engenharia Florestal da UFV. Tento me forçar a fechar a página e descer as escadas para comer qualquer coisa, mas minhas mãos estão suando e meus óculos estão ameaçando escorregar por meu rosto.

Além disso, não dá para evitar muito, uma vez que é esse o ano em que prestarei vestibular. Olho pela janela, sentindo a brisa litorânea refrescar minha mente por alguns instantes. As luzes das outras casas do condomínio estão quase todas apagadas

Levanto-me da cadeira ainda sem desligar o computador, passando a mão pelo cabelo castanho. Ando até o fim do corredor e entro no banheiro. Apoio as mãos no mármore gelado da pia e tiro os óculos, lavando o rosto em seguida. Encaro os olhos azuis que nem parecem meus, de tão cansados. Jogo água gelada em meu rosto mais uma vez e tateio os bolsos da bermuda em busca de meu celular.     

– Que é? – Vanessa me atende no quarto toque. Sempre delicada.

– Eu vou prestar vestibular em dois dias.

– Jura? – diz com a voz carregada de sarcasmo.

Eu não sou um aluno ruim, sei que não. Meu coeficiente de rendimento nunca esteve abaixo de oitenta e metade dos professores do cursinho dizem que sou o aluno mais bem preparado. Mas isso, é claro, não me impede de praticamente surtar na véspera da prova.

– Vai à orla comigo? – peço.

Ela grunhe de um jeito irritado e diz:

– Mas são quase onze horas.

– Você mora a duas quadras da praia! – Tento convencê-la, cruzando os dedos.

– Você também! Esqueceu de que moramos na mesma rua?

– Por favor, Nessinha...

Há uma pausa longa. Bem longa, aliás. Por fim, Vanessa suspira e diz:

– Me pega aqui em casa em dez minutos. Se atrasar, vou enterrar sua cabeça na areia.

Desligo antes que ela mude de ideia e desço as escadas aos saltos. Meus pais estão sentados na sala, assistindo a algum filme na televisão. Mal prestam atenção em mim quando digo que vou sair com Vanessa.

Como se aquele filme não tivesse passado na televisão aberta por, não sei, quinhentas vezes.

Mas entendo a ausência de preocupação do casal, uma vez que eu não sou o tipo de garoto problema. Assim que atravesso a portaria, sem me importar com o seu Nelson que insiste em dormir em horário de serviço, sinto a brisa fria que vem da praia de Camburi me despertar. Enfio as mãos nos bolsos e começo caminhar rapidamente pela rua deserta.

Quando chego à frente do prédio de Vanessa, ela já está lá. O cabelo castanho-claro cai pelo ombro e a luz do poste só confere um tom mais amarelado aos olhos âmbar. Ela sorri brevemente antes de começar a andar na minha frente enquanto vamos em direção à praia. Quando chegamos, indico com a cabeça o casaco que ela está vestindo.

– Você foi esperta. Está bem frio aqui.

– Na verdade é porque eu estou de pijama – praticamente rosna, irritada. Garotas. – Não sei que diabos você quer aqui a essa hora da noite.

Abaixo a cabeça e me sento no calçadão, sem conseguir pensar em uma resposta. Ela parece se arrepender.

– Desculpa, Caio. – Ela se acomoda ao meu lado. – Eu sei que você está nervoso, mas vai dar tudo certo.

– E se não der? – rebato, erguendo a cabeça e fitando um ponto distante no mar. – E se eu tiver que terminar meus dias na praça de alimentação do Shopping?

– Escuta, você estudou, não é? Agora o próximo passo é dormir, se você não quiser babar seu gabarito inteiro.

Eu rio um pouco. Sendo minha amiga de infância, Vanessa sempre soube o que dizer.

– Mas eu sinto que não é o suficiente.

– E o que você quer fazer?

– Uma promessa.

Ela para por um minuto, encarando o mar.

– Daquelas que a gente faz na igreja? – Torce o nariz.

– Sim, mas não consigo pensar em nada que eles possam querer.

– Dinheiro – sugere.

– Você já viu o tanto de ouro que eles têm? Não acho que precisem disso. E, além disso, você sabe que eu estou quebrado.

Ela revira os olhos.

– Sempre estamos. – Sorri.

Permanecemos em silêncio por alguns instantes e por sua expressão concentrada, julgo que sua próxima ideia será boa.

– Que você vire padre, talvez.

Definitivamente horrível. Encaro-a com uma expressão chocada e ela simplesmente começa a rir começa a rir.

– Tenho uma ideia – diz. – Por que você não oferece sua virgindade?

As ideias aparentemente tendem a piorar, penso. Procuro qualquer indício de brincadeira em seu rosto, mas não encontro.

– É sério! – Ela cutuca minhas costelas com o cotovelo. – Vi uma garota que ficou até famosa por isso, nesses tempos. Valeu muito dinheiro, mas acho que tem um significado emocional.

– Pra sempre? – murmuro, preocupado e achando a ideia totalmente absurda.

– Não, claro que não! – Ela ri. – Até os vinte anos já está bom.

– Parece pouco – digo.

– Então se prive dos pornôs também. – Ela dá de ombros. Como ela sabe...?

Suspiro e me levanto, estendendo a mão direita para ela. Quando aceita, começo a puxá-la pela direção oposta à de sua casa.

– Aonde vamos? – pergunta claramente confusa.

– Tem uma igreja a três quadras daqui. – Continuo a puxar.

– Caio. – Ela solta sua mão da minha. – Você está falando sério?

Viro os olhos cansados para ela, um sorriso fraco estampando meu rosto.

– Nunca falei tão sério em toda minha vida.


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Notas finais do capítulo

Vai dar merda, sim ou claro? HAUAHUAHUAH o que acharam do Caio? Têm algum palpite do que vai acontecer? :3 deixem a opinião de vocês, é muito importante!