A Terapeuta escrita por Bellice


Capítulo 9
Capítulo IX


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Tudo bom? *-*
Voltei rápido, não é? Me empolguei porque fiquei muito feliz com os comentários doces de incentivo que me mandaram, sério! Vocês são as melhores! ♥
Espero que gostem do capítulo, embora ele não tenha nada de muito diferente do anterior. Todas nos comentários queriam saber como a Bella se sentiu em relação ao beijo, então taí!
Boa leitura! =D



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Capítulo IX

“Aquilo que provamos quando estamos apaixonados talvez seja o nosso estado normal. O amor mostra ao homem como é que ele deveria ser sempre.”

Anton Tchekhov

Ponto de Vista por Isabella Swan

Eu já tinha perdido a conta de quantas vezes tentei fechar os olhos e simplesmente dormir. Estava meio impossível, porque minha cabeça não parava de fervilhar.

Acho que eu precisava de uma psicóloga. Merda, eu era uma psicóloga! Mas eu não estava conseguindo lidar com os últimos acontecimentos da minha vida.

Trazer Edward à minha casa parecia tão certo, mas também tão errado agora. Não por causa dele, isso é fato. Edward era muito mais por trás daquela máscara de insensibilidade e arrogância que ele mostrou quando me procurou no consultório. Ao contrário. Ele mostrou ser um homem bom com más decisões que o levaram a ter uma vida ruim, mas isso mudaria, tinha que mudar. O problema era que eu não estava agindo como deveria agir. Eu o estava vendo de uma outra perspectiva, que estava longe de ser a perspectiva profissional.

Eu estava simplesmente fascinada, encantada pela pessoa que Edward mostrou realmente ser nesses dois dias em que passamos juntos.

Sua voz linda cantando Beatles em meu carro, com os olhos fechados, apenas apreciando a música; sua sensibilidade quando viu Mandy sorrindo para ele verdadeiramente; sua calma no parque naquela manhã de sol; seus pequenos gestos, seus sorrisos, sua risada.... Tudo estava me fazendo ter sensações boas, mas estranhas. Era como se pequenas borboletinhas estivessem voando em mim cada vez que ele sorria. Eu estava tão confusa.

De repente, ouvi o barulho do chuveiro ligado. O som estava muito próximo, então certamente era o banheiro que ficava no quarto de hóspedes, que agora era de Edward. Eram 5h da manhã! Por que diabos ele estava acordado? Em poucos dias, já tinha dado para perceber que Edward não era uma pessoa apreciadora da manhã, então ele não devia ter dormido ainda, também. Ou será que estava doente?

Merda, será que eu deveria ir até lá? E se ele não gostasse da invasão de privacidade? A casa era minha, mas o quarto era dele agora, mesmo que por poucos dias, infelizmente... O que eu faria depois que ele fosse embora? Quando ele se encontrasse na vida novamente? Eu já estava tão acostumada com seu humor pela manhã e seus pequenos gestos bonitos.

De qualquer jeito, eu pensaria na confusão em que havia me metido depois. Agora, eu precisava verificar se Edward estava bem.

Ele não havia fechado a porta de seu quarto, o que fora um alivio. Não estava afim de arrombar a porta de um dos meus quartos, porque depois seria um prejuízo comprar outra e achar alguém para arrumar tudo... Ah, foco Isabella!

Entrei e resolvi esperá-lo sair do banho. Arrombar a porta do meu banheiro também daria prejuízo, além de constrangimentos.

Como não tinha nenhuma cadeira no quarto de hóspedes, sentei timidamente na ponta da cama. O cheiro gostoso de Edward estava muito fixo nos lençóis daquela cama de solteiro, e eu estava pensando seriamente em nunca mais lavá-los. Era absurdo, mas era o mais próximo dele que eu poderia ter. Não ia agir como uma menina do colegial e achar que nós dois poderíamos viver um conto de fadas. Não. Eu assumiria a competente profissional que sempre fui de vez, e faria o Sr. Cullen encontrar seu caminho para a felicidade. Depois disso, deixarei que ele se afaste e viverei minha vida em paz. Quem sabe não era a hora de dar uma nova chance ao James, meu antigo namorado?

Estava tão perdida em pensamentos que nem notei quando Edward entrou no quarto novamente. Há quanto tempo ele estava parado ali? Ele parecia querer fugir de mim, mas por quê?

–Hey, desculpe-me por invadir seu quarto a essa hora, mas ouvi o barulho do chuveiro e pensei que você estivesse, hum, passando mal ou precisando de alguma coisa. –Disse tudo de uma vez, me sentindo ridícula. E se ele estivesse bravo pela pequena invasão em seu quarto?

–Não se desculpe, a casa é sua. Eu estou bem, só... Não consegui dormir. –A voz de Edward parecia embargada e, finalmente, tomei coragem para olhar em seu rosto. Seus olhos estavam vermelhos e seu rosto parecia inchado. Eu sabia que ele não estava bem, e o que ele tinha feito naquele banheiro. Só não sabia o motivo. Ainda.

–Você chorou. –Afirmei. Edward pareceu ficar sem graça.

–Claro que não, Isabella. Deve ter caído xampu no meu olho. –Sério? Até eu poderia ter inventado uma desculpa melhor, e olha que não era boa em contar mentiras.

–Nos dois olhos? Acho difícil. –Lancei um sorriso confiante em sua direção. Eu era muito boa no que fazia profissionalmente, meu bem. O que ele esperava de uma psicóloga, afinal?

–Certo. Talvez não tenha sido o xampu. Mas há outros motivos para os olhos ficarem vermelhos...

–De fato. Mas você não saiu dessa casa sem mim, então tenho certeza que não está drogado. –Queria que o clima ficasse mais leve. Edward parecia realmente perturbado, e eu não tinha ideia de como ajudá-lo. Queria tanto que ele confiasse em mim.

–Pode dizer às pessoas que eu estava drogado, não que eu estava chorando. Tenho uma reputação a zelar.

–Que reputação? Pensei que ninguém te suportasse, como você me disse. –Eu estava, realmente, tentando deixar o clima mais leve, mas me dei conta da merda que falei quando olhei para Edward novamente. Droga! Ele era tão sensível às vezes. Parecia tão inseguro e frágil com que os outros pensavam dele. Com o que ele mesmo pensava de si.

–Para, Edward. –Fui para perto dele. Não queria que ele pensasse que eu quis mesmo dizer aquilo seriamente. –Já está na hora de você parar de ter pena de si mesmo, certo? Todo mundo comete erros na vida. Eu não falei que você é insuportável, apenas estava brincando numa situação que você não devia levar a sério. –Ele pereceu surpreso com minhas palavras.

–Eu sei, mas eu queria que minha vida tivesse sido diferente, sabe... Hoje eu me dei conta de tanta coisa... Eu queria ter dito não pra maldita promessa de meus pais e simplesmente ter vivido a minha vida. Mas não queria decepcioná-los e acabei decepcionando a mim mesmo, e a Tanya... Ela me odeia.

Não consegui me conter e o abracei com força, tentando mostrar a ele que não estava sozinho. Ele parecia tão sincero e tão vulnerável ali, na minha frente. Eu queria tanto poder ajudá-lo. Queria tanto que ele fosse feliz.

–Tanya não te odeia, Edward. Ela me procurou em meu escritório pedindo para ajudá-lo. Eu perguntei a ela o motivo de não ter fugido com o namorado dela se você não a tinha visto sair e sabe o que ela me respondeu? –Eu esperava que contar a ele isso ajudasse de alguma forma. Ele precisava se perdoar. Deixar Tanya livre para viver a vida dela. Ela parecia ser uma mulher boa, de muitas qualidades. Ela e Edward apenas não deram certo porque não se gostavam do jeito certo para levar um casamento, mas isso não queria dizer que deveriam ser infelizes para sempre.

Decidi prosseguir com a história, já que Edward não falava nada, mas se mostrava curioso, aguardando que eu concluísse meu raciocínio.

“Edward é uma boa pessoa, apesar de tudo. Quero vê-lo bem, também. Ele não merece que eu simplesmente fuja, já que ele poderia ter feito isso esses anos que o tratei mal, mas não o fez.”

–Ela disse isso mesmo? Eu não fugi porque não tinha para onde ir, porque não queria ficar sozinho. Isso não faz de mim uma boa pessoa.

Edward fazia tão pouco de si mesmo. Se ele pudesse ver como eu o via... Suspirei fundo, tomando coragem. Eu tinha que fazê-lo ver o quão incrível ele era. Coloquei minhas mãos em seu rosto, fazendo com que ele prestasse total atenção em mim.

–Você é sim, uma boa pessoa, Edward. Mas não quer ver isso, porque está coberto de auto piedade. Você tem que parar de ser como a vítima. As pessoas passam por situações ruins o tempo todo, fazem escolhas erradas. Uma má decisão não é motivo para uma vida ruim. Nós sempre podemos mudar o caminho, Edward.

–Mas... Mudar o caminho para onde? Eu não tenho pelo que lutar. –Ele estava totalmente perdido e confuso. Contudo, eu me arriscava a dizer que ele queria mesmo mudar. Que eu estava ajudando-o de alguma forma.

–Para onde estiver a felicidade, oras. –Disse simplesmente. Não era o que todos buscávamos, afinal de contas? Não era o que mantinha a vida agradável? Tudo na nossa existência se baseava na busca pelo que nos faz bem, pelo que nos traz paz.

Eu sei que era loucura, mas sabe de uma coisa? Quando olhei para Edward ali, tão perto de mim, me encarando, e pensei na minha vida e na minha felicidade... Tudo o que eu pude visualizar fora eu e Edward naquele parque em que fomos ontem, rindo, felizes, abraçados... Merda, eu estava mesmo me apaixonando pelo meu paciente problemático? Eu não via outra explicação para meu coração acelerado sempre que ele estava perto.

Como agora.

Perto demais.

Antes que eu pudesse processar meus pensamentos junto com o que se passava agora, vi Edward curvar seu rosto ainda mais em direção ao meu. Se possível, meu coração acelerou ainda mais. Ele me encarava tão intensamente que eu não sabia dizer se aquilo era um sonho muito, muito bom, ou se era mesmo a realidade.

Edward estava olhando para mim com desejo, desejo mesmo. E eu não tive dúvidas disso quando ele gentilmente juntou seus lábios aos meus.

Por um momento, paralisei. O que eu deveria fazer agora? Era errado, era antiético. Mas parecia tão certo, tão bom, tão tudo que eu simplesmente resolvi não pensar em mais nada. Foda-se tudo. Edward estava me beijando e eu queria tanto retribuir.

E foi o que eu fiz. Tranquei meu lado racional num cantinho e deixei o emocional tomar conta de tudo. Desci minhas mãos para seu pescoço e o puxei para mais perto ainda, pressionando minha boca contra a dele também.

Nada poderia descrever aquela sensação. O cheiro de Edward nele com certeza era melhor do que o cheiro dele nos lençóis, e eu queria que aquele momento durasse pra sempre. Parecia tão certo e tão diferente de todos outros beijos que eu já tinha tido. Edward, definitivamente era especial pra mim. Em vários sentidos.

Quando o ar se fez necessário, Edward simplesmente desceu até meu pescoço e começou a distribuir pequenos beijos molhados por lá, me causando arrepios bons. Ao mesmo tempo, ele nos conduzia para a pequena cama do quarto, a qual eu estava sentada há poucos minutos.

Eu pensava que ele tentaria algo a mais. Que ele me confessasse que estava tão desesperado por sexo que não se importava de que tivesse de ser comigo. Mas, novamente, Edward me surpreendeu. Quando eu estava deitada na cama, ainda meio sem reação para descobrir o que faria para espantá-lo, ele simplesmente deitou também no espaço minúsculo que tinha ao meu lado, e me abraçou apertado, deixando a cabeça repousar sobre meu peito.

–Bella? –Bella? Desde quando ele diminuía o meu nome? Eu sempre dizia para as pessoas que meus amigos me chamavam de Bella. Edward poderia ser caracterizado como amigo? Eu com certeza tinha definições mais interessantes para ele em minha vida.

–Sim?

–Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida desde sempre. Muito obrigada.

–Pelo quê? –Eu não sabia o que dizer. Estava tocada pelas palavras doces do Sr. Cullen. Ah Deus, por trás daquela frieza toda havia um homem tão doce e apaixonante! Inconscientemente, levei minhas mãos até seus cabelos e comecei um carinho ali. Seus cabelos eram tão macios. Me lembravam tanto os de Mandy antes de tudo acontecer a ela.

–Por ser quem você é. Não tem pessoa mais adorável que você, Drª Isabella. –Ele me lançou um sorriso tímido. –E não tem mais louca também.

Edward riu e tudo o que eu pude fazer foi acompanhá-lo. Não sabia ao certo o que eu estava sentindo, ou se ele sentia alguma coisa. Não sabia como agir depois daquele beijo. Não sabia de nada.

Uma coisa era certa: encararia a situação de frente. Eu cumpriria minha promessa e faria Edward encontrar seu caminho para a felicidade. Perto ou longe de mim.


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Notas finais do capítulo

Antes de tudo, gostaria de agradecer à Jenny Oliveira pela LINDÍSSIMA recomendação! Sério, guria! Até chorei aqui com tantos elogios, muito obrigada! :')
O que vocês acharam do capítulo? Chato, legal? ME DIGAM!
O próximo vem na quarta feira, já estou escrevendo o décimo :)
Vejo vocês nas reviews! Beijão ♥