A Terapeuta escrita por Bellice


Capítulo 7
Capítulo VII


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei, gente! Mas com a manutenção interminável do Nyah! atrapalhou tudo também... Hahaha
Boa leitura!



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Capítulo VII

“Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.”

Dalai Lama

Eu ouvia meu nome sussurrado ao longe. Uma voz doce e melodiosa me chamava, causando em mim uma sensação de paz. Suspirei e sorri, sentindo-me confortável como há tempos não me sentia. Onde eu estava mesmo?

Logo, a voz ficou mais impaciente e, consequente mais alta e cada vez mais perto. Senti uma pequena mão em meu ombro, tentando me sacudir, mas não ousei abrir meus olhos. Aquele toque, tão bom... Eu estava sonhando?

–Edward! Caramba, você precisa acordar e sair dessa cama! Estamos atrasados! Edward!

Hum, essa era a voz da Srta. Swan. O que ela estava fazendo no meu sonho gritando? Típico. Queria complicar a minha vida ainda mais. Virei para longe daquela voz. Não queria mais sonhar com ela.

–Depois não diga que eu não tentei te acordar de outra maneira!

Não entendi o que ela estava querendo dizer. Diabos, ela ainda não havia ido embora do meu sonho?!

De repente, senti algo molhando e praticamente congelando meu rosto de tão gelado que o liquido estava. Meus olhos abriram-se imediatamente e eu dei um pulo para fora do lugar confortável em que eu estava há poucos segundos.

Olhei, arfante, para a mulher que se encontrava no mesmo cômodo que eu. Isabella estava ali. Porra, não era um sonho. E ela estava rindo da minha cara.

–Bem, eu avisei, Edward. Quem manda ser preguiçoso? –Ela soltou outra gargalhada gostosa que fez todo o seu rosto se iluminar. Eu a observava atentamente, sem conseguir desviar minha atenção. Merda. O que essa mulher tem que me deixa sem reação a qualquer coisa? Isabella era adorável.

Inferno! Olha aí o maldito adjetivo fofo novamente.

–Porra! Não precisava me jogar água, sua louca! –Olhei rapidamente para o relógio digital que estava no criado mudo do quarto. Seis da manhã. Puta merda. –Por que você me acordou essa hora da madrugada?

Eu estava indignado. Estava virando rotina agora essa mulher me acordar cedo? Eu trabalhava à tarde e não estava acostumado a levantar tão cedo. Aliás, com a merda de vida que eu levava, quanto mais tempo eu pudesse passar dormindo, melhor.

–Já é de manhã. Sr. Cullen. Vamos ao parque cedo hoje e depois faremos compras. Anda, levanta! Estou te esperando na sala! –Ela me lançou um sorriso empolgado e saiu do quarto.

Suspirei e me obriguei a ir até o banheiro e tomar um banho rápido. Eu tinha concordado com essa semana absurda, não tinha? Então, eu faria o que ela quisesse.

Afinal, uma semana passava rápido. Logo esse tempo com Isabella acabaria.

E eu não sei o motivo, mas só de pensar nisso... Algo se desanimava dentro de mim. Mesmo que eu nunca fosse admitir isso para ninguém, obviamente.

(...)

Bufei. Estava irritado. Frustrado. Argh. Odeio acordar cedo. Odeio esses passarinhos cantando. Odeio esse sol nos meus olhos. Argh.

–Nós não podemos voltar à sua casa? Esqueci meus óculos de sol, não é bom sair assim.

Isabella gargalhou, e eu revirei meus olhos. Ela não cairia nessa desculpa dos óculos, eu deveria saber. Merda, eu precisava sair dali. Passarinhos malditos.

–Edward, relaxa! Você consegue pensar em coisa mais perfeita do que uma manhã ensolarada como essa, num parque lindo como esse? Ah, eu amo esse lugar! –Isabella fechou seus olhos e inspirou profundamente, ainda mantendo um sorriso leve em seus lábios.

Novamente, eu não pude desviar meus olhos dela. Se eu conseguia pensar em algo mais perfeito que uma manhã ensolarada num parque? Sim, com certeza. Ela. Isabella era sinônima de perfeição.

–Vamos! Faça a mesma coisa que eu. Apenas feche seus olhos, inspire esse ar e sinta. –Isabella tocou minha mão com a sua, apenas tentando chamar minha atenção para ela. Mas sabia ela que já tinha minha total atenção há algum tempo.

Resolvi fazer o que ela estava dizendo. Lentamente, fechei meus olhos e inspirei profundamente. O sol batia em meu rosto, fazendo com que uma quentura não muito forte se espalhasse por ele. O ar que entrara parecia fresco e me trazia uma sensação boa. De repente, os sons dos pássaros cantando ao redor das árvores já não me incomodavam mais, principalmente porque estavam chegando aos meus ouvidos juntamente com o som alegre da risada de Isabella.

Naquele momento, sentindo uma leve brisa passar por meu corpo, sentindo o calor do sol, sentindo o suave toque da mão de Isabella na minha, o mundo não parecia um lugar tão ruim. Naquele momento, a vontade de viver me assolou como nunca antes.

E essa vontade de dar uma segunda chance para a vida me enchia de esperanças, aquecia meu coração. Ou será que era Isabella que fazia isso?

(...)

Ponto de Vista por Isabella Swan

Edward apertava minha mão com um pouco mais de força do que antes. E, Deus, eu sei que era um toque simples e totalmente despretensioso. Aliás, um toque que eu mesma tinha iniciado. Porém, não conseguia deixar de me sentir como eu estava me sentindo. O seu toque me causava arrepios e também, uma sensação estranhamente boa. Pacífica.

Onde estava a minha ética profissional num momento desses?! É certo que não é muito profissional levar um “paciente” para passar uma semana contigo, mas eu o estava ajudando, não estava? Ele parecia... Diferente. Arriscava dizer que bem melhor do que antes. Claro que ele não estava feliz ainda, mas a felicidade é um processo. Um processo lento, que se constrói aos poucos.

–Okay, Edward. –Assim que eu falei, ele abriu os olhos e me lançou um sorriso lindo. Um sorriso que me afetou tanto que fez meu coração se apertar. Por que ele não sorria assim sempre? –Vamos nos sentar em algum lugar.

Edward concordou com a cabeça e fomos em direção às grandes árvores que tinham ali. Era um alivio o Sr. Cullen não estar se incomodando –ou não estar percebendo- que eu o estava chamando pelo primeiro nome. Não éramos íntimos para tal fato, mas era um nome tão bonito. E ele já havia me chamado de Isabella certa vez, não?

–Então, o que faremos agora, Terapeuta-Hippie-Isabella Swan? –Ele soltou uma gargalhada e, por mais que eu não quisesse, ri junto.

–Eu não sou hippie, Edward. Pare com essas gracinhas.

–Claro que é. Se não fosse, não viria para o meu lado com esse papo de perfeição da natureza e valorização das pequenas coisas da vida, você sabe.

–Eu só queria ajudar. Talvez eu não devesse ter me metido mesmo, mas...

É fato. Eu não deveria ter me metido nisso. Era um problema de casal, um problema de Edward e Tanya. Mas, bem, eu era uma terapeuta, não era? Minha função é ajudar as pessoas.

O problema é que agora tudo se resumia a ele. A ajudar Edward Cullen. A fazê-lo feliz. A fazê-lo se sentir... amado. E isso me assustava.

Muito.

(...)

Ponto de Vista por Edward Cullen

Isabella parecia ter levado a sério minha brincadeira e, em qualquer outra situação, eu concordaria com o que ela estava dizendo. De fato, ela não devia ter se metido em minha vida. Mas onde eu estaria agora se não estivesse ali com ela? Provavelmente acordando ao lado de uma mulher que nunca foi feliz comigo, indo para um trabalho que eu odiava e depois, voltando para uma casa que não era o meu lar, nunca tinha sido.

Era apenas o segundo dia que eu estava passando ao lado de Isabella e eu já tinha sorrido mais vezes do que em um ano preso naquela casa com Tanya.

Será que a Srta. Swan tinha razão? Será que não era tarde demais? Será que a vida valia mesmo a pena?

–Eu sei que você só quer ajudar. E eu nunca vou admitir isso novamente, então preste bem atenção: eu estou muito grato por você não ter desistido de mim.

E olhando para o sorriso que Isabella me lançou como resposta ao que eu disse, eu repetiria de novo tudo aquilo e muito mais, com prazer. Com aquele sorriso... Sim, com aquele sorriso a vida parecia mesmo valer a pena. Valer tudo.


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço um reviewzinho? ♥
Boa semana pra vocês e até semana que vem! ;)