A Terapeuta escrita por Bellice


Capítulo 25
Capítulo XXV


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Estou voltando depois de meses bem problemáticos.
Quero agradecer a todas que me mandaram mensagens querendo saber o que aconteceu para o meu sumiço, responderei todas assim que der.
Boa leitura!



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Capítulo XXV



"Se me calo, fico emburrado ou me encontro distante, não pense que é por falta de amor ou desejo. Às vezes, me sinto meio sem rumo num mundo tão hostil, complicado e descolorido. O pior remédio é você fazer o mesmo. Ignore minha apatia. Só peço que chegues e instale a beleza que me falta, venha sorridente, regue as flores na sacada, ative minha respiração, massageie meus ombros, tire minha roupa ou me abrace, simplesmente. Vai passar."


Gabito Nunes



Ponto de vista por Edward Cullen


–Você está mesmo bem? Eu não sei, talvez eu deva ficar em casa. Só mais hoje, para ter certeza...

–Bella, eu vou ficar bem. Não é como se eu estivesse doente, afinal. Só preciso de um pouco de repouso. –Ela sorriu, ainda meio incerta de minhas palavras. Fazia dois dias que eu tinha saído do hospital. O médico disse que eu ficaria bem se tivesse duas semanas de repouso, apenas não fazendo muito esforço, mas Bella estava incerta sobre voltar para seu emprego e me deixar sozinho em sua casa. Ela era tão absurda. E tão incrivelmente adorável. Eu nunca me cansaria de admirá-la. Ela se preocupava tanto comigo que chegava a ser surreal. Deus do céu, ela realmente me amava. Muito. Meu sentimento era recíproco e eu não podia acreditar nisso.

Não podia acreditar porque tornava a minha decisão muito pior. Eu disse a ela que pensaríamos no problema se chegássemos a ele, mas era impossível deixar de pensar que se eu fosse admitido em Harvard, eu precisaria tomar uma decisão, mesmo com Bella me dizendo que eu poderia ter o melhor dos dois mundos, ou seja, tanto ela quanto Harvard. Era impossível, certo? Eram malditos cinco longos anos longe, ela não merecia isso. Eu não queria prendê-la. Queria que ela fosse feliz. Ela não precisava de um fracassado como eu em sua vida. Eu não poderia ser egoísta com Bella. Com ela não.

–Mas Edward, eu acho que eu deveria ficar aqui. Você sabe, o reitor.... Não quero que você se exalte demais e acabe afetando sua recuperação. Eu amo você. –Bella largou a sua bolsa novamente e praticamente se jogou em cima de mim no sofá de sua sala, me abraçando forte. Eu ri, mas aproveitei seu carinho espontâneo. Deus, eu realmente a amava muito. Eu não poderia escolher.

Sobre o reitor de Harvard, eu não poderia negar que estava nervoso. Logo que saí do hospital eu liguei para ele e expliquei a situação. De que eu não poderia ir até lá pelas duas semanas seguintes por conta da doação de medula, mas que, se a possibilidade da entrevista ainda estivesse de pé após isso, eu teria o prazer de ir. O Sr. Mitchell ficou tão comovido com a história de Mandy e minha doação que se ofereceu para vir até a casa de minha namorada para realizar a entrevista. Isso para mim soou como favorecimento, mas Bella disse que eu estava apenas achando motivos para recusar a entrevista e, assim, não ter que ter escolhas para fazer. Ela estava certa, afinal. Então, deixando o meu medo de lado, eu aceitei. Não poderia negar que o apoio de Bella seria muito bem-vindo, bem como a sua presença hoje, mas eu precisava enfrentar isto sozinho, até por que, ela tinha o seu trabalho que já estava acumulado demais por minha causa.

–Amor, é sério: está tudo bem. Só vai ser uma entrevista e eu sei que você me apoia, não é? –Ela concordou imediatamente. –Então. Você precisa trabalhar, tudo bem? Eu ainda vou estar aqui quando você chegar.

–Espero mesmo! –Ela riu. –Então, até mais, querido. Qualquer coisa você pode me ligar, certo? A qualquer hora! –Ela me deu um beijo rápido e saiu de casa sem olhar para trás. Eu sorri, apreciando a minha nova vida: mesmo se eu não conseguisse Harvard, eu não podia mentir. Estava feliz assim, desse jeito.

Bella me fazia feliz. De um jeito que eu jamais imaginei que fosse possível.

(...)


–Então, Sr. Cullen, por que quer entrar na Universidade de Harvard? –Nós já estávamos conversando há algum tempo, eu e o Sr. Mitchell. Ele havia perguntado sobre a minha vida na adolescência, sobre o casamento e sobre minha profissão atual. Respondi a todas as questões com sinceridade, e esta não seria diferente.

–Por muito tempo, desisti de viver. Acho que conviver com o conformismo era mais fácil do que sair da zona de conforto, entende? Eu culpava as pessoas à minha volta por minhas escolhas erradas, mas esquecia de ver que a maior parte de culpa era minha por não ter me imposto como deveria, já que a vida é minha. Quando Bella começou a me orientar, foi que eu comecei a tomar um rumo, retornar aos trilhos, na verdade. E o meu sonho maior sempre foi ingressar em Harvard e cursar Direito. Foi por querer isto que me empenhei tanto nos tempos de escola. É por isto que eu tenho paixão, não por meu curso atual, que é Administração. Eu quero trabalhar por paixão e não por obrigação. E isso só o Direito irá me permitir.

–Muito bem, Sr. Cullen. Acho que era tudo o que eu precisava ouvir. –Ele lançou um sorriso contido para mim. –Não vou mentir, nós preferimos pessoas mais jovens, mas eu vejo muita força de vontade, dedicação e convicção no que quer.

–E isso quer dizer que...? –Eu estava nervoso. Muito nervoso, na verdade. Se ele dissesse não, como eu me sentiria? Se ele dissesse sim, como eu reagiria? Eu era um misto de confusão e expectativa.

–Isso quer dizer, Sr. Cullen, –O Sr. Mitchell levantou do sofá de Bella, e eu fiz o mesmo, levantei-me do oposto. –Que Harvard estará esperando por você no próximo semestre. Seja muito bem-vindo. Espero que aproveite a oportunidade.

O reitor apertou a minha mão e eu agradeci por seus votos e por me aceitar na universidade, tudo no automático. Do mesmo modo, eu o levei até a porta. Aquilo era surreal demais. “Harvard estará esperando por você no próximo semestre.” Ah, meu Deus! Eu havia conseguido a vaga! Eu iria começar a cursar o que sempre quis! Eu não precisaria voltar para o meu emprego desagradável, muito menos para a faculdade de Administração. Parecia um sonho.

Meu primeiro impulso foi ligar para Bella e contar a novidade, mas me contive. Ela tinha trabalho a fazer, e eu tinha que me demitir do meu emprego e desfazer minha matrícula da faculdade de Administração. Após isso, eu iria até o consultório da minha namorada, esperaria até que ela estivesse pronta para voltar para casa, e a levaria para jantar em um bom restaurante.

E, dessa vez, eu seria mais rápido que ela e pagaria a conta de verdade.

(...)

Depois de ter, finalmente, me livrado de meu emprego e de minha faculdade tediosa, eu entrei no prédio onde Bella tinha seu consultório. Assim que cheguei à recepção, Jenna, a secretária de Bella, sorriu para mim.

–Sr. Cullen! Acho que Bella não gostará de vê-lo aqui, ela disse que o senhor deveria ficar em casa descansando. Mesmo assim, quer um café, uma água? Pode sentar e esperar, se quiser. Vou avisar à Isabella que está aqui.

Jenna nem me deixou responder e já saiu correndo para a sala de Bella, então eu limitei-me a apenas rir de sua atitude e aguardar minha namorada carinhosa e excessivamente preocupada que, com certeza, apareceria já me dando uma bronca por ter saído de casa. Porém, eu estava bem e ela estava apenas se importando demais sem necessidade.

–Pode entrar, Sr. Cullen.

–Pode me chamar de Edward apenas, Jenna. –Eu sorri para a secretária de Bella e, seguindo sua instrução, fui até a sala dela.

–Edward! Você está bem? Não deveria estar em casa? E se você passar mal?!

Eu ri de suas preocupações e apenas a puxei para mim, abraçando-a com força. Ela retribuiu do mesmo jeito, o que aqueceu meu coração de uma maneira quase mágica. Independentemente do que fosse, iríamos enfrentar juntos, ou assim eu esperava. Foda-se se eu estava sendo iludido demais, mas eu precisava tentar. Não poderia simplesmente desistir de Isabella. Sem ela, nenhuma conquista adicional valeria a pena. Ela era o centro de minha felicidade.

–Eu amo você muito! –Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, juntei seus lábios aos meus. Parecia que não nos beijávamos há séculos, e eu não me importei em contar a ela a novidade, ou em perguntar se ela ainda tinha mais pacientes e se eu estava atrapalhando-a. Eu só queria ter um momento com a minha namorada incrível. Isabella aprofundou nosso beijo e puxou-me para mais perto, entrelaçando suas mãos ao redor do meu pescoço. Eu sorri enquanto a beijava por conta de seu gesto. Eu simplesmente amava quando ela fazia isso.

Quando o ar nos faltou, desci meus beijos para o pescoço de Bella. Eu amava seu cheiro, e era tão gostoso beijá-la ali. Eu sempre podia sentir seu corpo arrepiar-se devido ao meu contato. As unhas de Bella apertaram com força a minha nuca e eu ri de seu gesto tão comunicativo. Aquilo provavelmente era um “Não pare, eu gosto tanto disso.” E, como eu era um bom homem e nunca ousaria desobedecer Isabella, eu continuei.

Encostei Bella em sua mesa e ela passou suas pernas ao redor das minhas. Uma de minhas mãos foi em direção de sua pele sob sua blusa e eu apertei sua cintura, trazendo-a cada vez para mais perto. Voltei a beijá-la com mais intensidade e Bella retribuía-me da mesma maneira. Deus, ela era tão gostosa. Minha mão que estava sob sua blusa foi para um de seus seios, ainda por cima do sutiã. Eu senti Bella ofegar e separar sua boca da minha para conseguir um pouco de ar.

–Amo você, Edward. –Foi tudo que Bella sussurrou em meu ouvindo antes de começar a morder meu pescoço lentamente. Eu suspirei, tentando recuperar meu controle. Estávamos na sala de Isabella e a porta nem ao menos estava trancada. Além do mais, não poderia ser assim, em cima de uma mesa, nossa primeira vez. Ela merecia mais. E eu já havia esperado tanto tempo que um dia a mais ou um dia a menos realmente não importava. Isabella parecia ter outras ideias, pois saí de meus pensamentos quando ela apertou mais seu aperto ao redor de mim com suas pernas, sentindo agora minha ereção tocando sua barriga.

–Edward...

–Bella, estamos no seu consultório. –Eu disse, sem nem um pouco de convicção. Bella se apertou mais ainda a mim, e friccionou seu quadril com o meu. –Bella, amor.... –Gemi. –Podemos terminar isso em casa.... Eu tenho algo para lhe contar.

Minha namorada suspirou, parecendo frustrada, mas sorriu para mim. Dei um beijo em sua testa, abracei-a mais uma vez e me afastei um pouco, indo me sentar na cadeira em frente à sua mesa. O engraçado era que esse lugar me trazia muitas lembranças. Eu lembrava do primeiro dia em que levei Tanya ali comigo, quando eu sentei nesta mesma cadeira e gritei com as duas, indignado com elas, mas não comigo. Eu estava com tanta raiva naquela época, tanto ódio.... E agora, eu via as coisas sob um outro ponto de vista. Era maravilhoso, porque agora, eu não culpava os outros, mas sim as minhas próprias atitudes. Era um grande progresso.

Voltei meus pensamentos para o presente e encontrei Isabella me olhando atentamente, como se me analisasse. Eu sorri para ela, feliz por saber que ela se importava comigo. Ela havia sentado também em sua cadeira e estava simplesmente adorável em seu local de trabalho, quase completamente profissional, se não fosse os cabelos bagunçados e suas bochechas coradas.

–Então, o que você quer me contar?

–O Sr. Mitchell foi lá na sua casa, e...

–Nossa casa, Edward. Agora, ela é sua também. –Bella sorriu para mim.

–Não me acostumei ainda com isso. Desculpe. –Quer dizer, a ideia de morar com Bella era maravilhosa, mas me adonar de sua casa como se fosse minha já era totalmente diferente. E além do mais, como eu poderia chamar sua casa de minha também, quando eu me mudaria dali dentro de poucas semanas?

–Tudo bem, Edward. Apenas fale.

–Ele disse que a vaga é minha, se eu quiser. –Por um momento, vi Bella arregalar os olhos. Não era surpresa, era apenas... Impacto com a notícia. Após isso, ela sorriu, levantou-se, veio até onde eu estava, sentou-se em meu colo, deu um abraço, e disse:

–Isso é ótimo, querido. É tudo o que você sempre quis, de verdade. Eu estou tão orgulhosa de você. –Sua voz era tão doce que me fazia acreditar que tudo seria possível.

–Não será tudo o que eu sempre quis se eu não tiver você em minha vida também, Bella. Eu amo mesmo você. –Falei para ela. Bella sorriu.

–Isso quer dizer que você não vai me expulsar? Que vamos tentar.... Fazer dar certo? –Bella parecia tão esperançosa e tão insegura ao mesmo tempo. Isso era culpa minha. Eu a afastei enquanto estava confuso, disse que nunca ia dar certo um relacionamento a distância. Porém, eu a amava e ela me amava, e eu nunca me perdoaria se não tentasse, ao menos.

–Se você quiser, sim. Eu ainda acho que você merece coisa melhor, mas se você quer tentar.... É óbvio que eu quero também, amor.

–Você é a minha melhor coisa, Edward. De verdade. –Ela encostou seus lábios nos meus, quase como uma promessa silenciosa. Embora fosse difícil, faríamos dar certo.

Tínhamos que fazer. Porque minha vida não ficaria completa sem Bella nunca mais. Não conseguiria viver sem ela em minha vida. E, pensando bem? Eu não queria nem tentar.



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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam? Vejo vocês daqui alguns dias.



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