Acampamento Cahill escrita por Kiwriah


Capítulo 5
Primeiro desafio


Notas iniciais do capítulo

Para quem sentiu falta da ação, aqui está.



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POV’s Natalie

- Pois bem, pessoal, uma surpresa para vocês: o acampamento não será aqui. Sigam-me e tragam as malas.

Então ela simplesmente se virou e se embrenhou no mato.

- Ela tá maluca? – perguntou Evan.

- Eu não vou entrar aí. – falei.

- É melhor vocês virem logo ou vão se perder na trilhaaa! – ela cantarolou.

- Pessoal fresco! – Reaggan resmungou e se enfiou entre as árvores. Não sei como ela conseguia passar com aquele corpo de dinossauro, mas acho que os Tomas são capazes de gastar mais horas no dia do casamento com treinamentos inúteis do que se arrumando para a cerimônia.

O pessoal foi a seguindo, mas eu parei antes de entrar na trilha (não estava animada para passar as horas seguintes tirando gravetos do meu cabelo, obrigada). De repente um calafrio me subiu a espinha. Ouvi o silvar de uma cobra bem atrás de mim, e senti uma coisa deslizando pelas minhas costas.

Glup!

- AAAAAAAAAAAAAAAAAH!!! - corri com todas as minhas forças, até ouvir alguém rindo.

- Hahahaha! – Ian exibia seu sorriso mais escarnecedor. – Não acredito que você caiu nesse truque velho! Haha!

Soltei um suspiro indignado. Eu sentia meu sorriso ficando vermelho de ódio e meus olhos pegando fogo.

- VOCÊ VAI PAGAR CARO POR ISSO! – e saí correndo atrás dele, voltando o caminho da trilha. Eu nunca admitiria em voz alta, mas havia sido muito tonta.

- Hahahahaha! – nós tínhamos voltado ao ponto de início e ele ria enquanto eu batia nas costas dele.

- Que você tenha uma morte lenta e dolorosa, com veneno corroendo e apodrecendo seus órgãos por dentro da carne! Sua alma seja jogada no...

Nós dois ficamos estáticos.

Na mata à frente havia uma luzinha vermelha que pessoas normais nem notariam, mas nós, Lúcian, reconheceríamos de longe.

Uma arma apontada para nós.

POV’s Amy

Nellie já estava terminando de explicar as regras da corrida de canoas e os Kabra ainda não haviam chegado. Eu estava preocupada por causa do grito que veio da floresta, mas Nellie não parecia da importância.

Pouco antes de entrarmos nas canoas, ouvi uns cochichos atrás de mim. Ufa! Eles apareceram. Ou será que estavam ali o tempo todo e eu que não tinha procurado direito? Não sei, mas eles pareciam concentrados e assustados, planejando algo (o que era estranho, pois nem sequer estavam no mesmo time).

- Um time em cada canoa! Todos a postos? Três, dois, um e... já... caré!

Todo mundo já tinha começado a remar e por isso ficamos bravos com a brincadeira tosca e infantil da Nellie.

- Não, é sério! Cuidado com o jacaré!

- IAAAU! – um jacaré pulou por cima do nosso barco e bateu na parte de baixo do outro, quase o fazendo virar.

- SOCORRO!!! – Jonah Wizard soltou um gritinho que jamais usaria em suas músicas; e olha que ele ainda estava calmo comparado aos outros!

- Eu assumo os lemes da frente, vocês ajudam no que puderem com os de trás! – liderou Reaggan.

A nossa canoa ia para frente graças à ela, senão ficaríamos nadando em círculos sem sair do lugar. Água chovia de todos os lados, me deixando quase cega. BLAM! O bicho bateu no casco da canoa e a mala de Natalie pulou para fora.

- Minhas roupas! – ela gritou, indo para o fundo do barco.

- Primeiro a vida, garota! – Priscila puxou Natalie bem antes do jacaré abocanhar a sua mão.

- Remem por suas vidas! – gritou Reaggan. – Se eu morrer, mato vocês!

- Não precisava falar! – respondeu Ted.

- Irmão, fique no meio do barco, o jacaré pode se aproximar sem você perceber. – falou Sinead.

GNOC! O jacaré arrancou a ponta dos remos de Reaggam, que em vez de nos ajudar começou a mandar ir mais rápido.

A navegação acalmou por um instante e só então percebi a situação do outro barco: eles estavam num redemoinho, e o jacaré indo para lá! Congelei por um instante. E se Dan morresse? O que seria de mim? Não falo para ele, mas é aquele seu jeito alegre que me faz ter coragem de ir para a escola toda manhã, mesmo que isso signifique acordar com musiquinha de anime! O jacaré submergiu e o barco continuava em pane total. Ele iria voltar pra cima a qualquer momento e... O jacaré saltou e, num bote, abocanhou a parte de trás da embarcação, que pulou junto com ele para os ares.

A notícia boa era que eles estavam fora do redemoinho, a ruim era que o jacaré causava um vazamento no casco, com a boca presa nele. A água entrava no barco com muita rapidez.

Eu nem percebi que estávamos chegando na ilha e quase caí quando o barco atracou. Já os outros vinham em alta velocidade e quando chegou na praia, os passageiros voaram para frente e se esfolaram todos na areia da praia. O jacaré livrou a boca do barco com apenas uma chacoalhada, estraçalhando toda a embarcação, e correu na direção dos meninos. Nunca pensei que um jacaré fosse tão rápido em terra. Foi quando, de trás da fera, Reaggan deu um salto e agarrou a sua boca, o imobilizou e pegou os seus cadarços para amarrá-la.

- Tá dominado! – ela disse com um sorriso estampado no rosto.

- Puxa, Reaggan... – falou Natalie, boquiaberta. – Nunca mais chamo seus treinamentos de inúteis.

- Dan! Você está bem? – corri até ele.

- Cara... – dizia, parecendo atordoado. – Eu naveguei... com um jacaré! UHÚÚÚ!!!

Sorri e o abracei. Aquele era o meu irmão.

Tudo ficou branco.


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Notas finais do capítulo

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