Dragões E Serpentes - Draco E Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 9
Right or Wrong?


Notas iniciais do capítulo

Mil anos depois...
*jurosolenementequenãovoufazernadadebom*

Gente... desculpa pelo hiato gigante, mas eu fui viajar sem meu computador, não consegui postar... vou postar uns três capítulos pra vcs pra compensar um pouco x_x

e aos leitores de Consequências, gente, desculpaaaaa, mas eu to tendo serios problemas pra finalizar aqui x_x



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Nove)

Era o primeiro baile que eu iria na vida. E logo de cara iria com Victor Krum.

Quer dizer, muitas garotas estariam delirando em uma piscina de hormônios, mas eu simplesmente estou nervosa, não tenho certeza se gosto dele desse jeito.

– Você está bonita Hermione. – Gina dizia acabando os retoques do meu cabelo.

– Certo. Será que eu não posso faltar?

– Não, os campeões devem ter a primeira dança. Vamos, Victor é seu amigo, você não pode deixar ele na mão.

Suspirei, Gina estava certa.

– Vá indo na frente, eu preciso falar com minha irmã antes.

– Certo, nos vemos lá em baixo.

Gina era irmã de Rony, não deveria ir no baile, mas foi convidada por Neville. Andei até a entrada do salão da Sonserina.

– O que quer aqui, Greengrass? – Pansy me puxou pelo braço analisando minhas roupas de cima abaixo.

– Hã... Pansy... Sinto incomodar, mas poderia chamar minha irmã Astória?

Ela revirou os olhos.

Eu não gostava de admitir, mas a cara de Buldogue estava bonita, embora seu vestido fosse meio curto e muito colado, seus olhos verdes saltavam vivos em sua maquiagem impecável. Agradeci à Gina por ter me arruado tão bem. Hoje era um dos únicos dias que eu podia dizer que estava tão bonita quanto a Parkinson.

– Um instante. – ela entrou batendo seus saltos e voltou com minha irmã ao seu lado. – ela não pode entrar aqui Astória, ela não é da nossa casa.

– Tá Pansy, tá, vá retocar a maquiagem por que você está toda borrada.

Era mentira de Tori, mas Pansy ficou apreensiva e sumiu pelas escadarias que levavam ao salão da Sonserina.

– Mana Banana! – Tori sorriu me girando. – Você está linda! Devia usar seu cabelo assim mais vezes.

Eu apenas ri.

– Você tem noção de como foi difícil fazer isso? – eu apontei para minha cabeça – dá muito trabalho e é muito dolorido... Ah não, definitivamente muito empenho!

– Queria poder ir ao baile... – ela murmurou – mas enfim, o que houve? O que quer comigo?

– Ah, eu queria ver se estava bem... E bem, eu não tenho com quem conversar sobre isso, tenho poucas amigas mulheres e não é algo que eu possa sair contando...

– Fala logo!

Eu olhei para os lados e diminui minha voz.

– Eu vou ao Baile com Krum...

Ela não me deixou terminar, deu um grito agudo e saltinhos. Seus cabelos loiro-escuros estavam presos em coque malfeito, mas ela continuava linda. Cada vez estava maior, e ficando a cada dia mais fabulosa. A cada dia mais diferente de mim, mas a cada dia mais minha irmã.

– Mentira! O Victor? Toda garota do colégio quer dar umas bitocas nele!

– Shiu! Não quero que saibam. Se bem que depois de hoje todos vão saber, e me odiar mais um pouco... – revirei os olhos – mas a questão é: não sei se quero dar umas “bitocas” nele. E eu... Bem tem aquele meu amigo que eu te falei...

– Ora Hermione! Você já tem 14 anos. É normal...

– Onde eu estava com a cabeça? Você recém tem 12 anos, eu deveria te dar esse tipo de conselho, não o contrário.

– Certo, minha idade não importa. É simples, pelo amor de Merlin, se quiser beijá-lo: beije-o. Se não quiser, não beije.

– Beijar quem?! – uma voz atrás de nós me fez pular.

– Não é da sua conta Malfoy! – eu grunhi assim que o vi.

Ele estava tão bonito, com um terno preto os cabelos alinhados e...

E...?

E nada, ele era um tremendo fuinha inconveniente.

Ele estreitou os olhos, Pansy desceu logo atrás dele e grudou em seu braço. Bom podia ser pior.

“Podia ser a Daphne...” Meditei comigo mesma.

Mais risos se seguiram e então, Oh que surpresa agradável! Minha irmã tirana eu seu lindo vestido esvoaçante de decote mais do que generoso.

Algo dentro de mim me deu uma cotovelada no estômago, me mandando calar a boca.

“Êta boca, hein Hermione? Sab,e a vida não vê diferença entre comentários e desafios. Se você disser que não tem como piorar, ela vai piorar!”

Algoera um monstrinho felpudo parecido com o Grinch que morava em algum lugar do meu cérebro. A diferença é que ele era roxo e vivia para me atormentar. Alguns talvez conheçam algo pelo nome de Consciência.

– Hermione, o que está fazendo aqui? Não conseguiu um par para o baile e veio chorar com a irmãzinha pirralha?

– Ah Daph, - foi Astória quem disse – ela está muito bem acompanhada para o baile, isso eu garanto.

– Cala a boca, ninguém te perguntou – ela disse rispidamente.

Apenas revirei os olhos.

– Tori, vou indo, não posso me atrasar. Nos vemos depois?

– Com certeza! – Astoria disse rindo – quero todos os detalhes!

Eu apenas revirei os olhos e saí dali. Apertei o passo, decidida a fazer aquilo. Eu dançaria com Krum, o rapaz mais bonito do baile, e calaria a boca de minha irmã.

***

KRUM!

ELA ESTAVA DANÇANDO COM O TROGLODITA DO VICTOR KRUM!

Meu baile tinha sido completamente arruinado, Pansy ficou dependurada em meu pescoço, e a irmã nojenta da Hermione não parou de me cantar. Com uma amiga que nem essa, Pansy não precisa de inimigos.

E para melhorar minha noite, quando eu fui lá fora tomar um ar, aquele Búlgaro troglodita estava beijando ela! E aquela mão na sua cintura, e a outra em sua nuca. Os dois rindo, brincando.

AH!

Teria quebrado tudo, mas Blaise me alcançou antes que eu fizesse isso.

– Calma cara – ele disse enquanto eu me sentava novamente no salão e me entregava um copo de ponche. – Pansy está muito bonita, não?

– Dane-se a Pansy! – eu disse irritado.

– Hermione também está muito bonita.

– Aquela traidora de sangue ordinária, se esfregando pelos cantos com aquele monte de músculos sem cérebro...

– Não sei por que se importa... – ele disse sorrindo. As vezes Blaise era tão irritante quando o velho Dumbledore. Sou sorriso sabe-tudo.

– Se meu pai soubesse, Ah se meu pai soubesse... – amaldiçoei baixinho.

– Seu pai? – Zabini ergueu a sobrancelha. Quis tirar aquele sorriso com um soco.

– O pai dela! Está surdo Zabini? – eu disse ainda mais nervoso. Droga, eu era muito impulsivo.

– Sei... Sabe Draco, você tem sorte em me ter como amigo, quer dizer, se eu não fosse eu, eu seria um tremendo filho da puta que espalharia para o colégio que você ama a Greengrass amante de trouxas.

– O que? Não seja ridículo.

Ele apenas riu.

– Relaxa Malfoy, eu gosto de você... De verdade. E eu acho a garota Hermione... Uma gracinha. – ele riu e minha vontade de chutar a cara dele apenas aumentou.

Ele me levantou e me levou até onde estavam os outros membros da Sonserina. E para minha sorte, o assunto da festa era a Sangue Ruim com o Krum. Perfeito.

*

Eu estava chegando em meu dormitório, finalmente tinha me livrado de Pansy. Que garota insuportável. Estava conversando com Crabbe, Goyle e Blaise sobre aulas de luta que eu estava fazendo. Desde pequeno tenho aulas a mais que os outros garotos não têm. Sempre achei meio inútil, ainda mais essas aulas patéticas de lutas trouxas. Mesmo meu pai dizendo que isso não tem nada de trouxa. Se bem que depois do soco que eu levei da Hermione ano passado, aulas de luta me parecem apropriadas.

– Eu também estou tendo aulas assim. – Crabbe torcia o nariz – trouxas são mesmo uns primatas.

Eu pensei em corrigi-lo e dizer que todo ser humano é da ordem dos primatas, mas não me incomodei em dizer.

– Pois é, meu pai disse qualquer coisa sobre campeonatos, mas não estou realmente empolgado. – eu me estralei, aquelas aulas podiam ser inúteis, mas estavam me deixando realmente quebrado.

– Com medo de apanhar, Draco? – Blaise disse com seu típico sorriso cínico.

– Eu ganho esse campeonato se quiser, Blaise. – eu disse mal-humorado. Blaise era o único que não tinha medo de mim e da minha família, o que o tornava muito inconveniente, mas um dos meus mais verdadeiros... Amigos?

“Ah, Draco, quatro anos e incapaz de classificar um relacionamento. Quando chegar aos 30 vai descobrir que Hermione não era sua irmã adotiva, e sim sua tia-avó emprestada.” Meu subconsciente murmurou.

– Eu aposto que não ganha. Aposto cem galeões. - Eu apenas arqueei uma sobrancelha, aquele ia ser o dinheiro mais fácil da minha vida. – Mas apenas em campeonatos sem magia, quero ver você lutar que nem um trouxa. – ele riu-se.

– Pois você vai perder dinheiro e se decepcionar. Sou um Malfoy, Blas, nunca faço nada como um trouxa.

Ele abriu a boca para contestar, mas a voz que chegou até mim era estridente, preocupada e familiar.

– Draco! – Astória veio correndo em minha direção, me impedindo de ir para meu dormitório.

– Tori, eu estou cansado, realmente não... – eu tentei resistir enquanto a garota me puxava para longe dos meus companheiros de dormitório.

– Me escute seu cabeça de milho, Hermione sumiu, não voltou para o dormitório e nem veio falar comigo.

Ergui a sobrancelha.

– Ela deve estar com o Krum em algum lugar. – o pensamento me irritou profundamente.

– Não está, eu falei com Krum, ela sumiu depois de discutir com Harry e Rony.

Respirei fundo.

– Então é com esse retardado que ela quis ficar, um inútil que nem sabe onde anda a garota dele?! Quando eu achar esse Krum eu...

– Draco! Pra começar ela não é a garota dele e... – Astória me sacudiu e revirou os olhos – primeiro ache minha irmã. Por favor.

– O que te faz pensar que eu me importo? – eu disse retomando minha postura, a visão meio embaçada pelos ponches que eu havia tomado.

– Draco, por favor. – ela disse somente com um olhar impaciente.

Dei de ombros e saí corredor a fora, procurando a maldita traidora de sangue, não demonstrei pressa alguma, mas meus pés formigavam para sair correndo pelo castelo berrando o nome da sangue ruim.

Era quase uma da manhã quando eu a encontrei. Estava no lago da lula, escorada na árvore que tinha ali.

– Chatonilda! – chamei-a irritado.

Ela limpou o rosto para me observar, pelo menos Krum realmente não estava ali.

Mas ela estava com o rosto molhado. Tinha chorado?!

– O que houve?

– Ora Malfoy, vá embora. – ela disse ríspida. – Não é como se te importasse.

– Você estava chorando. – eu ignorei sua hostilidade. – foi aquele brutamontes do Krum?

– O que?

– Eu vi ele enfiando a língua na sua garganta. A propósito, meu pai vai ficar sabendo disso!

– Draco você é simplesmente insuportável! O que te interessa em quem eu dou ou deixo de dar meu primeiro beijo?!

E então através do torpor de ponche algo me ocorreu: Ela tinha dado o primeiro beijo dela.

Por que isso me soou tão estranho? Quer dizer, ainda esses dias ela estava no meu quarto, assustada falando sobre histórias de princesa. Senti todo meu corpo rachar, e meu peito se contorcer.

– O que foi? Vai ficar aí com essa cara de retardado? – ela disse me tirando do meu transe.

– Sangue ruim... – eu alertei-a.

– Draco você é um patife sabia?! – ela gritou. – Ah, eu tenho tanta vontade de socar essa sua cara!

Eu me lembrei então do soco que ela tinha me dado ano passado, e então só fiquei mais raivoso, aos poucos meu peito que antes se contorcia agora pulsava em revolta e tudo que me vinha na cabeça era o Krum beijando a Hermione.

– Greengrass... – alertei-a dando um passo em sua direção.

– Cara de fuinha! Por que está aqui hein Malfoy?

– Hermione... – eu continuava alertando-a.

Isso não ia prestar.

*

Ele se aproximava de mim e eu dele, a medida que eu o xingava ele ficava mais e mais sério.

Eu não sabia por que estava com tanta raiva, mas tudo que eu queria era subir em cima daquele palerma e bater com sua cabeça no chão até esmagar aquele rostinho perfeito dele.

Eu por fim o empurrei. Ele me empurrou de volta.

– Seu bastardo! – gritei.

– Não, essa é você – ele cuspiu de volta me empurrando novamente.

Bati em seu braço com toda força que pude reunir, ele me empurrou novamente.

– Não sou bastarda! – eu rugi e o empurrei com mais força.

Ele estão se recuperou e veio para cima de mim, me batendo contra a árvore brutalmente deixando minhas costas doloridas contra a madeira.

Abri a boca para xingá-lo, mas então ele tinha passado suas mãos pelos meus cabelos e mesmo com meu coro cabeludo reclamando e o penteado de Gina sendo trucidado, a única coisa que eu pude prestar atenção foi na língua do Malfoy de repente na minha boca, tocando a minha, mordendo meu lábio, enquanto eu aos poucos parava de resistir e movimentava meus lábios junto aos dele.

Minha mão que antes coçava para dar-lhe uns bons socos, agora passeava pelo pescoço dele até seus loiros cabelos macios. Meus olhos pesados se fechavam e eu me sentia derreter ali. Toda minha raiva e frustração dissolviam-se em uma estranha nuvem que intoxicava-me. Não conseguia pensar em nada, sequer conseguia sentir as coisas propriamente a única coisa que eu tinha certeza eram dos lábios dele junto aos meus.

Ele tinha gosto de frutas e um pouco de álcool em seu hálito.

Acordei quando uma de suas mãos subui seu trajeto dos meus quadris, para a minha barriga e acariciou meus seios por cima do vestido.

Algo dentro de mim acordou, suspirou incrédulo, e me estapeou com suas mãosinhas roxas e felpudas.

“ALOOOOOU! VOCÊ ESTÁ BEIJANDO SEU IRMÃO!”

E foi o que bastou para que eu empurrasse Draco para longe mim e ficasse ofegante grudada contra a árvore, como se um lobisomem de cinco metros estivese n minha frente mastigando minha irmã mais nova.

“Se bem que esse podia ter sido nosso primeiro beijo... Nada contra o Krum, mas, WOOW!” Algo disse com as sobrancelhas arqueadas.

“Cala a boca” eu franzi as sobrancelhas em carranca para ele.

– E-eu... – Draco disse se dando em conta do que tinha feito.

– Fica longe de mim. – eu disse pausadamente passando por ele. – se você contar pra alguém, eu juro pelo papai que te mato!

Ele franziu a testa.

– É bom você não contar nada, sangue ruim.

– Argh! – eu gemi de frustração e empurrei o loiro uma última vez.

Dei as costas e saí rumo ao meu dormitório.

Tomei banho, eu tinha tantos pensamentos na minha cabeça que simplesmente não conseguia refletir direito sobre nenhum. Um grande caos tinha se instalado.

Eu sentia uma dor absurda no peito, sentia como se fosse explodir morrer, sentia-me culpada e com certo nojo de mim. Quanto mais eu pensava mais errado aquilo tudo parecia.

Ele era meu irmão, não era? Eu sempre pensei nele desse jeito. Eu sábia que nosso sangue não era o mesmo, mas isso ainda soava como incesto para mim, aquilo era doentio, aquilo era errado. Mas ainda assim meu corpo teimava em arrepiar-se ao lembrar do modo como ele havia me beijado, como ele tinha me segurado de modo cuidadoso, mas não tão gentil.

Ao mesmo tempo em que um suspiro irrompia involuntário, eu me sentia ligeiramente mal, consciente do fato que ele era meu irmão.

Eu abracei meu travesseiro com força, querendo gritar, esquecer o que tinha acontecido; já tinha chorado, não choraria mais, mas minha vontade de gritar só tinha aumentado. E ao mesmo tempo que eu sabia que aquilo era errado, tudo que eu via quando apertava os olhos era o rosto de Draco, como se tivesse sido tatuado nas costas das minhas pálpebras.

Tudo que eu sei é que o toque dele ainda arde em minha pele, e mesmo que em teoria isso seja claramente errado e repulsivo, quanto menos eu penso, tudo isso parece bem mais... certo.

Eu beijei Draco Malfoy. E não tenho ideia do que isso significa.


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Notas finais do capítulo

tomara que tenham gostado :3

*malfeitofeito*