Dragões E Serpentes - Draco E Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 6
Fear.


Notas iniciais do capítulo

*jurosolenementequenãovoufazernadadebom*GENTEEEEEEEM, problemas pra postar aqui, sua escritora é uma jegue. enfiiim, vou fazer maratona (ÊÊÊÊ) de três capítulos só (AAAAH).HAHA Aproveitem minhas chicas ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/406588/chapter/6

Seis)

Cheguei em casa e estava morta meu pai esmagava minha irmã em um abraço e minha mãe me ajudava com meu malão. A viajem de volta fora torturante, não fiquei com Draco na cabine já que Pansy agora me odiava. Tudo por que eu estudei com trouxas e era da grifinória.

Eu me joguei no sofá, exausta. Tori veio correndo e grudou em mim, feliz por me ver, gritava me entregava desenhos, me mostrava às novidades de sua escola. Meu pai por fim veio me cumprimentar, sentou-se em cima de mim esmagando-me.

– Onde está a minha outra filha hein Tori? Queria dar um abraço de boas vindas!

– Paaaai! - eu disse rindo em baixo dele.

Tori ria-se e tentava me puxar de baixo dele.

– Ah! Aqui está ela!

Ele se levantou e me pegou no colo me esmagando com beijos e abraços. Seus bigodes bem cuidados me faziam cócegas.

– Como foi o ano? – ele perguntou, Daphne e minha mãe sentavam-se ao sofá do lado.

– Muito bom pai! – Eu disse sorrindo.

– Exceto pela parte de essa aberração ter ido parar na Grifinória. – minha irmã disse revirando os olhos.

– Pare de me chamar assim! – eu disse repentinamente raivosa. Eu até tinha me esquecido de como isso seria um problema.

– Daphne... – minha mãe alertou-a.

Meu pai riu. Sempre suas risadas inoportunas.

– Bom, Grifinória ou qualquer outra casa, Dumbledore mandou uma carta, nos agradecendo por ter salvo a escola. E suas notas são exemplares, você ganhou uma bolsa em Hogwarts.

Sorri ligeiramente orgulhosa. Daphne por outro lado tentava me matar com o olhar.

– E além do mais, minha mãe era da Grifinória. – ele deu de ombros. – você será uma grande bruxa Hermione.

Eu sorri.

– Senhortia Hermione, Senhorita Daphne! – Loriel veio nos cumprimentar.

Esmaguei a elfa com beijos e abraços. Céus eu tinha sentido sua falta.

Daphne torceu o nariz e desandou a contar as novidades de Hogwarts para nossos pais, que riam de sua empolgação. Eu me juntei a eles e por um breve momento me convenci de que realmente éramos uma família feliz.

***

– Mi? – era meu pai na porta do meu quarto.

– Oi pai.

– O que está fazendo?

– Acabei de ler um livro sobre poções de transformação e resolvi escrever uma carta para meus amigos.

– Amigos... Ou namoradinhos?

– Pai! Credo, claro que não! São meus amigos. Eu tive um pouco de problema para me enturmar, quer dizer, eu estava muito acostumada com coisas trouxas...

– E quem são seus amigos?

– Neville Longbottom, Ronald Weasley e Harry... Potter. – não sei por que, mas a atmosfera ficou de repente tensa.

– Longbottom, Weasley e Potter. – ele mexeu em seu bigode. Sempre o fazia quando ficava tenso. E então riu. Algo me dizia que seu riso era um daqueles risos que ele dava em momentos inapropriados. – ah, querida, por que justo eles?

– Daphne não queria que eu ficasse com ela... Bom, os sonserinos não gostam muito dos grifinórios, e bem... Harry e Rony me trataram muito bem, são meus amigos pai.

– Mas querida, eles não são bons... Não são adequados para você. O que Draco achou disso?

– Por que não? Harry é um grande bruxo pai, muito corajoso! E Rony é um idiota, mas é muito engraçado. E Draco não gostou, mas quando os amigos de Daphne vinham me xingar, ele não fazia nada. Draco não me defendeu, Harry sim. Parece que essa estupidez de casa, e nome de família realmente importa para os Sonserinos.

– Querida, você não entende... É mais complicado que isso. Pode ser que um dia, eles sejam seus inimigos.

– Que besteira pai! Eu nunca ficaria contra eles!

– Se ficar do lado deles, vai ter que ficar contra mim, minha filha. Contra Draco. Contra Lúcio.

– Por quê? Eu nunca ficaria contra vocês. Eu amo vocês, é são minha família.

E então aquilo tudo me remeteu as palavras do Chapéu seletor. As estranhas palavras sobre ele me dar uma nova família.

– Pai, você ficaria contra mim? Me machucaria? – minhas cicatrizes formigaram.

– Não. Você é minha filha. – ele sorriu e me abraçou. – e ainda é muito jovem, não deveria estar discutindo isso com você.

– Pai, o chapéu seletor me disse algo... Algo que me deixou chateada.

– Quer que eu retalhe o dito cujo e faça um gorro com ele?

Eu ri.

– Não pai...

– O que ele te disse?

– Que minha família cairia, e me faltaria. Eu pedi para ir para Sonserina com Draco, mas o Chapéu disse que me daria uma família leal que estaria lá por mim quando eu mais precisasse, e me colocou na Grifinória. Ele disse que minha alma é marcada por coisas que eu não lembro.

Aquilo preocupou meu pai, ele alisou o bigode e seu vinco na testa quase uniu suas sobrancelhas. Eu tinha prometido que não perguntaria a ninguém, mas eu precisava entender, nem que fosse um pouco.

– Quem eram meus pais? Por que tenho essas cicatrizes?

Deu um sorriso triste e cansado.

– Eu sou seu pai Hermione, lembre-se disso. Sonserinos são orgulhosos, e o nome da família é algo muito importante para alguns bruxos. Mas eu sou seu pai, e vou lutar até o último fio do meu bigode por você. – ele fez tom de segredo – se acha que esses garotos lhe são leais, seja leal a eles. Amizade é algo raro nos tempos de hoje, lealdade ainda mais. Se o chapéu disse que eles seriam sua família quando nós lhe faltássemos, então proteja sua família. Fique a salvo a todo custo Hermione, e por mais que você ame o Draco, não corra riscos desnecessários por ele, pois ele não os correria por você.

Foi duro para mim engolir aquilo, mas eu sabia que era verdade. Amava os Malfoy e não duvidava que eles me amassem, mas sabia era algo recluso. Nada podia manchar o nome dos Malfoy. Mesmo eles me amando eu era a estranha amante de trouxas e Grifinórios. E eu jamais permitia que eles manchassem o nome da família por mim.

Fui racional, mas ainda assim me entristeci. Meu pai me abraçou.

– Se algo der errado, vá viver com os trouxas. Eles não são tão ruins, e você se sairá bem, conhece bem o mundo deles.

– Por isso me colocaram em uma escola diferente. Eu sou diferente não sou?

Meu pai riu.

– Merlin, que garota esperta! Eu com a sua idade era uma porta comparado a você! – ele riu. – sim, você é especial... Você caiu do berço quando era pequena e...

– Hey! Me chamou de retardada?

– Especial foi o termo...

Eu ri e ele me esmagou em um abraço.

– Termine suas cartas, e convide seus amigos para passarem uma tarde conosco.

– Mamãe e Daphne vão surtar.

– Eu cuido delas. – ele sorriu e saiu do quarto.

Hugo Greengrass não era meu pai, mas ainda assim me protegia e me amava acima de tudo, quando eu era menor ele não demonstrava tão abertamente, mas agora eu sei que ele realmente gosta de mim. E eu me esforçaria para deixá-lo orgulhoso.

***

– Querida, os Malfoy vieram buscá-la. – minha mãe disse entrando no meu quarto.

Oh droga, eu tinha dormido além da conta. Corri pelo meu quarto ajeitando minhas coisas. Meu pai tinha mandado arrumar minha mochila ontem, mas eu simplesmente me esqueci.

Astória ainda dormia. Eu dividia o quarto com ela. Daphne quis um quarto só para ela e eu não me incomodo nem um pouco em dormir com Tori. Ela é tão querida e meiga, ela aprendeu tantas coisas comigo e com Loriel. Ela é diferente de Daphne, minha mãe ou a Tia Jô. Ela desde sempre me ama. Arrumei tudo, dei um beijo estalado na sua bochecha e corri escadas abaixo. Draco conversava com Daphne e meu pai com Hugo. Sorri largamente e fui quicando escada abaixo até me dependurar no pescoço do homem de longos cabelos loiros.

Ele me abraçou e deu um beijo estalado na minha bochecha, mas ele estava meio frio. Algo o aborrecia.

Andei até Draco e trocamos um rápido abraço, pela primeira vez o olhar odioso de Daphne me afetou.

– Bom, vamos indo então. Hugo, foi um prazer, convide Âmbar e as crianças para um jantar lá em casa.

– Certo, eu lhe mando uma coruja. – meu pai tinha seu típico tom frio e contido que ele tinha com todo mundo. Especialmente Lúcio.

Mas quando eu fui me despedir ele deixou escapar um sorriso e eu beijei sua bochecha. Apertei-o forte, e me lembrei da nossa conversa na noite anterior. E em uma troca de olhares ele pediu para que eu fosse forte, disse que estaria ali para qualquer coisa.

– Te amo. – eu achei que apenas meu olhar não entregaria a mensagem.

Fui para junto dos loiros bem vestidos e voltamos para a Mansão Malfoy pelo pó de Flu.

– Hermione! – minha mãe me recebeu de braços abertos. – Mãe!

Corri até ela e ela me esmagou com beijos e abraços, fez mil perguntas sobre a escola e me entupiu de comida, dizendo que eu estava magra demais.

As semanas se passaram tranquilas, até o nosso jantar com os Greengrass. Quando meu pai chegou quase enfartei, estava com muitas saudades. Sempre me acostumei a passar mais tempo com os Malfoy do que com os Greengrass, mas eu realmente estava meio carente em relação a Hugo, e a frieza de Draco e Lúcio estavam me deixando meio mal.

– Oh Narcisa, isso está fabuloso!

Era Filé mignon grelhado com risoto e creme parmesão de azeitonas. Especialidade do Dobby, minha comida predileta junto com a Torta de biscoitos da Loli.

– Dobby, nosso elfo quem preparou. – minha mãe sorriu gentilmente.

Eu estou com uma blusa qualquer roxa minha saia de pregas e meus sapatinhos pretos. Simples. Já minha mãe está linda em um vestido verde musgo com decote comportado em U sem mangas. Liso, apenas com uma costura linda que marca sua cintura, seus cabelos platinados trançados lateralmente e seu rosto perfeito sem maquiagem. Meu pai parece um Lorde. Seu suéter é informal, mas deixa-o tão bonito, suas calças retas de linho, e o azul escuro do suéter que contras com seus cabelos loiros. Draco está com a mesma postura que meu pai, tem os olhos altivos, está usando uma calça preta e uma blusa de gola alta cinza, seus cabelos cuidadosamente escovados. Queria ser uma Malfoy. Eu seria linda como eles, e ridiculamente loira.

Os Greengrass também estão muito bem arrumados. Minha mãe com um vestido roxo escuro que conflita com seus ondulados cabelos loiros médios. Meu pai usa um terno lindo e um colete por baixo com seu característico relógio de bolso se mostrando. Astoria esta linda com um vestido azul e duas tranças. Daphne também em um vestido azul está lembrando Alice, seus cabelos lindos e ondulados caindo pelas suas costas. Ela não gosta de ter o cabelo caramelo-queimado, sempre quis o loiro Malfoy. Um dia eu a ouvi e minha mãe dizendo que se ela e Draco se casassem teriam filhos loiros como Draco.

Nesse meu pequeno devaneio, perdi boa parte do jantar, Daphne e Draco conversavam sobre o colégio e os adultos conversavam entre si. Restou-me brincar com Astória. Quando acabei pedi licença e fui com a minha irmã para a sala. Ela tinha quase dez anos. Daqui a dois anos ela poderia estudar comigo. Eu não seria como Daphne, eu cuidaria dela, independente da casa que ela fosse designada.

– E você já viu os Unicórnios?

– Vi um, mas estava machucado. Eu levei uma detenção e tive que entrar na floresta negra, a noite...

– Sozinha?!

– Não, com Hagrid, vai conhecê-lo ele é muito gentil, dois amigos meus e Draco.

– O que machucava os unicórnios? – ele fez tom de segredo.

E eu senti que não devia falar sobre aquilo. Não para a minha irmã de nove anos. Já bastava eu ser estragada, não queria assusta-la também.

– Não importa, não vai levar detenções quando for para Hogwarts. Vou te proteger. – pisquei para ela.

– Se andar com essa Chatonilda, aí sim vai levar detenções. – Draco ria observando. Há quanto tempo ele estava ali?

– Só se o Pirralhoso for dedo duro e nos dedurar para os professores.

Ele revirou os olhos.

– Você devia parar de andar com o testa rachada.

– Eu não vou brigar com ele, ele me trata muito bem e isso me indisporia com a minha casa.

– Você devia ser da Sonserina.

– Eu ainda seria uma esquisita que sabe muito sobre trouxas, e você ainda me ignoraria para manter sua reputação Draco.

– Por que você não é da Sonserina? – Astória indagou alheia à tensão entre mim e Draco.

– Não devo ser boa o suficiente. – eu falei sem pensar.

– Não diga besteiras! – Draco também disse impensadamente, deixando cair sua mascara de frieza e indiferença. – aquele chapéu é caduco.

Talvez sim, talvez não. O fato é que eu estava na Grifinória e nada mudaria isso.

– Não quero brigar. – Draco disse sentando-se ao meu lado e de Tori.

– Também não. – eu sorri. – ainda tem seu colar ou já se livrou dele? – perguntei para mudar de assunto.

Ele sorriu e tirou seu colar de contas do peito.

– Hm... Achei que já tivesse se livrado dele, nós brigamos muito esse ano.

– É preciso mais do que um testa rachada e um cabeça de cenoura para me separar de você. Você é minha irmã. É isso que irmãos fazem, eles brigam.

Eu apenas ri. Mostrei-lhe meu colar também.

– Céus esse negócio é horrível.

– Eu gosto – eu disse passando os dedos pela concha singela. – Mas hein, que tal brincarmos de esconde-esconde?

– Hermione não estamos meio velhos para isso?

– Draco, você recém fez onze anos. Cala a boca vai.

Daphne se juntou a nós e brincamos o resto da noite.

***

Era madrugada, levantei-me de minha cama quentinha para ir tomar um copo d’água, podia ter chamado Dobby, mas fiquei com dó de acordar o elfo.

Eu desci as escadas, mas parei assim que ouvi vozes na sala. Uma voz era do meu pai Lúcio, a outra era de meu outro pai Hugo e uma terceira voz que não reconheci.

– Senhor Malfoy, tem certeza que é um bom momento? – a terceira voz perguntou.

– Quanto antes isso se resolver, mais rápido tudo volta ao normal.

– Mas no colégio, senhor? – meu pai de bigode disse baixo.

– Está me questionando Hugo?

– Não senhor Malfoy.

– Você amoleceu Hugo. Não é mais o velho Coração de Vidro. Suas filhas te deixaram assim? – a terceira voz indagou debochadamente. – como vai aquela estranha amadora de Grifinórios? Quando meu filho me contou não pude acreditar. E ainda amiga do Garoto Potter! Quando o Lord voltar é bom que se certifique que ela fique do lado certo...

Falavam... De mim?! Arrisquei espiar. Os três usavam uma espécie de capa negra e meu pai mexia no bigode de forma ameaçadora. Ele deu sua risada de trovão. ISSO NÃO ERA ENGRAÇADO, NEM UM POUCO!

Mas eu notei que ele e Lúcio tinham um olhar estranho, que eu nunca tinha visto. Eu sei que esse olhar intimidou o brutamonte na frente deles.

– Escute aqui Crabbe, são todas minhas filhas, e se chegar perto de qualquer uma delas, eu juro pelos sete deuses que abro seu filho na sua frente e te enforco com as tripas dele. Não se engane, eu ainda sou o mesmo Coração de Vidro.

Certo aquilo foi um choque, eu fiquei com medo, não conseguia sair dali, mesmo sabendo que eu precisava!

Aquele era o pai de Vincent Crabbe, um dos capangas de Draco. E novamente Lúcio não disse nada, quem me defendeu foi Hugo. E eu entendi, brevemente o porquê de eu estudar com trouxas.

Não sei quem eram meus pais, mas certamente eu sou de uma família odiada. Lúcio e Hugo me esconderam. Claro, ia chamar muita atenção se eu fosse uma Malfoy, então Lúcio me escondeu com os Greengrass que são uma família muito mais discreta. Por que chamaram meu pai de coração de vidro? E por que o meu pai, tão amoroso e gentil estava ameaçando matar um dos meus colegas na frente do pai?

– Já basta. – Lúcio disse. – apenas queria informar a vocês meus planos futuros, Hugo amanhã você pegará o diário em Gringotes e...

E no meio da frase de Lúcio eu senti um braço ao meu redor e uma mão cobrir minha boca. Eu estava tão assustada. Tentei gritar.

– Sou eu. – Draco disse em um sopro. – venha comigo, não faça barulho.

Ele tirou a mão da minha boca e nós fomos escadas acima, ele me levou para o seu quarto e me sentou na cama dele.

– Não sabe que é feio escutar conversa dos outros?

– E-eu fui buscar água, não queria acordar o Dobby. Draco, do que eles estavam falando?

– Não importa Hermione, é melhor não nos envolvermos.

– Draco eu fiquei com medo. – eu disse ainda ofegante. Não sabia por que, mas ver meus pais com aquelas roupas e com olhares tão glacial fez-me sentir desprotegida.

– Meu pai não vai deixar nada de ruim te acontecer. Quer dormir comigo hoje?

Eu não dormia com Draco há tempos, desde o dia em que ele me machucou. Mas eu estava tão assustada que sair de perto dele simplesmente não era opção.

Assenti com um aceno leve de cabeça.

Deitei-me com ele e nem fiz meu típico casulo apenas grudei no loiro e escondi meu rosto no seu pijama de algodão preto.

– Você parece tão forte, mas ainda assim se assusta com bobagens. Você está protegida Greengrass.

Não disse nada, apenas fiquei ali. Quem diria que um dia ele estaria me protegendo.

– Certo. – eu disse agora mais calma. – Draco, o que está acontecendo?

– Não sei. Meu pai não me fala. Mas ele pediu para cuidar de você, sem que percebam. Eu realmente acho que você deveria ficar longe do testa rachada.

– Harry é meu amigo.

– Ele colocou você em perigo!

– Não grite.

– Desculpe. Mas Hermione eu falo sério...

– Não sei para quem Papai trabalha, mas eu não acho que sejam boa gente.

– Você está dizendo que nosso pai é mau?

– Não, de jeito nenhum. Mas ele me disse que foram as pessoas que trabalham com ele que me deram essas cicatrizes.

Eu não podia ver o rosto dele, mas tinha certeza que ele estava com sua cara de confusão. Ele passou alguns minutos em silencio.

– Ele te disse isso? – ele perguntou descrente.

– Sim.

– Mas por que ele trabalharia com pessoas que te machucaram? A própria filha dele?!

– Fale baixo. Não culpe seu pai, ele realmente só faz o melhor para a família.

– Por que machucaram você?

– Acho que não gostavam dos meus pais. Acho que talvez meu sangue não seja puro. Mas Draco você tem que fazer algo por mim. – eu inclinei meu rosto para encarar ele. – eu acho que cada vez mais, vou me afastar dos Malfoy. Eu não me encaixo no perfil da nossa família.

– Hermione...

– Só me escute. Eu sei que não são suas exigências, mas se esse pessoal que não gostava dos meus pais, me machucou quando eu era um bebê, acho que eles podem querer machucar nosso pai se descobrirem sobre mim. Machucar a mãe. Te machucar.

– O que você quer dizer?

– Até que eu vire adulta e possa proteger vocês de perto, só você vai poder proteger os dois. Eu devo ficar distante de vocês.

– Mas eu não vou ficar calado, não vou aceitar o que fizeram com você!

– Você tem que aceitar! Pense no que podem fazer com a mamãe. O que pode acontecer com os Greengrass, Astória, ela não tem culpa. Mesmo quando nós brigarmos, por favor, fique com papai e mamãe. Cuide deles, eu não acho que eu vá poder.

– Como você pode ser tão racional e fria?

– Eu fui criada por Malfoys. – eu disse sorrindo.

Ele apenas me esmagou em um abraço, meu corpo ainda mais próximo do dele.

*

Eu não era tão frio e racional como ela. Ela parecia ser emotiva, mas era a pessoa mais reservada que eu conhecia. Mais que meu pai. Ela guardava coisas revoltantes e ainda assim tinha um sorriso no rosto. Eram raros seus momentos de vulnerabilidade e todos eles perto de mim.

– Você confia em mim, não é? – eu disse distraído mexendo em uma de suas cicatrizes em seu pescoço.

– Claro. Você é meu irmão.

Meu coração acelerou momentaneamente, ela era tão bonita. De um jeito diferente. Não tinha os cabelos lisos e platinados como minha mãe ou a cascata dourada perfeita de Daphne. Ela não pensava sobre beleza, usava camisetas e bermudas, mas seu sorriso... Era perfeito. Era um sorriso que alcançava os olhos. Desde que me lembro ela cuidou de mim, ela sempre conseguia passar pelas minhas muralhas e entendia que minha frieza era uma mentira. No fundo eu amava quando ela pulava em cima de mim e me esmagava com abraços e beijos, eu amava suas histórias trouxas e a facilidade com que ela dizia “Eu te amo” sem soar falso.

Acho que esse era o problema dela. Ela amava demais, e amava as pessoas erradas.

Eu odeio Potter por tê-la colocado em perigo, mas eu sou covarde, passei o ano inteiro negligenciando minha própria irmã! E quando eu finalmente decido que isso não vai mais acontecer, ela me pede para deixar do jeito que está.

Ela obedece meu pai cegamente e prefere ficar afastada da família do que correr o risco de “sujar o nome dos Malfoy”.

– Por que pergunta?

– Nada. Vamos dormir. Está mais calma?

– Sim, quer que eu volte para o meu quarto?

– Não, gosto de dormir com você.

– Draco?

– Hm?

– Você casaria com Daphne?

– O que?!

– Minha irmã...

– Eu sei quem é. Mas que pergunta é essa? Não, eu não me casaria com ela, nem sequer namoraria ela, eu não a amo.

– Mas o sangue dela é puro, e ela é bonita.

– Ela é uma porta! Ela é chata e arrogante!

Hermione riu.

– Combina com você.

– Cala a boca. – eu disse rindo. – Não, eu não casaria com ela. Só vou casar com uma garota que aceite ir pro mar comigo.

– Hey, esse era o nosso plano!

– Então talvez eu tenha que me casar com você.

Falei aquilo sem pensar, só saiu. Draco, o que diabos você está fazendo?!

Assim que eu falei aquilo senti meu rosto esquentar e o nariz da Hermione quase colado ao meu me deixou nervoso. Ela era minha irmã! Irmãos não fazem esse tipo de coisa...

A morena tossiu e começou a rir histericamente, estava mais vermelha que pimenta.

– Você está vermelha Chatonilda.

– Cala a boca Pirralhoso, vamos dormir!

– Shh. Fale baixo. – eu sussurrei. – Boa Noite Mione.

– Boa noite Draco.

Eu a abracei mais perto de mim e dormi. Hermione Malfoy.

Não sei por que, mas isso soava bem aos meus ouvidos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

TCHAAANs - que fofonildo né? tão lindinhos, já já eu acabo com a alegria deles u_u...continuaaaaaa...*malfeitofeito*