Dragões E Serpentes - Draco E Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 21
Entre lutas e Abraços.


Notas iniciais do capítulo

*jurosolenementequenãovoufazernadadebom*

BOM CHICAS, VOU POSTAR MAIS UM PQ ESSE FICOU MAIS CURTO QUE EU PLANEJEI.



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Vinte e um)

– Comensal? – uma garota sentada na mesa atrás de nós indagava. – acho que faz sentido, ele não perde uma não é?

– Sim, ouvi dizer que ele matou muitos trouxas, por isso luta tão bem sem varinha. Ele era o predileto de Voldemort.

– Não diga o nome! Nossa! Isso parece perigoso, estudar com um assassino... E o jeito como ele bate nas pessoas, é como se ele realmente fosse capaz de matá-las.

– É sexy.

Bati o garfo com tanta força no prato que quase o quebrei. O que aquelas desmioladas tinham na cabeça? Achar um assassino sexy! Isso não era algo divertido, eu tinha perdido amigos por causa de Voldemort. E elas não sabiam o que estavam dizendo, elas nem conheciam ele! Draco não era um assassino. Não assim.

“Porque você conhece muito” Algo disse revirando os olhos.

Torci o nariz para esse pensamento. Não era a mesma coisa, eu tinha uma história com ele...

Interrompi esse pensamento e quis voltar a chorar – era algo comum nesses dias – eu tinha feito tudo errado.

– Oi Mi. – Blaise disse me dando um selinho. – algum motivo para estar tentando matar sua torta? Deixe-me adivinhar: Brigou com Draco.

– Blaise! Você prometeu que...

– Calma, calma, não li sua mente.

Eu parei de tentar minha torta com o garfo e o larguei sobre a mesa. Sorri para aqueles amigáveis olhos verdes. Pelo menos eu não tinha estragado nada com Blaise.

– Como sabe, então?

– Draco também está mais azedo do que limão estragado.

Desisti de tentar comer, eu definitivamente estava sem fome. Acompanhei Blaise no almoço e juntos fomos assistir nossa aula de Medicina Trouxa. A companhia dele tinha me salvo nos últimos dias, ele não mencionava os olhos inchados e vermelhos, mantinha James longe e quando eu achava que ia morrer de tanta dor ele fazia algum comentário idiota que me distraia.

– As aulas de terça são uma Droga.

Apenas assenti. Eu apenas queria que Rony me perdoasse. Tê-lo perdido foi o pior de tudo, e parece que na divisão da guarda, ele ficou com Harry. Eu tinha repensado muitas coisas nos últimos dias. Não entendo como eu pude ser tão apaixonada por Rony nos últimos anos de colégio e de uma hora para outra deixar de amá-lo.

A imagem de um certo loiro passou em minha mente como quem não quer nada. Sacudi a cabeça afastando aquele tipo de pensamentos.

O dia se passou devagar e eu estava indo para meu dormitório sem comer mesmo, sem a menor fome e sem vontade de fazer nada, mas do nada um corpo se chocou contra a parede ao meu lado, um gritinho afeminado escapou pela minha garganta.

– Ah, deus você está bem? – eu perguntei ao garoto que tinha um olho levemente inchado.

O garoto nem olhou para mim, levantou-se furioso e correu para o lado de onde tinha vindo, onde um grupinho de garotos brigava.

E qual não foi minha surpresa ao ver Draco ali no meio, voltando a duelar com o garoto que era muito maior que ele. Na verdade eles não duelavam, trocavam socos e vez ou outra proferiam feitiços.

Entre os garotos que assistiam vi James ali, rindo descontraído.

– James! – eu disse conseguindo chegar até ele. – eles vão se machucar.

– Hermione. – ele colocou o braço ao meu redor. – o seu amigo é bem estressadinho né?

– Draco! – eu tentei chamá-lo.

Mas assim que ele ouviu minha voz o rapaz conseguiu atingi-lo com um feitiço. Cobri a boca tapando um grito enquanto o loiro deslizava pelo chão e um hematoma se formaria rapidamente em seu pescoço. Eu conhecia aquele feitiço, era um dos que eu mais odiava, comensais e sequestradores adoravam.

– Hey! Fique longe dele! – eu praticamente urrei tentando entrar na rodinha, mas James foi rápido e segurou meu braço firmemente.

– Não se meta nisso, princesa.

Assim que me preparei para protestar vi o momento em que o garoto conseguiu desarmar Draco e apontar a varinha para o meio do rosto dele.

– Seu comensal nojento, você deveria estar apodrecendo em Askaban! Você e seu pai imundo!

Antes que ele conseguisse dizer mais qualquer coisa, ou atacar Draco eu me desvencilhei de James dando-lhe uma cotovelada no nariz e me joguei na frente do loiro, empurrando o brutamonte raivoso.

– Saia daqui. – eu disse brava. – e não ouse falar assim!

– E quem é você para falar? Não devia defender seu namoradinho, você não faz ideia de quem ele é! Perdi minha família por causa dele! – ele deu um passo ameaçador em nossa direção.

– Ora seu... – eu quis avançar no tal garoto.

– Saia daqui Greengrass. – Draco disse se levantando, não me olhou nos olhos. – Não preciso que me defenda.

– Isso mesmo, você sabe que não são permitidas interferências aqui no campus! – o garoto alto e musculoso disse ainda raivoso. – James!

Eu pisquei sem entender, ainda atordoada com a frieza de Draco. Do que ele estava falando? Atrás de mim James suspirou longamente e adentrou a rodinha colocando a mão no meu ombro. Os garotos gritavam empolgados e riam animados, James apenas deu um meio sorriso e sacudiu os ombros.

– São as normas. Hoje às 23:00 na antiga sala de música.

– E ela deve ir junto! – o brutamonte disse apontando o dedo direto na minha cara.

– Brian... – James disse não mais sorrindo, afastando o dedo do rapaz do meu rosto.

– Não é por que ela é a sua garota que vai ter tratamento especial. Ela se intrometeu, vai ter que ir! E além do mais a rainha dos Feras vai comparecer pra ver um de seus súditos levando uma surra, não é mesmo gata?

Não respondi apenas fiz meu melhor olhar ameaçador para o tal de Brian.

– Que seja – Draco deu de ombros.

– Mas sem magia. – Brian sorriu perversamente.

– O que?! – eu disse pasma.

– Isso mesmo gatinha, a luta de hoje vai ser no braço.

– Que seja. – Draco repetiu.

Ele se aprumou sem olhar para mim, juntou sua mala que estava caída no chão, deu-me as costas e saiu do centro da rodinha, indo para o refeitório como se nada tivesse acontecido. O pessoal aos poucos se dispersou, um grupo dirigiu-se até James falando em apostas.

Revirei os olhos e corri para alcançar o loiro.

Adentrei o refeitório e rapidamente vasculhei no meio de todos aqueles rostos, assim que achei o rosto cabisbaixo e emburrado do loiro marchei até ele e sentei ao seu lado.

– Sai daqui Sangue-ruim. – ele disse antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

– Argh! Para com isso! Eu só vim aqui ver como você estava! Você viu o tamanho daquele animal?

– Vi. – ele disse me ignorando e comendo o macarrão em seu prato.

– Por que foi brigar com ele? Você tem arrumado muitas brigas ultimamente.

– Não é da sua conta. – ele disse seco.

– Olha pra mim pelo menos.

– Pra que? Hein? – ele largou o garfo ruidosamente e pousou seus olhos azuis cinzentos gélidos em mim – Vai mudar alguma coisa? Não! Eu desisto, Greengrass. Desisto.

– Desiste do que? – eu disse sem entender nada.

– Você vai na casa do meu avô amanhã?

O que diabos isso tinha a ver? Ele quem estava sendo cruel e frio comigo a semana toda.

– N-não sei... Eu tenho prova e...

– Então é isso. – ele disse em tom conclusivo. – fique longe de mim.

Pisquei algumas vezes sem entender. Ele estava ressentido por que eu não iria? Não. Era mais do que isso. Eu o tinha perdido de novo e não fazia ideia do por quê. Isso já estava cansativo.

– Draco... Eu...

– Vá para junto do seu namorado, me deixe em paz. – ele disse amargurado levantando-se.

Quis gritar dizendo que não tinha mais namorado algum, segurar seu pulso, ficar com ele como na manhã de sábado antes de Narcisa nos interromper. Mas não fiz nada. Apenas o observei partir. Hermione idiota.

Se pelo menos eu tivesse Harry e Rony para conversar.

– Oi Princesa. – James disse se sentando ao meu lado.

– Oi James. – eu murmurei.

– Preocupada com o Malfoy?

– Óbvio que sim! Você viu o tamanho daquele tal de Brian?

– Não deveria se preocupar. Draco não perdeu uma desde que começou.

Pisquei sem entender.

– Uma o que?

– Luta oras. – ele sorriu. – ou não sabia disso?

– Como assim? Do que você está falando?

– Sabe por que Draco e Brian estavam brigando? – eu neguei com um aceno de cabeça – Brian disse que você tinha... Feito sexo oral nele e em mais alguns garotos.

Arregalei meus olhos.

– É mentira!

– Eu sei, e na verdade Brian tem pouca credibilidade, ele sempre inventa histórias. Mas Draco ouviu e bem...

– Draco me defendeu? – eu disse surpresa. Bom, aquilo sim não fazia o menor sentido. Normalmente ele ajudava a espalhar esse tipo de rumores.

– Não devia ficar admirada. Não é a primeira vez. Essa vai ser a quarta luta de Draco. Todas elas por sua causa. Draco só é um calouro especial por que luta para mim e me faz ganhar algum dinheiro.

Pisquei sem entender. Draco me defendia? Por isso ele tinha privilégios, por isso as garotas diziam aquele tipo de coisa sobre ele.

– Ele não deveria. – eu disse piscando.

– Ah, agora é tarde, Ouvi dizer que Draco vai voltar a Lutar pelo Tony Maddox. A serpente vai voltar para Vegas.

Draco lutava em Vegas? Draco lutava?! Aquela fuinha que eu tinha que proteger dos trovões não era capaz de bater em alguém. Lembrei-me então das varias vezes que tinham mencionado lutas de Draco, e como sempre achava aquilo uma sandice. Será que era real? Nunca achei que fosse ser algo sério. Sequer achei que fosse realmente uma luta.

– Por que ele faria isso?!

James deu de ombros e sorriu.

– Ocupar a cabeça talvez, sabe, a maior parte das lutas dele vai ser em Vegas, então acho que ele mal vai assistir às aulas e passará a maior parte do tempo por lá.

Draco iria para Las Vegas? Por que isso tornava a acontecer? Sempre que eu o alcançava, ele fazia questão de se perder de mim.

***

A noite chegou rápida e eu fui assistir as lutas quase que descaracterizada. Tinha passado horas juntando coragem para contar tudo a ele. De como eu talvez me sentisse, de como eu tinha destruído Rony apenas para ter uma chance de ficar ao seu lado. Eu usava uma calça jeans curta e um moletom largo da faculdade, cheguei ao mesmo local em que tinha sido a festa, o local que parecia um grande ginásio. Mas nesse local, garotos e garotas das fraternidades, o cheiro de álcool e o estardalhaço. Assim que localizei James vi que ele tinha em sua mão uma grande quantia de dinheiro.

– Ah princesa, você perdeu.

– Como assim?! – eu gritei por cima do barulho da multidão.

– Draco acabou de moer o Brian. A luta começou antes por que Brian falou algo sobre o pai de Draco.

– Onde ele está?!

– Na enfermaria, céus, acho que o garoto vai precisar de costelas novas...

– Não! – eu disse irritada – onde está Draco?

James sorriu, um sorriso enigmático e quase cruel.

– É melhor você ficar fora disso, princesa.

– James, apenas me diga. – eu disse irritada.

– Foi para o quarto dele. Mas Hermione...

Não soube o que mais ele tinha para me falar, voltei rapidamente para o meu corredor e qual não foi minha surpresa ao ver Draco, com o nariz sangrando na frente da porta do seu quarto, com uma morena de longos cabelos beijando seu pescoço enquanto ele abria a porta do quarto.

– Malfoy! – eu gritei, estava a quatro passos do casal.

Draco piscou lentamente para mim, ele tinha bebido? A garota apenas se enroscou mais ainda no loiro.

– Greengrass. – ele inclinou a cabeça como se fizesse um cumprimento formal e voltou ao trabalho de abrir a porta.

– O que aconteceu? Eu preciso conversar com você. – eu disse tentando manter meus olhos longe da morena de corpo violão.

– Eu estou meio ocupado agora. – ele finalmente abriu a porta do quarto. – na verdade, eu não quero mais falar com você, nem ver você, não quero mais colocar meu olhar nesse seu irritante narizinho arrebitado. – ele disse sorrindo.

Eu então senti a velha fúria subir pelo peito.

– Pois bem, boa noite Malfoy. – eu disse abrindo a porta do meu quarto – eu espero que você apanhe muito quando for para Vegas! – eu bati a porta do quarto estrondosamente. Por que ele era tão insuportável?

Assim que a porta bateu atrás de mim eu comecei a soluçar, ouvi as risadas estridentes vindas do quarto ao lado e em um acesso de fúria derrubei todas as coisas da minha escrivaninha.

– O que..?! – Deirdre acordou assustada.

– Desculpe – eu disse entre soluços – Boa noite.

Subi em minha cama e me encolhi, fiz meu melhor para abafar meu choro, mas depois de uma meia hora ouvi Deirdre deixar o quarto. Voltei a soluçar e abracei os joelhos, meu peito se remoendo como se uma lança estivesse cravada nela, em cada lágrima um pedaço de mim, e novamente eu estava me esvaziando, sentindo como se eu fosse apenas um montinho de carne, sem importância e sem sentido. Eu me sentia um completo desperdício de espaço. Era tarde da noite e eu apenas soluçava, sem lágrimas, a respiração pesada.

A porta rangeu novamente e eu senti uma mão em minha cabeça.

– Desculpa Deirdre, eu estou bem, eu juro que vou calar a boca.

– Acho bom mesmo, eu tive que vir até aqui só porque você não deixava sua colega de quarto dormir.

Me virei tão rápido que quase caí da cama. Ao meu lado os olhos verdes mais simpáticos do mundo.

– Rony! – eu desci do meu beliche com um pulo e limpei minhas lágrimas.

Ele apenas sorriu meio sem jeito e encarou seus pés.

– Está chorando por causa daquela fuinha?

– Também. – eu disse sorrindo sentindo meus olhos molharem de novo. – mas principalmente por que você e Harry não respondem minhas cartas.

– É estranho te ver chorar. – ele limpou meus olhos com os polegares. – você nunca chora...

– Me desculpe.

– Está se desculpando por chorar? – ele riu.

– Não... Rony eu...

– Tudo bem. – ele disse sorrindo me puxando para um abraço meio desengonçado. Exatamente o que eu precisava. – você foi meu primeiro amor, e mesmo isso não dando certo eu só tenho boas memórias. Além do mais, antes de mais nada, você é minha melhor amiga.

– Eu nunca quis te magoar.

– Eu sei disso. – ele riu – e eu entendo... Sua amiga falou comigo, e eu simplesmente fico miserável em saber que você está mal... Então...

Ele me soltou e ficou de joelhos.

– Rony!

– Cala a boca. – ele disse revirando os olhos – me deixe terminar. – ele limpou a garganta – Hermione, você é brilhante, gentil, sempre cuida de mim quando eu fico resfriado, me ajudou com minhas notas desde sempre e sempre me anima quando eu estou mal. Eu amo sua risada estranha, amo sua comida, amo como você coloca seu coração em tudo que faz. Eu te amo. – ele sorriu – seja minha amiga de novo.

Aquilo foi como um pano fresco em cima de uma queimadura de terceiro grau. Sorri e fiquei de joelhos em sua frente e o abracei o mais firme que consegui.

– Nesse fim de semana você está intimada para comer yakissoba n’A Toca. Eu não contei pra ninguém os detalhes, apenas disse que você e eu decidimos terminar.

– Eu agradeço. – eu disse sorrindo – vou levar as cartas.

– Certo. – ele me deu um rápido beijo na bochecha, e mesmo no escuro eu sabia que ele estava vermelho. – mas fique sabendo, que quando você começar a namorar o Malfoy, você vai ter que dar a noticia.

Meu sorriso diminuiu.

– Não acho que isso vá acontecer, mas obrigada mesmo assim. Obrigada por me animar.

– Vai dar tudo certo. – ele ajudou a me levantar. – você destruiu a quarta Horcrux de Voldemort, fisgar o fuinha é fichinha perto disso.

– Vai por mim Rony, Malfoy me faz ter saudades de Voldemort.

Ele apenas sorriu.

– Eu tenho que ir. Nem poderia estar aqui. – ele me abraçou mais uma vez. – Cuide-se e me escreva mais, todos os dias. Eu vou sempre estar aqui por você.

Eu sorri e deixei-o ir.

– Certo, vá embora daqui, cabeça de cenoura.

– Não me faça voltar, sua rata de biblioteca. Eu te amo.

– Eu te amo. – eu gritei quando ele saiu pela porta.

Deirdre então voltou para o quarto com seu pijama de ursos, eu me instalei novamente em minha cama.

– Desculpa Dê. Obrigada por ter trazido ele.

– Que bom que se acertaram. – ouvi-a rir – agora acho que vou poder dormir em paz. Então, está marcado o casório?

– Não. – eu dei risada. – voltamos a ser amigos apenas. Algo que nunca devíamos ter deixado de ser.

– Bom saber. – ela riu mais ainda – eu não queria dizer, mas ele é um deus! Quando fui buscá-lo no quartel dos Aurores e o vi só com aquela calça moletom, eu entendi por que você chorava tanto por ter perdido ele.

Eu gargalhei com aquilo e dormi no meio da historia de como Deirdre tinha invadido o quartel, e de como ela tinha achado vários rapazes incrivelmente gostosos lá dentro. Aquela foi uma noite boa comparada as demais. A dor era um pouco menor e eu sabia que tinha Rony de volta. A dor que sobrava, aquela chata que nunca ia, era a mesma de sempre, talvez um pouco mais insuportável, mas me fazia companhia como uma velha conhecia. Essa dor tinha nome e sobrenome, essa dor era Draco Malfoy.


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Notas finais do capítulo

*malfeitofeito*