Dragões E Serpentes - Draco E Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 2
Contrasts.


Notas iniciais do capítulo

*JUROSOLENEMENTEQUENÃOVOUFAZERNADADEBOM*Aí está xD



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Dois)

– Papaaaai! – ela veio correndo em minha direção assim que eu aparatei na sala.

– Hermione! – eu disse sorrindo.

– Não! M-meu papai! – Do outro lado da sala o loiro enciumado largou os brinquedos e veio correndo desajeitado também em minha direção. Peguei um cada braço. Eles estavam grandes, Hermione já tinha dois anos.

– Lucio. Que bom que chegou, estava preocupada. – a loira disse andando até mim. – a Ordem atacou a Bella.

– Bella é arrogante e se arrisca a toa. Isso não vai acontecer comigo. – eu disse tranquilo. – pessoas ridículas, acham que podem com o poder do Lord.

– Pessoas ridículas. – a garotinha repetiu minhas palavras.

Ri-ículas. – Draco tentou imitar a mais velha.

Narcisa riu.

– Sim, pessoas ridículas. – ela disse sorrindo, ajeitando seus cabelos platinados em um rabo de cavalo estranho. – não sei o que vai ser da Hermione quando ela crescer e não tiver nenhum poder.

– Vamos mandá-la para estudar com os trouxas, longe do alcance do Lord das trevas. Será melhor, ela se sairá bem no mundo trouxa.

Eu detestava os trouxas mais do que tudo. E realmente achava inadmissível que eles fossem comparados a nós. Mas a minha Hermione era diferente, ela tinha sobrevivido a um ataque comensal, e era muito inteligente. Bem, o que posso dizer? Eu amava aquela sangue-ruim, mas preferia não tornar isso muito público.

Hermione praticamente morava conosco, apenas quando o Lord ou a prima de Narcisa ia nos visitar eu pedia para que Dobby a levasse para a casa dos Greengrass.

Draco e Hermione acham que são irmãos. Eu e Narcisa não desmentimos.

– O Jantar está servido. – Dobby veio anunciar.

Eu e Narcisa fomos comer enquanto Dobby cuidava das crianças que brincavam no tapete felpudo da sala. Hermione com a mania de enrolar-se nas coisas agarrava a ponta o tapete e rolava, puxando consigo o tecido ao redor da cabeça.

Draco pulava em cima da garota e tentava a todo custo tirá-la do cone de tapete que ela criava.

Narcisa falava comigo, mas eu não prestava atenção. Gostava de ver as duas crianças brincando.

– Hein Lúcio?! – Narcisa cutucou meu braço.

– Claro querida. – eu disse voltando os olhos para ela.

– Ah, então tudo bem decorar o quarto das crianças de vermelho e dourado e tatuar um Leão da grifinória nas minhas costas?

– Mas o que... Que pergunta! – eu disse irritado com a simples ideia.

– Então preste atenção quando falo com você... – Narcisa deu aquele seu típico sorrisinho e arqueou a sobrancelha.

Aquilo era uma Janta normal, em um dia normal, mas então o dia virou de cabeça para baixo. Junto com a minha vida.

No momento seguinte a Irmã de Narcisa e mais dois comensais adentraram o meio da minha sala, olhos arregalados e ofegantes.

Voldemort havia caído. Devido a sua obsessiva fixação no Garoto dos Potter. Não sei como diabos ele havia sido derrotado, ou se havia conseguido matar ou não o garoto. Não importava, o que importava é que esse era um péssimo momento para ter uma marca de comensal no antebraço. A Ordem estava caçando os seguidores do Lord.

– Bellatrix, por favor, nos ajude... – Narcisa pedia.

Eu corri até a sala e peguei as duas crianças no colo.

– Já fiz minha parte, já avisei vocês. – a morena disse com certo desprezo no olhar, e uma profunda dor na voz, o olhar embargado. – Estão vindo atrás de você Lúcio.

E ignorando aos apelos da irmã, Bellatrix pegou Fenrir e um outro comensal e sumiram da sala, os dois com um sorriso de puro deboche. Bellatrix como se tivesse levado um crucio, e estivesse sentindo a mais profunda dor da terra. Quem diria que Bellatrix poderia sentir isso por alguém.

– Lúcio o que iremos fazer?! – Narcisa andava desesperada pela sala.

– Acalme-se. Dobby!

O elfo veio até mim, tinha no fundo dos olhos uma centelha de esperança. Ele realmente achava que a queda do mestiço mudaria sua vida em alguma coisa?

– Você dirá que viu quando o Lord lançou-me o feitiço Imperius. Apenas isso, entendeu?

– O Lord das trevas enfeitiçou meu amo.

– Isso mesmo. Agora fique aqui e não deixe nenhum comensal entrar nesta casa.

– Sim senhor Malfoy. – ele fez uma reverência.

– Está na hora de nos separarmos dela Narcisa. – eu disse ainda com as crianças em meus braços. – não queremos nenhum tipo de atenção.

– Mas, Lúcio... – Narcisa disse com a voz vacilante.

– Vamos aos Greengrass. – eu cortei-lhe com a voz fria.

Narcisa se recompôs e ajeitou seu cabelo atrás da orelha. Veio até mim e beijou a testa da garota que observava a tudo sem entender muito bem, distraída em apertar o nariz do loiro em sua frente.

Desaparatei.

Assim que fomos cuspidos na Casa dos Greengrass, um feitiço passou a milímetros do meu rosto.

– Lúcio. Sinto por isso. – Hugo disse guardando sua varinha, com sua apatia corriqueira.

– Vim deixar Hermione. – eu disse indicando a garota. – receio que ficaremos sem nos ver por algum tempo. Mais tarde Dobby virá lhes entregar alguns galeões.

– Certo.

– Onde está Âmbar?

– No quarto com Daphne. Ela está de quatro meses, eu mencionei?

– Não... Meus parabéns em todo caso. E não se preocupem, nenhum Comensal virá aqui, deixarei Loriel com vocês.

– A sua Elfa?

– Agora é dos Greengrass. – eu disse simplesmente. – temos que ir. Apenas fique sem chamar atenção. Nos afastaremos por um tempo.

– Certo. Cuide-se amigo.

Andei até Hugo e ele pegou Hermione dos meus braços. Não me despedi de forma alguma, não demonstrei afeição alguma, mas confesso que meu coração estava do tamanho de uma ervilha. Narcisa tinha o nariz vermelho e eu sabia que ela iria passar a noite chorando. Mas ambos estávamos com a máscara de frieza dos Malfoy.

Quer dizer, todos menos o pequeno Draco, que se agarrou no macacão da garota e começou a fazer cena quando Hugo tentou tirá-la de perto dele.

Ela imitando o mais novo resolveu chorar também.

Hugo sem muita paciência puxou a garota que agora estava em prantos e esticava suas mãos para mim.

– Papai... – ela disse com uma voz embargada e profundamente magoada.

Eu não estava aguentando aquilo, então simplesmente dei as costas e peguei a mão de Narcisa, e então o choro angustiante sumiu, e eu estava novamente na mansão Malfoy. Só o que sobrou foi um choro baixo de um Draco magoado.

– Mione... – ele chorava baixo.

– Narcisa, - eu disse engolindo em seco – Cuide do Draco.

– O que vai fazer?

– Para todos os efeitos eu acabei de ser liberado da maldição Imperius, vou avisar ao ministério sobre o Lord das Trevas.

– Lúcio, é muito arriscado.

– É nossa única chance. – eu disse simplesmente. – Não me espere acordada.

– Certo, vou mandar Loriel para os Greengrass. Por favor, volte pra casa. – ela disse com os olhos marejados, mas recusando-se a chorar.

Beijei seus lábios rapidamente e acariciei seu rosto. Eu realmente queria que aquilo não fosse uma despedida.

***

– Mãe! A Hermione pegou minha boneca!

– Mentira! – eu disse irritada.

Ela sempre perdia os brinquedos e dizia que eu tinha pego. E o pior: minha mãe sempre acreditava.

– Hermione! – minha mãe abriu a porta do quarto, brava.

– Mãe, eu não peguei!

– Francamente Hermione. Vá para o seu quarto, sem sobremesa hoje. E Daphne arrume seu quarto, está uma bagunça.

Eu revirei os olhos e subi as escadas batendo pé. Sempre sou eu a culpada, e mamãe nunca tira a sobremesa da Daphne. Eu passava a semana na creche e só voltava para casa fim de semana, hoje era meu primeiro dia de férias.

– Hey mocinha, onde vai assim tão brava? – meu pai parou na minha frente com a mão na cintura. Olhei para cima e encarei seu bigode de duas cores por alguns segundos. Meu pai era muito grande.

– Mamãe me botou de castigo, de novo, por que a Daphne perde as bonecas e eu que levo a culpa. Sempre, pai! Sempre!

Meu pai riu, o que me irritou. Aquilo não era engraçado!

– Ela tirou sua sobremesa?

– Claro né pai.

Ele se abaixou e me pegou no colo.

– Eu te libero do castigo, só por que semana que vem é seu aniversário. E por que a torta de bolacha que a Loriel fez está simplesmente magnífica. Quantos anos você vai fazer mesmo? Vinte e quatro?

– Não pai! – ele sempre esquecia minha idade – eu vou fazer seis! Torta de bolacha? – eu disse estalando a língua. Era a minha predileta. – vamos pegar um pedacinho pai? Por favor?

– Mas sua mãe não pode saber... – ele cochichou.

– Tá bom.

– Que tal chamar Astória para comer com a gente? – ele me colocou no chão.

Corri pelo corredor de madeira e entrei no quarto da minha irmã que estava sentadinha no meio das almofadas brincando de pintar com Loli. Eu me enrolava muito para falar Loriel e como toda vez que eu errava a pronuncia Daphne ria de mim, eu simplesmente a apelidei de Loli.

– Tori, vamos comer um pouco da Torta da Loli. Loli trás ela aqui pra mim?

A elfa deu um sorriso e pegou a pequena no colo, andando até a porta onde meu pai tinha aparecido atrás de mim.

– Loli sabia que uma torta de bolacha iria animar a jovem Mione. Loli sempre sabe. – a elfa disse entregando Astória pro meu pai.

Descemos para a cozinha e meu pai colocou minha irmã na cadeirinha dela, eu me ajoelhei na cadeira, afinal em alguns dias eu teria seis anos. Já tinha que me acostumar a me comportar como gente grande.

Loli nos serviu, a torta estava muito gostosa!

– Então Mione, como foi sua aula hoje?

– Foi legal pai, a professora me deu uma estrelinha... Pai, por que a Daphne não vai pra mesma escola que eu? Tem duas garotas na minha turma que são irmãs...

– Sua mãe achou melhor assim. – ele disse simplesmente.

– É por que você é um Aborto. – minha irmã disse na porta da cozinha.

– Daphne! – meu pai disse irritado.

– O que é um aborto? – eu quis saber.

– Você é um aborto! Você não é que nem nós, você não sabe fazer mágica!

– Nem você! – rebati.

– Sei sim! Você não é da família! Você é uma aberração!

Meu pai se levantou e foi rumo a minha irmã.

– Aberração, aberração, aberração, aberração! – minha irmã gritava. Meu pai tirou ela do chão, mas ela continuava gritando.

– Não sou não!

– É sim!

– Já chega! – a voz da minha mãe soou como um trovão. – Daphne peça desculpas para a sua irmã agora! Ela é tão minha filha como você, e você não tem o direito de falar assim dela!

Eu espremi minha boca, reprimindo o choro. Eu não ia chorar na frente da bobona da minha irmã.

– Mas foi a Tia Jô que disse! E você não desmentiu!

– Era conversa de adulto, você não tem idade pra entender! Agora peça desculpas.

– Não! Ela não é minha irmã!

– Daphne. – meu pai disse sério colocando-a no chão. – Agora.

– Desculpa...

– E pro seu quarto, você está de castigo. – Meu pai disse sério.

Aquilo surpreendeu a bobona, ela nunca ia de castigo.

– Âmbar, precisamos conversar. Loriel, tome conta dela.

– Sim senhor.

Meus pais foram para cima, e Loli ficou comigo e com Astória na cozinha. Minha irmã continuava comendo sua torta, alheia a tudo mais.

– Loli, por que eles não gostam de mim?

– Mas que bobagem Hermione.

– A tia Jô não gosta de mim, nem a Daphne, e a mamãe também não as vezes.

– Nem todas as pessoas são boas Hermione. Mas não se preocupe com elas.

– Mas eu sou uma aberração.

– A Senhorita Greengrass não sabe o que diz, ela tem ciúmes por que você é a mais inteligente. Loli sabe das coisas, você é diferente do que devia ser, mas isso te iguala a todos nós.

– O que? – eu nunca entendia o que a velha Loli dizia.

– Você ainda é muito jovem...

– Não sou não! Eu fazer seis anos!

– Então deixe-me te explicar uma coisa, sua escola é diferente, por que você é de um mundo diferente.

– Do mundo que tem filmes?

– Sim. Mas não pense sobre isso, não agora.

– Certo. Tori também vai me odiar por que eu sou diferente?

A elfa riu-se.

– Astoria. – ela chamou a garota que brincava divertida com o canequinho de suco. – Você gosta da mana?

– Mana banana, Mione! – ela disse sorrindo batendo com o copo na mesa.

Eu ri.

Eu gostava dessa família, mas preferia muito mais a minha família de verdade.

***

– Pai! Você prometeu! – o loiro disse irritado.

– Draco, eu não posso simplesmente tirar a Hermione da casa dela! E ela tem aula.

– Não tem não, acaba hoje! O Dobby me disse!

– Elfo inútil... Draco hoje não dá.

– Pai! Por favor! Pai! PAI! PAAAAAAAAAAAAI!

– Lúcio leva o seu filho pra ver a irmã. – Narcisa disse esfregando as têmporas deitada ao meu lado.

– Agora é meu filho né?

– Pai! Pai! Pai! Pai!

– Tudo bem! – eu me levantei. – vai se vestir, eu vou falar com Hugo.

O garoto saiu do quarto gritando um estridente “eba” com os braços abertos imitando um avião.

– Querida, tenho que passar no ministério hoje. Fudge vai me nomear como parte do conselho estudantil de Hogwarts.

– Mais um motivo para mandar Draco para Hogwarts e não para Drumstrag.

– Mas Karkarov...

Eu ia argumentar, mas Narcisa me olhou de modo tão mal-humorado que resolvi deixar aquela discussão para outra hora.

Vesti-me e mandei um patrono avisando a Hugo que iria visitá-lo, Hugo me respondeu com uma coruja, dizendo que precisávamos conversar.

Draco e eu fomos até a casa dos Greengrass usando pó de Flu.

Assim que chegamos Hugo estava nos esperando na sala, Hermione estava sentada ao seu lado com as mãos juntas sorrindo ansiosa.

Ela pulou o sofá e veio me abraçar, logo em seguida esmagou Draco com beijos e abraços. O loiro desdenhou como se nem estivesse tão empolgado em revê-la. Um típico Malfoy.

Hugo me contou sobre o episódio em que a garota dele tinha acusado Hermione de ser um aborto. Mais cedo ou mais tarde isso aconteceria.

Decidi continuar com o mesmo esquema, ela estudando fora, se preparando para ser uma trouxa feliz e plena. Mas pedi para que Hugo controlasse aquele guaxinim que ele tinha no lugar de filha. Não com essas palavras claro.

– Ela passará o resto das férias conosco.

Hugo concordou, mas notei que ele havia ficado incomodado. Ele havia se afeiçoado a garota.

Fomos buscar as crianças que brincavam com Astoria no quarto da Hermione maquiando a elfa velha.

– Loriel. – eu cumprimentei.

A elfa quase desfaleceu ao me ver.

– M-mestre Malfoy! – ela se jogou no chão sobre os joelhos.

– Ora Loriel deixe disso. – eu disse revirando os olhos. – Draco, Hermione, vamos para casa.

Draco imediatamente veio, tentando puxar Hermione consigo, mas essa se soltou e abraçou a elfa. Eu e Draco torcemos o nariz para o ato da garota.

– Tchau Loli, adorei sua torta.

– Tchau pequena jovem Hermione. Aproveite as férias, e lembre-se do que eu disse.

A pequena sorriu e foi até Astoria.

– Tchau mana. – ela beijou o alto da cabeça da garota.

– Mana Banana, Mione! – Astoria riu fazendo com que Hermione risse junto.

Depois ela correu para Hugo, e devo confessar que senti uma pontada de ciúmes.

– Tchau papai.

Hugo a apertou e soprou sua bochecha.

– Tchau filha. E comporte-se, seja boazinha com Draco e sempre...

– Escove os dentes antes de dormir... – a garota completou - dê tchau pra mamãe e pra Daphne.

Ela deu mais um beijo em Hugo que colocou-a no chão. Ela correu até mim, e pegou a mão de Draco.

Entramos na lareira e voltamos para a Mansão. Senti novamente que não me faltava absolutamente nada.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só pessoal ")*malfeitofeito*