Dragões E Serpentes - Draco E Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 18
Castanhos, ruivos e loiros.


Notas iniciais do capítulo

*Jurosolenementequenãovoufazernadadebom*

capitulo só de enrolação... The good stuff comes soon!!



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Dezoito)

Naquele fim de semana fui ver aquele que na teoria era o amor da minha vida. Ronald Weasley. Foi como qualquer outro fim de semana na Toca. Ajudei Molly com o almoço, depois jogamos um carteado em que Jorge e Fred roubaram, Fred ganhou. Eu não estivera com os Weasley em um longo tempo, eu os considerava já parte da minha família.

Harry também foi passar um tempo com Gina, e a brincadeira predileta dos gêmeos continuava sendo ameaçar Harry sobre o que eles fariam se um dia ele magoasse Gina. O dia caiu rapidamente e eu fiquei feliz em finalmente poder ficar sozinha com rony, o familiar cheiro do seu travesseiro, e o seu confortável abraço me envolvendo. Aquilo era familiar, seguro. Não era emocionante a ponto de me revirar as entranhas, mas era muito bom, era o que eu precisava.

– Então doutora? E os gatinhos da faculdade? – mesmo com apenas a fraca luz da lua vinda pela janela eu conseguia ver seus brilhantes olhos verdes.

“Na verdade tem alguns que realmente apresentam perigo ao seu cargo de namorado.” Refleti comigo mesmo.

– Nenhum ruivo tão lindo como você. Sinto sua falta Rony. Sua e do Harry. – eu procurei seus dedos e entrelacei-os aos meus.

Ele então começou a me beijar. Eu sentia falta dele, mas aquilo me pegou de surpresa. Eu sentia falta de conversar com ele, e saber que ele estava ali pra mim. E de repente sentir sua língua morna contra a minha me tirou daquela comodidade. Eu literalmente levei um susto.

Ri contra seus lábios e subi minhas mãos até sua nuca, seus fios ruivos tão macios enrolavam-se em meus dedos. Ele desceu os beijos até meu pescoço e eu senti um arrepio percorrer minha coluna. Subi em cima dele e busquei sua boca, dessa vez com mais voracidade, mas Rony era muito carinhoso. As vezes demais. Ele sentou-se e eu tirei sua blusa, ele passeou com as mãos pelas minhas costas, segurando na minha cintura, e quando suas mãos atreveram-se a chegar perto dos meus seios eu cravei as unhas nele com uma força insana. O porquê eu não tinha certeza. Meus dedos então pararam em sua cintura, onde exatamente eles estavam indo eu também não tinha certeza.

Mas então Ron segurou minhas mãos, ele estava ofegante, o corpo mais perfeito do que nunca, seus cabelos cor de fogo e seus olhos intensos.

– É melhor parar por aqui. – ele disse fechando os olhos.

– Você não quer...? – eu pisquei confusa.

– Não é isso. Realmente não é. Mas eu te conheço Hermione, você vai se assustar daqui a pouco e vai me pedir pra parar. Só que é um pouco difícil pra mim.

Eu sorri. Eu sempre fazia aquilo, pobre Ron.

Voltei a subir minhas mãos, segurei seu rosto e beijei-o. Dessa vez como ele gostava, calmamente, carinhosamente. Deitei-me em seu ombro e abracei-o, ele me abraçou de volta.

– Eu realmente sinto sua falta e do Harry. – eu disse.

– O Harry estar nessa frase me preocupa sabe. – ele disse beijando o alto da minha cabeça – faz com que eu me sinta seu amigo do quarto ano que te perdeu pro Krum.

Eu ri, mas evitei seus olhos. Espalmei minha mão em seu peito.

– Eu te amo, não se já bobo. – eu sorri.

– Também te amo Hermione.

Mas meu sorriso tinha sumido de repente, e eu senti como se estivesse fazendo algo errado. Apenas me concentrei no seu cheiro tranquilizador e me permiti cair no sono.

*

Na semana seguinte troquei mais cartas com Rony e Harry, senti-me um pouco mais ajustada. Blaise e eu conseguimos juntar os 200 galeões a tempo, Blaise entregou-lhe o dinheiro e nós fomos intimados à comparecer nesta maldita festa. Seria no sábado. Era quarta, eu, Lino e Deirdre conversávamos no meu quarto.

– Você e Blaise estão mesmo namorando?

– Claro que não, Lino. É só por que James está sendo estranho comigo. E eu passei o melhor fim de semana com meu namorado de verdade.

– Quem? O Malfoy? – Deirdre disse rindo.

Eu arremessei-lhe uma almofada.

– Brincadeira. E tenho que conhecer esse tal Rony. Ele parece ser um cara perfeito. – Deirdre sorriu.

– Ele é. – eu disse baixando os olhos.

– Não é não. – Lino disse franzindo o cenho.

Nós rimos e eu comecei a bater em Lino para que ele retirasse o que disse.

Bateram em minha porta, levantei-me do pufe e abri-a. Do outro lado James. Impecavelmente lindo e com um sorriso calhorda no rosto. Só por ver aqueles olhos felinos tive vontade de dar-lhe um chute nas partes e voltar a quebrar-lhe o nariz. Meu sorriso murchou, em seu um olhar mortal.

– Vai embora. – eu disse antes que ele falasse qualquer coisa.

Bati a porta na cara dele.

– Que má educada, Princesa. – ele disse manhoso – venha passear comigo, por favor.

– Vá pro inferno! – eu disse encarando a porta novamente, varinhas em punho e um Crucio louquinho para escapar pelos meus lábios. Eu meio que queria que ele invadisse meu quarto de novo. Queria que ele usasse Bombarda mais uma vez, pois então eu teria uma bela desculpa pra arrebentar a cara dele.

Deirdre deu uma risadinha, Lino revirou os olhos.

– Vou ficar aqui até aceitar passear comigo, vou fazer greve de fome.

Apenas suspirei e não lhe dei atenção e voltei a bater conversar com Deirdre e Lino. Mas para meu espanto os dias se passaram e ele continuou ali. Firme, forte, e inconveniente.

Na noite de sexta-feira até eu estava preocupada. Vários alunos – e alunas – tinham vindo implorar para que eu só fosse passear com ele, para que ele não morresse de fome.

Eu voltei do meu banho, e passei por ele encostado ao lado da minha porta. Entrei no meu quarto e me dei por vencida jogando minha toalha contra o pufe.

– Vou passear com ele, já venho. – eu disse no tom de uma dona que é obrigada a levar o cão para passear no meio da noite para que ele não mije toda a casa de madrugada.

– Aleluia, não aguentava mais tropeçar nele de manhã. – Deirdre disse virando a página do livro que lia.

Coloquei uma blusa gigante, furada na bainha, uma calça moletom preta. Peguei um farto pedaço da torta de palmito que tinha trazido do jantar. Lá se ia meu lanchinho da noite.

Abri a porta rudemente, e entreguei – arremessei – para ele o prato com a torta e o garfo, e com um aceno de varinha esquentei-a.

– Isso não é um encontro. Não quero que me beije, nem que faça nada comigo. Vou passear com você e você vai me deixar em paz.

Ele sorriu de lado. Mesmo sem comer a dois dias ele estava lindo.

– Tudo bem.

– E não quero que minta, eu estou falando sério. Se essa boca chegar a menos de 10 cm da minha, eu te castro.

– Sim senhora. –ele assentiu provando a torta casualmente. – e se você se afogar e eu tiver que fazer um boca a boca?

– James, isso não faz nem sentido! Não há nem sequer um chafariz nesse campus. Mas mesmo que seja esse o caso, deixe-me para morrer.

Ele comeu calmamente, me devolveu o prato e espanou as mãos na calça.

– Você não está meio limpo e sadio para quem está em greve de fome há dois dias?

– Ah, eu sou um mentiroso, não estava em greve de fome, e quando você ia dormir eu ia pro meu quarto dormir o sono dos justos, tomar meu bom banho e comer toda a comida do meu colega de quarto.

Bufei irritada.

– Vamos acabar logo com isso.

Ele correu até o meu lado.

– Não, não. Vamos fazer isso direito, por favor. Aqui, pra você. – ele então me entregou uma rosa branca. – você está linda, Princesa.

– Minha camiseta está furada, meu moletom é da seção masculina. Eu estou linda?

– Suas roupas não são as mais lindas, mas eu não me referi a elas. Eu disse que você está bonita.

– Não é a toa que todas as garotas desse colégio são apaixonadas por você. Você sabe mentir hein. – eu disse revirando os olhos com a minha rosa entre os dedos.

– E você definitivamente não é uma delas.

Ele fez com que eu pegasse seu braço, e começou a andar pelos corredores vazios. Fomos até os jardins, a lua estava alta e muito bonita. Ele então se sentou em um dos bancos e fez com que eu me sentasse ao seu lado. Eu me sentei, meio a contra gosto.

– Cor predileta?

– Roxo.

– Comida?

– Yakissoba.

– Animal?

– Gato.

– Amor? – ele indagou próximo a mim.

– Inútil. – eu disse virando o rosto.

– Que grande mentira. – ele disse sorrindo. – olhe para mim princesa, não vou te beijar. Eu minto, mas tenho palavra.

Olhei para ele. Aquilo fazia sentido?

– Me pergunte alguma coisa. – ele disse descontraidamente deitando-se em meu colo. Folgado!

Fui para o lado e deixei que a cabeça dele caísse ruidosamente no banco de pedra.

Auch! – ele usou o braço como travesseiro.

– Por que cortou meu cabelo? – perguntei meio irritada.

– Sinto muito por isso, é regra que a rainha corte o cabelo depois, mas eu fiquei com tanta raiva porque você tinha me dado um soco e me desafiado na frente de todos os outros veteranos... Achei que cortar seu cabelo daquela forma iria te ensinar uma liçaõ. Mas eu não sabia que você não era uma garota comum.

– Eu sou comum. Só porque ainda não abri as pernas por aí, não significa que sou uma anormalidade ou algo assim!

– Não, não quis dizer isso. – ele sorriu. – você não é como as outras garotas. Não se importa com roupas, com maquiagem, você é toda certinha, e muito inteligente.

– Eu me importava com meu cabelo. – Eu apenas olhei para ele desconfiada.

– Pode me fazer cafuné?

– Não!

– Tudo bem. Pergunte-me outra coisa.

– Como é ter sete irmãos homens?

– Um inferno.

– Por quê?

– Bom, sou comparado a eles o tempo inteiro, não queria fazer medicina, mas seria uma desonra quebrar a tradição. Sete homens para te bater quando seu pai ou sua mãe não estão em casa, sete homens para escravizarem você. Agora não é tão ruim, embora meu irmão mais velho que ainda mora comigo seja o pior de todos.

– Não gosta dele?

– Ele me odeia. – James deu de ombros.

– Sei como é.

– Sabe?

Eu torci a boca. Por que eu estava falando da minha vida com aquele marginal insanamente lindo?

– Minha irmã mais velha não gosta de mim, nunca gostou. Minha irmã mais nova é uma flor, sabe, ela é tão fofa, tão linda. Ela roubou toda a beleza da família, ela é a garota mais linda que eu conheço.

– Nossa... Parece ser gostosa.

Aquilo quebrou minha linha romântica e eu fiz uma careta de desaprovação para ele.

– É uma criança!

– Quantos anos?

– 16, vai fazer 17.

– Você que pensa. Com essa idade o estrago já é grande.

– Não é não! Eu conheço minha irmã. Quantos anos você tem hein?

– 19 anos.

– Mentiroso.

– Não, é verdade! Faço 20 em novembro. Meu pai quis que eu entrasse mais cedo na faculdade, entrei com 16 anos. Meu irmão mais velho entrou com 17, meu pai achou a ideia boa e tentou forçar um pouco mais comigo.

Bom, mesmo que seu pai seja o reitor, entrar para a faculdade de medicina com 16 anos é algo impressionante.

– E sua mãe?

– Falecida. Morreu quando eu tinha sete anos.

– Sinto muito ter feito aquele comentário sobre ela.

– Tudo bem, eu sei que sou um completo imbecil às vezes.

– Às vezes?

Ele riu, eu deixei um sorriso escapar.

Ficamos conversando até tarde, na verdade a companhia dele era melhor do que eu gostava de admitir, mas obviamente não deixei ele notar isso. E por mais que ele fosse surpreendentemente interessante, eu pensava nos olhos verdes do meu namorado, e nada superava aquilo.

– Da onde conhece o Malfoy? – James disse quando foi me deixar no meu quarto. Aquilo me distraiu. Os olhos verdes gentis foram substituídos em minha mente pelos arrogantes e tempestuosos azuis olhos de Draco. surpreendi-me quando senti James passar o pelos em meu rosto para tirar minha marca de tinta.

Alarmada, eu segurei sua mão, impedindo o cantado dele com o meu rosto, não queria ser morta por quebrar o voto perpétuo apenas por que ele quis esfregar a tinta da minha cara.

– Quer me matar? Não posso sair...

– Relaxa. – ele me interrompeu rindo – Aquilo não foi um voto perpétuo de verdade. É um feitiço que eu criei.

Eu revirei os olhos, senti-me tola. Soltei sua mão e movimentei-me para entrar no quarto, repentinamente eu estava inquieta.

– Então... Sobre o Malfoy... – ele insistiu.

Engoli em seco. Draco costumava ser meu irmãozinho. Eu cresci com ele, minhas primeiras lembranças são ao seu lado.

– Estudamos juntos. Em Hogwarts.

– Ah, Hogwarts. Escola bacana, eu queria ter estudado lá. Você estava lá quando teve aquela batalha em fevereiro do ano passado?

Eu apenas sorri. E como estava.

– Pode-se dizer que sim.

– Chegou a conhecer o Potter? Malfoy detesta ele.

– É meu melhor amigo.

James me olhou desconfiado.

– A melhor amiga dele não é aquela general sabe-tudo?

Eu revirei os olhos.

– Não me diga que... – ele arregalou os olhos. – Mas é claro que é você! Quem mais ousaria me socar daquele jeito?! – ele gargalhava estrondosamente. Quis chutá-lo para que diminuísse o barulho, afinal era tarde. Se pirraça estivesse aqui eu certamente levaria uma detenção. – Sinto muito senhorita, mas temos que sair de novo, você tem que me contar tudo sobre a Grande Guerra! E tem que me apresentar ao Potter!

Revirei os olhos novamente.

– Boa noite James.

Ele deu seu melhor sorriso torto, mordeu o lábio me deixando extremamente envergonhada. Ela tinha um par de lábios muito bonitos. Mas eu ainda tinha muita vontade de chutá-lo, então seu charme me parecia um tanto quanto cômico.

– Eu não posso te beijar. – James disse se aproximando de mim. – mas posso ser beijado.

Ele estava mais perto, e eu estava me aproximando dele, segurando o riso. Não ia beijá-lo, apenas ia rir bem alto e bater a porta na sua cara, uma pequena vingançinha pelos inconvenientes. Mas um grito me assustou de tal forma que eu senti o coração saltar para fora do peito.

– QUE POUCA VERGONHA É ESSA AQUI?! – Draco disse irritadíssimo abrindo a porta estrondosamente.

Quase me arremessei para longe do James, com a mão no peito tentando recuperar o fôlego. Notei então a posição que eu estava, quem visse de fora não acreditaria que eu estava prestes a dar um fora nele.

– N-nada! Boa noite!

Eu praticamente gritei entrando no meu quarto e batendo a porta na cara de James.

Nos vemos amanhã. – James disse do outro lado da porta.

A única coisa que você vai ver é meu punho na sua cara! – Draco dizia raivoso do outro lado. O que diabos estava acontecendo com ele?!

Saltitando fui me deitar, e dormi ao doce som de dois garotos se matando na porta do meu quarto. Ah faculdade, o que mais reservas para mim?


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Notas finais do capítulo

*malfeitofeito*