Dragões E Serpentes - Draco E Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 17
College Boys -.-'


Notas iniciais do capítulo

*jurosolenementequenãovoufazernadadebom*

Aproveitem chicas calientes



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Dezessete)

Acordei no dia seguinte com calma. Eu tinha a primeira aula de folga.

Não eram 07:40 ainda, Deirdre não estava mais em sua cama, mas tinha me deixado um bilhete flutuando no meio do quarto.

Cara Rainha,

Acho que minhas roupas devem servir. Use-as por enquanto, hoje à noite customizaremos as suas.

XX Deh

P.S.: Obrigada por ontem a noite. De verdade.

Olhei pelo quarto até que as encontrei.

As roupas de Deirdre. Quis chorar novamente, eu não queria ir para a aula nunca mais. Joguei-me no Pufe roxo e me encolhi. Tinham me feito beber noite passada então eu estava passando meio mal. Detestava beber. Ainda mais mistura de energético com Vodka Tomba-Trasgo. Que nojo!

Não chorei, mas foi por falta de tempo.

Uma coruja piou na minha Janela. Era Branca e Cinza.

Oi Mana Banana!

Então, não sei se essa coruja vai chegar a tempo, mas eu queria te desejar força. Hoje é seu primeiro dia de aula!

Orgulho-me muito de você, de verdade. Vou me formar esse ano e vou estudar na mesma universidade que você. Serei sua caloura! Finalmente seremos irmãs completas, sem essa besteira de casas para nos separar. Vamos morar juntas, Mana, você acredita nisso?!

Ah, eu vou terminar a carta mais cedo. Vou estudar. Vou dar tudo de mim.

E você? Conte-me tudo sobre a Universidade! Mamãe comentou que Draco também está na UMB, é verdade? Ele está tão lindo quanto sempre? Tão irritante quanto sempre? Eu posso te ajudar bater nele se você quiser.

Conte-me tudo!

Agora eu realmente vou indo, não quero perder o jantar.

Estou com saudades, te amo muito!

Sua irmã caçula detentora de toda a beleza dos Greengrass;

Astória

Sorri e acariciei a coruja que me parecia meio destrambelhada. Coloquei-a em uma gaiola com água e comida.

– Descanse, mais tarde você leva a resposta para ela. Até depois Hermes. – despedi-me da coruja nomeada em minha homenagem.

Hermione é o feminino de Hermes, não se já comentei. Isso faz de mim a deusa dos viajantes e dos ladrões.

Revirei os olhos para mim mesma, peguei minhas roupas e fui tomar meu banho. Tínhamos quatro banheiros por andar, sendo que cada andar tinha 12 quartos. Exceto o nosso que tinha 10 já que Draco ocupava três quartos.

Tomei meu banho e me vesti. Fiquei com vontade de chorar novamente...

Meu querido cabelo, o que fizeram com você?

Tá certo que eu as vezes me irritava com você, mas você estava tão lindo, ondulado, dourado. E agora eu parecia alguma cantora de rock-punk.

Meu querido cabelo, não sou a mesma sem você, sinto sua falta. Volte para mim.

Tentei ajeitar meu cabelo, mas ele estava irregular, então tentei cortá-lo. Tudo que eu consegui foi praticamente raspá-lo. Deixei-o bem curto, mas eu agora parecia uma dessas intelectuais feministas. Ou uma boneca de porcelana dessas antigas que normalmente estão possuídas pela capeta...

Até que tinha ficado bonitinho...

...

...

...

EU QUERO MEU CABELO!

Respirei fundo e me voltei para as roupas. Eu estava usando um tênis baixo parecido com um AllStar – graças a deus aquele nojento não falou nada sobre sapatos – azul jeans. Estava usando uma blusa preta extremamente decotada com cortes nas costas e uma calça jeans escura EXTREMAMENTE colada. Quase tão colada quanto à desses cantores de sertanejo universitário... Quase.

Recusei-me a passar maquiagem ou a colocar joias.

A única coisa que eu usava e que agora ficava mais visível era o colar que Draco havia me dado quando eu fiz seis anos. Era possível ver a corrente, mas o pingente ficava escondido sobre o encontro dos meus – pequenos, segundo Draco – seios no fim do esterno.

Abri a porta do meu quarto peguei meu material estendi minha toalha e rapidamente dobrei meu pijama. Com um toque de varinha fiz um risco de tinta vermelha na bochecha.

– Deseje-me sorte, Hermes.

A coruja piou compadecida e eu rumei para a minha aula.

Passei na cozinha e peguei uma maçã. Eu não estava com fome, mas não tinha jantado na noite anterior e não queria desmaiar.

O sinal das 08:50 tocou, eu fui a primeira a entrar na sala. Fiquei imensamente feliz em estar usando meu jaleco que cobria o decote insano daquela blusa.

Sentei-me na frente, Deirdre logo se juntou a mim, teríamos aula de enfermagem. Duas aulas faixa. A sala se encheu rapidamente.

– Rainha.

– Bom dia, Rainha.

– Vossa Alteza.

TODOS SABIAM QUEM EU ERA!

“Também, era a única garota de cabelo ridiculamente curto. Qualquer um com olhos reconheceria.” Algo murmurou.

Pela sua irmã Hermione, força. Meditei comigo mesma.

– Cara, ontem foi um pesadelo né? – a morena ao meu lado disse, seus cabelos firmes em um rabo de cavalo. – obrigada por ter me defendido e ter cuidado de mim. Eu realmente não sou forte como você. Eu teria saído dessa universidade na mesma noite!

– Não foi nada. – eu disse ligeiramente irritada. Não era culpa dela, mas eu invejei fortemente seus longos cabelos.

– Foi sim! Eu te devo uma Hermione.

Sorri e tirei meus livros para apoiá-los na mesa. O segundo sinal tocou dois minutos depois, a professora entrou na sala. Nem deu bom dia.

– Página 03. – ela disse mal-humorada. – e graças às gracinhas de vocês de ontem, estou completamente sem humor algum e morrendo de sono, ao fim dessa aula terão uma prova valendo pontos extras, portanto nenhum pio!

Arregalei meus olhos e encarei Deirdre. Ela me olhou sem entender. Obvio que ela não entendia, ela estava desmaiada tendo espasmos quando eu conheci essa bruxa velha asquerosa!

Ela era a enfermeira chefe!

– Você tá bem? Se continuar encarando ela assim ela vai explodir. – Deirdre cochichou.

Pisquei algumas vezes e me concentrei na aula, deixando de lado meu sentimento desgostoso sobre minha professora gorda e de lábios ridiculamente vermelhos.

A aula não era das piores, mas eu realmente me atrapalhava um pouco com os trabalhos manuais. E ela adorou gritar comigo a aula inteira. Senti saudades de Snape. Pelo menos ele me humilhava, tirava os pontos e pronto! Não me pegar para pária a aula INTEIRA.

O resto da manhã foi tranquilo. Deirdre passou mal na aula de Fisiologia I quando o professor tirou o coração de um cadáver.

O almoço chegou e eu estava faminta. Estava apenas com uma maçã no estômago.

Tiramos nossos jalecos e deixamos nos armários, nos dirigimos ao refeitório. Era estilo Buffet e as bebidas nós comprávamos em um balcão.

Deixei meu prato na mesa e fui buscar um suco.

– Mas a Rainha desse ano está uma delícia. – Um cara loiro de barba por fazer disse sorrindo.

Sério que esses são os melhores alunos, das melhores escolas? Esses são os médicos do futuro?

– Ryan saia daqui! – Uma mulher baixa que me lembrou a senhora Weasley disse, ela trabalhava na cantina. – Ora minha querida, eu sinto muito. Minha filha foi rainha em um dos anos, depois de um tempo melhora. Sou Liza, a chefe da cantina. Você é?

– Hermione... Greengrass...

– Oh céus... Aquela Hermione?

– Receio que sim.

– Vai beber o que?

– Suco de Laranja.

LARANJA! – ela berrou sobre o ombro – É uma honra conhecê-la. Você é uma bruxinha e tanto não é?... LARANJA!

JÁ VAI! – alguém dentro da cantina berrou de volta.

– Tive sorte. – respondi meio sem jeito.

– Eu agradeço muito o que fez. E Harry Potter? Está aqui também? E Ronald?

– Laranja. – uma mocinha entregou o suco.

– Obrigada. Não, apenas eu. Harry e Rony estão treinando para serem aurores.

– Mas é claro que estão. Qualquer coisa que precisar pode falar comigo. Moro no Bloco dos professores.

– Certo. Sou do bloco A, se precisar de alguma coisa.

– Certo Querida, certo.

Eu saí dali e sentei-me na mesa onde agora estavam também Blaise e Draco.

– Oi. – cumprimentei os dois e me sentei.

– Hm... Hermione... – Blaise disse sem jeito.

– O que?

– Temos que...

Eu demorei uns três segundos para entender.

Ah é... Beijo.

Inclinei-me na sua direção e dei-lhe um selinho rápido. DEUS, AQUILO ERA MAIS DO QUE ESTRANHO.

– Ei Rainha, pegue aqui na minha torre. – do nada um garoto disse perto do meu ouvido quase me matando de susto.

Blaise se levantou pronto para partir pra cima do cara, mas não foi preciso. Na verdade eu achava que teria que começar a me impor e isso era uma excelente oportunidade.

Levantei-me e fiquei de pé em sua frente. Ele era bons 30 cm mais alto que. Exibia um sorrisinho presunçoso que apenas cresceu quando eu sorri amavelmente. Passei uma rasteira elegante no rapaz a minha frente, e assim que ele caiu esmaguei seu peito com o peso do meu joelho e o juntei pelo colarinho. Na cantina um silêncio sepulcral.

– Quem sabe eu não deva arrancar a sua torrezinha daí?

E antes que eu pudesse por em prática meus anos de guerra e livrar o mundo de um idiota, uma voz conhecida atravessou o salão.

– Segundo dia e já está trucidando os garotos, General?

Ergui o olhar e me deparei com uma figura linda. Moreno, cabelos pretos com dreads presos casualmente em um coque mal feito, um rosto másculo de sorriso digno de propaganda de pasta de dentes.

– Lino? – eu disse mal o reconhecendo.

– Limpe a baba Cheri. – ele sorriu. – e você seu imbecil, cuidado com quem mexe. Esta é uma veterana de guerra.

O garoto em baixo de mim gaguejou nervoso.

– S-sinto muito.

– Irá se repetir? – eu perguntei com um sorriso sádico.

– N-não vossa alteza.

Bufei e soltei-o.

– Suma. – ordenei levantando-me enquanto o garoto saia cambaleando para fora do refeitório que ainda me encarava.

– Mais alguém tem algum assunto com a Vossa Alteza? – Lino disse e o refeitório se remexeu inquieto e desviaram seus olhares e voltando aos seus afazeres.

– O que faz aqui? – eu sorri.

Eu e ele nos sentamos novamente nas mesas, e feitas as devidas apresentações ele prosseguiu.

– Eu estudo aqui. Terceiro ano de medicina.

– Como? – Lino era inteligente, mas definitivamente não era aplicado.

– Ter o nome na Armada de Dumbledor te abre portas, ainda mais se o reitor for da Ordem.

– O reitor é da Ordem?

– Se é. Um membro covarde, mas ainda assim, um membro. E minhas notas não foram tão ruins!

– Sei. – eu disse me concentrando no meu almoço. – Fred e Jorge...

– Não. Só eu. Eles estão ficando ricos com aquele loja, malditos! Apesar de eu ser um acionista e me dar bem com os lucros de lá. Todas aquelas visitas a madame Pomfrey como cobaia dos Weasley afinal me valeram algo.

– Sinto falta deles. – eu murmurei.

Lino riu.

– Nem me fale. O povo por aqui não tem senso de humor. Aliás, queria ter falado com você antes, mas a bebedeira na minha turma começou cedo...

– Você estava lá ontem?!

– Com certeza! – Lino disse rindo. – a propósito, você é uma rainha e tanto... Quem diria que você cresceria e ficaria...

– Você é um veterano! – Deirdre o interrompeu. – podia ter ajudado a Hermione!

– Eu? De jeito nenhum. Ela quebrou o nariz do JJ!

– Quem? – Deirdre disse sem entender.

– James. Quarto ano. Ele é filho do reitor, o maior almofadinha, manda no pedaço desde que o irmão mais velho se formou.

– James o Lobisomem. – Draco disse entediado dando um gole do seu suco.

– Lobisomem?

– Oitavo filho, só tem irmãos homens. Mas não é um lobisomem de verdade. Só um grande babaca. E bem, você bateu nele Mi. E não acho que você vai sair ilesa apenas com o título de Rainha dos Feras. É melhor se preparar, ele é vingativo.

– Que ótimo. – eu murmurei. – bom, acho que vejo vocês na palestra sobre medicina trouxa de hoje. – Lino sorriu.

– Nos vemos depois. – Ele disse pegando uma batatinha que sobrara do meu prato – Ah, minha rainha, nós somos amigos do Malfoy agora?

– Não. – eu disse entre dentes – apenas dividimos a mesa enquanto eu tenho que ficar grudada com Blaise.

Lino fez uma careta, mas não para Malfoy, e sim para Blaise.

– Meu rei. – Lino fez uma reverencia de longe debochada.

– Lino... – Blaise começou a falar, mas Lino apenas sorriu ironicamente e saiu dali.

“Estranhooo” algo cantarolou baixinho. Tive que concordar.

O sinal bateu logo em seguida, me despedi de Blaise com outro selinho e me dirigi para meu quarto. Ah, meu merecido sono. Eu estava de barriga cheia, só faltava meu cochilo para tudo ficar perfeito.

Isso e o Malfoy explodir da face da terra. Aí sim: perfeito!

Mas como sempre, meus desejos não só não são atendidos, como se transformam em pesadelos.

– Por que a pressa Greengrass? – a voz dele veio alta me assustando.

– Volta pro inferno, demônio. – eu disse ressaltada.

– Quanta hostilidade. Nem ao menos agradeceu por ontem.

– Pro inferno! – eu dei uma risadinha debochada.

– Argh! – o loiro me puxou antes que eu conseguisse entrar no meu quarto e me empurrou contra a parede. – por que você é tão teimosa? Tão insuportável?!

– Por que você é tão imbecil?!

– Retardada!

– Estúpido! Você não tem aula, Malfoy?

– Grossa! Não, tenho minha primeira aula livre.

– Estúpido!

– Repetindo xingamentos, Greengrass?

– Babaca!

– Eu já ganhei, sua ridícula.

– Patético!

E a cada xingamento eu sentia meu corpo mais e mais perto dele, enquanto meu cérebro os poucos congelava e o nível da minha voz diminuía.

“SAIA DAÍ! SAIA JÁ DAÍ”

Mas meus hormônios repentinamente surgiram na forma de uma gangue de marginais e espancaram minha razão, até tomarem conta do meu corpo. Eu sabia em algum lugar que tinha que sair dali e rápido.

Draco então parou de falar e passou as mãos em minha cintura enquanto beijava minha bochecha. Todos meus alertas dispararam, luzes delirantes vermelhas brilhavam junto com um som de ambulância, e letras vibrantes que diziam “PERIGO! SAIA JÁ DAÍ SUA IMBECIL!”

Mas meus hormônios, como verdadeiros vândalos, apagavam alerta por alerta e congelaram meu corpo. Ao invés de correr tudo que eu conseguia fazer era ficar parada, aterrorizada, sentindo seus lábios macios e suaves beijando meu rosto...

“O QUE?!” algo gritou em baixo de uma pilha de hormônios enquanto apanhava deles.

“EU DISSE SENTINDO AQUELE SER ASQUEROSO, SER ASQUEROSO, SER ASQUEROSO... Por que ele tem que ser tão lindo?”

E então ele sussurrou algo que me pareceu: “senti sua falta”. Ou talvez fosse “derreti tua malta”

Nenhum dos dois fazia sentido na verdade.

E após isso ele me beijou. No inicio docemente, eu estava tão confusa, não conseguia pensar em nada, apenas passei meus braços ao seu redor e abracei o loiro o mais forte que pude.

Meu peito disparou enquanto o beijo se aprofundava, e nossas línguas agora se enlaçavam de modo relaxado e sincronizado, e ele mordia meu lábio me surpreendendo.

Ele notou minha surpresa.

– Você é tão inexperiente e inocente. – ele disse sorrindo.

– Não sou não! Você não sabe a metade, Malfoy.

Tudo bem, eu era, mas ele não precisava saber disso.

Ele retomou o beijo e abriu a porta do seu quarto me puxando para dentro. Pelo tempo que demoramos até cair na cama, sim, seu quarto era enorme.

Puxei-o para mim enquanto passeava com minhas mãos pelos seus cabelos platinados tão macios. Ele mordia minha orelha me gerando arrepios e tudo que eu conseguia fazer era suspirar e sentir coisas que nunca antes tinha sentido.

Quando dei por mim, meus dedos com vida própria puxavam a camiseta do loiro revelando um peitoral definido, perfeito.

“Ele fazia natação ou algo assim?” me perguntei.

“Quadribol e ser comensal devem ter ajudado” Algo murmuro enquanto era amarrado por meus hormônios em um tronco;

Concordei. Não me contive e beijei seu ombro, eu sentia tanto a falta dele, tê-lo ali comigo, assim, próximo era mais que perfeito. Mas ao mesmo tempo eu queria sim bater com sua cabelo contra a parede e espancá-lo até fazê-lo sangrar. E foi quando seus dedos escorregaram da barra do meu jeans para o meio das minhas pernas, fazendo-me abrir os olhos em surpresa. Ele arqueou a sobrancelha rindo. Não doce, não carinhoso, apenas mortalmente sexy.

– Ora Greengrass, não é como se fosse algo novo. – ele disse rindo passando a boca pelo meu pescoço.

Algo então cresceu em toda sua fúria roxa e enxotou meus hormônios dali, me sacudindo e me esbofeteando, chamando os reforços: meu orgulho e meu amor próprio.

ELE SÓ QUER TE COMER! ELE ERA SEU IRMÃOZINHO, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?!”

E nesse tempo de reflexão, eu me enfureci, tirando sua mão de lá com um tapa. Mas ele sentou em cima do meu quadril com um olhar confuso. Ele nem tinha me chamado pelo primeiro nome.

– Saia de cima de mim!

– O que aconteceu? Eu... – ele então focou o olhar em meu peito. Antes que eu cegasse aquela doninha tarada ele esticou os dedos e puxou o colar que ele tinha me dado quando éramos apenas crianças. – Você ainda...

– Meu irmão me deu! – eu disse puxando o colar rudemente. – mas ele morreu. O garoto que me deu isso aqui não existe mais!

Eu consegui empurrá-lo para longe de mim e senti meus olhos arderem. POR QUE EU SEMPRE TINHA QUE CHORAR PERTO DELE?!

Mas não cheguei a chorar, apenas enchi meus olhos de lágrimas. Marchei para longe dele, e quando ele boquiaberto tentou pegar em minha mão eu apenas fui para longe dele.

Eu o odiava!

Saí do quarto batendo a porta com força e indo para o meu quarto, trancando-o com todos os feitiços possíveis e imaginários, abafando-o sonoramente. Ficando o mais longe possível dele. Por que eu tinha feito aquilo? Como eu pude ir para o quarto do meu pior inimigo? Como eu podia me permitir ser tão vulnerável perto dele?

Deitei em minha cama e tirei aquela blusa que tinha o cheiro dele. Escondi o rosto entre as mãos. Não chorei, mas gritei o mais alto que consegui.

Sempre quis me formar aqui, virar uma Medibruxa. Mas como sempre meu sonho tinha virado um pesadelo.

***

Duas semanas se passaram, eu evitava Draco ao máximo, não lhe dirigia a palavra. Dar oi para Blaise com um selinho já era algo natural, já tinham feito a grande primeira festa de faculdade, Deirdre tinha ido, mas eu não gostava desse tipo de coisa, então simplesmente tinha ficado no meu quarto estudando fingindo estar resfriada.

Andava apressada para uma palestra sobre medicina trouxa e nem vi quando esbarrei em um garoto, simplesmente quase arrancando seu braço.

– Me desculpe! – eu disse cobrindo a boca em surpresa.

O garoto riu sem jeito, e colocou a mão atrás da cabeça.

– Eu sou distraído, eu é que me desculpo Alteza. – ele disse com a voz grave e linda.

Ele era perfeito dos pés a cabeça. Desses caras que você vê e pensa: Puta que o pariu. Me leve para casa. O sorriso branco, de caninos pontudos, os cabelos cor de mel que ficavam longe de seu rosto conforme o garoto os penteava com os dedos, os olhos meio verde, meio castanho, os ombros largos e suas medidas clássicas. Ele era o garoto mais bonito que eu já tinha visto na vida.

“Nesse exato momento seu namorado sentiu uma dor no peito.” Algo murmurou ainda dolorido, mesmo depois de duas semanas do ocorrido.

“Ele é bonito, mas eu amo Rony.” Eu disse para mim mesma.

Certo... Você seria capaz de sugerir um relacionamento aberto para Rony se esse cara desse uma simples piscada para você.”

“EU JAMAIS FARIA ISSO... Pelo menos não por uma simples piscadela... Um abraço mais caloroso, quem sabe.”

– Não foi nada. – eu sorri envergonhada, imediatamente, não sei por que cargas d’água pensei em Draco.

– Não foi na festa de semana passada, Calourinha. Sentimos sua falta. – seu sorriso inocente e perfeito, os olhos prendendo os meus.

Mas algo então chegou até mim.

Calourinha...

– Nariz quebrado! – eu disse indo para longe do garoto de feições celestiais. Repentinamente todo meu interesse em um relacionamento aberto evaporou.

– É James, princesa. – ele sorriu tortamente.

– Seu bastardo maldito suma da minha frente! – o susto transformou-se em fúria.

– Todas as garotas te invejam, te copiam. Todos os garotos desse colégio morreriam por uma noite com você. – ele sorriu novamente passando os dedos nos cabelos – todos... Devia me agradecer.

Calma Hermione, não arranque os testículos dele agora. Haveria muitas testemunhas, não queremos um barraco certo?

– Obrigada por detonar meu cabelo, arrasar minha autoestima, e proporcionar constantes assédios de garotos que eu nem conheço. – eu carreguei na ironia.

– Por nada. – ele deu de ombros.

Eu senti meu rosto esquentar, mas não fiz nada. Apenas repirei fundo e juntei meu material que tinha caído no chão. Todos os garotos me queriam agora que eu era a suposta vadia promiscua desejada por veteranos. Acho que isso explica por que Draco agiu daquela forma.

Bufei amargurada.

– Não seja tão insuportável, vamos, sorria. – eu quase morri do coração quando me levantei e James estava em pé na minha frente. Seu nariz quebrado quase colado ao meu.

Corei violentamente, ele era bonito demais e sabia disso, não pude evitar ficar vermelha. Maldição eu nunca ficava vermelha.

James me analisou por alguns momentos.

– Você corou?! Céus! Você corou! Como nos livros! – ele deu uma risada estrondosa e solta, tentei sair dali, mas ele segurou meu braço. – o que foi princesa, não está acostumado com homens? Não me vá dizer que é lésbica... Se bem que explicaria muita coisa...

– Não sou lésbica! – eu disse séria. Estava morrendo de vergonha, só queria ir embora.

Ele me analisou por mais um momento.

– Não me diga que... Você é virgem?!

Eu fiquei mortificada. Incorporei minha melhor postura agressiva.

– Como vai seu nariz, James?

– Oh, não... Você realmente é... Uma virgem com 18 anos!

Céus, me mate, conserve em formol, catalogue e me exponha em algum museu!

– Cala a boca! Não sou não! – eu disse tentando tapar a boca dele e falhando.

– Sinto muito Princesa, eu não fazia ideia. – ele disse sorrindo. – seu segredo está a salvo comigo.

– Eu não sou virgem! – eu disse soltando meu braço.

Assim que o fiz ele deu dois largos passos e me prensou contra a parede, usando todo seu corpo – e que corpo – para prender o meu. Ele então ergueu meu queixo com a ponta do dedo e com o polegar acariciou o meu lábio.

– O-o que você pensa que está fazendo?! Eu tenho namorado... – eu desviei meu rosto.

Ele rispidamente virou meu rosto novamente para ele.

– Céus, como você é inocente. Não vire o rosto ou vou beijá-la. – sua voz era suave e simpática.

Soltei um baixo ganido enquanto decidia se gritava ou não.

– Se me disser a verdade, eu deixo você ir. Você é virgem?

– S-sou... – eu disse a contra gosto enquanto Algo me estrangulava por gaguejar.

– Você devia ter perguntado algo para mim. – ele apenas aproximou o rosto do meu me deixando estupidamente nervosa. – deveria ter perguntado se eu sou um mentiroso.

Abri a boca para contestar, mas assim que o fiz, desejei não ter feito. James tinha seus lábios nos meus, em um beijo casto e calmo, imóvel.

Quando ele se atrevia a tocar meu lábio com sua língua, algo o tirou de cima de mim. E não foi o meu algo felpudo e roxo conhecido também como consciência. Não, foi algo muito mais musculoso e forte, e estupidamente lindo.

– O que você está fazendo? – James disse possesso. Eu mal podia acreditar em meus olhos.

Draco estava na minha frente, lindamente loiro, os olhos furiosos.

– Fique longe dela. – ele disse furioso.

James ergueu uma sobrancelha.

– É isso que você quer, princesa? – James me olhou de uma forma, que parecia que eu estava nua.

Eu já tinha encarado o próprio lorde Voldemort, aquilo não me intimidou.

– Na verdade sim! – eu disse brava. – o que você está fazendo, não preciso que me defenda!

– Não foi o que parecia quando esse brutamonte estava com a língua na sua garganta!

– Ele não chegou a tal ponto, e eu mesma o teria castrado se ele tivesse tentado!

– Você é tão orgulhosa, tão irritante!

– E você um grande intrometido!

– Céus, arrumem um quarto... – James disse novamente ao meu lado, me assustando. Esse garoto se teletransportava?!

– Vocês dois, por favor, explodam! Sumam da minha vida! Me deixem em paz! – eu disse brava. – e você seu platelminto...

– O que eu fiz?! Hein? – Draco revirou os olhos.

– Não você seu verme, o outro marginal aqui. Você mesmo seu grande neandertal, fique com essa sua boca bem fechada, ou meu punho vai escorregar na sua cara de novo!

– Você acha que eu vou contar para alguém? De jeito nenhum. Você é só minha, Princesa.

Draco pulou em James e o agarrou pelo colarinho. Pareciam dois lobos prestes a se devorarem.

– Você sequer sabe o nome dela! Fique longe dela, James!

Confesso que me surpreendi, eu tentei tirar Draco de perto do James, mas tudo que consegui foi um empurrão para longe. Blaise então surgiu no fim do corredor e revirou os olhos para a cena. Aquilo parecia uma reunião de garotos bonitos. Algo sugeriu que abríssemos uma cadeira e apreciássemos enquanto aquelas belezocas se digladiavam. Blaise agarrou Draco pelas vestes e o tirou de cima de um James no mínimo surpreso. Eu continuava boquiaberta no mesmo lugar no qual Blaise tinha me empurrado.

– Vocês dois são ridículos. Ela é a minha rainha, certo Hermione?

Engoli em seco.

Draco, James ou Blaise?

Cartazes e fogos escreveram o nome de Blaise no fundo da minha mente, muito embora eu tivesse dificuldades para tirar meus olhos do garoto alto e forte, lindamente loiro.

– C-certo.

– Você é dele? – Draco disse incrédulo.

– Sim. Agradeço se ficarem longe de mim. Todos.

James apenas sorriu, ele sabia meu segredo, sabia que eu não era de ninguém porcaria nenhuma.

– Como quiser alteza.

Virei-me para Blaise.

– Pelas cuecas de Merlin, me tire daqui.

Ele apenas passou o braço ao meu redor e foi comigo para o antiteatro em que teríamos nossa palestra.

– Sua rainha? – eu arqueei a sobrancelha.

– De certa forma não é mentira. – ele deu de ombros e eu ri, cansada.

Draco e James chegaram logo depois.

Parte de mim fantasiava que ele tinha agido daquela forma por que gostava de mim. Mas a realidade era clara. James tinha razão, todos os garotos queriam me comer, Draco já tinha tentado. Ah, eu odiava os dois.

Por que eu? Por que eu não posso simplesmente ser uma nerd como outra qualquer?

E tinha Rony. Eu não falava com ele há tanto tempo, sentia sua falta, mas estava cada vez mais longe dele e isso não iria mudar tão cedo. Acho que estava perdendo-o. Acho que estava me perdendo.


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Notas finais do capítulo

sim, foi uma explosão de caras bonitos everywhere, por que eu estava com saudade de escrever sobre caras bonitos.
E se reclamar ainda faço uma suruba explícita entre todos eles!

AIHDSAIOSUDHASU

Ps: vou mudar o nome da Fanfic. Já ouviram a letra dessa nova música do Maron 5: Animals? Pois é, no começo achei a música chata, mas aí vi a letra e pensei: MAS ISSO AQUI DEFINE MINHA DRAMIONE!!!

Anyways, to cogitando mudar o nome da fanfic de 'Dragões e Serpentes' para 'Animals'... que tal?


*malfeitofeito*