Dragões E Serpentes - Draco E Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 10
Friend or Foe


Notas iniciais do capítulo

*jurosolenementequenãovoufazernadadebom*
Segundo capítulo pra vocês :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/406588/chapter/10

Dez)

O ano acabou bem.

Com bem eu quero dizer que o pior bruxo de todos os tempos voltou à vida, um aluno morreu e de quebra eu descobri que meu pai era um comensal. Eu estava terrivelmente nervosa. Conforme as paisagens da escócia se passavam rápidas pela janela do trem, eu tentava afastar meus pensamentos sobre meus planos de férias. Quer dizer, eu certamente iria para a mansão Malfoy para passar nem que fosse um fim de semana com meus pais.

Mas tudo estava tão confuso.

Meu pai era um comensal da morte.

O que eu deveria fazer? Draco sabia?

Droga, Draco! Tudo que eu mais queria era conversar com ele, eu estava terrivelmente confusa, mas ele não era mais o mesmo, ele era um completo idiota. Eu tinha saudades do meu irmãozinho, não desse completo imbecil doninha dos infernos que ele tinha se tornado.

– Hermione, vamos nos ver nas férias certo? – Harry me chamou, inseguro. Eu dei um pulo de tão assustada.

– Hm, claro Harry!

– Podemos acampar. – Rony sugeriu.

– Sim. – eu disse preocupada.

– O que foi Mione?

– Nada. É só que... Harry, você tem certeza que era Lúcio?

– Sim. Ele tirou sua máscara.

– Você não acha que ele vai ir atrás de você, acha?

– Não sei.

– Harry fique a salvo.

– Hermione, converse conosco, tem algo que não está nos contando.

Eu soltei uma risada pelo nariz. Sim, pode-se dizer que havia algumas coisinhas que eu não estava contando.

Levantei-me e sorri-lhes.

– Vou me trocar. Já volto.

Saí pelo corredor meio cambaleante com um tranco que o trem dera. Comecei a me dirigir ao banheiro, mas dois ruivos colocaram a mãe em meu ombro.

– Hermione querida – Jorge disse.

– Você está radiante esta manhã. – Fred sorriu.

– Cortou o cabelo?

– Não. – respondi aos dois não podendo evitar sorrir. – o que querem?

Fred colocou a mão em seu peito, fingindo horror enquanto Jorge simulava limpar lágrimas imaginárias.

– Não podemos nem mais falar com uma velha amiga. – Fred disse.

– Sem que ela acha que tem algo por trás disso! – Jorge completou.

– Desembuchem. – ordenei.

– Bom, é que sua irmã Astória pegou nossa maleta sem querer. E nós ficamos com a maleta dela de insetos. – Jorge fez careta.

– Bem bizarro por sinal. Colecionar insetos. – Fred colocou.

– Queríamos saber se não podia resolver esta terrível confusão. – Jorge concluiu.

– Tudo bem. Mas por que vocês dois não vão falar direto com ela?

– Ah minha cara... Imaginemos que você... – Jorge começou.

– Hipotética e inocentemente – Fred esclareceu.

– Jogasse Bombas de Bosta na mala do capitão do time da Sonserina...

– ...O monstruoso Flint.

– Acho que você também evitaria entrar em lugares repletos de Sonserinos.

– Isso hipoteticamente, é claro. – Fred finalizou.

Ao menos eu acho que era o Fred. Eles eram tão iguais...

– E hipoteticamente mandaria uma amiga tola em seu lugar para fazer a troca das maletas. Direto para as presas da serpente. – eu cruzei os braços em tom de conclusão.

– Basicamente - os dois disseram juntos com seus melhores sorrisos inocentes.

Ergui a sobrancelha.

– Dê isso aqui. – eu peguei a maleta de suas mãos. – me devem uma.

Os dois fizeram reverencias exageradas, e cada um estalou um beijo em um lado do meu rosto. Se eu fosse qualquer outra donzela ficaria terrivelmente vermelha. Quer dizer, no fim das contas eles eram lindos.

Pigarreei e afastei esse pensamento.

– Muito obrigada Mione. – eles disseram juntos novamente.

– Mas o que há de tão importante na maleta que não possa esperar até a chegada do trem? – perguntei curiosa.

– Ideias, minha cara. – Fred disse em tom de segredo. – ideias impacientes para se tornarem realidade. Agora ande logo, pombinha!

Ergui a sobrancelha para aquele apelido, mas fui. Rumo às presas da serpente.

*

Fiz a troca de maletas rapidamente, evitando os olhares da minha outra irmã não tão legal e seus amigos mal-encarados.

– Quer ficar mana? Eu tenho uns Amigos sonserinos não tão babacas.

– Não posso, Tori. Vou me trocar, e tenho que devolver isso para os gêmeos – indiquei a maleta.

– É dos gêmeos? – seus olhos brilharam. – eles são tão lindos...

– Talvez eu vá acampar com o irmão deles, você podia ir junto né? – eu disse sorrindo.

– Será? – ela disse meio vermelha.

Ao contrário de mim, Astória se envergonhava com as coisas mais banais.

– Bom, vemos isso depois. Até mais. – eu sorri-lhe e dei as costas.

Saí e acabei esbarrando com alguém.

Por favor, que não seja a Pansy.

– Hermione.

– Zabini. – eu engoli em seco. – Hm, desculpe, eu já estou de saída.

– Eu te acompanho.

Oi? Por que diabos Zabini me acompanharia?

Andei em silencio pelo corredor, ansiando voltar para a minha cabine. A noite já estava caindo no horizonte.

– É bonito não? – ele parou olhando pela janela.

Olhei nervosamente para o corredor: vazio.

Algo murmurou infeliz: “Sozinha com um Sonserino, sua estúpida...”

– Hm, Zabini é melhor eu ir.

– Está com medo de mim?

Algo esfregou seu rosto com suas mãos roxas e felpudas.

“Não, não, você só é tipo o dobro do nosso tamanho, é um Sonserino amigo de Daphne e Draco, os seres que mais me odeiam neste colégio! Eu não podia estar me sentindo mais segura, querido, obrigada por perguntar.”

– Não. – eu disse firme. Eu sabia me defender... Era só eu lembrar onde coloquei minha varinha... No meio das vestes trouxas talvez...

Hm, talvez antes de me matar Zabini tivesse a gentileza de me deixar procurar minha varinha. Com certeza não levaria mais de um minuto ou dois.

– Você parece assustada. Fica calma, não vou tentar te degolar ou algo do gênero. Eu acho.

“Oh Merlin, ele COM CERTEZA vai nos degolar!”

“Cala a boca, Algo!” estapeei-o mentalmente.

– Eu conseguiria gritar antes disso de qualquer forma, em cinco segundo toda a grifinória estaria aqui. – eu disse de modo descontraído.

– Assim como toda a Sonserina. – ele contrapôs.

– Eu sou rápida com feitiços, Zabini.

– Palavras. Vê Hermione, assim se começam guerras. – ele sorriu. – me chame de Blaise. Sou um pacifista, não faço mal a uma mosca fique tranquila.

Meus dentes ainda estavam cerrados. Há meio segundo ele estava me ameaçando!

– Sou amigo de Draco.

– E...? – disse hostil.

– E acho que ele gosta de você. Acho que o trata muito mal, senhorita Greengrass.

– Gosta de mim?! – eu disse incrédula. – certamente, assim como Cobras e Aranhas são amigas! – eu disse debochadamente.

– Você não gosta dele?

– Claro que não! Ele é um metido! De qualquer forma, meus amigos devem estar preocupados.

– Eu sou metido? – Zabini disse antes que eu desse as costas.

– Não sei o que é ainda. – eu disse entre dentes.

– Ainda! Pretende me conhecer então?

“Ótima escolha de palavras sua jumenta.” Algo disse dentro de mim.

“Calado!”

– Não sei Blaise.

– Ah! Já me chamando por Blaise! Posso te chamar de Mione? Ou Hermi talvez... Mi?

Ele me confundia.

– Hermione, por favor. Eu mal te conheço. – pedi.

– Certo. Eu te levo até sua cabine, Mi. – ele sorriu.

– Mi? Ninguém me chama assim desde que eu tenho dois anos de idade. Hermione, eu já disse. – insisti.

Ele apenas continuou me encaminhando para o meu vagão.

– Nos vemos depois, Mi.

– É Hermione, Zabini! – eu disse franzindo minha testa.

– Então me chame pelo meu primeiro nome. Sempre.

– Tá Blaise. Tanto faz. – murmurei mal-humorada.

– Promete de dedinho?

Eu o encarei... Duvidosa. Quer dizer, isso era um costume trouxa. Bruxos não juram de dedinho!

– Você é...

– Guarda um segredo, Greengrass? – ele sorriu e arqueou uma sobrancelha. – Minha mãe nem sempre viveu de golpes em bruxos ricos. Ela já viveu entre de golpes entre os trouxas ricos.

A mãe de Zabini estava no sexto casamento, isso era de conhecimento geral. Diziam que ela era uma bruxa muito bonita, tão bonita que faz os homens literalmente morrerem de amor por ela. Mas sobre trouxas eu nunca havia ouvido falar.

– Você é...

– Um mestiço. Meu pai era trouxa. E minha mãe também mestiça. Sou praticamente um nascido trouxa.

– Por que esta me contando isso, mais alguém sabe?

– Só você sabe.

– Por quê? – insisti.

– Por que eu quis. Amizades Sonserinas são muito... Volúveis. Agora um segredo nos une.

– Ou são amigos ou não são! Mas também, se você começar todas as suas amizades com ameaças de degolamento.

Ele apenas riu.

– Por isso quero um amigo grifinório. E eu conversei com o chapéu seletor outro dia. Dumbledore deixou sua sala destrancada.

– O que sabe? – estreitei meus olhos.

– Nada... Apenas tenho simpatia por você senhorita Greengrass.

– Sei. Não vai me contar o que descobriu xeretando a sala de Dumbledore?

– Não. Pergunte aos seus pais, e as suas mães.

Droga! Ele sabia!

Juntei o colarinho de suas vestes, deixei minhas roupas caírem no chão e com força empurrei-o contra a parede.

– Quem te contou? – eu disse tencionando meu maxilar.

– Ninguém me contou nada, eu juro – ele ergueu as mãos em rendição, parecendo tranquilo. – apenas xeretei o que não devia.

Por que ele ainda não tinha me entregado?

– Por que sempre fui com a sua cara.

Levei mais um susto e voltei a batê-lo contra a janela do trem.

– Não leia meus pensamentos Blaise! – a ameaça implícita no tom da minha voz.

– Não se preocupe, ainda não sei fazer isso muito bem. E então Greengrass vai ser minha amiga?

– Você tem um jeito engraçado de fazer amizade.

Ele deu de ombros.

Eu ri, mais de nervosismo do que qualquer outra coisa. Draco confiava nele, eu definitivamente devia ficar longe dele.

– Feito. – estendi minha mão.

Ele então olhou algo no fim do corredor por cima da minha cabeça e sorriu.

– Amigos não são tão formais. – ele então me abraçou, de um jeito que só Harry e as vezes quem sabe Rony me abraçavam.

– O QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!

Oh merda. Malfoy.

*

Ela estava abraçada com Blaise!

– Não consegue manter as pernas fechadas Hermione? – eu disse furioso.

Ela se virou espantada e realmente ofendida, abriu a boca para me xingar mas não foi sua voz a que eu ouvi.

– Cuidado com o tom, Draco. – Blaise disse erguendo a sobrancelha. – é no mínimo rude falar algo assim para ela. Ela não te fez nada.

Eu não sei quem estava mais espantado, eu ou Hermione que olhava para Blaise como se estivesse vendo Snape só de cuecas plantando bananeira.

– A conversa não chegou em você. – Eu rosnei com maxilar trincado.

Blaise aquele traidor!

– Draco, seja razoável, eu e a Mi não estávamos fazendo nada de errado.

“MI?”

Certo, eu iria cometer um homicídio com requintes de crueldade.

– Hermione, acho que consegue achar seu caminho daqui. – ele disse sorrindo para a MINHA... IRMÃ – Eu vou conversar com Draco. Não se preocupe.

Ela estava confusa, mas resolveu simplesmente me ignorar.

– Nos vemos depois Blaise. – sim, aquilo foi certamente para me irritar.

– Você sabe algo sobre mim, eu sei algo sobre você, amigos não traem senhorita Greengrass. – ele disse rindo. – e eu não sou um sabichão.

– Saia da minha mente! – Hermione disse brava.

A morena deu as costas e saiu pelo corredor até finalmente sumir em sua cabine. Eles haviam trocado segredos? Eu ia arrancar a cabeça dele.

– Antes que tente arrancar minha cabeça do pescoço – Blaise disse ainda olhando por onde ela tinha sumido. – não quer saber o que aconteceu?

– Não posso ir direto pra parte que eu arranco suas unhas e faço você implorar pela vida?

– Oh, céus não! – Blaise riu.

Eu realmente queria socar sua cara até reduzir seu sorriso galã à poeira.

– Pra começar, não vejo Hermione desse jeito. Relaxe. Ela é apenas minha mais recente amiga. – ele falou a palavra pausadamente como se eu fosse um tipo de imbecil.

– Blaise... – avisei-o.

– O que? Não estou fazendo nada de errado.

– Você mesmo me disse que ela era uma adoradora de trouxas e agora está pelos corredores abraçando ela?

– E daí que ela ama trouxas?

Aquilo me surpreendeu. Eu tive vontade de socar a cara dele. POR QUE ELE NÃO ME DISSE QUE NÃO SE IMPORTAVA ANTES?!

– E daí, que eu achei que você odiasse trouxas. – eu disse passando a mão em meus cabelos.

Ele apenas riu. Eu convivia com este infeliz há quatro anos e aparentemente ele era uma incógnita.

– Ora Draquinho, você tem cada ideia... Se eu não te conhecesse...

– Você não sabe nada sobre mim, e não sabe nada sobre ela. – disse ainda com o maxilar rígido.

– Ora Draco, é difícil não conhecer alguém que sempre sonha com coisas interessantes, bem quando se está treinando leitura de mentes.

– O que?

– Sabia que no sonho nossa mente fica muito mais exposta? Nossos sentimentos. Até aqueles que escondemos de nós mesmos.

– Ora seu...! – eu disse agarrando-lhe o colarinho – o que sabe? – de repente eu estava por algum motivo com vergonha, mas mascarei bem isso. Eu tinha sonhado com o meu beijo e o da bastarda um par de vezes.

– Nada demais. Pode confiar em mim.

– Ou eu posso te jogar Pra fora do Trem e você leva meus segredos com você para a tumba.

– Seus segredos? – ele disse rindo. – Draco eu sei pouco sobre você. Sei algumas coisas, mas bem poucas.

– Você disse...

– Só sei que se preocupa com a Greengrass. Seus sonhos são sempre sobre ela.

Gelei mais ainda. Oh merda, o que diabos este infeliz sabia?!

– Eu fui atrás de informações Draco, li alguns pensamentos do chapéu seletor.

– E?

– E eu creio que isso seja pessoal.

– Blaise, você me conte agora o que aquele trapo velho tinha na cabeça ou eu juro que...

– Ainda não Draco. Hermione não está pronta.

– Eu estou.

Ele riu. Riu de mim!

– Conversaremos sobre isso depois certo? Nas férias do ano que vem talvez.

– Darei meu jeito até lá. Na verdade, não me importo nem com você nem com a Traidora de Sangue.

– Ainda somos amigos né? – ele disse sorrindo. Aquele seu sorriso irritante!

– Sim, amigos. – eu disse fazendo pouco caso.

Virei-me rapidamente e soqueei-o nas costelas.

– Acho que te devo isso desde o segundo ano. – eu disse estralando o pescoço.

Blaise apoiou-se na janela e concentrou-se em tomar fôlego.

– Tudo bem – ele disse sem seu largo sorriso. – me ajude a voltar. Você deveria investir na carreira de lutador.

Eu sorri sem que ele visse e passei seus braços ao meu redor, amparando-lhe no caminho de volta para a nossa cabine.

– Por falar nisso, está com o meu dinheiro não é? As finais serão nas férias, e até agora, estou invicto. – eu sorri presunçoso.

– Eu falei com minha mãe, vou assistir à sua última luta. Levo o dinheiro lá. – Blaise disse retomando o fôlego.

– É o que acontece quando de mexe com um Malfoy, você fica pobre, arrasado moralmente e ainda com hematomas.

– Maldito. – ele disse e então abriu uma risada, e mesmo a contra gosto tive que rir com ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*malfeitofeito*