Constante De Laura escrita por Renata


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Acho que levei uns três dias para terminar esse e finalmente ficou um pouquinho maior, espero que esteja bom.



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Catarina ainda estava usando a bota ortopédica, e Laura ajudou a amiga a entrar na casa. Os três estavam no quarto de Laura, porque Catarina não podia subir as escadas para o sótão. A menina, é claro, falava pelos cotovelos, como sempre, e tinha conseguido quebrar aquele clima pesado que Laura suspeitava que ela mesma tinha criado. Estavam sentados no chão, apenas conversando, ou melhor, respondendo às perguntas de Catarina.

–Bom, eu já fiquei dois dias sem ir pra aula, é tempo suficiente para se isolar do mundo.

–Cat, você me fez sair ontem, mesmo com o tornozelo torcido. Você não está "isolada do mundo".

Skylar observava as duas garotas, tentando acompanhar a conversa delas.

–Mas não é a mesma coisa, eu precisava fazer você ir até lá. Não precisa me agradecer.

–Tudo bem, eu não ia agradecer mesmo.- Laura retrucou.

Catarina fez uma cara de surpresa e jogou uma almofada em Laura.

Laura apanhou a almofada e deu um riso fraco. E depois disso, um silêncio terrível tomou conta do quarto.

–E então.- Catarina começou a dizer, fazendo uma careta.- Me contem. Preciso que vocês me contem.

Laura suspirou, passou a ponta dos dedos no bordado da almofada e depois buscou Skylar com o olhar. Ele fez uma expressão que ela não soube decifrar, e então o garoto se voltou para Catarina.

–Gliessium está passando por uma crise, e um ataque estava sendo organizado. E eu descobri, fui descoberto, meus pais foram capturados e eu acabei chegando à Terra com documentos importantes que comprovam o golpe.

Laura contorceu o rosto. Skylar tinha sido rápido e direto ao ponto. Catarina começou a mexer na bota ortopédica, parecendo buscar as palavras certas.

–Ah... Oow.- Catarina conseguiu se pronunciar, não que isso tenha significado alguma coisa.

Laura fitou a amiga e ficou surpresa. Pela primeira vez, viu Catarina sem conseguir dizer alguma coisa. Abaixou o rosto e voltou a analisar o padrão florido na almofada. Com o canto dos olhos viu Skylar encarando o nada, com as sobrancelhas franzidas.

–Eu estou me lembrando de mais coisas.-Skylar disse fazendo com que Laura largasse a almofada e se endireitasse, encarando o garoto ao seu lado.

Skylar olhou de Laura para Catarina, deu um suspiro e voltou a falar.

–Tempos conturbados... todos estavam apreensivos e muitos compartilhavam de opiniões divergentes, o que gerava muita discordância...

Skylar parou de falar por alguns segundos, unindo as sobrancelhas e parecendo infeliz ao ter que dizer o que viria a seguir.

–Foi horrível.- Skylar disse por fim.- O povo de Gliessium estava divido, com medo do futuro próximo e praticamente entrando em guerra. Na Delta Almaak eu precisava ser cuidadoso, eu não podia confiar em ninguém, não podia mais. Eu vi vários de meus colegas se mostrando cada vez mais maldosos, concordavam veementemente com aquelas ideias terríveis... Eu nunca me conformei, assim como meus pais. Eles sofreram as consequências. Foram perseguidos até que foram capturados...

Laura sentiu seu coração se apertar de um modo terrível. Ela alcançou a mão de Skylar e a apertou contra a dela. O garoto retribuiu com um olhar agradecido.

–E-Eu... eu não sei o que houve com eles. Eu não sei o que aconteceu à Gliesseum.

Catarina tinha uma expressão de choque estampada no rosto. Ela tentou se recompor algumas vezes.

–Skylar...- Catarina começou.- Aí meu Deus. Eu sinto muito. Muito mesmo.

A garota se mexeu, e depois fez um grunhido, passando as mãos insistentemente por cima da bota ortopédica.

–Bom...-Catarina ainda tinha uma expressão estranha no rosto.- Precisamos tentar encontrar uma solução... Você conseguiu ler os documentos?

Skylar fechou os olhos e deu longo suspiro.

–Estou estudando-os em detalhes.

Catarina assentiu.

–Você precisa nos dizer sobre o que eles tratam. Precisa nos passar mais detalhes de como Gliessium... ah, funciona.- Catarina disse enquanto ainda ajeitava a bota ortopédica.

Laura olhou para Skylar, esperando que ele dissesse alguma coisa. O garoto fez uma expressão vazia, como se alguma coisa ainda não estivesse certa.

–Eu preciso. Eu acho que consigo.-Skylar disse por fim.

Segundos depois, Skylar tinha se levantado e ido até o sótão. Laura tinha certeza de que ele tinha subido e para apanhar os documentos. Quando escutou os passos do garoto no corredor ela fitou a amiga que ainda estava segurando o pé com a bota ortopédica.

–Está doendo muito?- Laura quis saber.

–Um pouco.- Catarina disse.- Quer dizer, está doendo sim, mas eu acho que eu estou mais nervosa com tudo isso do que com meu tornozelo.

Laura não respondeu. Apenas abaixou o rosto, deixando que o mesmo descansasse sobre os joelhos, que ela abraçava com força.

–O que você já sabe sobre Gliessium?

–Quase nada.- Laura respondeu.-Eu acho que ele ainda não consegue se lembrar de tudo.

Catarina entortou os lábios, deixando clara a sua frustração.

–Ele me contou algumas histórias...-Laura começou a dizer.- ah, parecidas com nossas lendas... Me deu alguns detalhes sobre Delta Almaak, sobre ele ter 15 anos e 11 meses e poder pilotar...

Catarina deixou que um sorrisinho se espalhasse pelo rosto.

–Cat...

–Eu sei.- Catarina interrompeu.- O Skylar é um cara legal e com toda a certeza não merecia que isso acontecesse.

Laura largou os joelhos e fitou a amiga.

–Nós vamos conseguir, eu sei.- Catarina disse otimista.- Bem, eu quis dizer que sinto que vamos conseguir, não que sei o que fazer... Mas damos um jeito, certo? Sempre damos um jeito.

Laura riu. Catarina tinha voltado a falar muito, como sempre fazia, indicando que ela realmente estava empenhada e comprometida com a causa. Catarina sempre estava, no final das contas. Se não fosse por ela, Laura já teria implorado para sair do colégio novo, e com toda a certeza seria uma adolescente bem mais mal-humorada. Mesmo ali com o tornozelo praticamente imobilizado, Catarina estava ali, pronta para tomar partido e tentar resolver o problema de Skylar.

Catarina ergueu uma das sobrancelhas loiras para Laura.

–Obrigada Cat. Você é incrível.

***

Skylar tinha voltado, e agora estava acomodado na escrivaninha que ficava no quarto de Laura. Catarina estava sentada na cama, e já tinha tomado duas cápsulas de remédios receitados para a sua torção. Laura estava dividida entre se sentar na cama, ou ficar em pé, ao lado de Skylar que estava lendo novamente os documentos.

A garota estava mais ansiosa e impaciente do que nunca. Era a terceira vez que ela se sentava ao lado de Catarina e a olhava com o rosto contorcido em sinal de angústia. Skylar olhou por cima do ombro, e depois deu um suspiro. Ele se virou completamente e encarou as duas garotas.

–Acho que eu posso começar.

Laura assentiu, e Catarina olhou para a amiga.

–Eu ainda não estou certo sobre muitas coisas. Mas Gliessium é um planeta com proporções parecidas com as do planeta Terra. Mas não somos divididos em tantos Estados como aqui. Temos um Parlamento Superior, que rege todos os outros.

Catarina fez menção de que ia interromper, então Laura apertou seu braço, fazendo com que ela esperasse.

–O Parlamento tem, basicamente, três funções: legislar, representar e controlar. Cada um dos Parlamentos em Gliessium exercem poder em suas próprias esferas, e o Parlamento Superior controla todos os outros. Nem todos concordam com o modo como as coisas funcionam em Gliese... ou funcionavam.- Skylar disse em um tom um pouco apreensivo.

Laura começou a associar as informações de Skylar com as que ela conhecia.

"Parlamento pode ser a mesma coisa que Congresso, ou pelo menos alguma coisa muito parecida."

Do lado dela, Catarina parecia se esforçar para não interromper o garoto.

–As tentativas de golpe sempre fizeram parte do que Gliessium Alfa é. Outras vezes na história já tivemos que lidar com eles.

Laura não pode evitar de fazer aproximações com a sua realidade. Por algum tempo ficou absorta, tentando entender a complexidade daquilo tudo e o significado do que Gliese era e que se parecia muito com a Terra e que ao mesmo tempo, aquilo tudo parecia tão surreal e real simultaneamente.

–Skylar.-Catarina disse, não conseguindo se conter mais.- Gliese tem mesmo proporções parecidas com as da Terra? E vocês tem um único sistema de governo? Eu...Eu... UAU. Isso é tão... não sei.

A menina passou rapidamente as mãos pelo rosto todo. Parecendo abismada demais com todas as informações que acabara de receber. Ela estava, provavelmente, num estado parecido com o de Laura: tentando processar tudo, entender e acreditar que aquilo tudo estava acontecendo.

***

Laura tinha preparado achocolatado para os três, que estavam sentados em silêncio absoluto na mesa da cozinha. Catarina parecia inquieta, mais do que o comum. Ela passava os olhos de Laura para Skylar e de Skylar para Laura, enquanto tamborilava os dedos da mão esquerda na mesa. Skylar não parecia muito diferente, mas depois de receber a xícara fumegante tentou se concentrar nela. Laura estava com vontade de dizer alguma coisa, mas não tinha ideia do que precisava ser dito no momento, então optou por ficar calada.

Catarina virou a caneca, aproveitando seu último gole de achocolatado. Depois de deixar a caneca na mesa, fez cara de quem estava completamente determinada.

–Laura, nós vamos precisar de todo o achocolatado do mundo... temos uma missão grande pela frente, e nada como achocolatado para auxiliar nessa nossa busca.

Laura ergueu umas das sobrancelhas, incrédula com a capacidade de Catarina manter o bom humor depois da longa conversa que teve início algumas horas antes. Para a sua surpresa, Skylar balançou a cabeça concentrado, antes de terminar a sua caneca.

–Eu concordo com Catarina.-Skylar disse, se virando para encarar Laura.

A menina abriu a boca para perguntar se tinha alguma coisa errada com os dois, mas parou assim que viu um dos cantos da boca de Skylar sujo de chocolate. Ela tampou o rosto, tentando esconder que estava com vontade de rir, sem acreditar na repentina melhora do ambiente, que antes estava tenso e praticamente sem vida.

–Sky.- Laura disse depois de deslizar as mãos pelo rosto e apanhar um guardanapo.- Tem achocolatado no seu rosto.

O garoto piscou algumas vezes, parecendo sem graça. Laura esticou o braço e entregou o guardanapo. Catarina colocou as mãos do lado da cabeça, parecendo insatisfeita, antes de deixar que mais uma frase escapasse.

–Ei, Skylar. Você precisa ser levado à sério. Não pode ter achocolatado no rosto quando precisa convencer Laura. Ela é teimosa, disso eu sei. Como vamos garantir suplementos se você se dirigir a ela assim?

O menino pareceu um pouco apavorado. E depois Catarina começou a rir.

–Tive muito trabalho para convencer ela a provar um vestido. Imagina fazer com que ela faça achocolatados.

–Ei, eu faço achocolatados o tempo todo!-Laura fingiu estar ofendida.

–Você não se desfez dele, não é?-Catarina disse.

–Não Cat.- Laura rolou os olhos, não acreditava que Catarina ia mesmo voltar a falar em vestidos.-Eu faço quantos achocolatados quiserem, tá legal?

Laura terminou a própria caneca e se levantou da mesa.

***

Laura agradeceu internamente por voltar a se sentir descontraída, e estava sentada no sofá com os amigos. Catarina resolveu tagarelar sobre chocolates e alguns filmes que tinham a temática voltada para o doce. Skylar parecia um pouco absorto, mas estava visivelmente mais tranquilo.

–Eu posso perguntar uma coisa?- Skylar disse de repente.

–Claro.- Laura respondeu prontamente.

Skylar se levantou e apanhou um porta-retratos.

–Como vocês fazem isso?-Ele se sentou novamente e olhou intrigado para a fotografia.

Catarina se esticou e analisou a foto de uma Laura cinco anos mais nova. Laura sentiu o rosto esquentar. Ela odiava se ver em fotos e odiava ainda mais que outras pessoas vissem suas fotos. Mas no momento, não tinha como impedir isso. Se concentrou em responder Skylar.

–Fotografias?-Ela disse casualmente.- Bem, nós usamos um equipamento, que registra a imagem e depois revelamos num papel especial.

–Vocês não tem fotografias em Gliese?- Catarina disse, depois se encolheu um pouco.

Laura esperou apreensiva a reação de Skylar e sentiu medo de que a tensão voltasse.

–Na verdade não.- Ele disse ainda observando a foto.- Temos... ah... uma coisa parecida, mas não assim. Não dá pra segurar, e não tem essas cores.

–Laura, pegue sua câmera e mostre como funciona.

Laura concordou e foi até o quarto apanhar a máquina fotográfica, se certificando de que não tinha nenhuma foto constrangedora salva na memória.

Assim que voltou a sala, ela ajustou as configurações e se sentou ao lado de Skylar.

–Bom, resumindo ao máximo, é só apontar para o que se quer fotografar e apertar esse botão.

Ela se afastou no sofá, colocou a máquina diante do rosto e disparou o dispositivo. Um barulho de "clique" preencheu a sala e deixou Skylar atônito. Ela deu uma risada contida, abaixou a câmera e procurou a foto recém-tirada, depois entregou o objeto para Skylar, que fez uma expressão admirada ao ver sua própria imagem no visor.

–Tá-Dán.-Catarina disse abrindo os braços.- Aí está! Uma fotografia, é assim que funciona.

–Incrível.-Skylar fitou Laura, depois repetiu os gestos da menina, fazendo com que outro "clique" se fizesse audível.

Dessa vez, uma foto de uma Laura risonha acompanhada por uma Catarina com os braços erguidos estava na tela da câmera.

Skylar estava fascinado.

Uma buzina insistente fez com que Catarina escorregasse no sofá.

–Ah, droga.- Ela olhou para Laura.- Henrique.

Laura suspirou, a amiga teria que ir embora. Ela se levantou a abriu a porta, fazendo sinal para que Henrique esperasse. Depois voltou até onde estavam os amigos.

–Laurie, eu esqueci meu celular no seu quarto, você pode pegar pra mim?

–Ah, tudo bem amiga, já volto pra te ajudar.

Laura voltou ao quarto e apanhou o celular da amiga que estava na cama. Ele piscava insistente, indicando que Catarina tinha recebido mensagens.

–Henrique!-Catarina berrou da sala, fazendo com que Laura saísse rapidamente do quarto.

Laura viu o irmão mais velho de sua melhor amiga parado na porta da sala. Ele tinha uma expressão confusa, enquanto fitava o outro garoto. Skylar tinha se levantado, e também parecia confuso.

–Ah, Henrique?-Laura se pronunciou e se sentiu nervosa. Henrique acabara de ver Skylar vestindo suas roupas antigas.

–Oi Laura.- Henrique disse, passando uma das mãos pelos cabelos castanhos.- Depois se dirigiu à Skylar, esticando a mão para cumprimentá-lo.- E aí cara?

–Olá.- Skylar disse, e para o alívio de Laura, ele apertou a mão de Henrique.

Laura olhou para Catarina, que também parecia nervosa, mas resolveu tomar a frente.

–Esse é Skylar...- Catarina disse.- Ele é ele é um intercambista que está passando um semestre no nosso colégio. Ele é do sul da Europa... Estamos fazendo um trabalho de história juntos, então resolvemos nos encontrar na casa da Laurie, já que eu mal posso ir à escola.

Henrique deu mais uma olhada desconfiada para Skylar.

–Legal cara, e aí? Já se acostumou com as coisas por aqui?-Henrique perguntou, não parecendo interessado na resposta.

–Ah... sim?!- Skylar disse confuso.

Catarina fez um barulho estalado, chamando a atenção do irmão.

–Podemos ir?-Ela disse impaciente.

–Claro.- Henrique disse.

Laura ajudou Catarina ficar em pé a apoiou até a porta. Henrique passou o ombro por baixo do braço de Catarina e começou a caminhar com ela. Laura olhou pasmada para a amiga, sentindo um grande alívio pelo seu raciocínio rápido.

–Ei, foi um prazer.- Henrique se dirigiu à Skylar novamente.- Até mais.

Laura teve que acompanhar Catarina e Henrique até o portão, ajudando a amiga a entrar no carro. Quando Laura se despediu de Catarina, a garota lhe lançou um olhar cúmplice.

–Eu te mando um sms depois.

–Ok.

–Ah... Laura?!- Henrique disse.- Você tem razão.

Catarina ergueu uma das sobrancelhas e encarou a amiga.

– Aquela bala azeda de morango é viciante. Comprei um pacote delas hoje.

Laura deu um sorriso.

–E você também tem razão... a trufa de limão é ótima. Eu não cheguei a comprar um pacote... mas é um dos meus doces favoritos agora.

Henrique deu um sorriso de canto e encarou Laura, antes de abrir a porta do lado do motorista. Catarina cruzara os braços e estava prestando atenção na conversa dos dois.

–Até mais.- Henrique disse, se despedindo com um aceno.

–Até.- Laura disse.- Tchau Cat!

***

Assim que o carro sumiu na curva da rua de sua casa, Laura voltou correndo para a sala. Encontrou um Skylar atônito.

–Ah, já foram.- Ela disse, fechando a porta e se jogando no sofá, com uma expressão de alívio.

–Quem era?-Skylar perguntou.

–Henrique... o irmão de Catarina. -Laura disse um pouco apreensiva.

Skylar voltou a se sentar no sofá, ao lado de Laura. Os dois tiveram uma troca de olhares, e depois disso subiram ao sótão. Skylar, sem perceber, tinha levado a câmera fotográfica junto.


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Notas finais do capítulo

E aí? Alguma coisa a declarar? Acho que nem Laura pode fazer isso no momento. :)



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