Constante De Laura escrita por Renata


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Mais um, um pouco mais curto.



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Skylar deixou um bocejo escapar. Já fazia um bom tempo desde que Laura tinha saído com Catarina e ainda não tinha voltado. Estava cansado e um pouco frustrado por não ter conseguido avançar mais nas informações que tinha conseguido. Estava sentado à mesa, enquanto observava os diversos objetos dispostos nela. Alguns materiais escolares que Laura tinha deixado ali no dia anterior, enquanto resolvia alguns exercícios, sem contar a quantidade de papéis empilhados no canto mais afastado da mesa. Ele sentiu os olhos ficarem um pouco pesados, e automaticamente, abaixou a cabeça e encostou o rosto na mesa.

Skylar se viu andando em um campo plano, com a grama alta, verde e parcialmente úmida pelo orvalho. Ele sentia o ar gélido atingindo o seu rosto, mas não se importava. Vestia seu traje branco e os coturnos. Aquele lugar era vagamente familiar, e isso o encheu de um sentimento que não soube explicar. Continuou a caminhar, encantado com o lugar, até que viu silhuetas conhecidas um pouco mais adiante. De uma forma impulsiva, se viu sair correndo e direção à elas, sentindo o coração se chocando dentro do peito. Quando se aproximou o suficiente precisou esfregar os olhos, para poder recuperar o foco da visão. Uma mulher de longos cabelos escuros se virou com um sorriso reconfortante, e esticou os braços para ele. Skylar avançou em direção à ela, não antes de ver seu pai dando um suspiro aliviado e se juntar ao abraço. Ele sentiu o calor agradável que lhe envolvia e deu um sorriso fraco. Percebeu que alguma coisa escorria pela face, e abriu os olhos. Sua mãe chorava, e bem, ele também.

Depois de sentir o ritmo do coração se acalmar, Skylar sentiu o abraço se afrouxar, e sua mãe agarrou-lhe o rosto e depositou um beijo em sua testa, com os olhos ainda marejados. Depois ela segurou suas mãos e sorriu, só para depois conduzi-lo alguns passos mais a frente. O garoto não pode evitar que seu rosto se contorcesse em resposta à um misto de sensações. Deu um largo sorriso e se viu tomado por uma euforia que fez seu coração voltar a bater descompassado. Laura estava em pé, diante dele. Seu cabelo estava levemente bagunçado pela brisa gelada, usava um vestido longo de cor clara, que contrastava com o verde em meio à grama alta. Skylar abraçou Laura, e a apertou contra o peito. Não a ouviu reclamar, só escutou sua risada melodiosa. E então as coisas começaram a girar. Skylar abriu os olhos e viu as coisas se dissolvendo bem diante de si.

Piscou algumas vezes e viu uma pilha de folhas perto de seu rosto. Ergueu a cabeça e automaticamente fitou a janela. Um automóvel estava parado diante da casa, e ele soube que Laura tinha voltado. Passou as mãos pelos cabelos e se ajeitou na mesa.

***

Laura abriu a porta da frente e se dirigiu até a sala. Se largou no sofá e ficou apenas encarando a parede enquanto ouvia os passos da mãe, e por isso apanhou a sacola da loja e se preparou para ter que provar o vestido mais uma vez.

Dito e feito. A mãe da menina estava analisando o vestido enquanto fazia Laura andar de um lado para o outro do próprio quarto.

–O que vai fazer no cabelo?

–Eu não sei... um topete talvez.

–É, um topete pode ficar bom.

Laura concordou sem muita vontade, e logo em seguida ouviu seu pai chamar, dizendo que o jantar estava pronto.

A garota estava brincando com a última batata cozida no prato enquanto o pai lhe enchia de perguntas sobre o fato de ter ido comprar um vestido. Ela suspeitava que ele queria chegar no ponto do "Porque o irmão mais velho de Catarina estava dirigindo", e estava tentando ser breve com as respostas. Sua mãe não falava nada, apenas terminava o suco de laranja, ignorando qualquer coisa ao seu redor. Laura queria que aquilo terminasse logo, para ela dar qualquer desculpa e subir até o sótão. Seu pai decidiu que era hora de ir assistir ao telejornal, e foi acompanhado pela mãe da garota. Laura deu um suspiro aliviado e foi lavar a louça, ao mesmo tempo em que separava o jantar de Skylar.

A menina já estava de pijamas, usava as pantufas macias e equilibrava um prato com o jantar de Skylar. Nos bolsos do casaco que vestia, levava os doces que comprou mais cedo. Encontrou Skylar sentado no sofá-cama, sentado com as pernas cruzadas, no estilo "índio", com um olhar um pouco perdido.

–Oi Sky!- Laura disse baixinho-Eu voltei.

O garoto esticou as pernas e deu um breve sorriso. Laura percebeu que ele estava parecendo um pouco incomodado, e resolveu perguntar.

–Sky, está tudo bem?-Laura deixou o prato em cima da mesa e andou até ele.

O garoto se mexeu no sofá, franziu a testa e pareceu pensar por longos segundos.

–Eu não consegui avançar muito. As informações nos documentos ainda estão um pouco desconexas para mim.

Laura cruzou os braços e fez uma expressão de preocupação.

–Então... eu trouxe seu jantar. Coma, e tente descansar. Ah, e trouxe isso também!- Laura puxou um saquinho de dentro dos bolsos do casaco, cheio de doces.

***

–...E então eu comprei o vestido.- Laura disse enquanto escolhia um caramelo coberto por chocolate.

Skylar fez um careta ao morder uma bala cítrica verde.

–Essa é de maçã verde. Bem azedinha.- Laura segurou o riso.

–É bom.-Skylar terminou a bala, depois olhou para Laura.- Você vai para a tal de festa, então?

–É. Acho que sim.

–E elas são ruins, não são?

–São.- Laura se deitou no chão.- Quer dizer, mais ou menos.

–Ah.-Skylar disse.

Laura começou a rir e depois rolou até fitar Skylar.

–Acho que as festas não são tão ruins, eu é que sou péssima com elas.

O garoto olhou para Laura e deu um sorriso, sem dizer mais nada. Laura continuou deitada no chão, olhando para o teto por algum tempo.

–Eu preciso descer.- Ela disse simplesmente, ajeitando o casaco.

Skylar acompanhou a garota com olhar, enquanto ela se levantava e andava de um lado para o outro.

–Amanhã eu volto, é claro. E vamos tentar descobrir isso tudo. Mas agora eu vou deixar você descansar.- Laura andou até Skylar e colocou uma das mãos em seu ombro.

–Obrigado.-Skylar disse.- E eu não acho que seja péssima.

Laura deu um suspiro e depois riu sem muito sinal de alegria. Desceu as escadas e foi até o próprio quarto. Apanhou o celular que estava na cama e viu que tinha recebido algumas mensagens de Catarina. Abriu um por uma, leu , respondeu e depois adormeceu.


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Notas finais do capítulo

Sei que ficou sem graça, mas precisava amarrar alguns acontecimentos do capítulo anterior. Prometo que o próximo melhora! Obrigada para quem leu e ainda viu as notas.



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