A Mutante em Forks escrita por James Fernando


Capítulo 4
Capítulo 3: Os Cullen


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Esta aí, mais um capítulo. Esse é grande e espero que gostem dessa Bella.



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Odeio acordar cedo. Odeio tanto acordar as seis da manhã, que o meu despertador, acabou de conhecer a parede do outro lado do meu quarto. Droga. Não posso esquecer de comprar um novo.

Sério. Quem foi o infeliz que criou a escola? Se existe um lugar pra ser chamado de inferno na terra, a escola é o lugar certo.

Depois de fazer minha higiene matinal, vestir uma roupa simples. MENTIRA. Eu sou muito linda pra ficar com vergonha e usar roupas simples. Eu tenho dinheiro, e dinheiro foi feito pra gastar, ainda mais em Prada, Gucci, Chanel e tudo o que há nesse belíssimo mundo da moda. Sim, sou uma pessoa que gosta de andar na moda. Estou usando um estilo Cropped Top. Uma saia meio esverdeada com preto e dourado que falta no mínimo uns cinco dedos pra chegar nos joelhos. Uma camisa preta que deixa apenas uns três dedos de minha lisa e sarada barriguinha. A camisa cobre ate quase a metade de meu pescoço, deixa meus ombros e braços livres e não preciso do sutiã. Estou usando um colar de ouro, um tipo de gargantilha por cima da camisa. Meus cabelos estão soutos e com uma leve ondulação já da metade pra baixo. Uma maquiagem leve e um batom vermelho, nada vulgar. Plataforma bege nos pés e no pulso direito um relógio simples e uma pulseira de couro preta. Eu estou a típica patricinha de colégio. Eu estou maravilhosa. Eu sei, sou tão modesta.

Peguei minha mochila e desci. A mesa estava cheia, meus pais podem não comer, mas eu sim, minha mãe é uma péssima cozinheira. MENTIRA. Ela é a pior cozinheira do mundo, o munherzinha que consegue queimar ate água. Quem preparou o meu café da manhã foi Gabriela, vulgo Gabi, a empregada de 47 anos que meus pais contrataram, eles avisaram ela que eu sou a única que come em casa, pois eles não tem tempo. Coitada de mim, Gabi pensa que meus pais são esses pais irresponsáveis que não tem tempo para os filhos.

- Bom dia, Gabi. – disse me sentando a mesa.

- Bom dia menina. – disse ela me servindo um suco de laranja. – Seus pais já saíram. – ela disse em um tom de repreensão.

- Gabi. – eu disse chamando a atenção dela. – Não precisa se preocupar. Meus pais são presentes, exceto nas refeições; o que eu dou graças a Deus. Não aguentaria ter que lidar com Renée e sua mania de dieta. Tirando as refeições, eles são presentes em todos os outros sentidos.

Na verdade, meus pais são dois preguiçosos que se deixassem, passaria a eternidade sem sair de casa. Eles só saíram mesmo, por causa das refeições. Não queriam ter que explicar o motivo de não comerem. Não seria mais fácil contratar uma vampira que saiba cozinhar? Vai saber o que se passa na cabeça daqueles dois.

- Se você diz. Só acho que na refeição todos deveriam estar juntos. – ela disse.

- Vai por mim, sentar a mesa junto de meus pais é a ultima coisa que você vai querer. – eu disse.

- Tudo bem. – ela disse se sentando. Sim, ela senta na mesa junto a mim. – Agora, coma, se não você vai se atrasar para o seu primeiro dia de aula.

- Ninguém merece... – eu resmunguei.

Ela riu.

- A essa hora, todos devem estar falando da aluna nova. Filha do prefeito. – ela disse. – Se prepare, por que povo de cidade pequena é fofoqueiro.

- Que isso, Gabi. Logo, logo, você vai perceber que eu amo holofotes. – eu disse.

Terminei de tomar meu café, olhei em meu relógio de pulso, faltava dez minutos para tocar o sinal da primeira aula. Em outras palavras, vou chegar atrasada na sala de aula.

Me levantei, peguei minha mochila e a chave do meu carro e fui para a escola. Ao estacionar em uma vaga qualquer, eu vi todos os olhares se dirigirem para o meu carro. Olhei em volta e vi apenas mais dois carros que chamam a atenção, um Porshe amarelo canário e um Volvo prata. Será possível? Sim, é possível. Foi quando eu os vi. Estavam encostados nos dois carros. Os cinco vampiros estudam nessa escola. Que sorte.

Eles estavam impecáveis, lindos como devem ser, principalmente aquele de cabelo acobreado. Que foi? Eu sou uma santa, não cega.

A baixinha parece uma fada. O cabelo é de um preto intenso, curto, picotado e desfiado para todas direções. Esta abraçada ao loiro emo.

 Loiro emo é alto, magro, mas ainda assim musculoso. Parece que ele e a baixinha estão juntos.

O armário ambulante é alto, corpulento, muito musculoso e, para a maioria dos seres humanos, parece ser o mais intimidante deles. Ele tem cabelos escuros e curtos. Ele esta com um dos braços na cintura na loira aguada.

A loira aguada é do tipo faz toda garota perder a autoestima só por estarem no mesmo ambiente. É alta e escultural, com um estilo elegante, similar a uma modelo. Seu cabelo é ondulado, comprido e dourado. Mas eu não fico atrás.

E eles todos estão usando lentes de contato.  A baixinha esta usando verdes assim como o de cabelo acobreado – preciso de um apelido pra ele. O loiro emo esta usando azuis assim como a loira aguada, e o armário ambulante esta usando uma lente da cor castanha clara. Devo ressaltar que a cor dos olhos deles são vermelha, em outras palavras, não são vegetarianos. Bando de infelizes.

Peguei minha bolsa, abri a porta do carro e acho que todos começaram a me ver em câmera lenta igual aos filmes. Tão previsíveis.

Sai do carro e acionei o alarme. Olhei em volta. É, todos estão me olhando. Os meninos estão faltando babar, e as meninas me querem ver morta. INVEJOSAS. Olhei para os vampiros, mas fiz pouco caso. Sabe como é né. Eles são vampiros, são lindo e deslumbrantes e blá, blá, blá. Então estão acostumados a serem secados por todos, e é por aí que começa a minha diversão. Eu não sou igual a todos, vou agir como uma humana normal, mas que não vê nada de mais neles. Em outras e simples palavras, vou ferir o ego desses sanguessugas de humanos. Então, vamos a diversão.

Voltei meu olhar para eles, e arregalei os olhos.

- Vai começar... – ouvi a loira aguada dizer com a minha super audição.

- Uau... – eu disse formando um perfeito “O” com a boca.

- É sempre a mesma coisa... – disse o de cabelo cor de bronze. O solteiro do grupo. Ele parece estar com tedio.

- Que coisa horrível é aquela atrás daqueles esquisitos? – eu disse como se estivesse pensando alto. É claro que foi de proposito.

Notei que eles enrijeceram. Isso vai ser divertido. Fiz minha cara de patricinha mimada com um pingo de pena.

- Além de terem mau gosto pra carros, o dono daquele Porshe deve ser cego pra ter comprado aquela aberração das estradas. – eu disse e vi a baixinha ser segurada pelo loiro emo, provavelmente ela quer arrancar minha cabeça. Pode vir vampirinha. – O Volvo ate que é bonitinho mas... é tão... gay.

O armário ambulante começou a rir, e o de cabelo bronze cerrou os punhos, e eu por dentro estou com dor de barriga de tanto rir.

- Mas o que eu queria? Gente de interior é caipira. – eu disse soltando um ar pesado e andando para dentro do prédio.

Os cinco enrijeceram ainda mais. Já estava na entrada do prédio quando eu ouvi.

- O que essa humana idiota tem na cabeça? – perguntou a loira aguada com um ar de superioridade.

- Nada. – disse o de cabelo cor de cobre. – Eu não consigo ler os pensamentos dela. – ele disse isso frustrado.

Humm... interessante. Então, temos um telepata entre os meus brinquedos. Mas é claro que ele não consegue ler minha mente. Esta pensado o que? Eu sempre a mantenho protegida graças ao poder que herdei de minha mãe. Agora estou deprê . É sempre assim, é só lembrar dela que eu fico sentida.

Fui ate a secretaria e uma mulher me atendeu.

- Bom dia. – eu disse.

- Bom dia. – disse ela sem tirar os olhos da revista de fofoca. – O que você quer?

Educaaaada.

- Sou Isabella Marie Swan. Sou aluna nova.

Ela tirou os olhos da revista e me encarou e eu pude ver a inveja estampada na cara dessa quarentona.

- Só um minuto. – ela disse mexendo nos papeis. – Tome, esses são seus horários. – ela me entregou o papel. – E esse... – ela me entregou outro. – Todos os professores devem assinar, e no final do dia você deve passar aqui e me entregar.

Peguei os papeis e fui. Primeira aula: história. Eu odeio história. Será que pega mau se eu cabular meu primeiro dia de aula? Provavelmente Renée me mata. Se isso não acontecer, Charlie irá tirar meus cartões de crédito. Ok, acho que todos podem suportar uma tortura infernal por uma hora, por que sem cartões de credito eu não fico.

Conforme ia andando pelos corredores, só ouvi pessoas me comparando com uma tal de Rosalie Hale. Deve ser a tal da loira aguada. Ao que parece, ela é a rainha da beleza da escola. Sério, eu realmente gosto dos humanos, por isso os protejo e odeio os vampiros que se alimentam deles, mas as vezes, eles conseguem ser bem irritantes. Revirei os olhos com isso.

O sinal tocou e eu ainda estou procurando a maldita classe de aula. Essa escola, além de ser feia, é confusa.

Dez minutos depois das aulas terem começado, eu finalmente achei a sala. Bati na porta e esperei. O professor abriu e meio que... vocês sabem, ficou deslumbrado.

- Desculpe, é que eu sou aluna nova e acabei me perdendo.

- T-Tudo bem... – o possível pedófilo gaguejou. – Entre e se apresente.

Eu dei um sorriso de canto e entrei. Me apresentei, vi que não tinha nenhum dos vampiros nessa aula. Que saco. Isso vai ser um tédio total.

Depois de dormir praticamente durante a aula inteira, o sinal tocou anunciando a troca de aula. Peguei minhas coisas e me retirei. Não tive nenhuma aula com nenhum dos vampiros. Acho que fiz uma colega. Não vou dizer amizade, por que essa tal de Jessica Stanley é mais falsa que Prada comprada no camelo. Não posso esquecer do fofoqueira. Essa menina tem uma língua de cobra. Também conheci Angela Weber, essa ate poderia se tornar minha amiga, pois diferente da fofoqueira da Jessica, Angela é legal, cuida da própria vida e é uma boa companhia.

Finalmente o sinal tocou anunciando a hora do intervalo. Sai da sala acompanhada das duas. Ao adentrar no refeitório, todos pararam o que estavam fazendo para nos olhar, quer dizer, me olhar. Ai, como é bom ser bonita. Pareço ate estrela de cinema. Será que virei celebridade e ninguém me disse?

Aposto que a Jessica esta amando andar sob os holofotes, mas já a Angela, esta toda desconfortável com esses abutres.

Fui ate a fila, peguei uma bandeja e enchi. Sério, a quantidade que eu peguei da pra três pessoas almoçarem. Resolvi pegar um suco de pêssego.

- Estou de regime. – disse referindo ao suco.

A mulher do caixa ficou me olhando com os olhos esbugalhados. Será que tem algo no meu rosto? Acho que não, ela esta olhando é pra minha bandeja. Eu em, gente esquisita. Ninguém pode pegar um lanchinho que já ficam regulando. Paguei e sai bufando.

Sentei na mesa junto com Angela, Jessica e seus amigos. Mike, um garoto seboso, não para de dar em cima de mim, e Jessica fica se remoendo de ciúme. Que garoto idiota. Tem alguém afim dele, mas fica querendo o que nem em sonhos pode ter. Não dei bola pra ele, o que eu pude ver que Jessica me agradeceu com o olhar e eu dei um olhar de não sei como você gosta dessa coisa, e ela me deu um olhar de nem eu.

Na mesa, eles não paravam de fofocar enquanto eu só fingia ouvir, mas estava concentrada em algo muito mais importante, minha comida. Foi quando eu os senti se aproximando do refeitório com meus sentidos vampirescos e... mutantescos? Tanto faz, só sei que senti. Olhei por cima do ombro e foi quando e os vi. Eles estavam entrando na lanchonete, pareciam estar desfilando. Metidos.

Se sentaram no canto do refeitório, à maior distância possível de onde eu me encontrava no salão comprido. Eram cinco. Não estavam conversando e não comiam, embora cada um deles tivesse uma bandeja cheia e intocada diante de si. Não me encaravam, ao contrário da maioria dos outros alunos, por isso era seguro observá-los sem temer encontrar um par de olhos excessivamente interessados. Mas não foi nada disso que atraiu e prendeu minha atenção. Não sei por que, mas me deu uma vontade de narrar um trecho de meu livro favorito Saga Molusco. Acreditem ou não, foi como se eu estivesse na cena do livro. Vou continuar, então não estranhem se vocês já leram Molusco e verem semelhanças idênticas, pois acreditem ou não, aconteceu desse mesmo jeitinho.

Eles não eram nada parecidos. Dos três meninos, um era grandalhão — musculoso como um halterofilista inveterado, com cabelo escuro e crespo. Outro era mais alto, mais magro, mas ainda assim musculoso, e tinha cabelo louro cor de mel. O último era esguio, menos forte, com um cabelo desalinhado cor de bronze. Era mais juvenil do que os outros, que pareciam poder estar na faculdade ou até ser professores daqui, em vez de alunos.

As meninas eram o contrário. A alta era escultural. Linda, do tipo que se via na capa da edição de trajes de banho da Sports Illustrated, do tipo que fazia toda garota perto dela sentir um golpe na auto-estima só por estar no mesmo ambiente. O cabelo era dourado, caindo delicadamente em ondas até o meio das costas. A menina baixa parecia uma fada, extremamente magra, com feições miúdas. O cabelo era de um preto intenso, curto, picotado e desfiado para todas as direções.

E, no entanto, todos eram de alguma forma parecidos. Cada um deles era pálido como giz, os alunos mais brancos que viviam nesta cidade sem sol. Mais brancos do que eu, a albina. Todos tinham olhos muito bonitos, apesar de estarem usando lentes. Também tinham olheiras — arroxeadas, em tons de hematoma. Como se tivessem passado uma noite insone, ou estivessem se recuperando de um nariz quebrado. Mas os narizes, todos os seus traços, eram retos, perfeitos, angulosos.

Mas não era por nada disso que eu não conseguia desgrudar os olhos deles.

Fiquei olhando porque seus rostos, tão diferentes, tão parecidos, eram completa, arrasadora e inumanamente lindos. Eram rostos que não se esperava ver a não ser talvez nas páginas reluzentes de uma revista de moda. Ou pintados por um antigo mestre como a face de um anjo. Era difícil decidir quem era o mais bonito — talvez a loura perfeita, ou o garoto de cabelo cor de bronze.

Todos pareciam distantes — distantes de cada um ali, distantes dos outros alunos, distantes de qualquer coisa em particular, pelo que eu podia notar. Enquanto eu observava, a garota baixinha se levantou com a bandeja — o refrigerante fechado, a maçã sem uma dentada — e se afastou com passos longos, rápidos e graciosos apropriados para uma pista de decolagem. Fiquei olhando, surpresa com seus passos de dança, até que ela largou a bandeja no lixo e seguiu de volta para seu lugar.

Ok, acho que vocês estão pensando que eu, a poderosa Isabella Marie Swan foi fisgada pela beleza dos vampiros, certo? Pois podem ir tirando seus cavalinho da chuva, eu tive que dar uma de humana idiota se eu quiser continuar me divertindo as custas desses otários. Eu sou tão má.

- Quem são eles? – perguntei à garota da minha turma de espanhol, cujo nome eu esquecera. É sério, eu estava falando dela agora pouco mas, acabei me distraindo e esquecendo. Ela é a fofoqueira.

Enquanto ela olhava para ver do que eu estava falando — embora já soubesse, provavelmente, pelo meu tom de voz —, de repente ele olhou para ela, o mais magro, o rapaz juvenil, o mais novo, talvez. O encalhado. Ele olhou para minha vizinha só por uma fração de segundo, e depois seus olhos verdes fulguraram para mim. Opa, eu vi uma faísca de ódio e... desejo? Espero estar errada.

Ele desviou os olhos rapidamente.

Minha vizinha riu sem graça, olhando a mesa como eu.

- São Edward e Emmett Cullen, e Rosalie e Jasper Hale. A que se levantou pra jogar o lixo, é Alice Cullen. Todos moram com o Dr. Cullen e a esposa. – ela disse isso à meia-voz.

Humm, então eles fazem papel de irmãos. Interessante.

Olhei de lado para o rapaz bonito (eu já disse que não sou cega), que agora fitava a própria bandeja, desfazendo um pãozinho em pedaços com os dedos pálidos e longos. Sua boca se movia muito rapidamente, os lábios perfeitos mal se abrindo. Os outros três ainda pareciam distantes e, no entanto, eu sabia que eles estavam falando entre si. O grandão, vulgo Emmett, mais conhecido como armário ambulante, perguntou sobre o que eu estava pensando, e o Eddie (aposto que ele odeia que o chamem assim), disse que não consegue ler o que estou pensando.

Finalmente me lembrei de que minha vizinha se chamava Jessica, um nome perfeitamente comum. Está na hora de começar o segundo round.

- Eles são... muito bonitos. – lutei com a patente atenuação da verdade. MENTIRA. Isso é pura encenação meu bem, fiz aulas de teatro.

- É. – concordou Jessica com outra risada. – Mas todos estão juntos... Emmett e Rosalie, e Jasper e Alice, quero dizer. E eles moram juntos. – sua voz trazia toda a condenação e o choque da cidade pequena, pensei criticamente. Mas, para ser sincera, tenho que admitir que em qualquer lugar isso provocaria fofocas.

- Quem são os Cullen? – perguntei. – Eles não parecem parentes...

- Ah, e não são. O Dr. Cullen é bem novo, tem uns vinte e tantos ou trinta e poucos anos. Todos foram adotados. Os Hale são mesmo irmãos, gêmeos... os louros... e são filhos adotivos.

- Parecem meio velhos para filhos adotivos.

- Agora são, Jasper e Rosalie têm 18 anos, mas estão com a Sra. Cullen desde que tinham 8 anos. Ela é tia deles ou coisa assim.

- Isso é bem legal... Eles cuidarem de todas essas crianças, quando eram tão pequenos e tudo isso. – somente um idiota pra cair nessa história de adotados.

- Acho que sim. – admitiu Jessica com relutância, e tive a impressão de que por algum motivo ela não gostava do médico e da esposa. Com os olhares que ela atirava aos filhos adotivos, eu imaginava que o motivo era inveja. – Mas acho que a Sra. Cullen não pode ter filhos. – acrescentou ela, como se isso diminuísse sua bondade.

Nesse mesmo instante, eu senti eles ficarem tensos, parece que eles gostam da tal Sra. Cullen como mãe. Isso é... fofo. Mas ainda são monstros.

Em toda essa conversa, meus olhos disparavam sem parar para a mesa onde se acomodava a estranha família. Eles continuavam a olhar para as paredes e não comiam. Bando de fingidos.

- Eles sempre moraram em Forks? – perguntei já sabendo a resposta.

- Não. – disse ela numa voz que dava a entender que isso devia ser óbvio, até para uma recém-chegada como eu. – Só se mudaram há dois anos, vindos de algum lugar do Alasca.

Enquanto eu os examinava, o mais novo, um dos Cullen, virou-se e encontrou meu olhar, desta vez com uma expressão de evidente curiosidade. Quando desviei os olhos rapidamente, o olhar dele trazia uma espécie de expectativa frustrada. Coitado, ainda esta tentando ler meus pensamentos.

Esta na hora do show.

- Humm... – fiz uma de pensativa.

- O que foi? – perguntou Jessica mordendo a isca que eu joguei.

- Aquele grandão, o armário ambulante. – ela franziu a testa. Por cima do ombro, olhei eles, vi que claramente chamei a atenção deles. – Acho que é... Emmett, certo? – ela assentiu. – Ele pratica esportes?

- Não que eu saiba. – ela respondeu. – Quer dizer, pelo menos aqui na escola não. Por que?

- Ele não parece ser muito inteligente. – eu disse olhando os Cullen. Vi que Emmett enrijeceu, e os outros seguravam o riso.

- Acho que tem razão... – concordou Jessica.

- Ouvi dizer que a escassez de inteligência em caras que parecem armários ambulantes são por causa das bombas que eles tomam. – eu disse.

- Do que ela esta falando? – perguntou Emmett. – Isso tudo é natural.

Pois é, eu tinha razão, Emmett Cullen é burro de pedra. O idiota não entendeu o que eu falei.

- Emmett, cala a boca. – disse Rosalie dando um tapa na cabeça dele.

Próximo alvo é... a loira aguada, vulgo Rosalie.

- Devem ter custado uma fortuna. – eu disse olhando diretamente para Rosalie. Os Cullen disfarçaram, mas estavam atentos ao que eu iria falar.

A minha mesa tinha total atenção em mim e na Jessica.

- O que custou uma fortuna? – ela perguntou.

Eu a olhei com uma cara de é obvio e respondi.

- O Silicone.

Eu escutei algo sendo arrastado pelo chão. Certamente Rosalie tentou se levantar e vir me matar, mas foi segurada.

- Acalma-se, Rosalie. – disse o tal de Jasper.

- Agora tá explicado dela ser tão bonita. – disse Jessica soltando veneno. Quem sou eu pra criticar? – Deve ter gastado uma fortuna em plásticas.

Mais uma vez, graças a minha super audição, eu ouvi Rosalie tentando se levantar e vir nos matar.

- Deve ser por isso que o irmão gêmeo dela, Jasper, virou emo. – eu disse escolhendo meu outro alvo. Olhei por cima do ombro e vi que ele é o que mais consegue se manter no controle, apesar de ser obvio de também querer me matar.

- Pois é. – concordou Jessica.

- E por ser emo, ele não se importa por ter uma namorada do tamanho de um gnomo de jardim.

- Eu vou matar essa desgraçada! – disse a baixinha, vulgo Alice. Devo ressaltar que eles estão todos falando em sussurros, só consigo ouvir eles por causa da minha super audição.

Depois de conseguirem acalmar Alice e Rosalie, Emmett disse:

- Vixi, Edward, agora só falta você.

- Cala boca Emmett. – disse Edward já irritado. Meu bem, depois de hoje, você vai querer me mandar para o inferno pessoalmente.

- Quem é o garoto de cabelo ruivo? – perguntei. Eu o espiei pelo canto do olho e ele ainda estava me encarando, esperando a bomba que eu iria lançar, mas é claro que minha cara era de uma atriz digna de Oscar, aparentava estar curiosa e ao mesmo tempo inocente.

- É o Edward. Ele é lindo, é claro, mas não perca seu tempo. Ele não namora. Ao que parece, nenhuma das meninas daqui é bonita o bastante para ele. – ela fungou, um caso claro de dor-de-cotovelo. Eu me perguntei quando é que ele a tinha rejeitado.

Mordi o lábio para esconder meu sorriso. Depois olhei para ele de novo. Seu rosto estava virado para o outro lado, mas achei que sua bochecha parecia erguida, como se ele também estivesse sorrindo. Vou tirar esse sorrisinho de sua cara agora.

- Mas é obvio. – eu disse o olhando e disfarçadamente, os Cullen me olhavam de esguela obviamente curiosos.

- Como assim? – perguntou Jessica curiosíssima.

- Meu bem. – eu disse a olhando. – Ele é gay.

Jessica arregalou os olhos e eu virei meu rosto a tempo pra ver os cinco arregalarem os olhos.

- Tem certeza? – perguntou Jessica.

A olhei e depois olhei os Cullen, Alice se segurava ao máximo junto com Jasper e Rosalie para não rir e ao mesmo tempo mandavam Edward ficar calmo, pra não fazer cena e essas coisas, sabe? Não revelar que é um vampiro.

- Oh meu Deus, por que tu fizestes isso com meu irmão... irmã? – disse Emmett se lamentando, o idiota realmente estava acreditando. – Eu sempre suspeitei, mas ainda tinha esperanças que eu estivesse enganado.

- Emmett. – disse Edward com a respiração arfante. Ele esta furioso. – Cala essa maldita boca.

- Mas é claro. – eu respondi a pergunta de Jessica a olhando nos olhos. – Tenho um sexto sentido pra essas coisas, é como se fosse um radar gay. E além do mais, ele não pega ninguém, na verdade, duvido que alguém já tenha visto ele com alguém do sexo oposto. – ela pensou por um momento e afirmou com a cabeça.

- Edward, eu nunca te vi com uma garota. – dessa vez foi Alice que disse, e ela ainda estava tentando segurar o riso.

- Alice? – ele disse a alertando, sua voz soou ameaçadora, mas não me deu medo algum.

- Mas é verdade. – disse Alice. – Só vi nas minhas visões, mas como você vive dizendo que nem sempre minhas visões são certas... – ela deixou o resto da frase no ar.

Então quer dizer que, Alice é uma vidente. Isso é muito legal. Imagine, poder ver o futuro, saber sempre quando uma loja de grife vai fazer liquidação. Isso seria perfeito, na verdade, minha vida estaria feita.

- E tem o carro. – eu continuei. – O carro dele é o Volvo prata no estacionamento, certo? – perguntei e ela assentiu. – O carro é bonito, melhor, é fofo. Em outras palavras, é um carro feminino.

- Então... – começou Jessica espantada com a revelação do ano.

- Edward Cullen é gay. – eu completei.

Olhei por cima dos ombros, os cinco saíram da mesa juntos. Todos eram muito elegantes — até o armário ambulante. E agiram como se não estivessem escutando conversas alheias sobre a vida deles. Vi que todos me olharam com ódio estampado no rosto. E logo em seguida desapareceram do refeitório. O pior disso tudo é que eu não pude gargalhar das caras deles ate doer a barriga, tive que manter a cara de curiosidade e inocência estampada no rosto, assim como minhas emoções. Desconfio que o tal de Jasper pode manipular e sentir as emoções das pessoas. E é claro, mantive meu coração bem calmo.

O sinal tocou anunciando o fim do intervalo. Próxima aula: Biologia.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?

Eu estava esperando dez reviews no capítulo anterior, mas a turma não colaboraram, e isso contribuiu para a demora do capitulo. Demorei por que fiquei doente, e por falta de criatividade.

O que acharam dessa Bella nada convencional?
Alguma teoria de qual seja os poderes que ela herdou da mãe? E de quem seja a mãe dela?

Espero reviews, nada menos que vinte. Sim, tem leitores fantasmas o suficiente para darem o ar da graça.


Não deixem de passar na minha outra fic e lerem:
Loucuras em Cinco Estrelas
http://fanfiction.com.br/historia/381450/Loucuras_em_Cinco_Estrelas/