Eu me dirigi para um túnel escuro, para onde me levaram quando me encontraram a mim e a Melanie no deserto. Lá era apertado e tudo mais mas pelo menos eu estava sozinha e podia pensar melhor em tudo.  Desde que Carl e seu grupo apareceram na minha vida, ela virou um inferno. Eu preferia morrer a ver Ian como o vi no refeitório, com o olhar cheio de dor, desilusão, fúria.

Eu não queria que tudo o que temos e tivemos terminasse assim, por algo que eu não consegui controlar visto estar drogada. Eu provavelmente iria reagir da mesma forma que ele mas daria uma change para ele poder se explicar, não daria? Bolas, eu acho que não daria, não quereria nem olhar para a cara dele. Isso só me fez recomeçar a torrente de lágrimas de novo.

- Peg, estás aqui? Ahh, eu sabia que te encontraria aqui. É já um hábito teu. – Jared apareceu e sentou-se ao meu lado. Quando notou que eu estava a chorar suspirou e limpou algumas lágrimas que caíam rebeldes. – Por favor, não fiques assim, eu não gosto de ver-te chorar. Melanie me explicou o que acham que aconteceu. Não te lembras mesmo de nada?

- N-Não… eu lembro-me de ele querer dançar comigo, eu recusei e depois ele começou a olhar para o meu copo… depois ele disse me que vocês estavam atrás de mim, eu olhei mas não vi ninguém e ele me largou. Bebi mais um pouco do conteúdo do copo, e fui procurar por vocês… É a última coisa que me lembro…

- Lamento te dizer mas realmente parece que ele te drogou, temos que falar para Jeb. Ele expulsa-o daqui na mesma hora.

- Não! Por favor, não faça isso! Eu quero fazer justiça com minhas próprias mãos – eu disse determinada. Ele me olhou direto.

- Tu? A fazer justiça com as próprias mãos? O Carl que se cuide porque acordou a fera. – ele gargalhou e eu mandei-lhe um ligeiro  sorriso – tudo bem, eu não falo nada para jeb, mas se ele te incomodar novamente, lamento mas quem vai fazer justiça vou ser eu. Ninguém se mete com a minha pequenina. – ele me abraçou e eu agarrei-me a seu pescoço.

- obrigada Jared. Por tudo!- eu disse sincera olhando nos olhos -  Podias ajudar-me a falar com Ian? Ele não quer me ver ou escutar. Eu acho que ele nunca mais vai perdoar-me.

- Claro que vai, Peg – ele falou em meu ouvido eu estava de costas para ele, ainda dentro do seu abraço. – ele pode estar magoado mas ele te ama. Essa é uma das poucas certezas que eu tenho na vida. – me beijou os cabelos carinhosamente. Ele não perdera o afecto que tinha por mim aquando estava no corpo de Melanie, seu grande amor.

- Vamos sair daqui, eu ainda estou de pijama e não quero passar o resto do dia assim vestida – eu disse levantando-me e puxando-o comigo. Passou seu braço pelos meus ombros e sai dali para fora. Quando chegamos ao pátio central, Melanie reparou em nós.

- Até que enfim que alguém te encontrou! Graças a Deus, Jared. – Ela disse aliviada não se importando nem um pouco eu ainda estar agarrada a Jared. Nesse momento vejo Ian Vir de um lado e Carl do outro.

- Ei Peg, amor… Vem comigo vem, vamos acabar o que começamos ontem antes de nos interromperem. – Chamou Carl. Ele estava com um olho negro e o nariz bem vermelho. Olhei para Ian que olhava para mim mas logo desviou o olhar que demonstrava dor. Ele também esta machucado. Também um olho negro e o lábio cortado. Eu contive a vontade de correr e só parar nos seus braços. Em vez disso, eu corri para Carl que sorriu, não esperando o que se seguia. Eu saltei para cima dele fazendo-o cair para o chão e consequentemente, eu também  cai em cima dele. Antes que ele pudesse fazer alguma coisa eu esmurrei-o com toda a minha força, uma vez, outra e outra. Ele tentou agarrar minhas mãos mas eu estava cega de raiva e a adrenalina corria pelo meu corpo todo. Eu bati-lhe, arranhei, eu fiz tudo e mais alguma coisa.

- Socorro, alguém que tire esta louca de cima de mim!! – ele tentava a todo o custo sair de debixo de mim mas não conseguia. Jared o havia segurado no lugar, para que eu pudesse fazer o que bem entendesse.

- Seu canalha!! Seu idiota!!estragaste a minha vida! TIRASTE-ME  A COISA MAIS IMPORTANTE DA MINHA VIDA! Como pode? EU ODEIO-TE!! – eu gritava para ele enquanto continuava a bater-lhe com toda a força. Por fim eu parei mas continuei em cima dele. – Jared, pode largar ele. Eu acho que ele já teve o que merecia.

- para mim foi pouco pelo que ele fez, mas eu largo. Se é assim que queres Peg… - ele levantou as mãos no ar. Eu inclinei-me sobre o rosto de Carl que estava todo ensanguentado dos socos e arranhões.

- agora, vais ficar caladinho sobre isto certo? Porque se Jeb souber disto vai saber também do que fez comigo, entendido? – sussurrei no seu ouvido e ele apenas acenou que sim para mim. Sai de cima dele e ele desapareceu. Olhei em volta à procura de Ian para lhe contar o que se passara mas ele não estava mais ali. Olhei para Mel mas ela encolheu os ombros adivinhando o que eu estava à procura.

- Eu não sei quando ele saiu, eu estava a ver-te  a dar uma lição naquele gajo. Quem diria que um ser tão pequeno pode fazer um estrago daqueles. Arrasaste!!

- Eu só quero saber do Ian…

- oh me desculpa eu estou a ser insensível… Desculpa, me entusiasmei. Vamos, vai trocar de roupa que estás um farrapo.

Fiz o que ela disse e me dirigi ao quarto que partilhava com Ian. Se a situação não melhorasse teria que procurar um novo quarto. Quando entrei encontrei Ian. Ele estava a arrumar suas coisas.

- não te preocupes, eu só vim buscar as minhas coisas. Vou para o quarto de Jamie, assim podes ficar à vontade aqui com quem tu quiseres – ele disse, sua expressão dura.

- Mas eu não quero que vás… - eu sussurrei e o abracei por trás. Aquele contato com seu corpo fez-me bem. Mas ele logo se afastou.

- não me importa mais o que tu queres.

- Ian… não faças isto comigo. Eu te amo… - eu voltei a abraça-lo mas olhando-o nos olhos. Me aproximei e dei-lhe um leve beijo nos lábios. Ele vacilou um pouco mas logo se recompôs e afastou-se novamente. Desta vez eu não o deixei fugir e empurrei-o contra a parede.  Ele não esperava isso então eu consegui faze-lo facilmente. Eu estava a começar a perder minha inocência. Havia percebido que tinha que lutar pelo que eu queria . Ian ainda não havia se recuperado e eu aproveitei para voltar à carga. Colei meu corpo ao dele e ele susteve a respiração. Beijei-lhe o pescoço e ele suspirou e tentou voltar a fugir.

- Não! Não vais sair daqui! Eu que tenho o controle agora! – ele se assustou com a minha determinação. Eu não era assim. Olhei-o nos olhos e voltei a beijar-lhe o pescoço, passeando minha boca por ali, pela sua mandibula até chegar a sua boca. Ele estava prestes a beijar minha boca quando eu afastei-a da sua. Ele me olhou confuso – eu tenho o controle agora – eu repeti e beijei-o. Ele correspondeu de imediato e me agarrou a cintura. Puxei os cabelos  dele para trás e ele gemeu.

- Que é isso, Peg?

- Ahh, eu aprendi a correr atrás do que eu quero. – passei minhas mão pela sua barriga perfeita e pelo seu peitoral ate chegar ao pescoço.

- Eu estou magoado contigo e desiludido também – ele largou minha cintura suspirando.

- Ian, ele drogou-me. Eu não fiz nada de livre vontade. Eu não o faria sabendo que te magoaria, nunca. – ele enrijeceu e olhou para mim.

- O QUÊ? Foi por isso que te atiraste a ele hoje? Eu pensei que apenas estivesses arrependida e estivesses a descarregar a raiva nele. Oh Meu Deus, me desculpa. Peg, eu te amo. – ele juntou as nossas cabeças e agarrou-me.

- Eu . sou . só . tua! – eu falei bem devagarinho dando a ele tempo para assimilar cada palavra. Mal eu terminei ele me deu um beijo cheio de paixão. Ele, após ficar-mos sem ar, mordeu-me o lóbulo da orelha e eu gemi com o toque. Beijei de leve seus lábios, mordendo o lábio inferior de seguida. Me afaste dele, provando a ele o meu poder. Me sentei de joelhos na cama de frente para ele e, lentamente despi minha camisa de dormir, ficando apenas de roupa interior. Ele ficou no mesmo sitio, olhando maravilhado para mim. Eu corei e acenei para que ele se juntasse a mim. Ele veio e eu retirei-lhe a t-shirt preta que marcava seus músculos. Ele me deitou na cama enquanto nos livrávamos do resto das roupas. Olhou para mim e me beijou. Amamo-nos apaixonadamente, mas desta vez mas ferozmente que na minha primeira vez. No fim, deixei-me ficar deitada sobre ele enquanto beijava seu peito e ele me acarinhava as costas.

- precisamos ir. Vão dar por nossa falta… - sussurrou Ian

- Eles que sintam! Neste momento somos só nós, eu e tu. Nós somos um do outro.

- eu sou teu e tu és minha! Ele confirmou.