Eu, Você E Nossa Vida A Dois escrita por Mnndys


Capítulo 4
A casa nova


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários, fico muito feliz que vcs estejam gostando.



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Ainda faltavam alguns meses para o casamento, mas muitas coisas precisavam ser decididas, tipo onde iríamos morar. Era hora de juntar nossas economias e comprar um imóvel. Apesar da insistência de ambos os lados pelos nossos pais, não vamos aceitar um presente tão grande, afinal Mia e eu precisamos ser responsáveis e aprendermos a caminhar sozinhos.

Dinheiro não é um problema tão grande assim, meu negócio e o dela iam bem, além do mais tinha dinheiro guardado e Mia, bem, a vida toda ela não tocou no dinheiro em sua poupança, gastava direto do pai, o que significava que poderíamos dividir isto.

Então parecia fácil comprar uma casa, certo? Errado. Quando uma casa ou apartamento tinha algo que eu gostava Mia colocava algum empecilho e o oposto também acontecia muito.

“Não tem um escritório.” Eu falava sobre um imóvel.

“A sala não é espaçosa para recebermos os amigos.” Mia dizia em outro.

“O closet não é grande para colocar todas suas roupas.” Eu lembrava.

“Eu não gostei dessa cozinha.” Mia falava como boa cozinheira.

“Fica longe demais dos nossos trabalhos.” Nesses momentos, ambos concordavam.

O pobre corretor ficava parado observando a lista sem fim de problemas que colocávamos nos imóveis, às vezes se intrometia e tentava nos convencer, mas não era aconselhável que ele fizesse isso.

Era um fim de tarde de sexta-feira quando peguei Mia no trabalho para irmos ver mais uma casa. Já devíamos ter visto umas dez casas só naquela semana, mas é como dizem, a esperança é a ultima que morre.

O corretor não poderia nos acompanhar, mas ele era amigo de Elliot o que o fez concordar em nos emprestar a chave para darmos uma olhada. Ficava na 400N 35th St, em Fremont, há menos de dez minutos do local onde eu morava até então. Local: aprovado.  

O sobrado era muito bom, Mia passava os olhos por cada canto encantada e ao ver aqueles lindos olhos negros brilhando eu também ia ficando mais fascinado pela casa.

“O closet é grande.” Ela mostra brincalhona. “Cabe todas as minhas roupas e muito mais.”

“Mais?” Pergunto. “Você já deve ter o suficiente.”

“Para uma mulher solteira, mas quero ficar mais linda como esposa, para agradar o meu marido.” Mia fala passando seus braços por cima do meu ombro.

“Não quero te desapontar, mas para agradar seu marido não precisa de roupa, pelo contrário.”

“Ethan!” Ela repreende.

Forço meu corpo contra o dela até encostá-la contra a parede.

“Aqui?” Ela pergunta surpresa.

“Aqui.” Sussurro em seu ouvido enquanto já desabotôo os botões de sua camisete.

Transamos no chão do closet.

Mia está sorrindo de orelha a orelha e eu não posso deixar de fazer o mesmo por saber que eu sou o causador disso.

Ela está olhando o jardim pela porta de vidro.

“Em que está pensando?” Pergunto.

“Que é uma pena que seja um pouco cara.” Ela diz se referindo a casa.

“Não importa.” Eu digo a ela. “A gente tem esse dinheiro, vamos comprar.”

Ela se vira de volta para mim e seu sorriso fica ainda maior.

“Tem certeza?”

“É claro, foi a única onde nos sentimos em casa.”

Mia me abraça tão apertado que chega a me sufocar.

“Já vejo nós dois morando aqui.” Fala.

Está começando a andar pela casa efusiva, que é típico dela.

“Nós e nossos filhos.” Eu sonho alto.

De repente ela para e me encara séria. “O que eu disse de errado?” Penso. A expressão dela varia de medo para negação e é como se meu mundo desmoronasse.

“Você quer ter filhos não é?” Pergunto de cara.

“A verdade é que nunca pensei sobre isso.” Ela confessa.

Aquilo não era muito bom, eu já me imaginava com filhos, pelo menos um garoto e uma garota e Mia simplesmente nunca havia pensado sobre isso. Não era um bom começo. Talvez fosse hora de termos essa conversa.

“Você disse eu quero me casar com você e ter uma família, lembra?” Me refiro ao dia do pedido.

“Naquele momento família na minha cabeça seriamos eu e você juntos na mesma casa.” Ela esclarece.

Abro a boca surpreso.

“Não é que eu não queira ter filhos amor, eu só não me imaginei sendo mãe.” Ela diz correndo para mim percebendo que estou abalado.

“Achei que toda mulher...” Murmuro.

“Não, eu pelo menos não. E não acho que Kate faça planos para isso ou Ana tenha feito. Ela me disse que não se imaginava mãe, mas quando Ted nasceu foi algo natural.” Ela justifica.

“Tudo bem, não quero te pressionar.” Falo tentando esconder a frustração.

“Nós teremos filhos ok.” Ela diz. “Por mim tudo bem começar a trabalhar a idéia de ser mãe, ter um filho seu, criar ele junto com você, não parece má idéia.” Diz.

Penso se ela está falando aquilo para me agradar ou porque está cogitando a idéia, mas funciona porque eu relaxo.

“Você vai ser uma ótima mãe, mas no tempo certo.” Digo tranqüilizando-a tirando de vez a nuvem cinza que havia pairado sobre nós.

Mia começa a rir de repente.

“O que foi?” Pergunto.

“Acho que isso é culpa das minhas brincadeiras de infância. Não brincava de mamãe e filhinha com as bonecas, só tinha brinquedos de cozinha ou então bonecas para maquiar e barbie para ficar colocando roupa fashion.” Ela conta.

Não evito rir disso, afinal era de se esperar que Mia fosse tão Mia desde a infância e era essa mulher tão especial que um dia seria mãe dos meus filhos. Mas eu podia esperar, esperar até que ela tivesse pronta para isso, antes teríamos muito que curtir juntos nossa vida a dois.

A casa é nossa em algumas semanas, e nosso dinheiro desaparece rapidamente por causa disso. Acho que isso queria dizer: Bem vindo a realidade Ethan Kavanagh.


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