Eu, Você E Nossa Vida A Dois escrita por Mnndys


Capítulo 15
Quantas vezes preciso repetir que te amo?




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“A gente tem mesmo que ir?” Mia pergunta emburrada. 

“É o aniversário da Meg amor, ela e o Robert esperam que a gente vá.” Digo. 

Ela está evitando sair de casa ultimamente e eu não quero que ela faça isso. 

“Você está linda.” A elogio. 

“Não eu não estou linda, eu estou me sentindo uma jaca.” Ela resmunga. 

Como sempre ela estava sendo dramática de um jeito que só Mia consegue ser. A comparação era só por causa da cor do vestido. 

“Se quiser trocar eu espero.” Digo tentando ser compreensivo. 

“Tudo fica horrível em mim.” 

Mia havia se mantido tranquila em relação a isso durante a gravidez toda e agora as vésperas de entrar no oitavo mês resolveu surtar. 

Ajoelho na frente dela que está sentada a beira da cama. 

“Amor, a gente vai, fica um pouquinho e depois a gente volta.” Peço. 

Ela faz beicinho. 

“Você precisa espairecer. Desde que se afastou do trabalho parece que perdeu o animo.”  

“Só um pouquinho?” Ela pergunta. 

“Aham.” 

Mia se levanta e pega a sua bolsa.  

"Feliz aniversário Meg!" Ela diz enquanto passa uma pequena caixa para a mão de sua amiga. 

Obrigada Mia. Você está linda!" Meg exclama. 

Era bom alguém mais dizer isso a ela essa noite, talvez Mia começasse a acreditar.  

"Agora vem, Lily e Joss estão ansiosas para te ver." 

Mais um ponto parar tirar Mia do mau humor, a presença de duas grandes amigas que estavam morando longe. Provavelmente iria querer conversar muito com elas. 

Me sirvo de um copo de whisky e bebo praticamente todo o conteudo do copo de uma vez. 

"Vai com calma." Robert pede. 

"É o primeiro e ultimo." Falo. 

"Então qual é o drama?" 

Robert era o tipo de psicólogo que atuava em tempo integral, não tinha folga, nada escapava dele. 

"Eu vou surtar se tiver que aguentar Mia voltando a ter crises." Reclamo. 

Ele dá um riso debochado. 

"Mia te tira do sério desde que vocês se conheceram, mas ainda assim foi ela quem você quis." Ele afirma. 

Não comento isso. Logo alguém chama Robert e eu fico sozinho com meus pensamentos. 

Odeio quando as pessoas dizem: "Mia é assim desde que a conheceu.", porque é como se quisessem dizer "Você quis agora aguenta." 

Eu sei bem disso, não preciso de ninguém me lembrando. 

"Boa noite papai!" 

Rebekah se aproxima. 

"Boa noite noivinha." Retribuo. 

Presumo que ela goste de ouvir as pessoas lembrando-a disso, pois ela dá um grande sorriso quando eu falo. 

"Dá para acreditar? Faltam algumas semanas apenas!" Ela diz efusiva. 

Sei bem como ela se sente, aquela agitação descabida de pré casamento.  

"Fico muito feliz por você." Digo. 

É com sinceridade. Rebekah evoluiu nos últimos tempos, está diferente, e acho que é esse o efeito que o amor verdadeiro tem sobre as pessoas. Foi o efeito que teve em mim. 

"Vi Mia no corredor e nossa ela está tão linda." Elogia. 

"É ela está." Concordo. 

"Seus planos se concretizaram. Um ótimo emprego, uma mulher que ama e filhos." Rebekah comenta. 

Pensar que anos atrás era com ela que eu fazia esses planos parece tão absurdo e sem cabimento. 

"Assim como o seus estão se realizando." 

"Sim, estão." Concorda. "E então Joseph será o primeiro de seu time de beisebol?" Pergunta brincando. 

Era uma brincadeira particular que tínhamos quando namorávamos, íamos criar jogadores competentes para mostrar o que é beisebol de verdade. 

"Não!" Exclamo. "Talvez apenas mais um ou dois, se a próxima for uma garota acho que estará ótimo." 

Até porque aguentar o mau humor de Mia em varias gestações não estava em meus planos. 

Rebekah ri. 

"Você parece apavorado, mas feliz também. Relaxa Ethan, você vai fazer a coisa certa, você sempre faz." Ela diz. "Agora, um brinde a nossa felicidade!" 

Ergo meu copo e bato com o dela. Rebekah é uma boa amiga. Não que Mia aprove isso. 

"Deixei Ralph em algum lugar com Robert, vou procurá-lo. Até mais." 

Troco ainda algumas palavras com Cindy e o namorado antes que Mia venha até mim. 

"Quero ir embora!" Exige. 

Franzo a testa para ela. 

"Chegamos a menos de uma hora." Falo. 

"Você disse só um pouquinho." Mia lembra. 

"Não quer ficar e conversar com suas amigas?" Pergunto com uma ultima tentativa. 

"Não. Quero ir para casa." 

"Então vamos." 

O único evento realmente social que vamos em meses e temos que ir embora rápido demais. Mas Mia deve estar cansada. 

"Está com dor nas pernas ou algum incomodo?" Pergunto assim que estamos em casa. 

Mia está estranha, quieta demais. 

"Não, só quero dormir." Responde. 

Dormir pode ser uma boa, quem sabe ela não acorde mais disposta amanhã. Ela se troca e enquanto isso puxo a coberta para ue se deite. 

Dou um beijo em sua testa e deixo o quarto. 

"Aonde vai?" 

"Acabei não comendo nada por lá, vou fazer alguma coisa. Você quer?" 

Ela balança a cabeça em negativa. 

Não demoro mais do que quinze minutos na cozinha e volto para o quarto. 

Abro a porta e Mia não está deitada, está sentada e chorando compulsivamente. 

"Oh droga, o que eu fiz dessa vez?" Penso. 

Mas não é isso que falo. Corro até a cama e sento-me ao lado dela. 

"O que foi? Está com dor?" Pergunto. 

"Não." 

"Então o que foi?" 

"Se eu falar você vai me achar uma boba." Ela fala sem jeito tentando enxugar as lágrimas. 

"E se não falar vou ficar preocupado." Digo. 

Mia hesita por um instante, mas acaba soltando uma pergunta. 

"Você se arrepende de ter se casado comigo." Não sei se ela afirma ou pergunta, sua voz chorosa não me permite distinguir. 

"De onde tirou esse absurdo?" Pergunto. 

"As vezes acho que você não me ama mais, hoje vi você com a Rebekah e pensei que..." 

"Que talvez eu preferisse estar com ela? Foi isso que pensou?" 

Ela balança a cabeça afirmativamente. 

"Não pensa isso nunca mais." Peço. "Eu te amo Mia." 

"Mesmo agora que estou feia e chata?" Ela pergunta. 

Estou cansada dessa história dela se achar horrível, será que ela não percebe o que eu percebo? 

Seguro a mão dela, faço-a se levantar e lhe guio até a frente de um espelho.  

"Olha!" Mando. 

Mia encara a mulher no espelho com uma careta no rosto. 

"O que você vê?" Eu pergunto. 

"Uma mulher gorda e o seu lindo marido." Ela fala. 

"Estranho." Digo. "Porque o que vejo é um casal que se ama, o cara é bonitinho até, mas sua esposa é mais do que linda, é deslumbrante. E tem mais alguém com eles, alguém que ainda não pode ser visto, mas pode ser sentido." 

Mia abaixa a cabeça e olha para sua barriga. 

"Eu não entendo." Ela murmura.  

"O que não entende amor?" 

"Eu amo o Joseph, amo você, e mesmo assim me sinto mal por meu corpo ter mudado tanto e por viver de mal humor." Mia diz. "Não entendo como você pode me amar ainda assim." 

Coloco a mão sobre o ombro de Mia e a faço contornar e ficar de frente para mim, tirando os olhos do espelho. 

"Te amo e não ainda assim, te amo mais assim." Falo. 

Ela ergue a sobrancelha para mim, e faz cara de quem está confusa. 

"Hey é incrível como consegue ser minha garota despreocupada em alguns momentos, e em outros ser a empresaria, esposa, mãe. Isso é maturidade Mia e você está cada vez melhor nisso e é por isso que além de te amar eu te respeito, te admiro, te compreendo, te apoio e te desejo." Explico. 

"Tudo isso?" Ela pergunta esboçando um leve sorriso. 

"Um pouco mais." Digo. "E se aparência é fundamental você continua tão linda como no dia em que te conheci, com a vantagem de estar linda enquanto carrega um filho nosso no ventre. E eu te amo ainda mais por isso." 

Ela me abraça apertado. 

"Desculpe por ser boba." Pede. "Eu te amo." 

"Não esquece nunca que você é o amor da minha vida." Digo baixinho em seu ouvido enquanto puxo-a de volta para cama.


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