Enquanto tudo isso acontecia, pessoas morriam e pessoas tinham suas vidas salvas, essa irmã que estava tendo o diário lido por seus irmãos estava brincando com a irmã do garoto do décimo terceiro andar. Elas tinham a mesma idade, mas nunca falavam sobre o irmão em questão. Era só uma simples menção, nada demais. Mas, ao contrário da garota do diário, o garoto do décimo terceiro andar vivia perguntando por ela mesmo que não demonstrasse. Onde ela estava, o que comeu, o que conversaram, se ela havia falado dele, se havia chegado bem em casa. Cada detalhe fazia da vida dele um paraíso.

Se aquelas folhas não tivessem voado pela janela e se despedaçado na piscina do vizinho, talvez daqui a uns cinco anos o garoto do décimo terceiro andar tivesse ido mal na prova e se depreciado por saber que a sua paixonite secreta havia cortado os seus pulsos. E então viria tudo à tona: Os namorados violentos, os sentimentos que ela nutria por ele, a tortura psicológica. Tudo. E isso estava definido assim que ele nasceu. Uns três ou quatro anos mais velho que ela, parecia sentir vergonha de ser atraído por uma garota tão nova. Ele se sentia mal, sentia que roubava a infância da garota e que ela era somente uma criança. Eles, mesmo se gostando, continuariam separados por um tempo. A irmã do garoto do décimo terceiro andar gostava de chocolate,  e para ela isso era mais do que suficiente.