Catapult escrita por lawrencesberrys


Capítulo 6
5. Fire and the thud


Notas iniciais do capítulo

Que vergonha pela demora, senhor! To estudando muito pro vestibular e foi meio impossível usar o computador essa semana, me desculpem... Quando eu tentei atualizar, não consegui, aí fui adiando, e adiando, porém o capítulo tá aí, espero que gostem.



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[Rachel's POV]


– Eu não gostei, não ficou do jeito que eu queria. - coloquei minhas mãos em cima do piano, impaciente. Ergui minha cabeça, jogando meu cabelo para o lado. - Mr. Shue, eu preciso ganhar essa competição e essa música não está me ajudando, eu não gosto da letra, não gosto de nada. - bati meus pés no chão e cruzei os braços.

– Rachel, não vi nenhum problema no modo em que você cantou, na verdade, você estava perfeita. Eu sei que você quer cantar Barbra, mas a primeira fase da competição é baseada em músicas pop dos anos 2000, então acho que I Knew You Were Trouble é uma boa escolha e ficou ótima na sua voz.

– Eu tenho uma lista de músicas que posso escolher, não tenho? - Mr. Shue assentiu. - Então, me entregue essa lista que eu quero dar uma olhada nas outras opções. - estendi minha mão, ainda impaciente.

– Só um minuto, Rachel. - Mr. Shue suspirou e foi a procura da lista, que estava em sua pasta. - Aqui. - ele estendeu um braço, entregando a lista a mim, enquanto arrumava a bagunça que tinha feito em sua pasta.

– Certo. - dei uma olhada na lista. - Essa eu não gosto, essa artista é superestimada... Nossa, essa daqui não tem talento nenhum, nunca que eu cantaria uma música dela. - revirei os olhos. - Hum... Essa música. - abri um sorriso, passando meu indicador no nome da música.

– Qual? - Mr. Shue perguntou, surpreso. Ele ajustou sua gravata, e passou a língua entre os lábios discretamente.

Marry the night. Algo na Lady Gaga me agrada, e ela é um ícone dessa geração. Creio que eu possa dar um toque Rachel Berry em Marry the night e melhorá-la.

– Você tem certeza, Rachel?

– Vamos começar o ensaio.

Fechei os meus olhos e tentei canalizar toda a minha concentração para cantar Marry the night. Era uma música que não deveria ser apenas cantada, mas sim interpretada. Como se eu estivesse interpretando um papel de uma atriz em um filme, mas na verdade eu estava interpretando eu mesma, ali. Eu tinha alguns minutos para dar tudo de mim antes que os ensaios com os outros participantes do Glee Club começasse, então eu teria que ser prática e me apresentar dando tudo de mim. Não, ainda não era a competição, mas eu sempre gostei de dar tudo de mim enquanto canto, e pelo menos tentar alcançar a perfeição.

I'm gonna marry the night, I won't give up on my life, I'm a warrior queen, live passionately tonight. - cantei, enquanto me movia lentamente pela sala. I'm gonna marry the dark, gonna make love to the stark, I'm a soldier to my own emptiness, I am a winner.– meus olhos ainda estavam fechados, e eu movimentava meus braços com leveza. - I'm gonna marry the night, I'm gonna marry the night, gonna marry the night. I'm gonna marry the night, I'm not gonna cry anymore I'm gonna marry the night Leave nothin' on these streets to explore. I'm gonna marry the night!– nisso, meus olhos já estavam abertos eu cantava o refrão parada no centro da sala. - I'm gonna lace up my boots, throw on some leather and cruise, down the street that I love, in my fishnet gloves. I'm a sinner. - dei um meio sorriso. - Then I'll go down to the bar, but I won't cry anymore... I'll hold my whiskey up high, kiss the bartender twice I'm a loser. – sorri novamente, enquanto cantava me sentindo totalmente leve. - Nothing's too cool to take me from you, New York is not just a tan that you'll never loose. Love is the new Denim or black skeleton guns are wedding bells in the attic, get Ginger ready, climb to El Camino front. Won't poke holes in the seats with my heels cuz that's where we make loveeeee! - levantei meu indicador para alcançar a nota alta, o que foi incrivelmente fácil. - Come on and run! Turn the car on and run!– ousei mais que a Gaga em sua versão, e me senti feliz em alcançar outra nota alta fácilmente. - I'm gonna marry the night, we're gonna burn a hole in the road. I'm gonna marry the night, leave nothin' on these streets to explode. - fechei os olhos novamente, me concentrando para terminar a música. Imaginei como se eu estivesse em um show da Broadway e o holofote estivesse só em mim, e todos estavam prestando atenção em Rachel Berry. - I'm gonna marry the night, we're gonna burn a hole in the road. I'm gonna marry the night, leave nothin' on these streets to explode... I'm gonna marry, marry, marry, marry the nighttttttt!– terminei a música e sorri, esperando os milhares de aplausos.

Abri os olhos e ouvi apenas um, e me lembrei que estava apenas com Mr. Shue na sala. Ele sorria e seus olhos brilhavam, e apesar de eu ter levado um choque de realidade, me senti feliz por sua reação.

– Bravo, Rachel! Se você cantar assim no dia da competição você vai ganhar de lavada, eu confio no seu potencial, caramba. O que foi isso? - ele ainda estava me aplaudindo.

– Obrigada Mr. Shue, eu também gostei. Mas o que me preocupa é que as outras escolas têm treinos mais rígidos e tenho medo de que eu seja passada para trás no dia. - dei de ombros enquanto observava Mr. Shue levantar suas sobrancelhas grossas. Ele parou um pouco para pensar, e depois prosseguiu.

– Não acho que seja necessário tanto treino, você pode se aperfeiçoar cantando sozinha em casa. Você tem mais experiência do que todos do Glee Club, e com certeza vai representar bem nossa escola nessa competição. Eu sei que você vai concorrer com várias pessoas que já competiram várias vezes nessa competição como Jesse st. James, Liah Otah e Marcel Stewart mas não deixe se intimidar por essa ser a sua primeira vez, todos eles já tiveram uma primeira vez nessa competição. - ele sorriu, e passou a mão no meu ombro.

– Vou me aperfeiçoar mais ainda ou não me chamo Rachel Berry.

– Tenho certeza que sim, Rachel. Você está dispensada, daqui a pouco o pessoal vai chegar então não demore muito, sim? - ele falou, enquanto mexia em sua pasta.

– Certo, Mr. Shue.

Saí da sala e fui até ao meu armário. Os alunos estavam começando a sair de suas salas, alguns já estavam no corredor, e eu avistei Quinn vindo até mim. Fechei o meu armário ao pegar o meu celular, e quando me virei, senti um choque térmico ao receber uma raspadinha vermelha bem gelada em minha cara.

– Lésbica nojenta! - Karofsky falou enquanto segurava o copo vazio da raspadinha. Eu respirei fundo, e contei até dez mentalmente, enquanto o grandalhão me encarava esperando por alguma coisa.

– Você vai pagar caro por isso. - falei, com a voz baixa com estampando um sorriso em meu rosto. Ele continuou me afrontando, e me empurrou forte contra o meu armário.

– Cala a boca! - ele falou, com o dedo apontado em minha cara.

Deslizei até o chão, encostada no armário e nisso já haviam várias pessoas amontoadas observando a discussão, mas ninguém ousou em me ajudar.

Eu não tinha amigos na escola, isso não me irritava, na verdade, nem me incomodava. Eu conversava com as pessoas do Glee Club, sim, mas amigos? Nah. Ninguém se colocava no fogo por mim, apenas Quinn. E foi ela mesma que tomou uma atitude.

– Qual é o seu problema? - ela gritou, afrontando Karofsky. Ela parecia tão corajosa naquele momento, e eu fiquei sentada no chão apenas observando-a. O rapaz empurrou Quinn da mesma forma que fez comigo, porém ela permaneceu firme, e não caiu. Por incrível que pareça, agora as pessoas tinham se manifestado; era incrível como Quinn era influente naquela escola. Sam estava brigando com Karofsky e até Kurt trocava xingamentos contidos com o grandalhão. A briga foi interrompida pelo Mr. Shue que tentava controlá-los, e o diretor apareceu segundos depois chamando todos para a diretoria, inclusive eu e Quinn.

– Rachel Berry, me impressiona muito vê-la aqui na minha sala. - o diretor apoiou suas mãos em cima de sua mesa. - O motivo de toda essa confusão começou por sua causa, não? - o diretor Figgins falou com uma indelicadeza extremamente irritante. Descruzei meus braços e apenas balancei a cabeça em negação. Eu estava imensamente irritada por estar ali e perder minutos de ensaio extras do Glee Club.

– Sr. Figgins, a Rachel não tem culpa. - Quinn protestou. - A culpa é toda do Karofsky! Ele foi completamente homofóbico. - Karforsky fuzilou Quinn com o olhar, e permaneceu calado.

– Eu estou de acordo com a Quinn, diretor Figgins. A culpa é toda dele, as meninas não fizeram nada, nem tinham que estar aqui. O senhor pode dispensá-las, e a Kurt também. - Kurt nesse momento olhou para Sam com os olhos brilhando e eu ousei em dar um riso contido, colocando minha mão em minha boca para tampá-la, porém ninguém percebeu. Era visível a enorme paixão que o mesmo nutria pelo loiro.

O diretor olhou para nós duas e acenou com a cabeça indicando para que saíssemos. Saí da sala ainda irritada, e Quinn pegou em minha mão quando estávamos do lado de fora, acariciando-a.

– Você está bem? - ela perguntou, preocupada. Assenti, mas eu estava completamente irritada.

Eu não estava conseguindo me conter, os pensamentos ruins ficavam martelando em minha cabeça, eu estava me sentindo encurralada. Era totalmente frustrante estar toda melada de raspadinha, ainda mais com uma roupa nova e cara. Isso era recorrente, Karofsky e seus amigos me pertubavam desde que eu comecei a namorar com Quinn. Quando eu namorava com Finn, isso nunca acontecia, pois todos temiam a Finn. Na verdade, eu não sentia falta disso, de toda a proteção excessiva de Finn. Mas minha paciência estava se esgotando. Várias imagens se passavam nos meus pensamentos, completamente distorcidas e sombrias.

– Rachel? - Quinn libertou-me de meu transe. - Vamos ao banheiro. - ela me guiou até ao banheiro, segurando-me pelo ombro, de forma acolhedora.

Quando chegamos ao banheiro, Quinn pegou um papel úmido e passou pelas partes sujas do meu rosto, delicadamente. Eu guiava seus gestos atenciosos com meus olhos, e não deixei de sorrir quando ela fez o mesmo.

– Não chore, ok? - ela pediu, enquanto continuava a me limpar cuidadosamente.

– Eu não vou. - falei, paciente. Eu estava me contendo, pelo menos para Quinn. Ter auto controle na frente dos outros era essencial, até mesmo dela.

Quinn terminou o processo alguns minutos depois, e eu estava me sentindo mais limpa. Ela teria treino nas Cheerios e infelizmente eu não me sentia apta para cantar no Glee Club, e além do mais, o horário já estava acabando.

– Eu tenho treino agora. Você vai ficar bem? Eu posso faltar por você... - ela começou, porém a interrompi.

– Não precisa, Quinn. Pode ir ao treino, eu vou ficar bem. - sorri de forma convincente. Quinn retribuiu o sorriso, e saímos do banheiro. O corredor estava vazio, e nós nos despedimos com um beijo rápido ali mesmo, apesar dela estar um pouco hesitante.

Fui até ao meu carro e abri o porta malas, procurando por alguma adaga que eu tinha escondido em um fundo falso que eu tinha colocado por ali. Encontrei-a, e a coloquei em minha cintura, presa na minha saia. Tampei com o meu suéter e fui caminhando até o campo de futebol em passos lentos. Eu não estava com pressa. Olhei para os lados, e algumas pessoas ainda estavam indo embora, mas a escola estava começando a ficar vazia. No campo de futebol, alguns jogadores faziam um aquecimento rápido pós-treino. Esperei alguns minutos até Karofsky entrar no vestiário, e aguardei a saída de outros jogadores aleatórios. Entrei no vestiário e Karofsky estava sozinho, ensaboando-se com um pedaço de sabonete, sem nenhum pouco de pressa. Aquilo era nojento. Peguei a minha adaga, e silenciosamente me movi por trás de seu corpo grande, e no momento em que eu estava próxima de seu pescoço, soprei-o, fazendo com que ele se virasse bruscamente, deixando o sabonete cair e consequentemente escorregando no mesmo, batendo a cabeça no box improvisado.

Sorri observando o corpo de Karofsky debruçado no chão, com sangue escorrendo de sua cabeça, que se misturava com a água e com o sabão. Saí do vestário, e antes disso, vi se tinha alguém sobrando por ali, mas não havia ninguém. Limpei meus sapatos na grama do lado externo, guardei a adaga no mesmo lugar e fui até ao meu carro.

– Rachel? - levei um susto ao ouvir a voz grossa de Finn atrás de mim. - Você está bem? - ele perguntou. Era visível seu nervosismo, pois o mesmo abria e fechava as mãos repetitivamente, coisa que fazia apenas quando estava nervoso.

– Sim, obrigada. Não foi nada demais. - falei, abrindo a porta do carro e me preparando para entrar, mas fui impedida por ele. Finn segurou meu braço com delicadeza e nós nos encaramos por alguns segundos. Ele não disse nada, apenas mordeu seu lábio inferior e procurou por palavras. Seu olhar demonstrava um pouco de culpa, e ele hesitante, ousou em deslizar seus dedos firmes pelo meu rosto.

– Não, Finn. - desci sua mão e balancei a cabeça em negação. Finn olhou-me perdido, e um pouco decepcionado com o meu ato.

Entrei no carro rapidamente e fechei a porta, saindo dali, deixando um Finn confuso e provavelmente com o orgulho ferido.



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