Logan, James, Carlos, Erin e Katelyn pareciam não acreditar no que tinham acabado de ouvir, enquanto Jessica chorava muito. Os meninos se levantaram e ficaram de um lado para o outro, já Kate e Erin se aproximaram de Jessica, para tentar entender o porquê de tudo isso está acontecendo.

- Explica isso direito Jessie! – pediu Erin que já deixava algumas lágrimas caírem. – Foi alguma coisa com o seu pai? – ela completou e Jessica se levantou, ficando de costas para todos eles, respirando fundo antes que pudesse dizer qualquer coisa. Mas estava difícil!

- Por favor, Jessie! Diz que isso é uma brincadeira. – Carlos pediu, lhe dando um abraço por trás. – Você não pode ir embora daqui! – ele completou e ela se virou, tocando no rosto de Carlos.

- Eu não posso! – Jessica pronunciou com um pouco de dificuldade. – Meu pai me chamou para dizer que iríamos voltar ao Brasil porque não dá mais para ficar aqui, já que ele não está trabalhando. E porque ele está preocupado comigo, pois tenho sofrido muito com tudo. – ela falou em um fôlego só e Carlos se retirou, indo para perto de James e Logan que haviam se sentado e observavam Jessica enquanto ela falava. – Se eu pedisse para ficar estaria sendo egoísta e eu só queria que vocês me entendessem! – Jessica saiu de lá correndo e indo para o seu apartamento, deixando todos inconsoláveis.

- Vou falar com ela! – disse Logan se levantando, mas Kate o pegou.

- Não Logan! Ela precisa de um tempo. É muita coisa para a sua cabeça, então vamos respeitá-la. Depois a procuramos! E embora isso nos doa, vamos tentar fazer o que pediu. Que nós possamos entendê-la! – disse Kate, fazendo com que todos concordassem, mas esta saiu em seguida para o seu apartamento assim como Erin. Já os meninos continuaram na sala, quando James diz.

- Eu não queria que isso estivesse acontecendo, mas nós precisamos entendê-la mesmo! – Logan e Carlos assentiram, até virem à porta abrir e Kendall aparecer.

- Voltei! O que vamos fazer? – disse Kendall, sem obter nenhuma resposta. – Gente, eu cheguei!

- Nós te vimos Kendall! – respondeu Carlos sem muita animação.

- E aí? O que nós vamos fazer? Pensei em fazer um som mais tar... – Kendall começou até James se levantar.

- Não tô a fim de fazer nada! – ele disse indo para o quarto e logo Carlos o acompanhou, deixando só Kendall e Logan.

- Nossa! O que aconteceu por aqui? O Carlos largando o capacete na sala. Isso não é normal. – disse Kendall e Logan olhava para o lado. – Não sei por que, mas acho que isso tem a ver com a Jessica. Estou enganado?

- Tem a ver com ela sim! – respondeu Logan ainda olhando para o lado.

- Tinha que ser! Sempre ela. Não sei como vocês aguentam...

- Por favor, Kendall. Não enche! Você não sabe de nada e com certeza não está interessado em saber. Então te peço, por favor, não fala besteira! – Logan interrompeu Kendall e saiu em seguida para o seu quarto, o deixando na sala.

POV Kendall.

Eu nunca vi o Logan desse jeito. E ele nunca foi tão “grosso” comigo. Mas eu sei o que está levando a ele ter essas atitudes. Tem nome e endereço. E eu vou descobrir o que é que está acontecendo, pois isso não vai ficar assim!

Kendall foi até o apartamento de Jessica e bateu algumas vezes, mas esta não atendeu. No entanto ele não desistiu e foi procura-la pelo hotel, indo até o saguão e a piscina. Mas ela não estava lá. Então ele se direcionou até o parque e a encontrou, debaixo de uma árvore com um violão.

Estou a certa distância e percebo que Jessica está com um violão. Nem sabia que ela tocava! Outra coisa que está me chamando a atenção são os seus cabelos presos, pois ela voltou a prendê-los e não está mais com a roupa do almoço, já que agora ela está usando um short jeans com uma blusa branca. Mas isso não vem ao caso agora. Eu preciso saber o que tá acontecendo!

Kendall se aproximou devagar e ficou surpreso, pois Jessica tocava “Never say goodbye” e até arriscava cantar um pouco.

- Never say goodbye, never say goodbye (Nunca diga adeus, nunca diga adeus). You and me and my old friends (Você e eu e meus velhos amigos), Hoping it would never end (Acreditando que isso nunca chegue ao fim). – quando Jessica chegou ao refrão pude ver que algumas lágrimas caíam de seu rosto. Até que me aproximei e quando ela me viu, se levantou e me encarou.

- Estava mesmo querendo falar contigo. Pode ser ou tem outros planos? – perguntei bem sério e ela apenas fez que não com a cabeça.

- O que você quer falar comigo? – ela perguntou limpando as lágrimas de seu rosto e colocando o violão em cima de um banco.

- O que você está fazendo? É legal colocar meus amigos contra mim? Olha aqui Jessica! Eu pensava que você era uma boa pessoa, que apesar de ter 16 anos, fosse madura. Mas quer saber? Você não é. Você vive fazendo coisas para “agradar” aos meninos e isso é muita falsidade pra mim! Você precisa sair desse mundinho onde o centro é você e tentar amadurecer. – falei e Jessica me olhava séria. – Não acredito que um dia fiquei com você! Mas ainda bem que descobri quem você era a tempo e espero que um dia os meninos percebam também. Então seja você mesma. Não finja ser algo que não é. Isso cansa sabia? Vai ver tudo isso é medo. Mas acho que você deveria ser que nem seu pai! O pouco de contato que tive com ele percebi que ele é verdadeiro. Mas você não! Agora o único erro dele é te mimar tanto e você ser “filhinha de papai”. Quando você passar por grandes dificuldades talvez pare de ser egoísta, talvez pense mais nas pessoas ao seu redor. Tenho certeza que seus pais souberam te educar, mas você não aprendeu bem.

- Já chega Kendall! – Jessica gritou e respirou um pouco. – Eu não esperava por essa. Mas gostaria de te responder! Primeiramente eu não estou fazendo nada para deixar os meninos contra você. Quando estou com ele falo e faço coisas ao meu respeito, nem toco no seu nome, a não ser para perguntar como você está! Sim, só tenho 16 anos e não sou madura o suficiente, mas estou aprendendo a “crescer” agora. Não vivo fazendo coisas para agradar aos meninos e sim para agradecê-los todo o carinho que eles têm por mim, coisa que fazia por ti também quando ainda éramos amigos! Não estou fingindo ser algo. Sou desse jeito e se isso te incomoda só lamento, pois vou continuar assim! Mas uma coisa eu tenho que concordar. Pode ser medo sim! Mas sabe de quê? De perder as pessoas que eu amo, de não ter ao meu lado quem sempre esteve comigo um dia! E sinto muito se não sou quem você esperava. Enquanto ao meu pai, ele é um exemplo pra mim e eu quero ser que nem ele um dia. Agora mimada? Filhinha de papai? Quisera eu fosse assim! – notei que ela baixou um pouco a cabeça, mas logo voltou a me olhar. – Ninguém conhece a dor de um coração até entender o que se passa dentro dele Kendall. Você não tem ideia do que já passei e nem do que estou passando, mas deixa pra lá. Se você me “conheceu” a tempo de se afastar de mim e “não me suportar”, hoje eu também conheci você! Mas te dou um conselho: não precisa ser meu amigo, mas lembre-se dos três amigos que sempre estiveram ao seu lado, pois eles valem a pena! E não se preocupe comigo, pois eu não vou mais estar no “seu caminho”. Com licença! – Jessica pegou o seu violão e se retirou do parque chorando muito, o que me deixou mal.

Mas o que ela quis dizer com “Ninguém conhece a dor de um coração até entender o que se passa dentro dele” e que eu não me preocupasse porque ela não estaria mais no meu caminho? Ok! Agora vou ficar com isso na cabeça.