Who I Really Am? escrita por CarolBeluzzo, Gii


Capítulo 9
Surpresas




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Capítulo 8



Acordei completamente desorientada. Demorei alguns minutos para perceber que estava em meu quarto, no castelo Volturi.

Me levantei lentamente e me dirigi ao banheiro e enquanto tomava banho, me deixei pensar em minha vida. Eu me sentia feliz por ter conseguido fazer parte da guarda. Lembro perfeitamente de quando criança ter desejado avidamente por ter a minha entrada. Não fazia muito tempo que eu fora criança, mas mesmo que fizesse, tenho certeza que a memoria de ver a guarda passando, com seus mantos negros, quase flutuando no chão e seus olhos vermelhos entediados ainda estaria fresca em minha memória.

Não fazia muito tempo que eu habitava aquele quarto, mas para mim, pareciam anos. Me deixei levar pela temperatura da agua, viajando no pensamento de que um dia, viraria uma completa vampira e teria aqueles lindos olhos vermelhos. Aro havia me prometido. E eu tinha certeza que ele cumpriria.

Eu sequei meu corpo com agilidade antes de me enfiar em minhas vestes negras. Ainda sentia aquela friozinho na barriga quando me olhava no espelho e me via vestida daquele modo. Uma alegria imença dominava o meu corpo.

Eu sai do meu quarto entusiasmada, mas tentando controlar meus sentimentos. Havia algum tempo que estava treinando a aquela “Expressão Volturi” que eu tinha que dominar. Como se eu colocasse uma mascara e ninguém mais pudesse saber o que eu sentia.

Era extraordinario como os Volturi tem a capacidade de se manter tão em controle, flutuando enquanto andam, em perfeita sincronia.

Quando as portas da sala do trono se abriram e eu entrei caminhando, uma grande tristeza invadiu o meu peito. Eu não sabia dizer o que era ou por qual motivo. Eu me sentia extraodináriamente feliz, mas tudo ficava confuso quando eu entrava ali. Eu parecia quase que… vazia. Tinha a impressão de que tinha perdido algo importante.

– Renesmee, minha querida. Vejo que veio finalmente se juntar á nós. - Disse Aro ainda sentado do seu trono enquanto eu caminhava até ele.

– A humana finalmente acordou - disse alguém que não identifiquei - Agora a guarda terá que tomar cuidado, porque se essa quebrar, não tem concerto.

Os risos foram gerais, fazendo minhas bochechas queimarem. Eu trinquei a mandibula, sentindo-me irritada. Não por muito tempo, idiotas.

– Mestre. - Eu os ignorei parando na frente do Aro e fazendo uma reverencia. Ele mantinha um leve sorriso no rosto, mas não demonstrou que iria falar algo, como das outras vezes.

Um homem apareceu ao meu lado, quase ao mesmo tempo que me recuperava de minha reverencia. Ele tinha a pele morena e olhos espertos que não deixaram o meu rosto um segundo. Algo nele exalava perigo e meu corpo reagiu sozinho, pulando para longe da proximidade dele.

Me repreendi mentalmente por ter reagido daquele forma quando a maioria dos vampiros no salão riram.

– Garota esperta - disse o homem e então olhou diretamente para Aro - Ela deve servir para algo. Então, você tem algum poder?

– Nada que de alguma maneira vá interessar á você. - Respondi - Seja lá quem você for.

A sobrancelha do homem se ergueu, parecendo deliciado com a minha reação.

– E uma lingua afiada. - Ele sorriu maior.

– Ela pode transmitir e projetar pensamentos ou lembranças. - Disse Caius de má vontade.

Reprimi a vontade alucinante de rolar os olhos. Odiava quando anunciavam meus poderes para todos ouvirem, ainda mais sem necessidade. Afinal, quem era aquele vampiro?

– Verdade? - Ele deu uma volta completa ao meu redor - E quando eu posso leva-la?

Me levar?

– Você sabe as condições, Johan.

– Sim… Claro que sei. - Ele sorriu de lado, parando de me rodear. - Até o fim do século você terá todas suas condições cumpridas.

– Para o seu bem, é melhor que sim.

Os olhos de Caius fixaram no rosto sorridente de Johan. Suas palavras mais frias do que o normal. Johan não pareceu se abalar, parecia acostumado e, pior ainda, relaxado quanto aquilo.

Eu fitei os rostos do salão, perdida. Eu estava sendo mandada embora? Como uma criancinha chata para a adoção? Mas e o meu futuro prometido? E minha imortalidade? O desespero inflamou meu peito e o olhar que eu procurava me encontrou.

Aro tinha aquele olhar doce que sempre me fazia sentir em casa. Ele se levantou, vindo na minha direção. Ao mesmo tempo, Johan, saia do sala, como uma dança ensaiada, onde cada um dava um passo ao mesmo tempo na direção oposta.

– Shiii, não se assuste, mi hermosa.

– Mas…

– Se você pretende ainda ser uma Volturi, deve aprender a não questionar.

Meu rosto ardeu, por um segundo, de vergonha pela minha atitude. Eu estava agindo mesmo como uma criança.

– Vou arrumar minhas coisas. - resmunguei e fiz uma pequena reverência antes de seguir pela porta a fora.

O castelo parecia deserto. Não havia ninguém nos corredores, nem na ala dos quartos, o que era estranho. Heidi andava atrás e mim fazendo questão de dar umas risadinhas e bater os saltos com mais força pra fazerem mais barulho, tentando me irritar.

Mais do que eu já estava talvez fosse impossível ficar.

Entrei no dormitório e comecei a jogar as roupas de qualquer jeito dentro da mala, fazendo a coleguinha - vadia - ao meu lado fazer uma cara de descontentamento.

– Wow, elas vão estar bem bonitas quando você as tirar da mala. - comentou com nojo. - E você não vai levar nenhum salto? Só tênis?

– Que eu saiba as roupas são minhas, e eu não estou levando só tênis, se você olhar direito vai ver saltos ali. Achei que vampiros tinham a visão boa?!

– Ora, fale direito comigo. - disse dando um passo em minha direção. Manti a expressão indiferente e completei, continuando a arrumar a mala, sem nem ao menos olhar em sua direção:

– Ou o que ? Acho que o Aro não vai ficar muito feliz com você, se me machucar, vai Heidi, querida?

Ela se calou e eu continuei arrumando minhas coisas, sentindo seu olhar fulminante em minhas costas.

Quando enfim acabei, seguimos em direção a porta de entrada. Onde Aro, Caius e Marcus, com sua incrívelmente empolgante cara de tédio, nos esperavam ao lado de Johan.

POV 3ª Pessoa



Os Cullen chegaram a Voltaire prontos para invadir o castelo e retirar Renesmee de lá, nem que tivessem que botar fogo em tudo.

Observavam tudo de longe, quando perceberam que ela estava na janela de um dos quartos, parecendo irritada e com pressa.

Depois de mais alguns minutos a porta da frente do castelo se abriu, e Heidi, que eles já conhecíam bem, saiu por ela acompanhada de um vampiro com a aparênca de um cara de 25/27 anos de idade, e atrás deles, vinha uma Renesmee vermelha de raiva.

Ela não podia acreditar que só iria ser completamente transformada se cumprisse essa ‘missão’ completamente. Ela havia esperado tanto achando que finalmente iria se tornar uma Volturi, e agora nada daquilo iria realmente acontecer. E só pra fazê-la gostar mais dele, Johan não a ajudou com a mala.

Ele já estava ao lado do carro, enquanto ela andava lentamente em sua direção, fazendo-o praticamente bufar de raiva.

– Vamos querida, sei que está com raiva, mas temos um avião pra pegar. - comentou com a voz um tom acima do normal , e depois arregalou os olhos para um ponto atras da menina, fazendo-a parar, e confusa se virar lentamente.

Haviam, uns oito ou nove vampiros, parados, a alguns metros dela, juntamente com um homem alto e forte que não cheirava como um vampiro. Um dos vampiros deu um passo a frente, e no mesmo segundo, Heidi apareceu entre Ness e o mesmo.

Ela não sabia o que estava acontecendo, mas ao olhar para os ‘visitantes’ por uma segunda vez, ela sentiu um estalo em sua mente, e lembrou de tudo o que havia acontecido, e foi ainda mais rápido do que da última vez em que se recuperara de uma ‘perda de memória’.

Ela arfou e tentou correr até eles, mas sentiu as duas mãos frias de Johan agarrarem seus pulsos e puxarem-na de encontro ao carro, enquanto os Vampiros corriam em direção a Heidi, e ela gritava.

Outros Volturis de posições mais baixas na guarda chegaram para ajudá-la.

Enquanto eles lutavam contra os Volturi, os Cullen e Jacob, perceberam que o carro havia partido, mas até o carro desaparecer no horizonte, ainda se era possível escutar os gritos de Renesmee, implorando por sua família.



Nessie’s POV




Eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo: Eu havia sido feita de trouxa mais uma vez.

De algum modo, o dom de apagar memórias da vampira, de algum modo, não durou tanto tempo quando da outra vez. Pra falar a verdade não durou tempo nenhum, já que foi desfeito dois dias depois de ser feito.

Ver a minha família ali, pela segunda vez, lutando para me salvar, me fez sentir aquecida, mesmo com o frio que fazia naquele outono. Eu conseguia sentir o amor emanando deles, não só uns com os outros, mas também por mim, e enquanto Johan me arrastava para aquele carro, comigo gritando, berrando e me esperneando, eu consegui sentir a dor da perda, nos olhos de todos eles.

Chegamos ao aeroporto, um hora depois. Eu ainda chorava mas já não gritava e nem falava nada, pois sabia que seria inútil. Tanto para os Volturi, quanto para Johan, eu apenas era uma peça de barganha e troca. Os Volturi queriam alguma coisa de Johan, e foi a mim que ele escolheu em troca

Antes de saírmos do carro, Johan se virou para me olhar do banco da frente com um sorriso no rosto, mas que não chegava ao seu olhar, que era bem parecido ao de um psicopata louco.

– Lembre-se de que se você fizer uma reclação pública, os Volturi me deram permissão para te matar por exposição pública, e acho que você não quer que seus queridos pais e tios fiquem ainda mais tristes do que estão, quer?

Eu assenti negativamente com a cabeça. Ele estava certo. Eles já haviam sofrido demais por mim, e eu não queria que isso acontecesse novamente. Seja por mim, ou qualquer pessoa que fosse.

– Ótimo. Então vamos. Nosso voô sai em meia hora, eu odeio atrasos e você ainda precisa colocar uma roupa mais confortável e menos mortífera.

Seguimos em direção ao saguão do aeroporto, Johan me deu a mochila com roupas, que eu havia separado antes de mala ser despachada e segui até o banheiro feminino mais próximo, onde Johan ficou ao lado da porta.

– Eu vou esperar aqui. Se você não sair em dez minutos ou menos, eu juro que entro pra te buscar, e que se foda se o banheiro é feminino. Você entendeu?

Assenti mais uma vez e passei pela porta.

O banheiro não era dos mais higiênicos, mas como era individual, era espaçoso e eu tinha bastante espaço para me trocar.

Peguei a mochila e chequei o que eu havia separado, as pressas. Uma calça jeans comum um pouco escura, uma blusa listrada de moleton, para me proteger do frio de outono que havia do lado de fora, e também do ar condicionado do avião, uma touca simples, e um all star. Nada muito diferente do que eu normalmente usaria se ainda fosse eu mesma, ou o que havíam feito de mim.

Ajeitei meu cabelo sob a touca e saí do banheiro, três minutos antes de Johan “Entrar no banheiro e me buscar.”

– Muito bem, pontual. - sorriu cinicamente. - Se continuar assim, seremos grandes amigos.

Eu não sabia como, mas ele havia conseguido um passaporte para mim e entregou para a aquela mocinha do check-in, que usava um coque bagunçado e um sorriso tão falso, que chegava á doer apenas de olhar.

Como se ele tivesse lendo a minha mente, sorriu ao pegar os passaportes de volta e sussurrou baixinho, de modo que ninguém ouviria se ser nós dois.

– Cortesia dos Volturi - Balançando-os no ar enquanto eu me perguntava como eles fizeram para tirar uma foto minha para colocar ali.

O embarque foi mais rápido do que o habitual. Não que eu tivesse tido muitas experiencias com vôos, mas só depois de sair na pist de poudo, entendi o motivo de ter sido tudo tão rápido. Jatinho particular. Vampiros podiam ter muitos problemas, mas com certeza, dinheiro não era um deles.

Não sabia por que fiquei surpresa ao ver a aeromoça sorridente trazer duas taça com um liquido vermelho antes mesmo de nos sentarmos naquelas poltronas enormes; E mesmo com o cheiro de sangue, ela continuou a sorrir, como se aquilo fosse realmente muito normal e o que ela carregava eram dois Martinis.

Assim que o cheiro me alcançou, eu quase cai da poltrona - que apesar de grande, se mexia com muita, muita facilidade. Eu tentei segurar o máximo a minha respiração, vendo a moça deixar as duas taças na minha frente. O liquido vermelho oscilava levemente, me fazendo trincar o maxilar.

Eu agarrei os braços da poltrona, tentando me conter. Quanto tempo fazia que eu não bebia sangue humano mesmo?

Johan pareceu não se importar, pegando logo uma das taças levando-a aos lábios e olhou para mim, como se estivesse impressionado por eu ainda não ter pulado em cima da minha.

– Você não vai querer? Se quer saber, é da melhor safra. Ó negativo. Muito dificil de se encontrar… - Ele falou assim que aeromoça saiu de perto.

Eu continuei a encara-lo, incapaz até mesmo de abrir a boca para responde-lo. Eu tentei ignorar aquela parte da minha mente que gritava que nem um zumbi atrás de um cérebro - E talvez, aquela parte de mim fosse mesmo como de um zumbi - e tentar dizer que se tinha uma coisa que eu menos desejava no momento, era quebrar minha dieta de carboidratos.

Ele soltou um suspiro pesado.

– Vai me dizer que é igual a Nahuel? - Ele revirou os olhos, virando o resto do liquido e já agarrando a minha taça sobre a mesa - Já me basta ele de nojentinho, agora você também?

O nome Nahuel me fazia lembrar de coisas á muito esquecidas e aquilo tinha me distraido o suficiente para esquecer por um momento o sangue que infortunava minha sanidade. E eu estava perdida em pensamentos quando Johan murmurou algo como: “Daqui a pouco vamos ter que ter um estoque de vacas para sustentar vocês dois.”


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