Who I Really Am? escrita por CarolBeluzzo, Gii


Capítulo 6
Cale a Boca!!


Notas iniciais do capítulo

45 minutos atrasada, mas pelo menos postei!!
Beijiiinhos!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/403796/chapter/6

Ele começou a andar até a porta e eu fui atrás. Saí de casa e o segui até a sorveteria, que não era muito longe.

Andamos até a sorveteria em silêncio. Não era um dia quente; na verdade estava começando a esfriar bastante, até mesmo para mim, mas mesmo assim segui Jacob até a sorveteria. Quando finalmente chegamos lá, já começava a garoar.

– Nao vamos tomar na chuva, vamos tomar lá dentro. - Ele disse com um sorrisinho sacana no rosto.

– Você me entendeu, ó capitão obviedade! - Eu revirei os olhos - Sabe, a maioria das pessoas não toma sorvete quando está frio.

– Ora, quem diria que Renesmee Hughes, segue a maioria.

– Quem é que gosta de ser normal? É bem melhor ser diferente de todo o resto, sabe? Especial.

– Em que sentido você diz? - Eu joguei verde, cruzando os dedos por baixo da mesa.

– Você é diferente em que? Altura? Músculos super desenvolvidos?

– Selvagem? Tipo… você mora numa caverna na floresta?

Eu tirei minha mão do meio das suas, afastando minha cadeira

– Não, eu não estava te procurando. É como se eu… Soubesse que estava ali. Eu sentia aqui dentro - ele disse colocando o punho sobre o peito.

– Você quer mesmo que eu acredite nisso? Sério?

– Olha, Renesmee, eu sei que vai ser dificil de acreditar, mas você foi sequestrada e teve a memória apagada. Aqueles, na casa que está morando, não são sequer seus pais biologicos! Essa não é a sua vida!

– Agora você passou dos limites, garoto. - Eu disse, virando as costas e saindo pela porta. Eu fiz uma força exagerada para bate-la, mas não houve barulho, foi então que notei que ele me seguia.

– Você sabe que é verdade!! Você nunca se sentiu fora de lugar?! Nunca teve a impressão que não pertencesse aqui, que faltava alguma coisa?! Nunca sentiu falta de alguém, sem saber de quem é que sentia falta?? - Ele gritava á minhas costas. - Sua verdadeira familia são os Cullen!

– Renesmee!! - Ele gritou, puxando o meu braço com força e me fazendo girar e parar de frente para ele. - Olhe nos meus olhos e diga que nunca se perguntou o porque do seu nome. Olhe nos meus olhos e diga que nunca se perguntou do porque você ser, como você é, sendo que seus pais são humanos. Diga que nunca sequer sentiu a minha falta, do seu lobo, do seu melhor amigo… do seu prometido.

Eu puxei meu braço com força, soltando do seu aperto, e o olhei com desprezo antes de dizer:

***


Ele não podia estar certo, eu não queria que ele estivesse; mas o pior, era que parecia que era a verdade. Eu sempre me senti uma estranha naquela cidade e naquela família, mesmo com todo o amor e apoio que eles me davam, ou pareciam dar. Eu já não sabia de mais nada.

Não adiantou e para piorar, minha cabeça ainda latejava.

Depois de algum tempo deitada ali, pude ouvir Sarah batendo na porta. Eu não queria vê-la, na verdade, queria ficar longe de tudo aquilo, queria simplesmente sumir, fugir de todas aquelas perguntas e incertezas. Mas eu não podia fazer nada, enquanto tinha a cara enfiada no travesseiro, sem conseguir controlar os soluços do meu choro. Choro que eu nem ao menos sabia porque vinha.

– Renesmee? O que aconteceu?

– Foi aquele seu amigo? Ele fez alguma coisa para você? Por favor, não chore meu bebê.

Ela me puxou devagar para o seu ombro, me segurando como se fosse a coisa mais preciosa do mundo e me ninando, como fazia quando eu era apenas uma garotinha.

Ela era, e sempre fora, o meu porto seguro.

Sarah e Connor, apesar de seus segredos, eram meus pais e eu acreditava neles.

A culpa começava a pesar no meu peito, quando mamãe me afastou o suficiente para olhar o meu rosto e deixar uma pergunta invisivel no ar. A culpa foi quem me incentivou a abrir a boca.

Aquele jeito tão doce dela me fez sentir muito melhor, sem nem uma palavra ela dizer. Nos acomodamos em minha cama, enroladas nos cobertores, enquanto eu contava tudo que havia acontecido para ela. A chuva caia forte do lado de fora de casa, enquanto dizia que eu não conhecia Jacob da escola e que ele era um estranho que eu trombara. Ela tinha o rosto calmo, sereno como nunca, enquanto eu contava sobre minhas suspeitas de ele nao ser humano.

Ela me deitou na cama, me enrolando dos cobertores antes de ir fazer um chá para me acalmar.

– Rê, eu e o seu pai, não podemos faltar dessa festa que temos que ir, mas prometemos tentar voltar mais cedo, tudo bem? - ela passava a mão pelos meus cabelos.

– Agora durma, você deve estar exausta. - Ela me deu um beijo na testa antes de se levantar e ir em direção á porta do meu quarto, com aquele sorriso doce nos lábios, que ela sempre tinha para comigo.

– Você vai contar para o papai? - apesar de sonolenta, era possivel ver o tom de medo na minha voz.

Minha cabeça deu um salto, gritando de dor e minha mente ficou alerta mais do que o normal, mas meu olhos continuavam á fechar, sem a minha permissão.


Acordei um tempo depois, mas me sentia tão dolorida e fraca que não queria nem mover minhas pálpebras, e mesmo se quisesse não podia pois todo movimento, mesmo que mínimo, que eu tentasse, não era respondido pelos músculos. Minha boca estava tão seca e minha cabeça parecia que podia estourar á qualquer minuto.

– Ela não vai acordar mesmo? - perguntou uma voz feminina extremamente infantil.

– Fez certo em nos chamar. - comentou uma voz masculina que tinha um tom meio rouco. - O mestre vai ficar feliz em ter a menina finalmente na guarda. Já Esperamos demais.

– No final, até que você e Connor foram bem util para os Volturi. Fizeram um ótimo trabalho.

Meu cérebro parou como se tivesse levado um choque. Como assim sonífero? Minha própria mãe? Ela não faria isso, afinal, não muito tempo atrás ela estava aqui passando a mão na minha cabeça e dizendo que me ama. Não podia ser ela.

Comecei a ficar desesperada e sufocada. Eu queria chorar, mas não conseguia. Queria gritar e sair daquela casa. Queria ir até Jacob e dizer que ele estava certo, dizer que eu sentia muito e que eu queria conhecer os tais Cullen, que, segundo ele, eram a minha família.

Como eu pude ser tão burra em acreditar nessa farça por tantos anos? Estava claro que não se importavam comigo.

– Vocês irão de avião? - questionou Connor

Minha cabeça estava explodindo. Eu não sabia o que fazer. Se eu tinha que ficar daquele jeito; se eu tinha que ir para a Itália… podia ser sem estar ouvindo tudo o que diziam. De repente, eu implorava apenas para que a inconsiencia me levasse. Eu não aguentaria ouvir mais aquilo.

– Eu vou descer na cozinha para pegar mais sonifero. - disse a voz de Sarah, em um tom monotono, como se nem se importasse comigo.

Eu ouvi o som da porta se abrindo quando ela passou.

Eu senti dois braços frios como gelo passarem por baixo de mim, e o toque deixou todos os pelos do meu corpo arrepiada.

Eu mal senti ele andar quando me colocou de novo sobre algum lugar macio. Tinha sido questão de segundos e um leve vento passar por mim. Eu fiquei me perguntando se vampiros voavam.

– Tudo aconteceu por causa dessa simples garotinha? Espero que ela faça algum tipo de milagre na guarda, porque por conta dela estamos onde estamos - disse a voz rouca perto do meu rosto.

– Ela tem mais alguns dias com essas memórias, antes que ela pare de crescer, e então, quando ela confiar em nós, saberemos do que ela é capaz. - disse a voz feminina infantil.

– Ela pode virar nossp jantar. - Eu pude ouvir o sorriso no tom da sua voz infantil e eu estava arrepiada.

Eu podia ouvir a chuva batendo nas janelas, empurradas pelo vento, quando o silencio se fez. Eu não sabia se eles tinham saído da sala - talvez estivessem voado para longe. Eu me senti aliviada e novamente tentei mexer meu corpo, em uma tentativa débil de fugir. Todos os meus instinos que evitei todos esses anos, pareciam vir atona.

Algum tempo depois ouvi passos e por um segundo pensei que eles tivessem voltado, até notar que eram apenas uma pessoa.

Eu ouvi o barulho de um celular vibrando, antes de o barulho rapido de roupas se acomodando em corpos em movimento.

Novamente fui pega por braços frios, que não eram gentis e sentia o vento passar. Pequenas gotas de agua começaram a cair do meu rosto.

Um uivo alto ensurdecedor se fez, e barulhos de pedra estalaram ao redor. Ouvia um tipo de rugido e urros, como de predadores, e movimentos bruscos me chaqualhavam nos braços gelados.

– Devolva minha filha, sua vadia! - disse a voz de uma mulher, e meu coração bateu mais rapido. Minha cabeça latejou mais forte e eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Aquela… Era a minha mãe?

– Felix. - disse a voz monotona da garota - Leve-a daqui.

Meu corpo parecia que ia explodir e eu não aguentei mais. Finalmente tive o que queria: A inconsiência por algumas horas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então?