Who I Really Am? escrita por CarolBeluzzo, Gii


Capítulo 5
Namorado-de-quem?!?


Notas iniciais do capítulo

Olá Queridos Leitores!! Aqui é Giovanna, postando um capitulo DUPLO para vocês!! Sim, isso mesmo, Duplo!
Pois é, é que estamos já escrevendo o capitulo 7 e eu achei que vocês precisavam se adiantar um pouquinho e sofrer junto com nós (:
Boa Leitura!!!




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Quinze minutos depois, lá estava eu, entrando na sala da segunda aula.

Mikaelly me olhava como se eu estivesse com uma melância pendurada no pescoço e aquilo realmente me surpreendeu. Talvez eu tivesse a esperança de que ela estivesse distraída demais com seu livro pra notar que eu havia sumido a primeira aula.

– Mas onde é que você estava? E porque eu vi, pela janela, você descendo da moto do estuprador assassino? - questionou censurando-me enquanto eu me sentava ao seu lado.

– O nome dele é Jacobgostoso Black, e ele não é um assassino. Eu confirmei.

– Você.. o que?

– Ora, não haja como se eu tivesse ido para a cama com ele. Foi só uma carona. - falei enquanto tirava meu livro de biologia da bolsa. - Ele é bem legal.

– Legal? - perguntou chocada. - Você não tem nenhuma noção de perigo? Ou tem algum problema mental?

– Qual é Mika, você nem o conhece! Como pode julga-lo assim?

– Você está certa. Mas ainda não confio nele totalmente. Então ficarei de olho... - resmungou irritada apontando pra mim. - ...Nos dois.

A única coisa que pude fazer depois disse foi rir. Ela estava certa, eu não deveria ter pego carona ou conversado com alguém que eu não conheço, mas ele me parecia ser uma pessoa boa, ou até mesmo familiar.

Eu não tinha ideia do porque, mas eu confiava nele.

Um movimento na janela me chamou a atenção e eu não pude evitar de olhar. Eu tinha mesmo a sensação de que alguém estava me observando, mas só agora eu havia realmente o visto, ele parado do outro lado do estacionamento vazio, apoiado em sua moto, olhando justamente na minha direção.

Eu franzi o cenho. Ele não poderia estar conseguindo me ver daquela distancia, poderia? Não a ponto de conseguir me distinguir, pelo menos. Então por que parecia que ele olhava para, exatamente, os meus olhos?

Ou estava vendo coisas?

Não, não poderia ser. Eu tinha certeza que olhava para mim e que via que eu olhava de volta. E a confirmação estava naquele sorriso largo demais e aquela piscadinha de olho antes de subir na moto e ir embora.

Cara, ele não podia ser um simples humano. Não mesmo.


***



… Seus olhos negros tinham um brilho magnifico que eu nunca havia visto. Seu sorriso era extremamente branco e contrastava com sua pele morena. Ele era alto, e seus músculos eram perfeitamente definidos, como se malhasse todos os dias. Mas o seu cheiro ainda era muito diferente do cheiro de um humano. Aquilo era muito errado, eu tinha que….


O sinal tocou me acordando. Mika levantou, me esperando do lado de fora da sala enquanto eu enfiava tudo correndo dentro da mochila. Foi quando eu notei o meu caderno aberto sob a mesa. O nome dele escrito em todos os cantos possíveis e imagináveis de meu caderno.

O. Que. Eu. Tinha. Feito?

Agora que eu pensava melhor, notava que não lembrava de nada que o professor tinha dito na ultima aula. O que tinha de errado comigo?

Ele não saia da minha cabeça, e eu não conseguia me concentrar em nada!

Terminei de recolher minhas coisas, deixei no armário e me dirigi até o ponto de ônibus. Esperei por apenas alguns minutos, o que foi algum tipo de milagre, já que os ônibus normalmente demoram mais de vinte minutos para passar.

Quando cheguei em casa, apenas tomei um banho e caí na cama. Recusei o almoço que Sarah havia feito, e disse que havia comido na escola, e que mais tarde eu comeria algo.

Eu me sentia super cansada como nunca havia me sentido antes. Esta era uma das sensações que caçar me trazia. Era como se você comesse mais de quatro pedaços de lasanha em um curto espaço de tempo; Quando seu metabolismo começasse a digestão, você ficaria se sentindo tão cheio, que parecia que iria explodir, ou ao menos desmaiar. Para mim, a sensação era ainda pior. Tudo em mim era rápido, desde o crescimento até o metabolismo. Com o metabolismo rápido, a digestão é mais rápida, o que me fazia sentir ainda mais cansada. Era quase como se alguém tivesse amarrado uma pedra nas minhas costas.

Enquanto estava deitada na minha super confortável cama, não pude deixar de pensar em Jacob. Dizer que ele era bonito, podia ser considerado até um insulto: ele era perfeito.

E eu me sentia meio surpresa por pensar assim de um cara que conheci não fazia nem uma semana.

Adormeci pensando nisso.

Quando acordei, o sol estava na minha cara e um vento gelado invadia meu quarto pela janela aberta. Eu nem lembrava de tê-la aberto.

Era um tipico dia de outono e isso me aborrecia. Eu decididamente preferia um dia quente de verão á aqueles ventos gelados. Acho que meus gostos faziam jus á minha temperatura corporal.

Eu levantei com mais preguiça do que imaginava estar e praticamente me joguei embaixo do chuveiro quente. Quando sai, estava dez vezes melhor do que entrei. Decididamente a noite tinha sido agitada, porque meus cabelos estava com vários nós quando fui pentea-los.

Sabe, eu tenho isso de se mexer quando estou dormindo. Sarah diz que meus sonhos são muito vividos por causa do meu dom, mas o incrivel que eu nunca lembro deles quando eu acordo. Parece que é sempre o mesmo sonho, mas ele parece fugir de mim quando finalmente estou consciente. Antigamente isso me incomodava, mas agora, eu não ligo mais.

Eu coloquei uma roupa um pouco mais quente do que gostaria, mais para manter as aparencias do que por frio. Quando terminei de me trocar, eu arrumei a minha cama e desci para a cozinha, onde minha mãe acabava de tirar Cheese Pudding do forno e aquele cheiro de queijo preenchia o ar e me deixava meio hipnotizada.

Meu estomago parecia estar aos pulos quando sentei na mesa e vi mais um monte de comidas gostosas, como pães de batata e tortilhas de queijo com pimenta.

– É alguma data especial? - Eu perguntei, com a boca salivando para comer tudo aquilo.

Sarah soltou um risinho enquanto desenformava o Cheese Pudding e colocava sobre a mesa, completando aquela cena do paraíso. Ah, eu poderia morrer agora, que morreria feliz.

– Não, mas temos que agradar o seu pai.

– Papai? Por quê? - Eu perguntei enchendo um copo de suco para mim e para ela.

– Para ele não ficar muito aborrecido quando contarmos do seu namoradinho.

Eu estava na metade de um gole do suco quando ela disse isso. Eu me engasguei, tentando não cuspir tudo e fiquei pelo menos uns dois minutos tossindo até finalmente conseguir soltar um:

– O quê?! Mãe!!

Ela erguei o queixo, fechando os olhos suavemente.

– Você sabe do que eu estou falando, não se faça de desentendida! Eu sei reconhecer um amor quando vejo um.

– MÃE! Eu não estou namorando ninguém!! - Essa mulher estava ficando louca, só pode.

– Sei. - Ela disse bebericando o copo de suco e cortando um pedaço do pão de batata, como não acreditasse.

– Eu estou falando sério!! Ele é só um garoto da minha escola! Não é nada de mais, é sério!

Ela me olhou de lado sem dizer nada.

– Não mesmo?

– Não, mãe. Nada. Nadica de nada. Zero. Nulo. Nem uma pontinha. Simplesmente inconcebivel. - eu respondi, gesticulando tanto que quase derrubei a garrafa de suco.

Sarah me olhou novamente, ainda com o queixo erguido, não muito convencida.

– Então tudo bem.

Eu respirei aliviada. Eu tinha comido só um pão de batata e tomado o copo de suco quando notei que não tinha mais fome. Aquele assunto tinha realmente mexido comigo.

Será que estava tão na minha cara assim que eu estava afim daquele garoto?

Eu levantava da mesa, com a finalidade de escovar meus dentes e quem sabe, terminar aquele meu livro sobre Xadrez, quando Connor desceu as escadas, com a lista de compras do supermercado para mamãe.

– Você não pode ir mais tarde? - Ele perguntou, enquanto dizia que ele tinha que voltar para o trabalho com urgência e não daria para ele ir

– Mas se eu não passar a roupa hoje vai sobrar para amanhã e nós não vamos conseguir ir na festa da sua prima, querido.

A simples menção da palavra festa me fez parar.

– Festa? - perguntei, juntando as mãos em emoção.

– Uma festa de adultos, querida. Eu ia te avisar hoje que teria que ficar sozinha amanhã a noite.

Eu muchei na hora. Sozinha em pleno domingo a noite? Eu ia morrer.

– Mas Sarah, temos que fazer as comprar hoje. - Connor disse

Ela parecia irritada pela subita mudança de planos. Mamãe tinha essa mania de se programar e não gostar de imprevistos. Eu não podia culpa-la, eu também não era muito fã de surpresas. Acho que puxei isso dela.

Apesar de chateada com eles por me deixarem sozinha no domingo, eu não conseguia ficar normal com aquela cara emburrada da minha mãe.

– Eu vou no mercado pra você, pai. - Eu disse, quicando até ele e arrancando a lista de compras da sua mão. - Dai mamãe pode terminar suas coisas e você pode ir trabalhar tranquilo! Só preciso de dinheiro, né.

Sarah e Connor trocaram um longo olhar antes de sorrir para mim, como se tivessem a solução de todos os seus problemas nas suas mãos. Papai me deu carona até o mercado, que não fica muito longe de casa e mamãe ficou na porta, acenando quando saimos de casa, como ela sempre fazia.

Só quando cheguei no mercado e andava pelas prateleiras empurrando um carrinho que eu pensei que talvez, carregar tudo aquilo, seria um problema. Não por eu não aguentar, tenho certeza que uma meia-vampira pode aguentar carregar alguns quilinhos por alguns minutos, mas provavelmente iria atrair atenção demais para alguém tão pequena e magra.

Decidi que pensaria nisso só quando terminasse.

Depois de quarenta minutos, tudo estava dividido em sacos, na minha frente e eu pensava como carregaria tudo aquilo. Eu teria me arranjar um jeito.

O mais incrivel é que não havia uma alma caridosa para me ajudar. Mundo maldito.

De algum modo, consegui empilhar tudo nos meus braços e carregar pelo menos uns dois quarterões depois do mercado. Tinha alguns sacos que me impediam de olhar para aonde eu ia, e é aí que eu podia ver que eu não era tão humana, e pela primeira vez, agradecia isso.

Eu desviava de um poste que eu quase havia trombado quando eu ouvi. Uma gargalhada familiar que quase imediatamente reconheci.

Ele tinha mesmo que aparecer, logo agora?

– Sabe, eu estava passando pela rua, pensando quem seria o louco que carregaria essa pilha de sacos sozinho e a unica resposta que eu tive era que talvez fosse uma formiga bem forte - Ele disse - Mas então cheguei mais perto e vi que era você. E sabe, não tem muita diferença entre a minha resposta anterior.

Eu senti meu rosto esquentar de raiva.

– Cala a boca, Black - rosnei entredentes.

– Bom dia para você também, formiguinha - Ele riu - Que tal uma mãozinha?

Ele nem sequer esperou eu responder e foi logo tirando as coisas da minha mão, até eu perceber que carregava apenas duas sacolas e ele, todo o resto.

Ele devia ser realmente forte para aguentar aquilo tudo. Eu escondi minha admiração por trás da minha cara emburrada.

– Quem disse que queria sua ajuda? Eu conseguiria chegar em casa sem problemas.

– Não duvido que chegasse, mas acho que seus pais gostaria que chegasse com as compras inteiras.

Eu não respondi, bufando.

– O que faz por aqui? Deu para me perseguir mesmo? Vai me dizer que está agora rondando a minha casa! - eu disse sarcástica

– Eu sei que você gostaria que isso fosse verdade, mas eu moro aqui bem perto. - ele disse acabando com a minha graça. Eu fiquei envergonhada por um segundo por pensar algo assim - Se quiser te levo para conhecer minha casa qualquer hora.

Eu parei de andar, o encarando. Há. Eu sabia!

– Você demorou, mas eu sabia! Sabia que não ia demorar muito até uma proposta dessas aparecer! Você é muito sínico sabia? Mikaelly estava certa desde o começo!

– Do quê você está falando?

– Estou falando que minhas suspeitas de você ser um estrupador assassino acabaram de se concreetizaram!

Ele piscou algumas vezes aturdido e quando finalmente compreendeu o que eu disse, começou a rir. Eu trinquei o queixo, irritada.

– Esperai, tudo isso por que te convidei para ir na minha casa? - ele gargalhou mais ainda quando eu confirmei. - Por favor, Nessie, assim você me ofende. Você acha mesmo que eu estaria carregando suas coisas ou dando carona para a escola se quisesse mesmo fazer isso que você está sugerindo? Acho que devia rever seus conceitos sobre mim.

Eu paralisei no meio da sua frase.

– Esperai, o que você disse?

– Que devia rever seus conceitos sobre mim - ele repetiu

– Não isso, a outra coisa. Do que você me chamou? - pedi, com urgência na voz. Eu não sabia por que, mas precisava confimar se havia ouvido direito.

– Nessie… Por que?

Minha cabeça começou a doer. Eu pressionei a lateral com a palma da mão, massageando

– É que ninguém me chama assim. - Eu disse num sussuro e voltei a andar em direção á minha casa e ele voltou a me seguir, ainda carregando as compras.

– Ninguém? - Ele perguntou confuso, ficando no meu lado enquanto andavamos pela calçada

– Normalmente me chamam de Rê. - Eu disse, sentindo que a dor de cabeça começava a ceder. Eu passei a mão na testa. - Não é um nome facil para apelidos.

Ele balançou a cabeça, concordando.

– Por isso te chamamos, Quero dizer, eu te chamo... Aliás, começei a chamar, hã, agora… - Ele parecia atrapalhado e eu achei aquilo fofo - Bom, você deve ter entendido.

Minha cabeça latejou. Eu pressionei a lateral da cabeça novamente e uma pequena ruga apareceu na testa dele.

– Você está bem? - Aquilo era uma ruga de preocupação? Ele estava preocupado comigo?

– Sim… Apenas minha cabeça que está doendo um pouco. - Eu disse um pouco antes de chegarmos em frente á minha casa - Você carrega até lá dentro para mim?

Ele parecia imerso em pensamentos, pois sequer respondeu, apenas me seguiu até dentro da minha casa. Mamãe não se encontrava na parte de baixo, então imaginei que tivesse passando as roupas no quarto.

Quando deixamos tudo sobre a mesa, eu bati as mãos na minha calça, sem saber como agir. Aquela era a primeira vez dele ali dentro. Ele parecia um pouco tenso, desconfortavel ali dentro.

– Hãn… Você quer sentar? Um café ou um suco, talvez? - perguntei incerta.

– Sua cabeça está melhor?

Agora que eu estava dentro de casa, parecia bem melhor. Talvez fazer tanta força tivesse me afetado mais do que imaginava.

– Bem melhor - respondi, observando o seu rosto ainda sério.

Será que aquele assunto de estuprador tinha deixado ele bravo? Eu fiquei receosa. Eu fora muito boba por tê-lo acusado assim, provavelmente devo ter ferido seus sentimentos com minhas palavras.

Eu me preparava para pedir desculpas quando ele abriu aquele sorriso enorme, que parecia aquecer o ambiente, como se nada tivesse acontecido antes, e perguntou:

– Então, Nessie, quer ir tomar um sorvete comigo?

Dessa vez não coloquei a mão sobre a cabeça para abafar a dor, mas sobre o peito, para tentar abafar as batidas do meu coração.

O que havia de errado comigo?


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Notas finais do capítulo

17h30 eu posto o proximo!