Who I Really Am? escrita por CarolBeluzzo, Gii


Capítulo 18
Além da Culpa, vem a dor...


Notas iniciais do capítulo

Ei, Ei!!! Voltamos com mais um! Aproveitem bem, apesar de parecer que já está no final, falta algumas coisinhas para acontecer!! Bom capitulo e boa leitura!!



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Capítulo 17 — Além da culpa, vem a dor…

POV Renesmee

.

Nós entramos pela garagem, por causa das roupas molhadas. Ele insistia para nós irmos direto para a sala onde eu havia ficado aqueles cinco dias inconsciente — ele havia me contado no caminho que ele ficou muito preocupado por não poder me ver nesses dias — mas eu disse que não custava nada irmos pela garagem, nos secarmos com alguma coisa em vez molharmos o chão de Esme.

Quando enfim chegamos a garagem, a lembrança de tia Rose se fez presente mais uma vez, e ainda mais quando vi tio Emm sentado perto da Mercedes vermelha dela.

Ele parecia um garotinho pequeno, indefeso e vulnerável daquele jeito. Segurava a pulseira que dera a ela, que tinha um pequeno pingente de coração, que ele dizia ser o seu, que a ela pertencia.

Ele olhou para mim e eu não consegui me segurar e corri até ele, que se levantou e me deu seu abraço de urso. Ele soluçava e eu fazia o mesmo.

— Ah, monstrinha… o que eu vou fazer sem minha ursinha?

— Tio Emm, me desculpa. Eu não queria que nada acontecesse com ninguém por minha culpa.

Ele olhou para mim e eu posso jurar que nunca o vi tão sério.

— Olha pra mim. Eu não quero que você diga isso nunca mais, escutou? Não foi sua culpa, e não foi culpa de ninguém a não ser daquele Volturi desgraçado. Você não tem culpa de nada. Você mais do que todos nós é uma vítima da maldade deles. — Eu ainda soluçava, mas estava conseguindo me acalmar. Acho que a pessoa com a qual eu mais estava preocupada com a reação era ele, e depois que ele me disse aquelas coisas e consegui me manter mais calma. — Leah me contou o motivo de Rose tentar salvá-la tão bravamente. E eu não poderia ficar mais orgulhoso dela. E sei que você também tentou salvar Emily e Claire. Elas nos contaram.

— Aquilo não foi nada. — Eu disse limpando o rosto — Era minha obrigação protege-las. Elas não poderiam contra Jane.

Tio Emm sorriu para mim.

— Exatamente. Assim como para Embry e para sua tia Rose. Ele fizeram o que acharam certo. E eu não vou me permitir sentir culpa por não ter tentado fazer alguma coisa quando tudo aconteceu. — ele tocou a ponta do meu nariz — E não quero que você também se culpe.

Eu funguei, olhando para baixo. Eu não sabia se iria conseguir. Aquela culpa era tão…

— Você promete que não vai se culpar? — perguntou tio Emm, levantando o dedo mindinho na minha frente.

Era estranho ver um homem daquele tamanho querendo fazer promessa do dedo mindinho com você, ainda mais quando você mesma, nunca pensaria em fazer. Os seus olhos não saiam dos meus, grandes e pidões e mesmo que eu não saiba se iria conseguir ou não parar de me culpar, eu juntei meu dedinho ao dele.

E ele deu aquele seu sorriso grande, que todos sempre gostam, mas que agora, tinha uma pequena diferença. Não havia Rosalie. Seu sorriso nunca mais seria o mesmo.

Naquele segundo, Bella entrou pela garagem como um borrão, me pegando no colo, como se fosse ainda um bebê.

— Renesmee, nunca mais faça isso comigo! Porque você saiu correndo daquele jeito? Está toda molhada! E não está recuperada ainda, não podia fazer isso! Deixou todos preocupados. — Tagarelou Bella, me apertando em um abraço. Eu não pude evitar sorrir.

— Desculpe, mamãe. — Eu disse num sussurro e ela apenas me abraçou mais forte, agradecendo a Jacob por ter me encontrado e também brigando comigo por causa das roupas molhadas. Eu poderia pegar um resfriado.

Mas eu não estava preocupada com um resfriado ou com minha saúde enquanto eu era carregada por Bella até a sala onde eu estava algumas horas antes... Nem estava tão preocupada ao me desculpar com Edward por ter gritado com ele e pulado a janela e ele me dizia para nunca mais fazer uma coisa daquelas.

A única coisa que eu pensava naquele momento, era no rosto de Emmet, com seu sorriso meio triste e no resto da minha família. Pensei em Rosalie e Embry e notei que não era apenas eu que provavelmente se culpava por tudo aquilo.

Eu comecei a me preocupar com a tristeza de todos os outros.

Percebi o quanto eu havia sido egoísta. Todos estavam sofrendo e eu pensei apenas em mim mesma.

Bella me colocou sentada na maca, sem nem se importar com a água e saiu por alguns instantes com Carlisle a seu lado.

Ele parecia cansado e as olheiras em seus olhos estavam ainda mais fundas do que as de papai. Ele havia perdido uma filha. Eu não tinha — e esperava não ter nenhum dia da minha vida — a menor ideia do sentimento de se perder uma filha. Eles haviam passado mais de cem anos ao lado dela, não havia passado nem dois anos completos.

Carlisle tirou o curativo de minha testa e limpou o machucado enquanto Bella o perguntava constantemente se havia piorado e ele respondia constantemente que eu estava muito bem, até ele ver o corte da minha cintura.

— O que houve Carlisle?

— Está infeccionando. Ela já está com febre. — responde a ela e depois se virou para me olhar, aflito. — O que você fez hoje?

Todos apareceram alguns segundos depois

— Depois que eu saí daqui eu corri até a praia e…

— Isso encostou na areia?

— Eu não me…

— Ness, isso encostou na areia? — ele segurava meus ombros. — Se isso encostou na areia vai inflamar ainda mais rápido, eu preciso saber.

Todos já estavam lá naquele momento. Ótimo, eles já tinham problemas suficientes, mas eu tinha que ir lá e estragar mais um pouco o dia.

— Eu acho que sim. — respondi assustada. — O que significa?

— A gente vai precisar desinfetar.

— Desinfetar com o que? — perguntou Jacob atônito. Carlisle olhou o e respondeu:

— A única coisa que desinfeta agora é álcool.

Álcool? Álcool em um ferimento aberto? É a pior coisa. Eu já havia feito isso uma vez. Me cortei no parquinho e tive que ir ao hospital. Se um pequeno corte no pé ardeu tanto quando entrou em contato com álcool, imagine um corte enorme na cintura como aquele?

Meu coração acelerou. Eu não queria dar uma de criança birrenta, mas aquilo era demais até para um adulto. Carlisle se virou para mim e disse:

— Você vai ter que se deitar.

Fechei os olhos, respirei fundo e me deitei novamente na maca, que já estava completamente encharcada.

.

POV Jacob.

.

Ela se deitou na maca com o coração batendo cada vez mais forte. Todos estavam ao redor com cara de preocupados. Eles sabiam o que aquilo significava.

Jasper e Emmett iriam segurá-la, Bella segurava sua mão direita, Edward ajudaria Carlisle e eu aproveitei para pegar a outra mão e me sentar na cadeira que havia ao lado da cama. Alice e Esme estavam abraçadas na outra ponta.

Ela me olhou e eu pude ver o medo em seus olhos. As lágrimas não tardaram a aparecer.

— Segurem-na. — disse Carlisle com o frasco de álcool numa mão e o algodão na outra. Ness o olhou aflita. — Sinto muito, Ness. Mas é o único jeito. Pronta? — Ela assentiu.

Ele molhou o pedaço de algodão e colocou—o em cima do grande corte na cintura dela.

Ela gritou. Gritou de um jeito que eu nunca havia visto antes. Gritou mais do que ela gritou na queda do penhasco. As lágrimas saíam enquanto ela segurava a minha mão cada vez mais forte. Ela se debatia com a dor, e Emmett e Jasper estavam segurando com força, mas ainda assim tinham dificuldades, já que se distraíam com os gritos.

— Por favor, para. — gritou.

— Shh, vai ficar tudo bem Ness. Já vai passar. — eu disse passando a mão em seus cabelos. — Ele já está quase acabando, vai ficar tudo bem.

Carlisle continuou limpando. Ele estava com uma expressão de máxima culpa, e dizia que já estava acabando. Eu queria poder pegar a dor dela e colocar em meu peito. Queria que fosse eu a sofrer. Ela não merecia. Já havia passado por sofrimento e dor demais.

Ela olhou para Bella com os olhos de uma criança de quatro anos machucada.

— Está doendo mãe. — disse como num gemido de dor.

— Já vai acabar meu amor. Eu prometo. — Bella respondeu parecendo estar sofrendo ainda mais que ela.

Depois de mais alguns minutos, enquanto ela gritava e se debatia em agonia, Carlisle finalmente acabou. Nessie se acalmou. Estava suada, mas ainda assim segurava a minha mão com força.

— Me desculpe, querida. — disse Carlisle se abaixando para beijar sua testa. Ela tentou sorrir.

— Tudo bem, vovô. Me desculpe por te fazer passar por isso. — ele sorriu.

— Eu faço isso todos os dias. Mas você é a minha garotinha não aguento te ver sofrer.

Todos pararam para dar um beijo em sua testa antes de saírem pela porta. Alice, Jasper e Esme, que não haviam falado com ela antes, aproveitaram para dar um abraço forte, antes de sair.

— Está melhor? — perguntou Bella passando a mão em sua testa. Ela assentiu. Acho que ainda estava fraca demais para falar. — Ainda está com um pouco de febre.

— É normal. — respondeu Edward. — Daqui a alguns minutos abaixa.

Ele estava mal. Dava pra ver em seu rosto. Eu sentia a dor dela em meu coração, mas ele conseguia sentir a dor dela, literalmente. Eu o entendia.

— Venha Bella. — começou pegando em sua mão, mas ainda assim olhando para mim. — Vamos esperar lá fora.

Bella sorriu e o seguiu, piscando para mim antes de sair pela porta.

— Ele acabou de sair para nos dar privacidade, ou foi impressão minha? — perguntei ainda atordoado, fazendo ela rir fraquinho.

— Ou está te agradecendo por me trazer pra casa viva. — sussurrou. — A propósito, obrigada.

— Eu quase não consegui. Quando eu finalmente cheguei à praia, você já estava sem respirar a mais de cinco minutos. Seth e Emily estavam quase desistindo.

— E o que você fez?

— Eu não fiz nada na verdade. Só... gritei o seu nome, e ai o seu coração bateu uma vez. Seth continuou a fazer massagem cardíaca, e um minuto depois ele começou a bater. Fraquinho, mas estava batendo. Eu morri mil vezes só naqueles minutos.

Peguei-a em meus braços e abracei-a o mais forte que podia sem machuca-la.

— Você nunca mais vai subir em penhasco nenhum. Não sem pelo menos quinze pessoas lá com você — ela riu.

— Tudo bem. — respondeu fraquinho e tentou se sentar.

— Quer tentar levantar? — perguntei enquanto a ajudava.

— Sim, por favor. — respondeu pegando minhas mãos.

Eu sentia como se estivesse ensinando um pequeno bebê a andar. Ela se levantou com dificuldade, se apoiando em mim. Estava com cara de dor, mas conseguiu se apoiar e andar até a porta da sala. Paramos no jardim, onde Leah estava parecendo nervosa com um Seth confuso ao seu lado.

— Nahuel está chegando. — comentou Leah pegando a mão de Nessie — Não sei como contar. Você tem que me ajudar.

Ness riu.

— Leah, eu não tenho nenhuma experiência em contar pra ninguém que estou grávida. Tente ser direta, eu acho.

Seth estacou enquanto Edward gritava um: “E não vai ter por um longo tempo.”

— Esperai. — disse Seth se levantando. — Você ‘tá grávida? Como?

.

POV Ness

.

— Você não quer que ela te explique de onde os bebês vem, não é Seth? — perguntou Jacob nos fazendo rir.

— Eu sei de onde eles vem. — respondeu com cara feia. — Mas eu achava que você não podia.

— Eu achei também. — respondeu Leah se jogando em seus braços. — Mas eu estou.

Quando ela acabou, um som de carro pode ser ouvido no final da estrada, o que significava que Nahuel acabara de chegar. Leah ficou branca.

— E se ele não aceitar?

— Leah. — respondi olhando em seus olhos. — É o Nahuel. Ele te ama, e vai amar essa criança também. Não se preocupe.

Ela pareceu acreditar, mas no momento em que o carro apareceu na clareira ela gelou novamente, apertando a minha mão com um pouco mais de força. Ele saiu do carro e veio até nós, parecendo cansado, mas ainda assim, sorriu quando abraçou Leah tirando—a do chão e a beijou.

Quando eles enfim acabaram, ele veio em minha direção com o intuito de me abraçar.

— Devagar, por favor. — pedi colocando os braços em frente ao corpo.

— Desculpa. Fiquei sabendo de tudo, sinto muito. — me abraçou não muito forte.

Ele se virou para Jacob e Seth e apertou a mão dos dois como um cumprimento. Seth ficou de cara feia o tempo todo.

— O que houve com ele? — perguntou se virando para Leah que arregalou os olhos.

— Ham, sabe, eu tenho que te contar uma coisa… — começou enquanto gaguejava. Eu não conseguia parar de sorrir. Jacob, que estava atrás de mim me abraçando pela cintura e com o queixo em meu ombro, estava na mesma situação, e até Seth, agora, estava sorrindo.

— O que houve? — questionou confuso passando o olhar entre cada um e se virando para ela de novo.

— É, ahn, hm, eu… — ela me olhou e eu assenti, ainda sorrindo. — Eu estou grávida.

— Você o que? — perguntou de olhos arregalados, mas ainda assim sorrindo.

— Eu estou grávida de dois meses. Nós vamos ter um bebê. — Ela já estava com os olhos marejados, e os dele brilhavam de um jeito que eu nunca havia visto.

Ele não disse nada, apenas sorriu abertamente e abraçou—a o mais forte que conseguia, beijando—a em seguida.

Senti uma mão em meu ombro e tia Alice estava ali sorrindo.

— Roupinhas de bebês são as minhas favoritas. — disse com os olhos brilhando.

Todos rimos. É impressionante como uma criança pode alegrar até os dias mais escuros, frios e tristes.

Fui para casa com Jacob, mamãe e papai alguns minutos depois. Tomei um banho com a ajuda de Bella e logo depois fomos até a sala, onde Jacob e Edward estavam sentados um de frente para o outro. Jacob sorrindo abertamente e papai com cara de poucos amigos.

— O que houve? — questionei.

— Jacob veio até mim pedindo a sua mão em namoro ‘oficialmente’. — respondeu Edward com um olhar frio.

Não pude evitar sorrir. Claro, eu estava morrendo de vergonha, e não havíamos combinado nada, mas ele pediu para o meu pai!!!!!!!

— E o que você disse? — perguntei baixinho.

— Bom, uma hora ou outra isso iria acontecer. — respondeu e eu sorri ainda mais abertamente. — MAS, teremos regras, mocinha.

— Quais?

— Não irão ficar sozinhos no quarto se não tiver ninguém em casa. — disse e eu corei. ‘PAI’. — Sem gracinhas na minha frente, e não poderá chegar em casa depois da meia noite.

— Uma hora? — perguntei fazendo biquinho. Ele pensou por um momento e depois desistiu.

Corri para abraça-lo e ele me girou no ar, enquanto eu ria.

— Obrigada, papai.

— E você, Jacob — disse se virando para o lobo que continuava sentado no sofá. — Cuide bem da minha filha.

Ele se levantou e me puxou pela mão para um abraço.

— Pode deixar.


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