Who I Really Am? escrita por CarolBeluzzo, Gii


Capítulo 14
La Push, baby, La Push


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam curtindo, porque estamos chegando no final, queridas! Segurem as emoções!



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Capítulo 13 - La Push, baby, La Push

POV Renesmee



Chegamos em casa depois de mais meia hora de viagem. Tia Alice saiu correndo com quase todas as sacolas para o chalé, e tia Rose foi atrás rindo e carregando as poucas últimas.

Eu cocei meu olhos, me sentindo cansada e me jogando no sofá, mas sem a minima vontade de dormir e ter mais um pesadelo. Eu estremeci só com a lembrança. Estava dando graças por ainda ter La Push para me distrair antes de ter que enfrentar aquilo de novo.

Observei Jacob pelo canto do olho, apenas para ter certeza - mesmo que ele não pudesse de qualquer forma saber - de que ele não sabia sobre o que eu estava tão preocupada. Graças a Deus que ele está euforico o suficiente para não notar completamente meu estado de espirito e foi para La Push tomar banho e se ‘arrumar’ para a festa que Rachel estava preparando, e depois iria vir com Leah, buscar a mim e a Nahuel para nos dirigirmos até lá.

Minha mãe foi comigo até o chalé, onde eu tomei um banho quente que me ajudou a relaxar consideravelmente dos pesadelos e do ataque de Alice. Esta, que quando saí do banho, obviamente, já havia deixado uma roupa separada para mim, em cima da cama.

Era um dos vestidos que havíamos comprado naquele mesmo dia. Era florido e adorável. Bella me fez pegar uma jaqueta de frio caso esfriasse, e quando eu já estava pronta, seguimos até a casa grande onde Jacob, Leah - que usava um short jeans e uma camiseta regata de estampa - e Nahuel já esperávam perto do Rabbit.

Jake deu aquele sorriso de sol, no momento em que me viu, me fazendo - obviamente - corar. Ele estava com jeans escuros, suas botas de sempre, camiseta preta meio agarrada, e uma jaqueta jeans por cima. Ai.

Não sabia como era possivel ele conseguir ficar tão bonito usando roupa tão simples. Aquilo as vezes me deixava meio louca. Eu balancei a cabeça desviando dos pensamentos quando vi que papai estava ao seu lado e, quando me aproximei, me deu um beijo na testa, sorrindo.

– Divirta-se. - disse me abraçando. - E você Jacob, cuide bem dela. - completou.

– Qual é? - questionou Jake divertido. - Ainda duvida de mim?

– Ele tem razão Jacob. - disse Emmett rindo. - Olha lá o que você vai fazer com a minha monstrinha.

Edward, Jasper e Rosalie fecharam a cara, enquanto eu - mais uma vez - corava.

Jake riu e me puxou para o carro, onde sentei no banco de trás com a Leah e ele na frente com Nahuel.

O caminho até La Push foi divertido. Nahuel e Jacob cantavam animada e desafinadamente junto com os artistas, nos fazendo rir até perder o ar.

Quando chegamos, não pude deixar de notar que a casa de Jacob não havia mudado nada. Bom, apenas uma camada de tinta a mas, mas ainda era a casa vermelha e com o telhado branco que eu sempre adorei.

Todos estavam no quintal dos fundos, onde Sam estava postado em frente a uma grande churrasqueira, preparando hambúrgers e com um avental por cima da roupa onde se lia: permissão para assar.

Rachel, assim que me viu, sorriu grandiosamente e correu para me abraçar.

– Nessie, como é bom te ver. - disse ainda me abraçando fortemente. - Meu Deus como você cresceu. - disse chocada me analisando. - Está praticamente do meu tamanho, isso não é justo.

Jacob gargalhou.

– Não é muito difícil chegar ao seu tamanho Rach.

Ela riu, enquanto dava um tapa em seu braço, o fazendo gargalhar mais ainda, e depois me puxou em direção as mesas, onde de longe, pude avistar Tio Billy com a sua cadeira de rodas, rindo abertamente de alguma coisa que Jared e Embry falavam, enquanto comia um dos hambúrguers que Sam havia deixado na mesa alguns minutos antes.

– Papai, olha quem veio, finalmente nos visitar. - disse Rach, ainda segurando a minha mão e pulando. Ela me lembrava um pouco a Alice.

Billy levantou o olhar de seu prato e, assim que me viu, sorriu abertamente. Me abaixei e ele me apertou em um abraço forte.

Sempre gostei muito de Billy. Ele era, apesar de parecer durão, uma das pessoas mais adoráveis da face da terra. Me lembro de quando ele me colocava sentada em uma de suas pernas, e Claire na outra e nos contava histórias de quando Jacob, Quill e os meninos eram menores, e as travessuras que fazíam.

– Nessie, que bom ver você. - disse sorrindo. - Jacob já estava ficando chato de tanto que comentava.

Corei e olhe para Jake que revirava os olhos, mas ainda assim sorria.

Nós conversamos por um tempo, onde eu contei por cima, mais ou menos o que aconteceu, e depois fui cumprimentar os outros.

Depois de passar por todas as mesas - que eram várias - cheguei em uma onde só haviam mulheres. Emily, Kim, Rach, Leah e uma menina de no máximo uns dez anos, que estava encostada em Emily sorrindo.

Alguns instantes depois, descobri que aquela era Claire, minha antiga melhor amiga. Que agora era menor do que eu.

– Oh meu Deus, Claire, você cresceu tanto. - comentei, me sentado ao seu lado e a abraçando. Era riu.

– Há, olha quem fala. Você parece ser uns cinco anos mais velha do que eu. - comentou.

Peguei um hambúrguer oferecido por Sam, e nós começamos a falar sobre aquele tempo que eu perdi. Emily nos lembrou de como deixávamos todos os meninos loucos, enquanto fazíamos nossas traquinagens de criança, subindo em árvores, entrando no mar ou na floresta. O assunto foi surgindo levemente, até que Jacob apareceu ao meu lado e sorrindo, perguntou:

– Se importam se eu levar a minha garota pra uma volta na praia?

Não pude deixar de sorrir ao ouvi-lo me chamar se ‘minha garota’. Elas negaram sorrindo, eu pedi licença e segurei a mão de Jacob, enquanto ele nos guiava até a praia.

Estava bem escuro, mas a luz da lua e a minha visão metade vampira me ajudavam a enchergar os penhascos mais ao fundo e os troncos de árvore espalhados pela areia.

– Jake, quando você vai me levar pra pular do penhasco? - perguntei enquanto andávamos pela areia, ambos com os sapatos nas mãos.

Ele riu cético.

– Quando seu pai deixar.- respondeu.

– Mas ele não vai… - comecei mas ele me interrompeu

– Isso mesmo. - Ele respondeu como que não quer nada e eu escancarei a boca, me fingindo ofendida.

– Seu chato!!

Fingi uma cara de magoada e saí andando na frente cruzando os braços. Nem um segundo depois, pude escutar seus passos vindo atrás de mim. Tentei segurar o riso.

– Você não está magoada de verdade né? - perguntou segurando minha cintura. - Sabe que tanto eu quanto ele só queremos de proteger. Eu posso até te levar até lá um dia, mas não pra pular. Podemos fazer um piquenique, ou alguma coisa assim. Além do mais, Edward não deixaria nem que você implorasse e…

Não consegui segurar a risada devido a seu desespero. Ele estreitou os olhos.

– Está rindo da minha preocupação Srta.Cullen? - perguntou dando um passo para frente, enquanto eu dava um pra trás, ainda rindo.

– Na verdade sim. - respondi dando mais um passo para trás.

Ele fez uma cara super fingida de ofendido e eu, prevendo suas intenções, larguei a sandália no chão e saí correndo, rindo.

– Volta aqui, eu vou te pegar sua ingrata. - ele gritava correndo atrás de mim.

Enquanto corria, eu não conseguia parar de rir. Nós demos algumas voltas pela praia. Eu podia sentir a água gelada em meus pés, em alguns momentos, mas depois de alguns minutos, eu com a minha total coordenação motora, tropecei em nada e caí de costas para o chão, ainda rindo.

Jacob, se deitou ao meu lado, também rindo. Virei a cabeça para o lado e pude ver sua respiração voltando ao normal, aos poucos. Apesar de não ter nada de especial, era uma das cenas mais lindas que eu já havia visto. Seu peito subia e descia lentamente, e eu, como um bônus, podia escutar seu coração batendo mais devagar, fazendo o meu se acalmar também.

Ficamos um tempo daquele jeito, deitados lado a lado, em silêncio. Não um silêncio constrangedor, como alguns conseguiam ser; mas sim, um silêncio que nos deixava apreciar a vista de um céu maravilhoso, e também nos permitia escutar com atenção cada ruído que o coração dos dois fazia. Depois de um tempo, quando estávamos respirando normalmente, e nossos corpos esfriaram, o vento frio começou a fazer efeito; mas antes que eu pudesse fazer qualquer tipo de comentário sobre aquilo, Jacob se virou, ficando por cima de mim, apoiado nos cotovelos. Ficamos nos encarando por um tempo, até que ele, finalmente, me beijou.

Não pude evitar fechar os olhos. A sensação que seu beijo me dava era simplesmente maravilhosa. Me fazia me sentir ainda mais amada, e me fazia me sentir ainda mais protegida, como se ele sempre fosse estar ali.

– E eu vou. - Ele disse parando o beijo e sorrindo .

Eu não havia percebido que, durante aquele tempo em que nos beijávamos, eu relaxei a um ponto em que eu me esqueci de segurar os pensamentos, passando tudo para ele.

– Desculpe.

– Não se desculpe. Apesar de amar a sua voz, adoro quando você faz isso. Faz minha ficha cair um pouquinho a mais de que está em casa.

Coloquei minha mão em sua buchecha direita, e lhe passei o pensamento que não parava de rondar a minha mente desde que havia chegado em casa:

Eu não podía estar mais feliz.

Ele sorriu e me beijou mais uma vez.

Depois de mais algum tempo deitados ali, ele se levantou, me puxando em seguida, e decidimos voltar para a festa, onde voltei a conversar com as meninas. Claire me fez prometer voltar para visitá-la e Emily me fez prometer almoçar na casa dela naquele final de semana. Eu não neguei, é claro, iria adorar passar mais tempo com aquele pessoal que eu considerava da família.

Quando o relógio marcou duas e meia da manhã, Claire já dormia com a cabeça apoiada em minhas pernas, e eu já havia vestido minha jaqueta por conta do vento mais frio que fazia, Jake foi me chamar para me levar pra casa. Quill, que estava ao seu lado, pegou Claire de minhas pernas, e se sentou, balançando-a levemente.

Me despedi de todos, agradecendo principalmente a Rachel - que estava agarrada com Paul - e Billy pela festa, e depois fomos para o carro, onde Leah e Nahuel já nos esperavam.

O caminho de volta foi bem mais tranquilo que o de ida, afinal todos estavam cansados depois de tanto falar e comer. Enquanto Jacob e Nahuel entravam em uma conversa sobre algum tipo de jogo, apoiei a cabeça no ombro de Leah, que, surpreendentemente não se aborreceu, e com a ajuda do calor de seu corpo, comecei a sentir meus olhos pesarem, adormecendo em seguida, esquecendo completamente do medo anterior de ter pesadelos.



POV Bella.

Estávamos na casa grande. Edward já havia contado a todos,- que ficaram tão chocados quanto eu, pelo fato de os Volturi terem matado as duas pessoas que cuidaram de Ness, bem na sua frente - sobre o pesadelo da noite anterior, e Carlisle garantiu que ela havia sido forte demais nesse último mês, e que agora que ela conseguia relaxar o suficiente para dormir, ela não conseguia controlar se iria ou não pensar sobre o que havia ocorrido.

Já eram quase três horas da manhã, quando finalmente, conseguimos escutar o barulho do carro de Jacob se aproximando do jardim.

Quando chegamos a porta, Nahuel e Leah estavam se despedindo perto do carro, enquanto Jacob carregava uma Renesmee adormecida nos braços.

– Tudo bem? - perguntei a ele enquanto Edward a pegava de seus braços. Ele sorriu.

– Perfeito. Ela, Rach, Kim, Emily, Leah e Claire não se desgrudáram a noite inteira, e Emily fez questão de que ela comesse pelo menos três hambúrgures antes de virmos embora. Ela dormiu no carro.

– Obrigada Jacob. - disse Edward. Jake apenas assentiu e voltou para o carro, onde Leah já o esperava.

Nos despedimos de todos, e a levamos para casa. Ela acordou no meio do caminho, mas continuou sonolenta. Ajudei-a a colocar um pijama confortável e depois eu e Edward a colocamos pra dormir como costumávamos fazer quando ela era pequena.

– Nós vamos para o quarto. - comentei. - Qualquer coisa grite, que estaremos aqui num segundo.

Ela sorriu, e antes mesmo que pudéssemos chegar a porta, já estava dormindo novamente.

(...)

Ness acordou apenas uma vez aquela noite, mas depois que se acalmou, conseguiu dormir mais profundamente e, tirando alguns momentos em que ficava meio inquieta, aquela noite transcorreu bem. Edward me garantia a cada momento que ela fazia, que não era nada de mais, e que eu devia relaxar.

– Será que ela vai ter esses pesadelos por muito tempo?- perguntei enquando Edward passava a mão gentilmente sobre meus braços.

– Eu acho que vão parar assim que ela se acostumar a estar em casa novamente.

– Ela é uma pessoa tão maravilhosa. Não merecia passar por isso. - comentei suspirando.

– Nem a pior pessoa do mundo merece ser tirada de sua família assim, Bells - respondeu me apertando mais contra si.

Depois disso ficamos em silêncio, apenas escutando a respiração da nossa filha no quarto ao lado, e sorrindo quando ela murmurava alguma coisa.

O dia seguinte foi bem mais calmo, já que não haviam compras pra fazer e nem festas pra ir, então depois de tomar o café feito por Esme, Nessie ficou o dia inteiro no sofá, assistindo um jogo de Baseball com Emmett que estava inconformado com o fato de ela não saber jogar.

– Bom, eu sei a teoria. Li um livro sobre isso uma vez. - disse Ness depois dele ficar chocado. - Agora jogar é que são elas. Não tenho uma coordenação muito boa.

Todos viraram o olhar para mim, rindo.

– Justo isso você tinha que herdar da sua mãe, monstrinha? - questionou Emm rindo e baguçando seus cabelos. - Tenho que te ensinar a jogar, algum dia.

O resto do dia, ela passou um pouquinho com cada um da família. Ajudou Esme com o almoço dela e de Nahuel - Jake e Leah estavam em ronda com Seth -, jogou video-game com Nahuel e Emmett, xadrez com Jasper, ajudou Rosalie a fuchicar no carro, mecheu em roupas com Alice, e como Carlisle estava de plantão no hospital, passou o tempo depois aprendendo - novamente - a tocar piano com Edward.

Era muito lindo vê-los tendo esse momento pai e filha, depois de tanto tempo.

Ele estava ensinando-a a tocar a música que havia feito para ela quando era pequena. Ela conseguia ser graciosa mesmo quando se frustrava com alguma nota esquecida ou tocada na hora errada.

Edward ria e eles começavam desde o começo, e assim foi, até que ela conseguiu, finalmente tocar todas as notas sem nenhum erro sequer. Ela sorria extasiada enquanto se jogava em cima de Ed em um abraço apertado. Ele deu um beijo em sua testa.

Finalmente minha vida fazia sentido de novo. Minha familia estava completa. Tudo estava onde devia estar e todos estavam felizes e se dando bem...

– Renesmee, eu não acho que possa ser uma boa ideia… Até porque não tem nece… - Edward disse, provavelmente respondendo á algum pensamento de Ness. Eu fiquei curiosa, prestando atenção.

Ela o interrompeu no meio da frase

– Não me diz que não tem necessidade, porque isso é mentira, você sabe. - Ela respondeu á altura - E se houver alguma emergencia? Pai, eu já tenho corpo de uma garota de 16 anos!

– Mas você não tem 16 anos.

Isso pareceu irritar Renesmee.

– Por que, sei lá, sou meia vampira e cresco mais rapido que todos?! - Ela se afastou alguns passos de Edward, ficando levemente vermelha enquanto falava cada vez mais alto - Olha, não é o meu tempo de vida que conta, minha mente cresce junto com o meu corpo e eu sei que eu tenho o direito de aprender, de acordo com a lei DO ESTADOS UNIDOS DA AMERICA!

– Mas não vai. Eu não permito! É muito perigoso, Renesmee…

– MÃE! Fala pro papai que não tem nada ver não me deixar aprender a dirigir! Diz para ele, mãe!

Ela agarrava a manga da minha camiseta, puxando levemente enquanto parecia levemente desesperada. Ahh, então era sobre isso que discutiam? Eu fiquei um pouco mais aliviada.

– Eu pensei que ela já havia tirado a carta de motorista quando…

– Não, os pais adotivos dela não deixaram. - Edward respondeu meus pensamentos com rapidez, com a espressão dura - E com razão! É perigoso!

– Mãe! Por favor!

Instantaneamente uma onda de paz chegou sobre mim e eu notei Jazz em um canto, tentando ajudar de algum jeito. Ness ficou um pouco menos vermelha e aos poucos foi se acalmando.

Eu toquei seu ombro, acariciando. Ela me abraçou, tocando minha pele e fazendo passar várias imagens de nós duas juntas, rindo dentro de um carro, enquanto ela dirigia. Eu sorri enquanto ouvia Edward bufar.

– Renesmee, sua mãe não vai me fazer trocar de ideia. Chega desse assunto! Você. Não. Vai. Dirigir.

As imagens imediatamente cessariam e ela soltou um tipo de grunhido que mais me lembrou o barulho que Jacob fazia quando perdia alguma discução com Edward. Eu segurei meu riso, enquanto via ela saindo da casa, batendo os pés e gritando “Isso não acaba aqui!”

Edward saiu correndo até a porta quando ela já sumia em direção nossa casa e gritou:

– NÃO ADIANTA, JACOB NÃO VAI TE AJUDAR NISSO!

Consegui ouvir mais um “veremos” antes do meu marido sumir pela floresta, atrás de um lobo.

Eu ri notando que ela era tão teimosa quanto eu fora um dia.

As duas horas seguintes, se passaram com Nessie tentando convencer Jacob - que havia acabado de chegar da ronda, e estava confuso com toda a gritaria - a ajudá-la, e ficando irritadíssima quando ele se recusou, alegando que Edward não o deixaria mais vê-la caso concordasse com aquela ‘loucura’.

Bufando, ela correu o resto do caminho até em casa, e se trancou no banheiro, entrando embaixo do chuveiro em seguida.

Quando enfim saiu, não quis nem escutar as explicações de Jacob e foi se deitar, ainda emburrada e irritada, resmungando que já não era mais uma criança e que não havia necessidade daquilo.

Era incrívelmente interessante o jeito com o qual ela se parecia com Edward, que se deitou na cama ao meu lado depois de um tempo, resmungando continuamente que não deixaria ela dirigir, pois era muito nova, que tinha vários tios e tias que estavam constantemente disponíveis para leva-la onde bem entendesse, na hora que quisesse e também Jacob, e que em Forks não tinha tanta coisa assim pra ver , e misturar humanos, carros e velocidade não dava certo, mesmo que ela fosse metade vampira e blábláblá;

– Edward, eu realmente não vejo problema em você ensiná-la a dirigir. - comentei depois que Ness já havia dormido. - Ela já está bem grandinha, e uma hora ou outra você não vai mais poder impedi-la de fazer nada.

– Bom, mas eu ainda posso. E acho que ela é muito nova pra essas coisas.

– Sim, ela é. Mas também é teimosa, e você sabe que se ela não aprender com alguém, vai tentar aprender sozinha, e ai vai ser pior.

– Ela não faria isso. - resmugou, mas depois pareceu pensar bem e completou. - É, ela faria.

– É, eu sei. Olha tive uma ideia - comecei e ele se virou para mim, interessado. - Não gosto disso, mas por que você não faz algum tipo de aposta com ela? Pegue alguma coisa que todos, inclusive ela, gostam, e tente usar isso a seu favor. Do que ela gosta?

– Ela pareceu bem interessada em xadrez. - disse ainda resmungando.

– Então… Planeje alguma coisa que tenha xadrez no meio, se ela ganhar você ensina, se não… ela terá que aceitar.

– Hmm… - Ele fez uma cara pensativa, daquelas que eu ficava horas observando sem cansar. Aquela sua expressão era, no minimo, sexy. Ele sorriu, parecendo ter uma grande ideia e me surpreendendo ao me beijar com avidez.

– Amor, vou precisar da sua ajuda. - Ele disse - De todos, na verdade. Isso pode ser bem divertido.

A palavra divertido saiu meio distorcida e eu sabia que ele ia complicar as coisas ao máximo para ela.

POV Ness

Acordei no dia seguinte disposta a aprender a dirigir, de um jeito ou de outro. Se Edward não queria me ensinar, eu aprenderia sozinha.

Fiquei deitada por um tempo, tentando fazer algum tipo de plano para convencer um de meus tios ou tias a me ajudar, e, caso todos se negássem, eu me dirigiria até a enorme biblioteca de Carlisle, e aprenderia pelos livros, se houvesse algum que ensinasse como dirigir…

Depois de mais alguns minutos de planos sendo bolados, consegui escutar um coração se aproximando, e assim que abri os olhos, dei de cara com um Jacob risonho, parado ao lado da minha cama com alguma coisa embaixo do braço.

– O que você está fazendo aqui, Jacob? - perguntei ainda irritada por ele ter se recusado a me ajudar na noite anterior.

– Você, eu, jogo de xadrez, agora! - disse se sentando na outra ponta da cama e colocando o tabuleiro e o saco de peças entre nós.

– O que? - questionei aturdida. - Jacob, você está com algum problema mental? Por que disso agora?

– E te explico depois que nós terminarmos e você perder!

Perder? Ele estava brincando, né? Eu ergui a sobrancelha, aceitando a provocação; Eu poderia facilmente arrancar a informação a força, não ia prcisar de muita pressão, mas ele tinha passado dos limites.

Cinco minutos depois eu sentia vontade de gargalhar abertamente. Ele estava jogando como se sua vida dependesse daquilo. Ele ficava encarando o tabuleiro por horas antes de cada movimento, suava frio e não conseguia parar de mexer as mãos.

Eu suspirei, quando eu notei que tinha ficado boa parte da manhã só naquilo. O sol já entrava forte pela janela do meu quarto. Era finalmente a minha vez e eu comi mais uma peça sua, que visivelmente fazia parte importante de alguma jogada, porque ele soltou um xingamento.

Eu segurei o riso.

– Jacob, pra que tudo isso?

Ele passou a mão pelo rosto, antes de voltar a encarar o tabuleiro. Ele encarava com tamanha intensidade que pensei que ia fazer um buraco.

– Shiu, me deixa pensar. Você está me desconcentrando. - resmungou.

Ele moveu o bispo para E5, e eu juro que fiquei com dó, mas tive que rir quando disse:

– Cheque-mate.

Ele entrou em choque. Olhou para o tabuleiro por quinze minutos, tentando entender como havia perdido, enquanto eu não sabia se ria ou se o consolava.

– Jake, é só um jogo. - comentei abraçando-o, ainda rindo.

– Mas agora que você ganhou, eu não posso…- começou. - Argh, deixa prá lá.

Ele me puxou para um beijo enquanto eu ainda ria de sua reação. Ele parecia ter ficado magoadíssimo por ter perdido.

– Ah, e eu tenho que te entregar isso aqui. - ele puxou um papel de dentro do bolso do short, e me entregou.

– Não vai me contar o porque de tudo isso?

– Não precisa, só lê isso aí.

Abri o pedaço de papel onde, escrito com uma caligrafia fina e bonita, estava:

Se você está recebendo isso, é por que Jacob é um incompetente que não serve nem para ganhar uma partida de xadrez, o que me faz pensar no por que de você tê-lo escolhido como ‘namorado’. Ele era o primeiro obstáculo na sua jornada até sua tão desejada carta de motorista, e para chegar até ela, você terá que provar ter capacidade de vencer todos os obstáculos preparados, e só assim saberemos se tem capacidade para dirigir.

O próximo adversário te aguarda na cozinha, junto ao seu café da manhã.

Boa Sorte :)

PS: Cada desafiante tem um prêmio o aguardando caso vencer você. Perguntas sobre esse desejo/prêmio não podem ser feitas antes do fim do desafio.



Acabei de ler ainda meio atordoada. Eu teria que vencer todos os concorrentes, em partidas de xadrez, caso eu quisesse minha carteira de motorista. Ótimo, pelo menos ela alguma coisa que eu sabia fazer, e não, sei lá, baseball… Meu Deus, o que meu pai tinha na cabeça?

Olhei para Jacob que ainda estava meio pra baixo com a perda e lembrei da tal recompensa. Decidi perguntar, já me sentindo meio arrependida de ganhar.

– Jake, o que você ia ganhar caso me vencesse?

– Seu pai ia me deixar te sequestrar por uma semana pra ficar na minha casa.

– Ele ia? - peguntei surpresa. Ele assentiu. - Nossa, ele realmente não quer que eu dirija.

Nós ficamos ali, juntos por mais alguns minutos até eu criar coragem para levantar e ir até o banheiro me lavar para o café. O dia estava frio, então como apenas ia jogar xadrez o tempo todo, nem troquei de roupa. Joguei um moletom por cima do pijama, calcei uma meia e um slipper e sai.

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Jacob estava dormindo tranquilamente na minha cama quando sai do banheiro. Ele parecia exausto. Talvez aquele negocio de ficar pensando tenha esgotado todas suas energias. Eu ri sozinha para a imagem de ele babando no meu travesseiro e eu não tive coragem para acordá-lo.

Eu estava ainda ligeramente confusa pelo fato de Edward dar um “chance” para eu ter minha carta. No dia anterior ele parecia determinado a me barrar de qualquer maneira! Talvez mamãe… Eu ri sozinha. Aquilo parecia ter um dedo dela.

Apesar de estranho, a ideia de conseguir minha carta com minhas conquistas me fez me sentir motivada - desafiada e com o orgulho ferido - á provar ao meu pai que eu podia cuidar de mim mesma. E que era adulta o suficiente para ganhar de uma duzia de vampiros no xadrez!

Não entendi como o xadrez podia definir isso, mas eu aceitei sem reclamar, já que eu era boa naquilo.

Segui para a cozinha, onde Bella já me esperava com um prato de panquecas e um tabuleiro de xadrez em cima da mesa.

– Bom dia mãe. - disse lhe dando um beijo na bochecha e me sentando em seguida.

– Bom dia, querida. - ela sorriu e depois completou - Coma tudo por que hoje o dia vai ser pesado. Você tem uma missão a cumprir.

Concordei e comecei a comer. As panquecas de Bella, assim como as de Edward, eram maravilhosas, o que só no fez atrasar mais meia hora, já que pedi pra Bella fazer mais.

Depois de finalmente ter acabado de devorar as panquecas, arrumei o tabuleiro em cima da mesa e nós começamos a jogar. Pela cara que ela fazia enquanto jogava, demonstrava não ter a mínima ideia do que estava fazendo, mas ainda assim, estava tentando ao máximo, o que mostrava que Edward havia realmente prometido o que ela mais queria.

Parei por um momento para pensar o que ela poderia ter escolhido, mas logo voltei a atenção para o jogo, não podia ficar pensando nisso até a partida acabar. Se bem que estava morrendo de curiosidade.

Jogar com Bella foi um pouco mais fácil do que com Jake, já que ele parecia conhecer as regras, então, depois de meia hora ela estava derrubando seu rei.

– Argh, não acredito. - resmungou.

– O que você havia pedido de tão importante mãe? - perguntei indo em sua direção e me sentando em seu colo. Ela riu.

– Minha antiga caminhonete de volta. - eu ri.

– Mas você não tem um carro?

– Tenho, mas seu pai praticamente arrancou a caminhonete de mim. Então fiquei com o carro.

Ficamos ai por mais um tempo, com ela me contando histórias de sua caminhonete, e de como Edward não a suportava, até que ela me entregou o bilhete.

É, você passou por mais um, e por este tenho que te agradecer, por que não sei como faria para trazer aquela caminhonete velha, dos mortos. O próximo adversário está te esperando na garagem da casa grande. Por essa dica você já dele saber quem é.

Não esqueça, uma partida perdida, e você ficará sem carteira até completar dezoito anos. E não estou falando em aparênca.

Boa sorte.



Ri, mostrei para Bella, e nós duas seguimos para a casa grande, onde logo fui em direção a garagem.

Como eu havia previsto, Rosalie estava mechendo no motor do carro, e a seu lado, jasia uma pequena mesa com um tabuleiro e cima.

– Você demorou. - comentou. - Achei que já tivesse perdido.


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Notas finais do capítulo

OMG! Esse foi bem grande, né? Espero que tenham gostado! Aguardem que o próximo logo mais sai!



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