Who I Really Am? escrita por CarolBeluzzo, Gii


Capítulo 12
Finalmente




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Capitulo 11

Menos de meia hora depois estávamos chegando em Forks.

Escolhemos ir um pouco mais devagar e ir pela cidade, já que era meio óbvio que iríamos pela floresta. Johan poderia ter mandado um dos seus capachos pagos nos aguardar por lá e nos pegar de surpresa quando entravamos na cidade.

Haviamos conseguido roupas novas roubadas de um varal azzarado no meio do caminho e saiamos de dentro da floresta não á muito tempo quando Nahuel teve a brilhante ideia de pegarmos uma carona para tentar escapar de qualquer armadilha que Johan poderia ter pensado.

Conseguimos pegar carona com um gentil senhor - que tinha uma barba longa branca, como de um papei noel ou do Dumbledore, e cheirava a peixe - que iria para Port Angeles, mas que deixou bem especifico que de lá, teríamos que ir a pé.

O que não era especificamente um problema, pois, segundo Nahuel, a cidade era bem ao lado de Forks.

Eu estava nervosa. Bom, nervosa faminta, mas isso não vem ao caso. Não somente por que no caminho em que tivemos que fazer a pé pela beira da estrada, poderíamos ser atacados a qualquer momento, mas também por que eu iría finalmente conhecer aqueles dos quais fui tirada quando criança, e também, rever Jacob. Eu teria que me desculpar pelar coisas rudes que havia dito a ele na última vez em que conversamos. Lembranças muito antigas me lembravam vagamente de mamãe brigando com ele por algum direito sobre mim, e aquilo, era uma coisa que eu teria que entender agora que já tinha idade suficiente.

Pensar naquilo, não sabia porque, me deixava mais nervosa ainda. Pensa no Jacob, eu digo, e sobre conversar com ele. As lembranças daquele momento na varanda da minha casa, onde ele tirava a camisa tão lentamente que me fazia hiperventilar me assaltaram e aquele frio na barriga não saiu mais o resto do caminho, e só aumentava cada passo que eu dava para mais perto do nosso destino final.

Chegamos a um ponto da estrada em que, segundo Nahuel, teríamos que entrar na floresta, querendo ou não, mas seria rápido, e poderíamos ir correndo.

Eu sabia o que aquilo significava. Que estávamos chegando. Senti que minhas mãos tremiam e que eu estava tão nervosa que minha respiração se acelerava cada vez mais.

Nahuel havia sugerido uma pausa, parecia preocupado com as minhas reações, mas não era de uma pausa que eu precisava. Sabia que dali á poucos metros eu encontraria tudo o que eu mais necessitava em toda a minha vida.

Eu comecei a reconhecer as arvores ao redor muito antes de identificar a casa e a clareira em si. A vista da mansão branca enorme no centro de tudo foi a primeira a me saudar, seguida do cheiro e das lembranças

As memórias vieram em minha mente, me fazendo deixar as lágrimas correrem livremente. Um unico pensamento pairava na minha mente naquele momento e eu sabia que estava plenamente feliz e que poderia morrer naquele segundo.

Eu estava em casa.

Nahuel, estava mais perto da casa que eu, andando devagar e olhando para mim sorrindo. Ele olhou para a porta da frente no exato momento em que um borrão passou por ela. E eu juro que meu coração parou naquele instante.

Aquele foi o abraço que mais esperei na minha vida. Parecia que aquele peso que vinha carregando no meu coração, todo aquele tempo longe dela e da minha familia, havia sumido em um unico toque; Toda aquela angustia que ficou aprisionada dentro de mim, mesmo que eu não soubesse, havia se ido. E eu me deixei ficar, me aconchegando cada vez mais no abraço e enterrando meu rosto molhado de lágrimas, me sentindo segura.

– Ness, Oh meu Deus, filha. - disse em meu ouvido enquanto eu soluçava incontrolávelmente.

– Mamãe. - consegui com dificuldade por causa dos soluços, dizer depois de alguns segundos.

Ela me tirou do abraço e, com uma mão em cada lado do meu rosto, me olhou, sorrindo.

Seu rosto não havia mudado nem um traço e eu fiquei tão contente com aquilo. era como se eu nunca tivesse ido embora e que tudo era como antes.

Eu queria ter ficado ali, nos braços de minha mãe para sempre, mas alguns segundos depois, um moço alto, com os cabelos da mesma cor que os meus, apareceu ao seu lado.

Meu coração falhou novamente e uma nova onda de lágrimas veio.

Aquele era Edward Cullen, meu pai.

Ele sorriu e concordou com a cabeça antes de me puxar para um abraço forte. Eu simplesmente não conseguia parar de chorar, não só por estar reencontrando minha família, mas também de alívio, por tudo ter acabado, e por estar em casa, finalmente.

– Você está em casa agora. - ele disse depois de mais alguns segundos. - E ninguém nunca vai te tirar daqui de novo, entendeu?

Abri os olhos e, mesmo com as lágrimas caindo sem parar, consegui sorrir e assentir. Virei a cabeça em direção a porta e o resto da minha família estava parado lá, olhando pra mim com sorriso enormes.

Tio Emmet e tia Rose foram os primeiros á correrem na minha direção e me roubarem dos braços dos meus pais, que me abraçavam ao mesmo tempo. Enquanto tio Emm me levantava no colo, como se eu não pesasse nada - e provavelmente para ele eu não pesava mesmo - tia Rose distribuía beijos por todo o meu rosto. Eu sabia que não sairia dali sem algumas marcas de batom.

– Mostrinha, eu senti tanto á sua falta! - Disse tio Emm, me abraçando mais forte.

– Eu esperei tanto por esse momento! - Disse Rose forçando Emmet me colocar no chão para poder me abraçar melhor. - Olha como você está grande!

– Acho que vamos precisar ir ao shopping reformular todo o seu guarda-roupas, não pensei que tinha crescido tanto - Comentou tia Alice com um olhar pensativo enquanto chegava perto de nós.

Logo ela me deu um abraço, seguido do tio Jazz que tinha um sorriso lindo no rosto e me abraçou tão forte quanto a tia Alice. Ele tinha um misto de alivio e felicidade nos olhos.

– Ness, sentimos tanto sua falta! - disse ele sorrindo - Principalmente eu, diga se de passagem.

– Principalmente você? - berrou Emmet - Todos temos que concordar que eu senti mais a falta dela!!

– Garotos, sem brigas! - a voz da vovó Esme chegou antes de eu sentir seus braços me circulando. Ela disse baixinho no meu ouvido - Até porque sabemos que não foi nenhum dos dois, não é Nessie?

– EI! Eu ouvi isso! - Emmet gritou e todos riram. Meu coração parecia que ia sair pulando pelo meio do gramado de tanta felicidade.

Vovô Carlisle estava um pouco mais atrás, como quem esperava a sua deixa. Parecia tão feliz de ver todos ali reunidos, rindo. Eu imagiava que se para mim tinha sido tão ruim, imagina para todos eles.

Eu deixei aqueles pensamentos para depois, não pensando duas vezes antes de correr na direção dele e o abraçar.

– Vovô!! - Eu já estava chorando de novo, molhando sua blusa cinza.

– Renesmee! - Ele me abraçou forte - Você não sabe a saudade que eu estava de ouvir isso.

Eu senti que se todos ali pudessem chorar naquele segundo, teriam o feito. Aquilo que meu vô disse era o que todos queriam dizer. Que estavam todos eles com saudades de tudo aquilo.

Então todos me abraçaram de uma só vez e aquele foi o melhor abraço que já existiu em todo o mundo. Naquele momento, eu me sentia invensível e não tinha mais nenhum receio. Eu me sentia feliz.

Passadas rápidas e pesadas foram ouvidas de longe, junto com uivos. Era como se uma manada de elefantes estivesse vindo toda na nossa direção.

Mamãe e Papai me deram mais um abraço longo, sussurando em meus ouvidos que me amavam quando eles chegaram. Não estavam todos, mas era grande parte.

Quil, Embry, Leah, Seth e… Ninguém?

Assim que chegaram eu pude sentir aquele clima tão conhecido de quando eu ia para La Push com o Jake e passava nas tarde na casa da Emily, junto com a Claire. Era uma algazarra misturada com brincadeiras e amor. Leah era a mais diferente de todos, com os cabelos curtos em um corte bonito, que parecia a deixar mais bonita. Ela parecia bem mais feliz, até mesmo me pegou num abraço tira-ar junto com Seth, enquanto Embry e Quil se envolviam em uma pequena disputa de quem bagunçava mais meus cabelos, os esfregando como se eu fosse um cachorrinho.

O que se seguiu foi um decorrer de fatos que não poderia ser diferente. Lobos e vampiros pareciam uma só familia quando Esme falou que faria um jantar super especial para comemorar a minha volta.

No mesmo segundo Alice me agarrou, me levando para dentro de casa, dizendo que eu não poderia participar do jantar sem uma roupa melhor, trazendo junto com ela mamãe e Rosalie.

Nós já estavamos quase dentro de casa, quando tia Rose chamou por Leah. Eu só havia reparado agora as roupas que ela vestia e aquilo me deixou ligeramente surpresa. Eu lembrava sobre algo de brigas entre elas.

– Já estou indo! - Leah disse, se virando de volta para Nahuel, que sorria para ela. Eles disseram mais alguma coisa antes de se beijarem. Esperai, se beijarem?!? Eles se beijaram?!?

A lembrança de Nahuel colocando a minha camiseta preecheu a minha cabeça e eu ruborisei. Não acredito que eu tinha pensado em algo desse tipo… Ele estava com Leah!

Porque ele não me contou?

Alice não me deu tempo para pensar mais nada, apenas me arrastou para um dos quartos que antigamente eu mais utilizava da casa e me fez passar pela maior produção improvisada de todos os tempos. Nenhuma delas deixou algum tempo para eu pensar. Rose parecia empenhada em me manter informada de tudo que eu havia perdido, enquanto Leah fazia comentários aleatórios e brincadeiras que descontraiam a conversa quando Rose chegava em alguma parte mais séria.

Pelo que havia entendido, desde que descobriram que os Volturis haviam me sequestrado, haviam movido mundos de vampiros para tentar detê-los de pouco em pouco, derrubando um por um, enquanto entravam em uma procura louca por mim.

– Até na Groelândia nós fomos! - Disse Leah, rindo - Sério, se quiser manter seu traseiro quente, não vá até lá. Não importe que você seja um lobo, você vai acabar congelado.

– Ou um vampiro - Acrescentou Bella

Eu ri, fazendo Alice me encarar brava.

– Nada de se mexer mocinha! Quer que eu borre sua maquiagem? E o que vocês estão fazendo paradas? Rosalie, pegue aquele meu perfume especial em cima da pia do meu banheiro, você sabe qual é. Bella, veja se Esme precisa de ajuda, e Leah…

– Ei baixinha, não pode mandar em mim! - Leah mostrou a lingua para ela, como uma criança.

– Então seja útil e peça para Nahuel encontrar Jacob. Ele já deveria ter voltado.

Imediatamente eu fiquei alerta, girando em direção da voz da Alice, que estava em minhas costas.

– Voltado? Voltado de onde?

Alice tratou de me acalmar, eu comecei a hiperventilar novamente e minhas mãos tremerem.

– Eu pedi para ele fazer um favor para mim lá em Port Angeles. Logo, logo ele está ai, se acalme.

Aquilo não me acalmou. O nome Jacob me despertou um nervosismo que foi coberto por todo aquele falatório, abraços e choro, mas ainda sim estava ali o tempo inteiro. Eu não conseguiria o esconder mais depois daquilo. Nahuel ia buscá-lo, o que significava que logo ele estaria aqui… Ele e aqueles seus dois metros de puro músculo que eu conhecia parcialmente bem depois de uma certa cena…

– Sério, eu preciso ter uma conversa com ele, Bella! - Eu ouvi meu pai falando lá de fora, interrompendo meus pensamentos

– Edward, dá para parar? - Mamãe suspirou e eu o ouvi bufar. Ela aumentou o tom de voz um pouco mais antes de continuar - Alice, peça para Renesmee controlar seus pensamentos um pouco? Está impossível aqui embaixo.

Imediatamente eu fiquei vermelha. Alice não precisaria mais passar blush em mim. Eu ficaria com vergonha o resto da minha vida. Meu pai tinha escutado cada pensamento que eu tive desde que cheguei aqui e aquilo não era uma coisa que eu podia ter esquecido tão fácil assim.

Leah deu uma gargalhada antes de sair do quarto para ir atrás de Nahuel e eu lembrei dos outros pensamentos que tive antes daquele do Jacob, sobre o Nahuel.

Meu Deus, como eu fui burra o suficiente para esquecer do detalhe que meu pai pode ler cada coisinha que eu penso?!? Que ele está lendo isso nesse exato segundo?!

Desculpa pai!

O céu ia escurecendo e o barulho no andar de baixo só aumentava. Percebi que La Push toda estava lá quando notei que havia cheiro de lobo um pouco mais acentuado do que o normal. Eu fiquei procurando, de algum jeito, o cheiro de Jacob no meio de tudo aquilo.

Alice não deixou eu me ver no espelho até que eu estivesse completamente pronta. Quando me posto na frente do espelho do seu quarto, que ocupava quase a parede toda, eu fiquei deslumbrada. Fazia tempos que eu não me via tão linda.

Eu estava muito mais magra do que eu me lembrava, mas ela parecia ter disfarçado aquilo bem, eu não soube como. Eu usava um vestido rosa nude com um cinto preto bem simples, mas que me deixara muito mais bonita do que nos ultimos dias.

Só depois notei que todas já estavam prontas, inclusive Leah, que havia saido aquela hora e só voltara um pouco antes de eu ser levada para o quarto da Alice. Ela parecia ter planejado tudo aquilo com antecedencia, apesar de ter dito mais cedo que teríamos que fazer compras por conta do meu crescimento.

Será que ela havia mandado Jacob para tão longe de propósito? Será que ele não sabia que eu estava aqui?

Alice não seria capaz de tal crueldade. Ou seria? Eu olhei de esgueira para ela.

Um cheiro delicioso de comida me atingiu em cheio, fazendo meu estomago roncar alto. Todas as garotas riram.

– O que foi? Também sou humana, ok? - Reclamei, cruzando os braços e fazendo biquinho enquanto elas continuávam a rir. Meu estômago tinha razão de estar daquele jeito, afinal, eu não fazia uma refeição decente a dias.

Alguns minutos depois, Alice começou a me puxar em direção a porta, enquanto Bella, Rose e Leah nos seguiam.

Se me perguntassem mais tarde, como eu descreveria aquele momento, eu não teria duvidas que a frase perfeita seria o melhor momento da minha vida.

No momento que coloquei os pés para fora de casa, havia uma decoração digna de filme que fez eu ficar parada na soleira, enquanto todas elas iam saindo, sorrindo da minha cara de boba. Havia luzes pequenas penduradas por todos os lados e mesas dispostas de modo que ficassem todos perto o suficiente para conversar sem se esbarrarem.

Havia uma mesa disposta num canto, onde estava tão abarrotada de comida. Tão colorida que me deixou hipnotizada imediatamente, mas que eu não pude aproveitar já que um bandinho de lobos pulou em cima de mim, me abraçando e falando ao mesmo tempo.

Emily foi que me salvou, me puxando do meio da algazarra e me dando um abraço tão forte que quase me fez cair, sem equilibrio.

– Nós sentimos tanta falta sua, Ness! Eu posso dizer isso por todos eles. Você não sabe o que sua volta significa para todos nós - Ela disse sorrindo e eu já estava com vontade de chorar de novo.

Alice me mataria, mas não consegui me controlar. Uma lágrima escorreu pela minha bochecha, que logo Emily limpou.

– E-eu estou muito, muito feliz de estar de volta Emy. Senti tanta falta de tudo isso.

Ela sorriu para mim, amavelmente, me dando outro abraço.

– Ei, você deve estar doida de fome… Porque não pega um pedaço do bolo de Sue? Eu não deixei que os meninos chegassem perto daquela mesa até que você experimentasse pelo menos um pouco de cada coisa!

Eu ri.

– Não duvido que eu coma mesmo. Talvez hoje eu faça juz ao apelido “Monstrinha”

Emily riu, me pegando pela mão.

A festa transcorreu rapidamente, com musicas animadas e todos conversando alegremente. Eu não tinha sossego em momento algum, sempre com alguém ao meu lado conversando ou me abraçando. Eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida.

Eu havia conseguido escapar de uma conversa constrangedora sobre namorados - onde Embry, Collin e Brad pareciam querer tentar arrancar algum podre inesistente para usar contra mim - com a desculpa de que queria pegar mais bolo, mas só quando parei na frente da mesa foi que notei que já estava cheia demais para qualquer outra coisa.

Aquilo me fez lembrar das tardes na casa dos meus antigos pais, onde mamãe fazia o seu bolo especial de chocolate e praticamente me obrigava a come-lo quase que inteiro.

Mamãe… Eu tinha que parar de pensar daquele jeito, mas era tão estranho. Ela nunca foi a minha mãe, mas mesmo assim, eu não podia controlar aquela tristeza que vinha toda vez que pensava nela e em Connor.

Eu suspirei triste, mexendo em um pedaço de bolo que havia acabado de colocar no prato.

– Se você ficar fazendo essa cara feia pro bolo ele vai acabar azedando - Ele sussurrou no meu ouvido e eu me arrepiei inteira.

Meu coração imediatamente disparou e eu me virei, dando de cara com Jacob Black, dentro de uma calça Jeans rasgada e uma camisa xadrez. Eu quase desmaiei enquanto perdia o ar por alguns segundos.

– J-Jake! - Eu gaguejei, pulando em seus braços e ele gargalhou, me levantando no ar e girando!

– Feliz em me ver? - Ele me colocou no chão rindo, mas sem tirar os braços ao meu redor - Depois da ultima vez, eu pensei que a primeira coisa que faria quando me visse de novo era tentar me matar!

– Ahh! - Eu fechei o sorriso imediatamente - Sobre isso, eu acho que devo um pedido de desculpas…

Ele me olhou sério por alguns instantes.

– Apenas um? Eu fiquei muito magoado, não acho que só um baste.

Eu quis bater nele por tentar brincar com algo tão sério, mas eu entrei na brincadeira:

– Talvez possamos negociar isso.

Ele sorriu de lado e estendeu a mão para mim.

– Que tal uma volta? Isso seria um bom pedido de desculpas… E também ótimo meio de dispensar a platéia ali de trás.

Imediatamente eu ruborizei. Eu não sabia porque, mas desde que ele chegou eu simplesmente esqueci de todo o resto. Só havia percebido agora que todos estavam em silencio, olhando para nós dois e fazendo brincadeirinhas á respeito. Como eu não havia notado Tio Emm gritando para “O pulguento ficar longe da minha menininha”?!

Eu tentei voltar á ignorar todos eles.

– Juntar o útil ao agradável? - perguntei baixinho

Ele sorriu largo, já me puxando pela mão quando um pigarro alto nos interrompeu. No mesmo segundo Edward estava na frente de nós dois, com uma cara não lá muito amigavel. Jacob ergueu as sobrancelhas e papai pareceu mais bravo ainda.

– Tudo bem, não antes da aprovação do seu pai… - Jacob suspirou, como se estivesse rendido e papai pareceu acreditar nele por um segundo. Para falar a verdade, até eu acreditei nele, até o momento que ele me puxou para cima das costas dele me fazendo gritar de surpresa, e correr na direção ao contrária gritando:

– ME DEEM COBERTURA!

Então, todos levantaram ao mesmo tempo, falando, soltando gritos-de-guerra e indo na direção de papai, enquanto desviávamos agilmente daquela festa e entravamos floresta adentro.

– VOCÊ TEM VINTE MINUTOS, CACHORRO, OU EU MESMA TE CAÇO! - Gritou tia Rose antes de ficarmos longe o suficiente para abafar qualquer som. Tudo o que se era possível ouvir era nossas risadas, o som dos passos dele e o som que fazia quando meu corpo batia contra suas costas.

– Pra onde vamos? - Perguntei quando notei que não tinha ideia de onde estavámos.

Ele foi parando de correr, até que finalmente me desceu das suas costas. Ele sorriu para mim antes de fazer um gesto como quem não quer com nada.

– Para nenhum lugar muito especial… - E como para se contradizer, puxou minha mão levemente para entrar numa clareira não muito grande, cheia de flores.

Eu caminhei até o meio da clareira, sentindo o cheiro delicioso que emanava mais forte, cada vez que o vento batia. Eu não havia notado que a lua havia aparecido e nos inuminava.

– Seu pai que descobriu, mas foi Alice que deu a dica. Acredite, tive que ir para Port Angeles para descobrir isso - Ele resmungou - Ela podia só ter me contado.

Eu dei risada da cara que ele fez. Ele se aproximou de mim.

– Então você acha graça de eu me ferrar, em mocinha? - Ele passou os braços novamente ao meu redor, me deixando tensa.

Eu tentei pensar em algo um pouco menos constrangedor para dizer.

– Eu não acho nada. - Tentei esconder o sorriso. - Apenas acho que Alice é sempre tão…

Ele olhou nos fundos dos meus olhos, como se enchergasse minha alma, e eu me perdi no que eu iria dizer. Eu podia sentir todos os musculos do seu corpo grudados em mim e seu calor passando o tecido de sua camisa e emanando em minha pele.

– Tão? - Sua voz saiu mais rouca que o normal e eu não aguentei mais.

– Deixa quieto - Eu falei antes de me jogar em seus braços e finalmente selar nossos lábios.

Seus braços se apertaram ao meu redor e eu senti que estava literalmente no ar. O beijo se aprofundou com uma facilidade tão conhecida, com uma docura tão aclamada que fez minha alma se derreter e eu simplesmente não querer nunca mais parar de beija-lo.

Aquele era o meu primeiro beijo, e eu sentia que seria o melhor de toda a minha vida.

Os meus pulmões gritavam por ar, mas eu os ignorei por um instantes a mais, aproveitando ao máximo aquela sensação quente, que tomava aos pouco todo o meu corpo e me fazia apenas ir mais fundo naquilo.

Foi Jacob que quebrou o beijo, deixando os meus pulmões agradecidos. Ele, apesar da pele morena, aprecia um pouco avermelhado. Seus olhos brilhavam como se ele tivesse realizado o sonho de toda a sua vida.

Só notei que lágrimas caiam dos meus olhos quando ele as enchugou com o polegar e escondeu-me na curva de seu pescoço quente.

– Eu sei que é cedo Ness, mas eu te amo tanto. Eu esperei tanto por isso. Você não tem ideia de quanto eu estou feliz, se isso não me matasse, provavelmente eu explodiria de felicidade nesse exato segundo. Ei, por favor não chore…

Mas eu não chorava de tristeza, então eu me permiti deixar as lágrimas cairem enquanto me dava conta que não queria nunca mais ficar longe dele.

Seus braços se apertaram ao meu redor um pouco mais forte quando eu, escondida em seu peito, com algumas lágrimas caindo dizia baixinho.

– Eu também te amo, Jake. Obrigada pelo melhor primeiro beijo.

E aquilo era uma certeza que eu tinha desde o dia que o vi no ponto de ônibus enquanto voltava da escola.


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