Entre Amigos escrita por Fleur dHiver


Capítulo 8
Entre a Perdição e a Fragilidade


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal
Desculpa pela demora excessiva em postar um cap novo, eu tive bastante duvidas sobre o que por nesse capítulo, a principio tinha cogitado trabalhar com o passado, como se desenvolveu a relação entre Sakura e eles, mas acabou que tudo mudou de repente. Espero que gostem.
Agora devo me organizar, comprei meu note que chega daqui há 15 dias, o que eu espero que facilite minha vida, afinal vou poder escrever em qualquer canto.
Bem, agradeço a todos que comentam, acompanham e favoritam a história.
Uma boa leitura.



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O cheiro de amônia, a correria, as paredes brancas. Aquele lugar gerava uma tranquilidade imediata em Sakura. Nenhum remédio, nem bebida, nem chocolate era tão eficiente quanto o seu local de trabalho. Era só cruzar as portas do Hospital e todo o resto ganhava uma proporção bem menor, seus problemas se tornavam coadjuvantes insignificantes quase figurantes perante as vidas que ela salvava.

Não havia Naruto, não havia Sasuke, não havia Hinata ou qualquer outra pessoa que sofria com as suas decisões. Não tinha emoção, apenas a razão e o dever. Sua meta era salvar vidas e definitivamente ela tinha nascido para isso.

Não deveria estar ali, naquele dia em especial ela pegaria o turno da noite, mas após o quase encontro com o Hinata e a sua conturbada conversa com Kakashi achou melhor ir para o trabalho mais cedo e se ocupar, amanhã resolveria os problemas da sua vida pessoal, hoje iria abstrair toda essa carga negativa de problemas e focar no seu trabalho.

Entusiasmada pegou uma das pranchetas na recepção e foi em busca do quarto de seu primeiro paciente. Sakura analisava com atenção os dados ali inseridos sem nem ao menos notar o que ocorria logo à frente. Quando ia virar o corredor estacou ao ouvir o seu nome. Nunca foi de o seu feitio ouvir a conversa alheia, mas falavam dela e por alguma razão decidiu que ouvir o que era não teria problema algum.

Escorou a parede branca e não demorou em descobrir a quem aquela voz pertencia, essa questão apenas a instigou ainda mais, principalmente porque podia identificar aquele tom agudo e embolado que ela usava, a garota chorava.

— Shizune, por favor. — Se desesperava a garota, aos prantos sendo amparada pela preocupada medica-nin. — Não me force a voltar lá.

— Mas Haruka, o que pode ter ocorrido de tão abominável? — Perguntou a morena tentando consolar a mais jovem. — Sakura ia todos os dias sem reclamar. Ele não pode ser tão cruel assim com você.

— Ele pode sim! Ele é! — Haruka chorava violentamente, agarrando-se as mãos da pobre Shizune. — Ele não me deseja lá, quer ela de volta, eu posso sentir. — A mais velha maneou a cabeça, como aquela história era confusa. — Acha que é por minha causa que ela não vai e é cruel comigo. Quando me olha eu tenho a impressão de que ele deseja me matar, é horrível.

— Querida, ele é uma pessoa difícil, eu entendo, mas você pode estar dramatizando a história. — Acariciou as costas da menina, levando-a até um banco próximo a onde estavam paradas. — As meninas costumam fantasiar demais com o Uchiha e geralmente a personalidade que idealizam para ele é diferente da real. Isso pode ser um choque, mas não é o fim do mundo.

— Não é isso! Por favor, Shizune. — Haruka voltou a agarrar as mãos da medica, em uma suplica. — Você tem que resolver isso. Como chefe do Hospital mande outra pessoa cuidar de Uchiha Sasuke. Qualquer um, um homem quem sabe, menos eu. Eu te imploro.

— Calma, Haruka, vamos tentar resolver essa situação. Mas por que Sakura lhe pediu algo do tipo? — A complacente Shizune tentava acalmar os ânimos da garota, soltando-se mais uma vez do agarre da menina e oferecendo-lhe um copo de água.

— Eu não sei, ela não me disse. Mas eu acho que eles brigaram.

— Por que acha isso? — A morena ficou intrigada, não sabia de algo entre a Haruno e o Uchiha.

— No dia em que ela me fez o pedido, ele esperava por ela e fechou a porta na minha cara. — O tom da garota era ansioso e temeroso fitava o corredor com medo que a rosada aparecesse e não gostasse de vê-la falando sobre sua vida. — Mas ontem quando eu cheguei a casa, ele me deixou entrar. E eu pude ver que tinha uma louça no chão como se uma briga tivesse ocorrido depois do jantar. Talvez eles tenham se desentendido e brigado feio e ele está descontando em mim. — Seu tom voltou a ficar choroso e Shizune suspirou, não aguentaria aquilo por muito tempo.

— Por que você não procura a Sakura então? Busque uma explicação

— Não, não posso. — E então a loira voltou a se desesperar. — Ela não me forçou a nada. Simplesmente disse que não podia mais tomar conta do caso dele e me ofereceu. Eu fui burra em aceitar, achei que seria simples e rápido. Sakura nunca pareceu irritada como você mesma disse e agora eu não sei mais o que fazer. — E então voltou a chorar, Shizune a puxou pelos ombros, erguendo o corpo frágil.

— Vamos para minha sala, meu bem. Vamos tentar resolver essa situação.

A Haruno manteve-se o tempo todo no corredor transversal. Apenas ouvindo o dialogo que transcorria logo à frente. A raiva e a descrença aumentavam a cada palavra que seus ouvidos captavam. Chegou ao ponto de quase quebrar a prancheta de ferro em suas mãos.

Por que ele tinha que ser assim? Por que tinha que fazer essas coisas? Por que Sasuke não podia ser mais brando? Atormentará alguém que não tinha nada a ver com toda aquela confusão. A culpa era toda dele, mesmo repetindo isso diversas vezes em sua cabeça a rosada ainda se remoia de culpa por ter enfiado a pobre Haruka nessa situação. Mesmo sem querer a conversa com o copy–ninja voltou a sua cabeça. Kakashi estava certo, ela sofria e ainda criava sofrimento para as pessoas que nada tinham a ver com toda essa sua situação.

Sasuke estava de parabéns além de fazer toda a sua vida virar uma confusão ele ainda tinha conseguindo profanar o seu lugar de paz e serenidade, com essa sua maldita presença constante em todos os aspectos de sua vida. A Haruno respirou fundo, não deixaria mais que ele continuasse com essa atitude mesquinha. Voltou em direção a entrada do prédio, faria uma visita aquele maldito.

(...)

Durante todo o trajeto Sakura praticamente bufava de tanta raiva, por mais que tentasse manter a calma, se controlar era quase impossível. A vontade que tinha era de acumular todo o seu chakra no punho e soca-lo com tanta força que não apenas quebraria seus ossos, mas faria com que eles virassem pó. Que tipo de pessoa poderia se comportar daquela forma com alguém que nada tinha a ver com seus problemas?

O pior de tudo que é que ela tinha prometido a si mesma que sua próxima conversa com o moreno seria calma e serena e de forma alguma ela perderia o controle. Mas como poderia fazer isso? Não dava. Ele às vezes conseguia ser mais irritante que o Naruto em um dos seus acessos de infantilidade.

Quando cruzou os portões do Distrito Uchiha respirou fundo contou até cem e voltou a caminhar, mas a cada passo, tudo pesava dentro dela. Não eram apenas os maus tratos a pobre a Haruka, eram os que ela também sofria. Era a natureza dele, era o que ele havia se tornado. Queria soca-lo e arrancar de dentro dele aquele antigo Sasuke, quieto, sisudo, mas não cruel não desumano.

Ao parar em frente à porta de mogno escuro chegou a fechar o punho e ergue-lo para bater na madeira bem puída, mas desistiu e quando viu já estava invadindo a residência principal daquele lugar sem se importar.

— O que você estava pensando quando resolveu maltratar a menina que eu chamei para cuidar de você? — Sakura entrou com uma velocidade aterradora, espantando o jovem Uchiha que estava sossegado tomando o seu chá na mesa de jantar.

— Não maltratei essa garota. — Apesar da surpresa não se manifestou continuou na mesma posição, puxando o pergaminho que estava estendido na mesa para analisa-lo com atenção sem se importar com a Haruno.

— Não? — Sakura deu um passo na direção dele, irritando-se ainda mais com o desinteresse aparente. — Ela está aos prantos no Hospital, por sua causa. — Gritou a ultima parte de sua frase, fazendo com que ele voltasse a fita-la.

— Eu não fiz nada, Sakura. — Fechou o pergaminho terminando de tomar sua bebida quente. — Pergunte a ela, se alguma vez a toquei.

— E precisa? — Esbravejou a Haruno. — Você provavelmente foi um estúpido com ela como é com todos. Ela estava aqui há meu pedido! Para o seu tratamento não ser afetado. Você não poderia ser pelo menos agradável? Ou tentar ser?

— Ela não precisa mais vir. — Levantou recolhendo sua louça e levando para a cozinha. — Não vou mais continuar o tratamento. — Sakura entreabriu os lábios e por alguns segundos nada foi dito, a raiva se esvaindo pela surpresa.

— O que? — Fitava o chão, perplexa demais com o que tinha acabado de ouvir. Seu tom tinha saído baixo, se o Uchiha não tivesse retornado a sala não a teria ouvido.

— Está tendo algum problema de audição? — Sakura levantou a cabeça para fita-lo, impassível como sempre. — Não vou continuar a me tratar. Já consigo enxergar sem problema algum. — Deu de ombros sem se importar muito com aquela situação, a Haruno respirou fundo.

— Sasuke, seu tratamento ainda não acabou. Assim que você voltar a usar seu sharingan com frequência às dores e a visão voltará a ficar comprometida. — O descaso dele estava voltando a enerva-la, ainda mais levando em consideração todo o tempo, todo cansativo processo que eles tiveram para ele melhorar, todo o seu trabalho estar sendo tratado daquela forma tão esdrúxula.

— Resolverei com a própria Tsunade se voltar a me incomodar. — A garota arfou, não foi todo o trabalho duro da equipe médica que ele estava fazendo pouco caso, era dela. Exclusivamente do trabalho dela. — De qualquer forma, isso não é problema seu. Não é mais minha médica. — Sakura sentiu todo o seu corpo se retesando, fechou o punho com força se contendo para não soca-lo, para não acabar com ele. — O que? — Deu uma risada abafada. — Eu te ofendi dizendo a verdade?

— Você é um babaca. — Sua voz saiu contida e arrastada, deu um passo para trás o melhor seria sair dali antes que fizesse uma besteira. — Não sei por que eu estou aqui perdendo meu tempo com você.

— Pois é, nem eu sei. — Sakura começou a caminhar em direção ao hall da mansão. — A não ser que tudo isso não tenha passado de uma desculpa e você veio aqui só porque não consegue ficar longe de mim. — A Haruno parou e se virou, fitando as feições sérias do moreno e do nada a garota começou a rir, segurando a barriga. Não apenas sorria, gargalhava com vontade.

— Por favor. É impossível sentir a falta de uma pessoa como você.

— Eu imagino, além do que você tem o competente Naruto para sacia-la. — As risadas pararam e a rosada voltou a ficar tensa.

— Não fale do Naruto.

— Estou dentro da minha casa, eu falo de quem eu quiser. — Mantiveram o contato visual por um tempo até Sakura voltar a se virar. — Ainda não rolou nada, não é mesmo? Ele ainda continua com aquela babaquice de amor. — Sakura olhou para o teto, fechando os olhos com força logo em seguida.

— Você não sabe nada sobre ele, ou sobre o que ele pensa, então não julgue a forma como ele quer levar as coisas. — Virou-se em direção ao moreno, odiava quando ele ridicularizava as ações de Naruto bem a sua frente. Sasuke começou a caminhar bem devagar em direção a rosada.

— É mesmo, não penso como ele, nunca pensaria. Porque se eu estivesse em seu lugar, você já seria minha há muito tempo. Mas é o Naruto não pode se esperar muito dele. — O sorriso de lado brincava em seu rosto, havia parado bem em frente à garota.

— Cala a boca! — Ergueu o punho fechado pronto para desferir um soco em Sasuke, mas ele foi mais ágil e agarrou sua mão fechada, puxando seu corpo de encontro ao dele.

— Você me quer, porque resiste? — Seus rostos estavam perigosamente próximos, podia sentir a respiração dele, o cheio de limão do chá que ele tinha tomado agora pouco. O ar de seus pulmões se esvaiu assim que seus lábios se encontraram com os dele. Estava sendo fraca, sabia disso, mas a mão de Sasuke em sua cintura apertando seu corpo contra o dele a mantinha presa naquela deliciosa confusão, no entanto seu peito ainda pesava principalmente ao ouvir a frase que ele disse, daria tudo, faria tudo para não ouvi-la. Não era aquilo que esperava, Sasuke nunca dizia o que ela realmente esperava:

— Eu também quero você.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? O que será que a Sakura realmente queria ouvir? Narutinho, meu pobre, alguém tinha dito que assim que viu a Sakura aceitar o Naruto soube qual seria o futuro dele. HSUAHSUAHSUASHAU Maléfica, mas agora tenho que concordar. éa/
Bem, pessoal com relação aos comentários gostaria que todos soubessem que eu aprecio muito o carinho e a dedicação de cada um que comenta. As vezes eu posso demorar a responder, mas não é descaso, é a vida corrida que eu ando tempo, não quero responder de forma vaga e sem a devida atenção que cada um merece, por isso espero contar com a consideração de vocês e desculpas sinceras se alguém já se sentiu posto de lado por mim
Comentem e até breve;*