Entre Amigos escrita por Fleur dHiver


Capítulo 1
Entre a Doçura e a Tentação


Notas iniciais do capítulo

Primeiro eu vou dizer que, meninas não surtem, vocês vão começar a ler e vão querer parar e tudo mais. Mas eu garanto que vale a pena chegar ao final do capitulo. E só uma dica para apaziguar os ânimos, caso alguém se exalte eu sou fã de Sasuke e Sakura. ;x



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Os hachis foram largados sobre a mesa. Sakura parava pela enésima vez de comer, e voltava a rir de outra piada do ninja mais hiperativo de Konoha. Secou o canto dos olhos, comer com Naruto era sempre algo delicioso a se fazer, ela nunca se cansava desse programa. Não importava o quão difícil seu dia tenha sido, ele sempre a ajudava, com essas refeições animadas e escandalosas, que divertia tanto a ela quando as pessoas em volta.

— Sabe, Sakura-chan... — Naruto hesitou e isso foi o suficiente para chamar a atenção de sua amiga, Naruto nunca hesitava. — Amanhã... vai fazer um ano que... bem, que tudo começou. — Os dedos longos e fortes do rapaz pegaram a mão frágil e suave dela e então ele sorriu. — Quero fazer algo especial.

Sakura não sabia exatamente – não se recordava mais – em que momento a amizade deles havia tomado outro rumo. Quando foi que passou a ser normal ter esse tipo de toque vindo de Naruto?

Há um ano ela permitiu-se ser beijada por ele, ainda lembrava como tinha sido e onde, mas os toques suaves, os olhares trocados começaram antes, muito antes. Entre a volta do Sasuke e o primeiro beijo algo aconteceu que a fez permitir que aquilo acontecesse que aquilo progredisse. Não que ela não tenha cogitado pôr um fim nisso, ela pensou bastante, sabia que o que estava em jogo era a amizade mais pura e verdadeira que ela já teve em toda a sua vida, se isso que eles tinham não desse certo, estaria tudo arruinado.

No entanto todas as vezes em que ela pensava em terminar isso, que nem ela sabia nominar, se deparava com a mesma coisa que a fazia fraquejar, que não permitia que pusesse um fim: o olhar de Naruto. O mesmo olhar que ele fazia agora. Sempre que ela mirava dentro daqueles brilhantes olhos azuis, algo dentro dela se aquecia e ela sentia que era todo o universo de alguém.

O olhar dele era tão acolhedor e aconchegante que ela se sentia em paz apenas o fitando. Esse olhar acompanhado do seu sorriso sempre tão sincero e vivaz dava um animo a mais a Sakura. E às vezes, em alguns momentos muito difíceis e complicados de sua vida foram aquelas duas coisas que a fizeram não desistir.

— Claro, Naruto. O que quer fazer? — Naruto sentiu suas bochechas arderem como nunca.

— Bem, eu queria passar o dia todo com você, Sakura-chan... Ma-Mas... Hehe! — Em todos os seus anos de vida não conseguia se lembrar de um dia se quer que tenha sentido tanto nervosismo quanto sentia agora. — ...A noite também. — Sakura quase cuspiu todo o macarrão na cara de Naruto. — Claro, se você quiser... — Não podia pressiona-la, nem mesmo força-la. Na verdade, ele próprio se sentia desconfortável com toda essa situação.

Naruto desejava que as coisas acontecessem ao seu tempo, à primeira vez deles deveria ser especial, deveria ser mais que especial, deveria ser única. Tinha certeza que não existia uma palavra certa para descrever como tudo tinha que acontecer, mas só poderia ocorrer quando os dois estivessem certos de seu amor. E era exatamente por isso que se sentia tão desconfortável. Porém momentos desesperados pedem medidas desesperadoras.

Eles já estavam tendo essa coisa que ninguém entendia faz tempo, muito tempo. Um ano, como ele a lembrará. Durante esse meio tempo ele já tinha - inúmeras vezes - pedido a Haruno em namoro e ela sempre dizia que não estava pronta para embarcar em uma relação. A última vez que isso ocorreu tem seis meses. Depois do pedido e da negativa, ela ficou estranha, começou a fazer algumas investidas inesperadas, a provoca-lo, instiga-lo a toca-la. Até que quase aconteceu, mas no último instante, tanto ele, quanto ela “despertaram” e se sentiram extremamente constrangidos. Naruto se sentiu muito culpado depois. “Estava tudo errado, não deveria ser assim”. — Pensou na época.

Mas Sakura parecia que estava carregando toda a culpa do mundo. E isso intrigava, pois quem deliberadamente tinha dado início a situação foi ela e sem arrependimentos – na época –. No entanto depois disso o evitou ao máximo, desviava na rua, voltava para casa, fazia plantões extras, uma vez até mesmo mudou a cor do cabelo para passar despercebida no mercado.

No começo ele tentou falar com a médica-nin, depois decidiu que ela precisava de seu espaço e tempo, resolveu esperar. Porém essas loucuras da Haruno o magoavam mesmo que não demonstrasse.

Uma bela noite ela apareceu na porta do apartamento dele, tão tensa e nervosa como Naruto nunca tinha visto. Sem rodeios Sakura soltou a maior bomba que poderia sobre seus ombros, muito pior do que se ela surgisse e terminasse tudo.

E desde aquela fatídica noite a vida do ninja hiperativo número um de Konoha tinha virado um inferno. Cheio de incertezas, ele tomou para si, como meta pessoal, a ideia de namorar Haruno Sakura e ninguém, ninguém mesmo o impediria disso. Dessa vez ele não a pediria só por pedir, iria ver nos olhos dela que já não aguentava mais viver sem a presença – sempre marcante – dele.

No entanto cinco meses tinham se passado, cá estavam eles, e nada, absolutamente nada tinha mudado. Por essa única e exclusiva razão ele tinha decidido que não dava mais para manter os planos iniciais. Usaria todo o seu poder de sedução para tê-la para si. Ele estava certo que conseguiria.

— Hmm... Naruto... isso... isso não é um tanto... inesperado? — Sakura não sabia exatamente o que dizer. Voltar a esse assunto depois de tanto tempo era constrangedor e, por Deus, o tio do lamen estava ouvindo toda a conversa deles. Naruto precisava, urgentemente, aprender a falar baixo. — Achei que o plano fosse esperar e...

— Não, não Sakura-chan. — Foi cortada, o Uzumaki sorria com ternura, as bochechas bronzeadas coradas. — Acho que nós dois já esperamos demais. Você não concorda comigo?

A única coisa que ela fez foi sorrir e menear a cabeça positivamente, enquanto sua mente girava. O resto do jantar passou como um borrão para ela, desde que ele comunicou o que fariam de especial não conseguia mais comer, nem falar, não que isso fizesse alguma diferença. Naruto comia e falava pelos dois.

Mas Sakura decidiu que estava na hora de ir. Para não o preocupar, ela sorria fingindo interesse em suas histórias e se despediu, dizendo estar cansada e que ainda tinha um último trabalho a fazer aquela noite, o que não era mentira. Assim era melhor, se continuasse junto dele, logo notaria que estava avoada, seria muito complicado explicar o porquê.

Fazia tanto tempo que eles não falavam mais sobre “dormir juntos” que Sakura nem se importava mais com esse assunto. Hoje em dia já estava ciente da vontade de Naruto de só “dormir” depois que começassem a namorar. E agora, sem mais nem menos, ele vinha com mais essa. Como se sua vida já não estivesse complicada o bastante.

Por mais que gostasse dele sabia muito bem que não podia suprir todas as expectativas que punha sobre os ombros dela. Sua vida andava tão turbulenta e confusa. Naruto que antigamente sempre facilitava tudo havia decidido complicar mais um pouco. As coisas poderiam ser mais fáceis se do seu time a única pessoa a perturba-la fosse ele. Mas havia outro, e há um tempo esse outro estava decidido a infernizar cada segundo do dia de Sakura.

Só para deixar sua noite mais “agradável” ela estava indo agora de encontrou a mais um problema, um muito grande com nome e sobrenome. Suspirou parando em frente há uma porta de mogno muito bem trabalhada. Antes de bater, voltou sua atenção ao prédio abandonado as suas costas podendo avistar um ANBU bem no terraço, que ele a protegesse.

Quando ia bater, a porta se abriu revelando Sasuke só com uma peça do seu conjunto de moletom. Talvez a blusa estivesse perdida em algum lugar e ela não estava muito a fim de descobrir. Passou direto, sem em encara-lo por mais que alguns segundos, caminhou até a sala.

— Então vamos começar logo o seu exame, não tive um dia muito bom hoje. — Puxou duas luvas descartáveis de dentro da bolsa, largando-a sofre o sofá logo depois. Encarou o garoto escorado no batente da porta que dava a impressão que não iria colaborar essa noite.

— Para que as luvas, Sakura? — Franziu o cenho. — Faz tempo que não as vejo, só tem usado a preta quando suas mãos doem. Mas eu já te disse que também não é preciso. Eu posso massageá-las sempre que você quiser. — Ao final da frase ele já estava próximo, próximo demais. Segurando ambos os braços dela, lhe mordiscando os ombros, aproximando-se sorrateiramente de sua nuca.

Sakura precisou de muita força de vontade para se livrar do toque quente de Sasuke, enquanto seu corpo correspondia a cada pequena ação por parte dele. Ser traída pelo seu próprio corpo era algo que, na maioria das vezes, a enervava, só não quando ela já estava torpe demais para se importa. O que não era o caso de hoje.

— Eu só vim até aqui para tratar os seus olhos e nada mais que isso e, essa, é minha maneira de ser profissional. — Sasuke deu seu meio sorriso tão conhecido, passando as mãos pelos cabelos.

— Eu pensei que tudo tivesse começado com você vindo até aqui tratar os meus olhos, não foi? E essa sua postura profissional já tinha sumido há um bom tempo. Até mesmo no hospital ou você se esqueceu. — O Uchiha manteve uma das mechas rosadas presa entre seus dedos, enrolando-a enquanto sua outra mão subia pela nuca da Haruno, nessa gostosa provocação.

— Não esqueci, mas é você, sempre você quem começa com tudo. — Se afastou o mais depressa possível do agarre dele, batendo as pernas sobre a lateral do sofá. Sakura mantinha os braços bem juntos ao corpo, protegendo-se ou ele realmente acabaria ganhando o jogo.

— Qual o problema Sakura? — Ele a conhecia perfeitamente, ainda melhor depois que tudo começou, e ela também o conhecia, já estava começando a perder sua pouca paciência com todo aquele drama. Principalmente por desconfiar das razões que a levavam a ficar desse jeito. Ela só costumava evita-lo a todo custo quando o outro fazia alguma coisa inesperada e que geralmente a levava a se sentir culpada. Sasuke só não sabia pelo quê. Ela e Naruto não possuíam nenhum relacionamento, não existia traição naquela história. — Qual foi a última do dobe? — Deu um meio sorriso de escárnio. Tinha que ser aquele débil para tentar arruinar sua noite.

— Não fale dele. Não quero você falando dele dessa forma na minha frente. Nem sobre o que eu tenho com ele. – Sakura descruzou os braços, com o dedo indicador em riste para Sasuke. Odiava quando ele menospreza o companheiro deles. Principalmente quando a temática a envolvia.

Tsc. Quanta babaquice você fala como se realmente...

— Nunca, mas nunca duvide do que sinto pelo Naruto. Porque é muito real e muito forte. — Esbravejou, sem deixar que ele terminasse aquela frase abominável, ela já estava há um passo da fúria total. Por que entre eles não podia existir paz e civilidade? Era sempre essa guerra interminável.

— Se é tão real e tão forte assim o que está fazendo aqui? Pode me dizer? — Com os braços cruzados em frente ao corpo, Sasuke já não possuía mais o sorriso zombeiro ou safado de outrora. Sua expressão estava dura como mármore.

— Eu vim tratar os seus olhos e apenas isso. — Sakura respirou fundo antes de falar, seu olhar focado no dele, tão séria quanto o Uchiha parado a sua frente.

— Quanta babaquice. — Sasuke passou a mão pelos cabelos, afastando-se da sua companheira de time.

— Se você não vai colaborar me avisa, para que eu possa ir embora e não perder mais meu tempo. — Sasuke dirigiu um olhar mortal a ela e logo um sorriso de insatisfação, maneou a cabeça, virando-se novamente para Sakura.

— Por que tem que ser assim? Você estava melhor e então voltou a ficar esquisita de novo. Que saco, não dá para levar as coisas assim, Sakura. — A Haruno comprimiu os lábios, soltando todo o ar de seus pulmões.

— Já chega, vou indo. — Puxou a alça de sua bolsa de uma vez só, sem querer ficar para ouvir o que mais ele teria para dizer. Não queria discutir nada com Sasuke, nada mesmo. Só estava lá porque era sua função e nada mais que isso.

— ‘Pera aí, Sakura. Fica. Você sabe, sabe melhor que qualquer um que sou eu que mexo com você... — Sasuke se interpôs entre ela e a porta, enquanto falava ousou tocar a bochecha dela com as costas de seus dedos calejados em uma caricia bem suave, inclinou o corpo para frente, a beijaria no final da frase e ela não resistiria, sabia disso. Mas não foi bem que aconteceu antes de dizer suas últimas palavras, estava novamente sendo cortado, no entanto o que ouviu o irritou muito mais do que qualquer coisa que ela tenha dito durante toda essa noite.

— Não. Não é. — A caricia cessou e os olhos de Sasuke estavam tão negros quanto o breu, opacos e sem brilho algum.

— O que?

— O que, o que? Não acha que se fosse você a pessoa que mexe comigo eu já não teria sido bem clara e obvia com o Naruto? Por qual tipo de pessoa você me tira? — Essa tinha sido a grande questão da noite, talvez a grande questão da história toda. O que Sasuke achava que ela era?

— Está me dizendo que realmente sente algo pelo dobe? Pelo dobe? — Seu tom era frio, cortante e voraz e Sakura quase estremeceu, mas se manteve forte.

— Tchau, Sasuke. Amanhã eu volto para ver seus olhos novamente. — Passou por ele como um jato, dessa vez não foi impedida de sair.

Ouviu a porta ser fechada com força, mas ele permaneceu parado como estava, perplexo e com uma única coisa em mente: amanhã teria uma conversa muito seria com um retardado, vulgo Naruto Uzumaki.


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que quem tenha chegado até aqui não queria me matar. ;xEsse foi uma ideia que eu tive para participara do concurso crush, mas como não consegui um final para um cap e teoricamente ela não fica com o Sasuke ai, não participei. De qualquer forma surtos são sempre bem vindos e esse é um....Continuação só mês que vem. Talvez nessa mesma data, esse é o plano. Comentem, compartilhem, critiquem, opinem quero saber realmente o que acham dessa premissa de fic.



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