Soba Ni Iru Né... escrita por JúhChan


Capítulo 40
Capítulo quarenta – Amnésia maldosa


Notas iniciais do capítulo

Olha quem apareceu depois de quase dois meses sumida... Espero que ainda se lembrem de mim.... hsaushusah'
Eu queria ter posto mais uma cena nessa capítulo, mas ele ficaria super extenso, então deixei para o próximo que já está com um quinto escrito... :v
Enfim, boa leitura... até lá em baixo....



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A manhã da segunda terça-feira de fevereiro se iniciou para os cidadãos de uma das capitais mais populosas do mundo.

Gaara, Naruto, Neiji e Sasuke, protegidos por grossos casacos, dirigiam-se aos seus respectivos escritórios para mais um dia de trabalho, sejam com processos judiciários, planilhas, projetos arquitetônicos ou propostas de novos negócios. Já Shikamaru se encaminhava à delegacia, segurando um copo de café fumegante, e vestido com um sobretudo.

Na rotina das mulheres, Hinata já estava na escola onde trabalha, tirando cópias de um desenho qualquer para seus alunos colorirem; Ino se preparava para um ensaio fotográfico do catálogo de cosméticos mais famosos do Japão; e, por fim, Temari e Tenten aproveitavam o clima invernal, deitadas ao lado de seus bebês por mais alguns minutos. 

Os costumes do dia a dia do grupo de amigos, que foram seguidos até próximo do horário de almoço, foram interrompidos quando todos os celulares apitaram ou vibraram em um aviso de que uma notificação havia acabado de chegar.

“Sakura acordou no começo da manhã e está fazendo alguns exames, mas parece que está bem.”

Dizia a mensagem de texto de Itachi, que havia criado um grupo para contar a novidade tão aguardada.

As reações foram unanimes, pois um misto de alívio e felicidade tomou conta dos nove corações. Sakura finalmente saiu do coma. Os processos, planilhas, projetos, propostas, aulas e fotos foram logo jogados de escanteio. E as duas mamães preparavam as indispensáveis bolsas de neném.

A ida imediatamente à Konoha era o que importava naquele horário de almoço.

Os radares da rodovia, que liga Tóquio à Konoha, captavam sempre os cinco veículos se movimentando em velocidades quase que idênticas, um atrás do outro. Apenas pararam no estacionamento do hospital geral da cidade.

—Itachi! – chamou pelo irmão em voz alta ao adentrar o prédio sendo seguido pelos amigos e avistar suas costas.

O Uchiha mais velho virou sobre os calcanhares no segundo seguinte e curvou os lábios em um sorriso suave.

—Esperava encontra-los só de noite. – aproximou-se do grupo.

A pequena Hyuuga logo reconheceu o seu mais novo tio e, com um sorriso, esticou os curtos braços na direção do Uchiha, pedindo para ser pega. Pedido este que foi atendido prontamente. 

—Impossível esperar até lá. Sakura-chan acordou mesmo né? – o Uzumaki disse afoito.

—Nunca brincaria com uma coisa dessas. – contrapôs sério, mas o sorriso de momentos antes voltou os lábios de Itachi. –Venham, eu acho que ela já está no quarto. –falou e deu as costas ao grupo, refazendo o caminho que foi impedido antes.

—Tio, o que está acontecendo? Akemi não entendeu nada. – disse com as palavras saindo emboladas.

—A tia Sakura acordou.

—A de cabelo cor de rosa?

—Essa mesma. Agora Akemi poderá conhecer ela.

—Mas Akemi já conhece.

—Só a conhece, quer dizer que ainda não brincou com a tia Sakura. – e entrou no elevador sendo seguido por Sasuke, Tenten, Neji e Gaara.

—E a tia Sakura sabe brincar?

—É claro. Por que você acha que a Tsukimi gosta tanto dela? – respondeu com um sorriso gentil.

~~*~~*~~*~~

—Vamos levar uma grande bronca por ter tanta gente no quarto. – comentou Gaara.

—Apesar de ser contra as regras, a enfermeira-chefe abriu uma exceção para nós.

—Os pais dela já sabem? - perguntou Ino com o celular em mãos.

—Foram os primeiros que eu avisei. Estão no quarto da Sakura desde que chegaram. – e virou para esquerda, no corredor do quarto da rosada.

—Ela está bem, não é? – a Hyuuga inqueriu com a expressão contorcida em aflição.

—De acordo com o médico, sim. Logo que ela acordou, foi levada para fazer alguns exames então só a equipe médica teve contato direto com a Sakura. Eu só fui avisado uma hora depois. – respondeu ao mesmo tempo em que parou em frente a porta de número 313.

Itachi deu leves batidos, apenas como um aviso, e deslizou a porta.

Os dez pares de olhos visualizaram uma cena um tanto quanto inesperada: o casal Haruno disposto um de cada lado da cama, envolvia a filha em um abraço e o rosto sem expressão desta estava de olhos fechados enquanto retribuía. O grupo de amigos reparou no clima nada alegre que tomava o cômodo.

—Sakura. - as vozes femininas a chamaram.

—Sakura-chan! – Naruto exclamou logo em seguida.

—Eu não disse que seus amigos viriam. - falou o Haruno em um sussurro.

Os olhos verdes foram revelados no mesmo ritmo em que um fraco sorriso se formava nos lábios de Sakura.

—Desculpe se preocupei vocês. – pediu com a voz falha, uma prova de que ficou algum tempo sem usa-la. 

A vontade de saber o que havia acontecido para ir parar em um hospital retornou, mas nem teve tempo de formular a pergunta, pois foi envolvida em um abraço coletivo, que a pegou a de surpresa.

—Nunca mais faça isso! – esbravejou Hinata, abraçando-a com mais força. Murmúrios e sons de concessão soavam entre o grupo feminino em um claro sinal de que compartilhavam da mesma opinião que a Hyuuga.

Era um alívio ver Sakura bem. Ela estava bem, todo o mistério de seu sumiço foi esclarecido e agora estavam juntas novamente. De fato era um alivio.

A Haruno sentia o coração se apertar e uma sensação de que faltasse algo dentro de si, mas que já foi completado tomou conta de seu corpo. No mesmo instante concluiu que aquela sensação foi causada por ter estado em coma, e meio sem jeito, levou ambas as mãos para os braços que a envolviam, apertando-os como se estivesse correspondendo ao abraço coletivo.

Quando acordou naquela quarto nada fazia sentido. Lembrar-se do motivo de estar ali apenas causava pontadas em toda sua cabeça. Tentava pedir alguma explicação, porém só recebia ou um sorriso ou um AGORA VOCÊ ESTÁ BEM dos médicos e enfermeiros que a acompanharam nos exames.

Não sabia por quanto tempo havia ficado em coma, podia ter sido algumas semanas, meses ou anos. A última opção a arrepiou. Porém o medo foi embora ao ser recebida pelos progenitores quando a trouxeram de voltar ao quarto hospitalar e ficou dentro do abraço caloroso dos dois.

No entanto, o anseio por explicações a deixou inquieta, pois a possibilidade de ter dormido durante anos apareceu novamente ao visualizar dois pequenos seres entre os amigos. A sensação de estar perdida se misturou com os seus últimos sentimentos.

—Assim vocês vão colocar a minha filha no coma de novo! – manifestou-se Mebuki, fingindo estar revoltada.

Risos foram soltos pela maioria.

—Não me coloque com a palavra coma na mesma frase, mãe. – disse Sakura ainda com a voz falha. Lançou um olhar divertido a mais velha para em seguida desvia-lo aos amigos, que a olhavam sorrindo. –Eu quero um abraço de vocês também, rapazes. – avisou com um sorriso.

Passou os olhos pelos rostos dos amigos novamente, reparando no bebê conforto que o Nara segurava e na pequena menina agarrada nas calças do Hyuuga e Sabaku, e parou na expressão séria que ela já conhecia.

—Sasuke-kun! – forçou a voz a uma oitava.

Os olhares se cruzaram no segundo seguinte. Um sorriso mais aberto tomou conta dos lábios da rosada, fazendo com que todos os presentes a encarassem surpresos.

Na visão do Uchiha, ela continuava pálida, mas era um alivio encontra-la desperta. O seu chamado se assemelhava a um pedido para que fosse o primeiro a abraça-la, só que ele não conseguia dar os passos necessários para se aproximar, os olhos verdes com um brilho diferente o fizeram se recordar da época em que estavam juntos.

—Sasuke-kun. – o chamou novamente meio incerta ao ver nenhuma reação.

Itachi empurrou o ombro direito do irmão, num sinal de incentivo, mesmo que também se encontrasse surpreso. Não era para Sakura acordar e pedir que Sasuke nem entrasse no quarto ao invés de chama-lo de forma carinhosa?

—Olha, eu sei que fiquei inconsciente por um tempo e por isso deve ter preocupado você, mas eu estou. – disse na tentativa de amenizar o clima incomodo que se instalava. –Venha me abraçar para eu saber que você também sentiu a minha falta. – pediu com o coração disparado. Algo lhe dizia que ninguém ali presente esperava aquela reação vinda dela.

Sendo assistido por todos, o moreno se aproximou da cama após contar até cinco. A rosada provavelmente ainda estava confusa afinal havia acabado de acordar de um coma profundo, não era de se estranhar que estava agindo daquela maneira.

Sentiu seu joelho encostar-se à cama hospitalar e soltou o ar que segurava disfarçadamente.

O abraço veio logo em seguida um pouco afoito, aquecendo a rosada ao ponto de acalmar o seu coração.

—Que dia é hoje? – inquiriu com o queixo apoiado no vão do tórax do Uchiha. –Por quanto tempo eu dormi? – as perguntas eram ouvidas por todos.

—Dez de fevereiro. – disse Sasuke, pendendo a cabeça para frente para fixar seus olhos nos dela. Não conseguiu responder a segunda e torceu para que alguém percebesse seu silêncio, fazendo-o.

No entanto, os pais de Sakura, Itachi e seus amigos não tiveram tempo, pois os verdes olhos se arregalaram.

—Meu deus, nosso casamento! – exclamou abismada ao mesmo tempo em que desfazia o abraço e abaixava a cabeça. –Eu fiquei em coma por seis meses. – murmurou, mas todos a ouviram.

A troca de olhares confusos e surpresos entre os doze adultos foi intensa. Era para Sakura estar falando do dia que havia sido baleada e não do quase casamento de três anos trás, certo?

Num impulso, o Uchiha mais novo quis voltar a deslizar os dedos por entre os fios rosa na tentativa de distraí-la da possível confusão em que sua mente se encontrava, mas depois de ouvi-la dizer sobre o quase casamento até ele não estava entendo mais nada.

—Sakura, em que ano nós estamos? – o silêncio foi quebrado por Shikamaru, que se aproximou segurando o bebê conforto.

—Pelos meus cálculos, 2012, no seu começo. – respondeu com a apreensão estampada em seu rosto.

As expressões faciais dos doze se transformaram drasticamente.

—Estou errada? – sentiu o coração falhar uma batida.

—Sáh, nós estamos em 2015. – Hinata respondeu.

—O quê?!

Três batidas na porta para em seguida o som da mesma sendo deslizada interrompeu o diálogo.

—Com licença. – a voz de Nishi Gakuto soou.

O quarto da rosada estava cheio e o seu médico responsável não deixou de reparar enquanto passava o sério olhar pelos presentes até parar nela.  

—Já foi me passado que a enfermeira-chefe permitiu a entrada de vocês. – comentou. –Só passei aqui para ver como você está Haruno-san, sente-se bem? Algum lugar dói?

O cenho de Sakura se franziu. Aquele senhor lhe dirigia a palavra como se a conhecesse.

—De certa forma, me sinto bem, obrigada. – respondeu educada.

—Que bom. As pessoas do hospital ficarão felizes em saber disso. Você nos deu um susto, mas agora que acordou fico feliz em vê-la bem. – o médico, já nas casas dos sessenta anos, sorriu complacente. –A associação médica do Japão choraria se perdêssemos uma médica como você.

—Obrigada. – agradeceu sem jeito, tentando recordar de algum feito em seu começo de especialização. –Mas, desculpe-me pela indelicadeza, quem é o senhor?

O médico Nishi tencionou os ombros, estacando em uma postura tensa.

—Haruno-san não está com idade para fazer uma brincadeira como esta. – falou em um tom de voz receoso.

A rosada franziu o cenho em desagrado.

—Eu jamais brincaria. Então poderia me dizer quem é o senhor?

O médico fixou os olhos no topo da cabeça cor de rosa, suspirou e deixou a preocupação tomar conta de sua expressão facial.

—Gostaria de fazer mais alguns exames com a Haruno-san, por gentileza saiam da sala. Eu sou o médico responsável por ela, Nishi Gakuto, creio que a maioria não me conheça. – disse num tom profissional. Algo em sua paciente estava muito errado. –Fiquem tranquilos. – falou mais si mesmo do que para os presentes, que preocupados, deixavam o quarto.

Sakura assistiu com sua visão embaçada Sasuke dar as costas para atender ao pedido do médico, sem pensar duas vezes, agarrou o tecido cinza escuro da camisa masculina.

—Fica aqui. – pediu chorosa. O medo de ouvir que ficou em coma por alguns anos aumentava em seu peito.

—Não prefere seus pais? – o médico Nishi questionou.

—Não, prefiro eles e ele. – e apertou a camisa do moreno.

Gakuto assentiu com a cabeça e foi chamar de volta o casal Haruno enquanto sacava de um dos bolsos do jaleco o celular.

O quarto ficou em silêncio. A rosada olhava a sua mão segurando o moreno enquanto que ele tentava encontrar os nós do mais novo iminente mal entendido. 

—Pode me soltar, Sakura. Só vou pegar algumas cadeiras. – disse por fim.

No mesmo instante, Kizashi e Mabuki apareceram acompanhados de Gakuto e uma mulher. Um olhar questionador logo foi lançado a ela.

—Eu tinha dito exame, mas será apenas uma conversa. Esta é Maeda Takako, psicóloga do hospital.

—Olá. – e curvou-se levemente para frente, no tradicional cumprimento de respeito japonês. –Fico feliz que tenha acordado, Haruno-san. – disse e se acomodou na ponta da cama hospitalar. –Mas acho que sua recuperação não foi completa, como o Nishi-san me contou agora pouco. O que você acha que está acontecendo consigo?

A primeira reação da rosada foi fazer uma careta de confusão para em seguida desviar o olhar, passando os olhos pelas expressões sérias de seus pais e do moreno, e a resposta não veio.

—Bem, então me diga o que sentiu quando despertou. – pediu gentilmente.

Os olhos verdes moveram novamente, fixando-se no rosto de meia-idade da mulher ao mesmo tempo em que engolia em seco, na tentativa de molhar a garganta.

—Não sei me expressar muito bem quanto a isso, o que posso dizer é que não estava entendendo absolutamente nada. – murmurou. –Só me senti bem, de fato, quando vi meus pais, meu noivo e os amigos.

—Você sabe o que a levou para o estado de coma?

—Não. – respondeu balançando a cabeça de um lado para o outro.

—Como seus conhecimentos em medicina, tem alguma ideia?

—O clássico, acidente de trânsito. – a incerteza dominava a voz, que falhou duas vezes. –Mas eu não me lembro de ter me envolvido em algo assim.

Uma troca rápida de olhares entre o médico e a psicóloga aconteceu, a mão calorosa de Mebuki envolveu a de Sakura e Kizashi iniciou um carinho no cabelo cor de rosa.

—E você não se envolveu em um acidente. Mas me diga, por favor, Haruno-san, qual foi sua última lembrança?

—Lembro-me de que tinha acabado de terminar um plantão e combinei de jantar com o Sasuke-kun. Fomos ao meu restaurante favorito.

E ele me disse que independente de nos casarmos ou não, sempre estaria ao meu lado. — completou mentalmente, fixando o olhar no dele.

—Depois que peguei no sono, não me recordo de mais nada. Quer dizer que eu dormi e acordei só hoje, após três anos e meio? – perguntou assustada. –O que eu tive?

—Calma Sakura. – era a terceira vez que ouvia a voz masculina que ela tanto gostava.

—Isso é a última coisa que vou sentir. Não estou compreendendo bulhufas nenhuma, Sasuke-kun, e você como meu companheiro deveria me explicar a situação. – despejou com a voz elevada a uma oitava.

—Querida, não fale assim com ele. Nós também estamos confusos com o que está acontecendo. – a senhora Haruno disse.

—Como vocês estão confusos? Eu apenas fiquei em coma! – exclamou Sakura nervosa.

—Por favor, Haruno-san. Fique calma.

—Só vou me acalmar quando vocês esclarecerem o branco que está a minha mente. Maeda-san, Nishi-san estou pedindo apenas isso, não enrolem mais! – sua visão embaçou e seu coração disparou. A inquietação anterior apareceu com o dobro de intensidade.

Ficar imaginando os milhares de motivos que a levaram para uma cama de hospital era como sofrer em antecipação, e isso apenas piorava quando todos ali davam voltas e mais voltas para chegar a uma explicação. Sem que percebesse soluçou.

—Desculpe-nos, Haruno-san, mas para nós também está sendo confuso. – o médico começou. –Os seus exames mostraram que você está bem, o ferimento a bala já se fechou e todas as funções de seu corpo estão tralhando bem. Porém, se formos nos basear na conversa que tivemos agora, você está com amnésia. – despejou em um tom apreensivo. –Contradizendo os exames anteriores.

—Espera, ferimento a bala?

—Sim, você foi baleada há três meses. E desde então estava em coma.

—Até onde sei o coma não causa amnésia.

—Correto. – afirmou a psicóloga. –De acordo com seu prontuário, ao receber o tiro, você bateu a cabeça fortemente. Isso pode ser o causador de sua amnésia.

A Haruno levou as duas mãos à cabeça e a apalpou com certa pressa até sentir uma parte suturada na região direita. Passou o indicador sobre o corte fechado, percebendo as irregularidades provocadas pela linha. Seu coração disparou.

—Esse ferimento nos preocupou muito no primeiro mês, chegamos a pensar que ele poderia ter causado algum dano ao seu cérebro, felizmente nada aconteceu. Foi sorte, Haruno-san.

—Quantos pontos?

—Seis. – respondeu Nishi.

Sakura suspirou.

—Então, quer dizer que eu perdi as minhas memórias dos últimos... – fez um cálculo rápido na cabeça. –Quarenta meses.

—Não inclua dezembro do ano passado e janeiro e fevereiro deste ano. – o médico comentou, e em resposta, a rosada assentiu em concordância.

—Nishi-san, Sakura recuperará as memórias? – Kizashi fez a temida pergunta. O senhor Haruno tinha suas inseguras quanto ao assunto também.

Por um momento, a Haruno mais nova desejou recuperar suas lembranças perdidas o mais rápido possível para entender ainda mais a situação em que se encontrava, mas, ao desviar sua atenção para o Uchiha, um arrepio passou pela espinha. Algo na expressão apreensiva dele dizia que ela não ficaria feliz com as lembranças.

—Geralmente, em casos como o da Haruno-san volta aos poucos, com o tempo. Mostrar fotografias e vídeos ajuda a recuperar a memória, contar os acontecimentos esquecidos a ela também acelera no retorno das lembranças. – o senhor respondeu. –Contudo, vamos refazer alguns exames amanhã acompanhados de um neurologista e da Maeda-san. – deu um pequeno sorriso, e ele e a psicóloga abaixaram a fronte levemente em uma despedida. –Com licença. – e saiu do quarto com a mulher em seu encalço.

Antes de alguém se mexer, batidas na porta - deixada aberta - chamaram a atenção dos quatros.

—Desculpe incomodar, mas fui ordenado para trazer o almoço da Haruno-san. – o jovem rapaz disse no mesmo tom amigável do médico, o que causou estranheza na rosada.

O cheiro da comida poderia estar fraco por ser de hospital, mas foi o suficiente para despertar os estômagos que produziram engraçados sons.

—Essa sopa me fez lembrar de que nós não comemos nada desde que levantamos Kizashi. Estou com fome. – comentou a Haruno, assistindo o provável técnico de enfermagem servir a filha com um sorriso contido, rapidamente o rapaz se retirou.

—Então vamos procurar algum restaurante. – disse e se dirigiu ao moreno. –Venha comer conosco, Sasuke. Tudo bem ficar sozinha por um tempo? – perguntou à filha, encarando-a ternamente.

—Acho que sim. Vou usar este tempo para pensar melhor. – respondeu quase sem falha na voz para em seguida sorrir.

O casal Haruno depositou um beijo, um de cada vez, na testa da filha após soltar suspiros aliviados por finalmente vê-la acordada e bem.

—Até daqui a pouco. – avisou Mebuki pegando a bolsa.

Sakura apenas assentiu com a cabeça em concordância, desviou o olhar para Sasuke e aumentou o tamanho do sorriso. Os olhos brilhando em expectativa prendeu o olhar masculino.

—Você ainda não acredita que eu acordei. – observou. –É tão surreal assim?

O cenho se franzindo foi a resposta, fazendo-a rir brevemente.

—Espero que quando voltar a sua ficha tenha caído. – falou e deu uma piscadela.

Sakura aguardou por um sorriso ou por uma resposta a sua brincadeira, mas nunca imaginou que Sasuke ficaria calado apenas a encarando. A aura séria ao redor dele foi desanimando-a, até que o sorriso radiante de antes se desfez.

—Até mais tarde. – despediu-se já começando a andar em direção à porta.

Antes de fecha-la, os olhares se cruzaram. Sasuke se sentiu culpado ao visualizar a careta de choro da rosada, mas o beijo que ela esperava não aconteceria.

A porta se fechou e uma lágrima escorreu pelo rosto feminino. A distância invisível entre eles foi um baque para ela. O que havia perdido?

~~*~~*~~*~~

Fingiu prestar atenção na gracinha que Akemi fazia a sua frente, mas sua mente estava longe, tentando encontrar uma maneira de digerir a nova situação de Sakura.

Soava até estranho se deparar com ela sem a mudança que havia tido após o quase casamento deles. Chegava a ser até irônico, porque na discussão que tiveram antes de ela entrar em coma a vontade dela em retomar o relacionamento deles estava claro para ele, mas a voz da razão dentro de sua cabeça não o permitia fazer esta vontade.

Afinal eles mudaram após os três anos do desastre. A confiança e a cumplicidade de antes não existiam mais entre eles, mas essa parte somente ele tinha conhecimento, já que agora a rosada estava com amnésia parcial e não fazia ideia dos acontecimentos marcantes dos últimos anos.

Sentiu outra vez o abraço apertado que ela lhe deu no hospital. A expressão de relaxamento que apareceu na face feminina ainda povoava sua mente. Mesmo não sabendo quais sentimentos restara do intenso relacionamento que tiveram, se dar conta de que ele havia ficado feliz ao saber que ela despertou, e gostado de vê-la bem ao entrar no quarto, a voz da razão dizia que Sasuke se importava com a rosada.

—Olhe pelo lado bom. – disse Itachi apenas para o irmão ouvir.

Sasuke esqueceu que se sentou ao lado dele na extensa mesa da praça de alimentação do shopping, e que vez ou outra Itachi o encarava, mostrando-se preocupado. Pois o médico Nishi contou ao seu irmão e amigos a possível sequela do acidente de Sakura.

—E qual seria?

—Vocês poderão recomeçar.

—Mas eu ainda me lembro de tudo. – respondeu, lançando um olhar descrente ao mais velho.

—Eu não estou falando para esquecer. Só pense que você poderá recomeçar da maneira correta.

 O Uchiha mais novo desviou o olhar, passando os olhos por cada amigo sentando ali. A maioria reagiu bem à nova situação da Haruno, todos estavam mais dispostos a ajudar a amiga do que pensar na amnésia em si, ao contrário dele, que ainda não acreditava e não sabia agir. Prova disso foi a forma que a deixou no quarto.

Apenas recordar o desapontamento estampado nos olhos cheios de lágrimas, a culpa pesava em seus ombros.

—Não sei se vou conseguir.

—Tente Sasuke. Vocês dois merecem ser felizes. – incentivou. –Mas se não pode fazer isso por você, faça por ela, que está precisando de todo o apoio, principalmente o seu. Já que ela pensa que vocês ainda são noivos. – deu uma pausa para tomar a costumeira xicara de café do pós-almoço. –Eu vi o quanto ficou preocupado quando ela estava em coma.

Percebeu que o desconforto,que toda vez sentia ao ir visita-la, não apareceu naquele dia ao ouvir a última frase do irmão mais velho.

—Ela vai perguntar o que aconteceu nesses últimos anos, e eu não vou saber como contar, vou acabar ignorando-a. – falou uma das dificuldades se seguisse o conselho de Itachi.

—Não Sasuke, você vai contar, mas não toda vez que ela pedir. O médico Nishi recomendou que nós falássemos apenas o essencial. Os detalhes virão com o tempo, porque assim ela poderá relembrar sem a interferência de outros pontos de vistas. – e deu o último gole da bebida quente. –Além do mais, Sakura recuperará a memória em alguns meses, de acordo com o médico. E perceberá muitas coisas.

—Acho mais provável ela me chamar de aproveitador, se eu fizer o que você falou.

Um sorriso convencido foi a resposta de Itachi.

—Não seja pessimista. Eu e eles... – apontou para os amigos. –Assistimos de camarote o caminho que você e a Sakura fizeram, e apesar dos altos e baixos, sabemos que o amor entre vocês não pode ter acabado com o fracasso de três anos atrás.

Sasuke respirou fundo e soltou o ar em um lento suspiro, não concordou e nem discordou das palavras do irmão, apenas relaxou os ombros, voltando a sua atenção à pequena Hyuuga e suas gracinhas. 

~~*~~*~~*~~

O quarto 313 estava lotado novamente. Do lado de fora, o céu já se alaranjava, indicando que a noite se aproximava, mas ninguém ali de dentro dava indícios de querer ir para casa.

—Eu ainda não acredito. – comentou pela terceira encantada com a pequena Hyuuga, que estava sentada sobre suas pernas de frente para si. –Só me lembro de que estávamos desconfiadas. – acrescentou, alisando a franja infantil. –E agora você está aqui. – se dirigiu à Akemi com um grande sorriso.

A interação entre as duas era assistida por todos.

—Vamos fazer uma retomada dos últimos acontecimentos. – disse concentrada em unir suas pontas dos dedos nos de Akemi. –Neji e Tenten são papais dessa fofura. Hinata e Naruto ainda continuam noivos. Temari e Shikamaru tiveram o Shikadai, que é mais preguiçoso que o próprio pai. Meu cunhado está namorando. Papai e mamãe estão bem. – deu uma pausa para respirar e lançou um olhar tristonho à Yamanaka. –Você e Gaara deram um tempo no namoro. Pouca coisa para ter acontecido em quarenta meses.

—Se a gente contar tudo o que aconteceu, você terá muita informação para digerir, filha. – disse Mabuki, passando os dedos entre os fios rosados.

Aquela desculpa não convenceria Sakura por mais que dois dias, e por isso a Haruno mais velha pediu para que alguém planejasse outra forma de prolongar as revelações à filha lançando um olhar suplicante a todos no quarto.

—Mas tem um acontecimento que vocês poderiam me contar. – disse, olhando os próprios dedos anelares. –Ou melhor, me explicar. – e desviou os olhos para as mãos do noivo. –Nós não devíamos estar com nossas alianças, Sasuke-kun?

As reações para aquela pergunta foram diversas. Naruto, Kizashi e Itachi se remexeram sobre o sofá; as mulheres trocaram olhares apreensivos e surpresos; Neji e Gaara endureceram as expressões, tornando-as mais sérias enquanto que Shikamaru suspirava; já Sasuke sentiu que o coração falhou uma batida.

A outra dificuldade em fingir que ele e Sakura ainda eram um casal surgiu com aquele questionamento. Como preencher os anos que ficaram separados sem contar a verdade de uma vez só?

—Essa é uma história bem engraçada, Sakura-chan. – Naruto tomou a iniciativa, forçando um sorriso enquanto gotas de suor escorriam pela sua nuca. –Bem, o casamento de você e do teme teve que ser cancelado, porque... – se calou quando olhares em advertência foi lançado para si.

—Porque você recebeu a proposta de fazer residência aqui em Konoha. – a fala de Hinata saiu pausada pelo improviso.

—Residência? Não me lembro de ter feito nenhuma prova para o hospital daqui.

—Como a Hina disse, você foi convidada. O pessoal daqui ficou tão impressionado com seu histórico da faculdade que ofereceu essa vaga. – respondeu Ino rapidamente.

—Ok, mas... 

—O convite veio dias depois que você começou no hospital de Tóquio. – foi interrompida por Itachi, que puxava as mangas da camisa social. –E como uma oportunidade dessas não aparece duas vezes, você resolveu vir para cá, na mesma época em que eu decidi abrir meu escritório aqui. – complementou a história de meias verdades que o loiro iniciou. –No começo você ficou divida, queria aceitar logo de cara o convite, mas também queria ficar lá em Tóquio por causa do meu irmão, seus pais e os seus amigos.

—Você acabou se decidindo a aceitar a residência quando nós dissemos para aproveitar a oportunidade, porque seria uma experiência boa para você, essa parte foram seus pais que falaram. – Temari fez a história se tornar um pouco mais real.

—Só que a cartada final foi do nosso amigo aqui, sabe. – falou Tenten e desferiu um leve tapa no braço esquerdo de Sasuke enquanto sorria nervosamente. –Ele te convenceu a aceitar, prometendo esperar até você terminar a residência aqui para enfim se casarem quando voltasse para Tóquio. – a Hyuuga até se surpreendeu com o seu raciocínio rápido, pois ela sabia que atitudes como a que acabou de contar emocionavam a amiga rosada, principalmente se viessem do Uchiha mais novo.

—Isso é verdade Sasuke-kun? – perguntou surpresa.

Após cinco segundos - tempo que o moreno levou para fixar seu olhar nos verdes da Haruno, que brilhavam em emoção – ele assentiu a cabeça em concordância.

—Quando você nos contou isso só faltava chorar o Rio Amazonas. – comentou Ino, sentindo um misto de diversão e pesar.

Todos ali tinham a consciência de que contar aquele tipo de invenção à rosada não era a melhor forma de ajuda-la. No entanto, eles também concordavam que os reais acontecimentos afetariam o lado emocional dela, pois se Sakura já teve dificuldade em superar com as memórias intactas, com amnésia parcial bagunçaria a mente dela muito mais do que já estava.

Ela entenderia, quando as lembranças retornassem, que eles contaram meias verdades apenas para o bem dela.

—Em seus dias de folga, ou você ia para Tóquio ou nós vínhamos para cá. Às vezes, era só os seus pais, outras vezes era somente a gente, mas quem marcava presença todo final de semana na sua casa era esse cara né. – novamente Tenten desferiu um tapa no amigo, arrancando risadas verdadeiras de todos e fazendo Sasuke franzir o cenho, irritado.

Itachi balançou a cabeça de um lado para o outro com um pequeno sorriso nos lábios. Sem sombras de dúvidas, a última meia verdade foi a mais fiel. 

—Então nosso casamento não foi cancelado, só adiado. – concluiu aliviada. –Mas isso ainda não explica o porquê de não estarmos usando as alianças. – disse, percebendo que não havia nenhum indício nos dedos para evidenciar que usava a joia no dia a dia.

—Oras Sakura, não era você que dizia que as alianças eram simbólicas, que as usando ou não ainda seriam um casal? – Mebuki interviu, sabendo que ninguém conseguiria inventar uma história decente para explicar a ausência do símbolo de compromisso.

—Não brigue com nossa filha, querida. Ela está se certificando, como a ciumenta Sakura faria. – o pai da rosada veio em sua defesa.

Porém, Mebuki fingiu não ouvir e prosseguiu:

—Por que não pergunta como foi a gravidez de Temari? Ou melhor, Tenten conte à Sakura como foi o primeiro ano de vida da Akemi. 

A Haruno mais nova conteve a vontade de inflar as bochechas e fez apenas um pequeno bico, desviando o olhar para o noivo na expectativa de receber um sorriso, que não veio. Ele encarava a pequena Hyuuga, que montava um quebra-cabeça na frente dele.

A distância entre eles naquele quarto era pequena, mesmo assim ela o sentiu longe, pois Sasuke optou por se acomodar em um banco próximo do casal Hyuuga. Ela nem se importaria em dividir a estreita cama hospitalar, até nutriu esperanças ao vê-lo entrar, quando retornou do almoço, em se sentar ao seu lado e abraça-la.

Entretanto, somente se decepcionou, pois ainda continuava sozinha na cama. E para multiplicar o sentimento desconfortante, percebeu que Sasuke mudou ao compara-lo – sem que percebesse – com o Sasuke do relato coletivo.

Com toda certeza ela havia perdido algo. Ou, os amigos se esqueceram de contar algum detalhe importante.

A porta foi deslizada bruscamente.

—Tia Sakura! – uma voz infantil, totalmente desconhecida para ela, irrompeu o quarto, tirando a rosada de seus devaneios. –Você finalmente acordou! – exclamou alegre.

Próximo à Tenten e Neji, Sasuke pôs-se de pé num pulo.

—Tsukimi. – a chamou preocupado.

—Não corra Tsukimi. É a terceira vez que aviso. – a Okada adentrou o quarto com o estranho cabelo branco preso num coque frouxo.

 Um som de concordância foi a resposta da loirinha, que tomou impulso em uma curta corrida e pulou na cama da rosada. O abraço pegou esta última desprevenida.

—Eu sarei tia Sakura, voltei a ser forte de novo. – disse animada, apertando o abraço em volta do pescoço da médica preferida. –Em abril, poderemos ir ao Hanami.

Sem saber ao certo o que fazer, envolveu o braço direito ao redor da menina ao mesmo tempo em que usava o esquerdo para fazê-la sentar sobre suas coxas. O abraço era reconfortante, chegando ao toque de familiaridade, e para tentar reconhecer a criança que a chamou com tanta empolgação, se afastou sutilmente dela e a encarou.

O cabelo de um loiro bem brilhante com os fios ondulados, o rosto arredondando típico em crianças e os olhos azuis mais brilhantes que os do Uzumaki não lhe eram características estranhas. Tentou lembrar-se de onde conhecia a criança a sua frente, mas nada lhe vinha à mente.

—Desculpe, mas quem é você?

Aos poucos, a expressão alegre da loirinha foi se apagando.

Namie também não compreendeu a situação e lançou um olhar questionador ao namorado, mas Itachi estava apenas com o cenho franzindo e observava – assim como todos – o que acontecia na cama hospitalar.

~~*~~*~~*~~

Vestiu o bolero vinho com o desanimo estampado em seu rosto angelical.

Era catorze de fevereiro, ou seja, comemoração do Valentine’s Day, e também o dia em que Sakura recebeu alta.

Tsukimi se olhou no espelho e tentou dar um sorriso, tanto pela forma fofa que estava vestida quanto pela volta de sua média preferida. De certa forma, Papai Noel atendeu ao seu desejo em um atraso de dois meses, algo que ela poderia perdoar, mas tinha a total certeza de que não enviaria mais cartas ao velhinho de vermelho, porque seu presente havia vindo com defeito.

Por ser uma criança, a loirinha não aceitou a atual situação da rosada. Para ela, perda de memória só acontecia em desenhos animados, era algo que não poderia acontecer fora do mundo das animações.

Nem mesmo o colo do moreno quando chorou após ouvir a pergunta de quem era ela pela segunda vez ou a conversa que teve com Namie e Itachi a fez entender que a TIA SAKURA não se lembrava dela.  

~~*~~*~~*~~

—Ela não se esqueceu de você. – falou Itachi, ajoelhado a sua frente junto de Namie.

Logo que caiu em prantos foi tirada do quarto por Sasuke, e agora estavam os três no corredor tentando acalma-la.

—Então por que ela não sabe quem eu sou? – quis saber entre soluços.

—Tsukimi. – Namie limpou as lágrimas que manchavam o rosto angelical. –Sakura acabou de acordar, está meio confusa com tudo ao seu redor. Com o tempo ela vai se lembrar de você.

—Mas eu quero que a tia Sakura se lembre agora. – fez manha. –Tio Sasuke faz ela lembrar. – pediu e se jogou para trás, se escorando no tronco do moreno. E voltou a chorar.

Os três adultos trocaram olhares ao perceber que adaptar Tsukimi à condição de Sakura seria mais complicado do que lidar com as dúvidas desta última.

~~*~~*~~*~~

—Ah! Você está aí. – Tenten entrou no quarto com a filha nos braços. –Nós a procuramos por toda a casa, a Akemi já estava pensando que você tinha se escondido. – disse enquanto se aproximava da loirinha, esta por sua vez se virou em sua direção.

Os últimos passos foram apressados, pois a Hyuuga reparou nas finas lágrimas escorrendo pelos cantos dos olhos azuis.

—Está tudo bem com você? – perguntou, se agachando na frente dela. –Dói algum lugar, Tsukimi? – se sobressaltou ao se dar conta de que a loirinha poderia estar sentindo algum incômodo, mesmo que já estivesse curada da leucemia.

O balançar da cabeça de um lado para o outro foi a resposta e um gentil sorriso tomou conta dos lábios da morena.

—Sei que é difícil para você. Ninguém gostaria de ser esquecido. – consolou a menina ao mesmo tempo em que limpava as lágrimas. –Mas Tsukimi, eu te garanto que a Sakura não fez de propósito. Você pode até não aceitar ou entender a situação, mas ela tem que lidar com isso e mais a desorganização da mente dela, então minha linda, não chore.

—Ela tinha que ter voltado sem nenhum defeito. – resmungou, contendo o primeiro soluço.

—Vou te contar um segredo, está bem? – e a trouxe para perto de si, fazendo com que se apoiasse em seu lado esquerdo e a filha no direito. –Sakura não se lembra de você, mas sente que te conhece. Ela ficou muito preocupada quando Sasuke tirou você do quarto. – sorriu e apertou o abraço que dava nas duas crianças. –Se ela souber que você anda chorando, vai ficar mais preocupada ainda.

—Quer dizer que a tia Sakura já se lembrou de mim?

—Não completamente, mas o coração dela já sabe quem você é. – e cutucou a lateral do corpo da menina na tentativa de fazê-la rir. –Só tenha paciência. Converse com a Sakura, conte para ela o que vocês faziam no hospital, assim você a ajuda a recuperar a memória.

Depois de quatro dias, um sorriso verdadeiro se abriu nos lábios avermelhados da loirinha.

—Certo, agora vamos descer. – se levantou e pegou a mão de cada uma.

Porém, Akemi a surpreendeu ao se desvencilhar, se colocando ao lado de Tsukimi. Ver sua filha abraçando a mais nova amiga, ou melhor, a ONEE-CHAN DE MENTIRINHA como a pequena Hyuuga falou no caminho para Konoha, foi o melhor consolo que alguém poderia dar à loirinha.

—Tsukimi. Tenten. Akemi. A Sakura chegou. – a Okada as chamou gritando a plenos pulmões. –Você também Tomoka, desce!  


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Notas finais do capítulo

Vou fazer uma pequena propaganda, blz?
Com o fim dos vestibulares e ENEM, resolvi me arriscar e lançar mais um projeto, este tem mais uma pegada fantasiosa com reis e rainhas... segue o link se interessou, ok?
https://fanfiction.com.br/historia/717332/Sapatinhos_de_Cristal/
Pronto...
E agora gente? O que vocês acham que vai acontecer nessa festa de boas-vindas da Sakura?? Assim vou soltar um pequeno spoiler que nem é tão espoiler assim:
UM NOIVADO SERÁ ABALADO.... (e vocês já sabem de qual casal)
Eu estou muito comovida com a Tsukimi. Meus planos iniciais para ela, não era para faze-la passar por decepções, afinal ela estava feliz por ter se curado e agora levou um tombo pelo ''defeito em seu presente.'' Mas ela logo vai dar a volta por cima e ser muito feliz.. ;) então não me batam se ela estiver chorando...
Sakura voltou a ser como antes do fiasco do casamento... Aiai' como tô animada para essa parte da história.... E o Sasuke também está em conflito, vocês acham que ele vai ouvir o irmão?
Espero que tenham gostado...
Aguardando vocês nos reviews.... Até lá! Beijos! ;D




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