Soba Ni Iru Né... escrita por JúhChan


Capítulo 27
Capítulo vinte e sete – Atitudes questionáveis


Notas iniciais do capítulo

Oi oi pessoinhas!! Tudo bem com vocês?? Acabei de concluir esse capítulo e tipo, estou muito feliz por isso, porque finalmente eu pude deixar a inspirar invadir minha mente e disposição não sumir do mundo...
Mas falando sério agora... eu sei que estou em falta com vocês, e desculpe por isso, a última atualização foi no meu aniversário, dia 23/09 e depois disso fiquei em um mini-hiatus, cheguei a pensar em desistir dessa estória, mas vocês foram uns amores me fizeram mudar de ideia com seus reviews!! Muito obrigada sua lindas!! E desculpe pelo sumiço... Também me desculpe por ter quebrado a promessa do tamanho dos capítulos, mas me empolguei um pouco... Posso só dizer que poderá ter capítulos assim? Esse daqui, vocês podem considerar como uma recompensa por fazê-las esperar tanto... Boa leitura e se tive algum errinho me perdoem, juro que revisei... até lá em baixo! ô/



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A quinta-feira chegou trazendo um dia muito fresco para o começo de outono.

A preguiça matinal fez o Uchiha desligar o despertador e virar para o outro lado, planejando dormir por mais dez minutos.

Entretanto o silêncio que se instalou no cômodo, depois que o despertador foi desligado, durou apenas cinco minutos, pois o toque estridente do celular ecoou pelo quarto, acordando Sasuke.

–Porra! – silabou entre dentes condenando a alma que ligava para ele aquela hora da manhã.

Colocou o travesseiro sobre a cabeça no intuito de abafar o toque do aparelho. Um suspiro de alivio escapou de seus lábios quando o silêncio tomou conta novamente do quarto. Quem quer que seja, iria esperar o retorno da ligação, porque o Uchiha não estava disposto a se levantar da cama tão cedo.

Mais um palavrão com um significado um pouco mais forte pulou de sua boca ao ouvir o celular tocar outra vez, se de um lado ele estava sendo um preguiçoso, do outro, a pessoa que estava ligando era insistente. Bufou irritado, se continuasse a ignorar as ligações, os desejados minutos a mais de sono seriam substituídos pelo toque de seu aparelho. Contou até três mentalmente e num impulso sentou-se com as pernas para fora da cama, bufou de novo e pôs se de pé, indo atrás do celular que deveria estar em seu closet.

Com toda a certeza mataria o amigo loiro, afinal só ele era capaz de ligar a 06h30min da matina para perguntar abobrinhas.

–Já disse que não quero ir para aquela droga de jogo! – falou a primeira coisa que lhe veio à mente.

–O que disse Uchiha-san? – a voz feminina do outro lado da linha o pegou de surpresa.

–Matsumoto? – perguntou incrédulo.

–Sim Uchiha-san, sou eu. – houve segundos de silêncio, que foi o suficiente para que o Uchiha se chutasse mentalmente, sua secretária devia pensar que ele era um louco. –Só liguei para avisar que os sócios pediram uma reunião de emergência para daqui trinta minutos. – informou depois de um pigarreio.

–O motivo?

–Planejamentos para o ano que vem.

Bufou em descontentamento e tirou o celular do ouvido para ver as horas.

–Chego aí em quinze minutos.

–Ok. – e desligou.

Maldita manhã que o fez dormir por mais alguns minutos! Se sua quinta-feira começou com ele atrasado, nem queria imaginar o que poderia acontecer ao decorrer do dia, já que a maioria de seus sócios eram velhos e chatos. Suspirou pesadamente e começou a escovar os dentes.

~~*~~*~~*~~

Destrancava a porta dopada de sono. Havia acabado de chegar de seu plantão que durou a madrugada e a manhã inteira, coisa que não era normal, mas ela não podia contestar já que duas médicas da ala de medicina interna resolveram tirar a licença maternidade. Bocejou pela terceira vez desde que chegou em sua casa e jogou-se de qualquer jeito no sofá. Sentia-se extremamente cansada e com as pálpebras pesadas, só de se imaginar levantando para beber um copo d’água ou subir as escadas para dormir em seu quarto, o corpo fazia suas pálpebras se fecharem.

Condenou-se mentalmente pelas últimas três noites que não teve suas preciosas oito horas de sono. Pois na segunda o jantar com Sai e Keita rendeu vários assuntos o que acabou em uma noite pouco dormida, na terça Namie resolveu aparecer com Itachi, Karin e Suigetsu, onde conversaram e riram como sempre faziam até as duas da madrugada, e na quarta limpou a casa de cima a abaixo. Resumindo, a rosada estava implorando por uma boa noite de sono.

Pegou a almofada mais próxima de si e a pôs sobre seu corpo deitado no sofá de modo desleixado, não queria fazer mais nada, apenas fechar os olhos e dormir pelas três horas seguintes, já que ainda teria uma cirurgia para realizar hoje. Entretanto, seu desejo não seria atendido.

O som agudo de sua campainha soava por toda a sala, não a deixando descansar como deveria. Ás vezes pensava seriamente em pendurar uma placa em sua porta com os dizeres: NÃO INCOMODE, MÉDICA TENTANDO DESCANSAR. VOLTE MAIS TARDE. Mas como ninguém entenderia que ela trocava a noite pelo dia, levantou-se sentindo sua cabeça protestar pela súbita mudança de posição e, sua visão embaçar por milésimos de segundos. A campainha tocou novamente e Sakura xingou o ser mentalmente, concluindo que a paciência foi perdida em algum momento da história.

–Já vai. – disse repousando a mão na maçaneta, após a campainha ser apertada pela terceira, fazendo sua cabeça latejar como a conhecida enxaqueca.

–Ei Sakura! Como você está? – ao abrir a porta, a voz animada e masculina do seu mais novo amigo Keita soou.

A careta de dor que se formou no rosto da Haruno foi inevitável, pois ela não estava preparada para ser recebida com tanta animação expressa na fala exaltada do amigo.

–Não fale alto Keita, estou perto de você. – e deu espaço para os dois rapazes entrarem ignorando o ‘’tudo bem?’’ de Keita.

Sasaoka Keita era o amigo que estava morando junto com Sai e trabalhava no mesmo lugar que o mesmo, dando aulas na universidade de Konoha, havia o conhecido na segunda-feira de noite quando ele veio jantar, e logo de cara simpatizou com a expressão tranquila, mas ao mesmo tempo animada do Sasaoka, que possuía cabelo castanho e olhos azuis gelos, coisa que deixou a admirada, olhos daquela tonalidade eram raros.

–Trouxemos o almoço. – informou Sai erguendo as sacolas com três marmitas compradas em alguma loja de conveniência.

–Não precisava meninos. Eu não planejava comer hoje, porque estou precisando dormir, ainda tenho uma cirurgia esta tarde. – tentou recusar.

–Daí, você desmaia no meio dessa cirurgia por falta de nutrientes no organismo. – Keita levantou o polegar, na famosa joinha, sorrindo sarcasticamente. –Só viemos retribuir a janta de segunda, mas como não conseguimos cozinhar igual a você, se contente com essa delicia!

A rosada ainda se decidia, mas ao mesmo tempo deixava um sorriso moldar seus lábios, lógico que o mais educado seria aceitar o presente, e agradecer por não precisar fazer algo para comer, porém não estava com fome.

–Pode comer na janta, é só deixar na geladeira e quando der fome esquentar. – falou Sai com um sorriso.

–Pega logo, não precisa fazer cerimônia. Estou com fome! – exclamou o outro com um sorriso nos lábios estendendo a sacola com seu almoço.

Por fim, ela deu de ombros enquanto um sorriso sem graça era a resposta, sentindo-se uma idiota por estar fazendo cerimônia por uma marmita.

–Sintam-se a vontade. – falou depois de ter pegado a sacola estendida em sua direção.

~~*~~*~~*~~

Depositou as cinco sacolas no chão ao lado da cadeira, onde se sentaria. Como toda quinta-feira, Ino e Kohana se encontravam para as compras semanais, as duas diziam que aquele ritual, se tronou um, era no intuito de relaxar, já que ser modelo tinha seus estresses como qualquer outro trabalho.

–Eu adorei aquela blusa que você comprou! Um dia você ainda vai me emprestar. – comentou Kohana sentando-se depois de ter ajeitado suas sacolas.

–Nem pensar, o que as pessoas vão achar quando virem que você está usando uma blusa que eu já usei? – Ino ajeitou-se também na cadeira.

–Larga de besteira loira, é normal hoje em dia a amiga pegar uma ou duas peças emprestadas da melhor amiga.

A Yamanaka cerrou seus olhos em uma expressão analítica que pareceu uma cômica careta, por fim sorri em resposta.

–Vou pensar no seu caso.

–A blusa é minha! – exclamou contente, mas em segundas a expressão da Shiroki foi mudando.

–O que houve Ko? – questionou Ino preocupada com a súbita mudança na amiga.

Não queria falar sobre o assunto que a estava deixando triste com a amiga que havia acabado de receber alta e acabar estragando o dia relaxante delas, mas ao encarar os olhos azuis preocupados, ela não segurou a língua.

–Amanhã faz duas semanas que o Sasuke terminou. – suspirou pesadamente.

–Pensei que você tinha superado essa.

–Não é tão fácil loira. – deixou outro suspiro escapar. –Eu ainda gosto dele.

–Eu ainda acho que o Sasuke foi um idiota por ter terminado por uma coisa tão pequena como aquela! – declarou enquanto envolvia a mão direita da amiga com as suas.

–Esquece Ino, não era para ser. Ele não é o tipo de cara que me entenderia de qualquer forma.

–Mas Ko, você acabou de falar que ainda gosta dele! – contrapôs abismada, pelo entendimento que a Yamanaka tinha em relação à paixão, se ainda gosta da pessoa, a outra deveria ir atrás para reconquistar e não desistir.

–Eu só precisava falar aquilo para alguém.

–Mas Ko... – foi interrompida.

–Posso anotar o pedido das senhoritas? – a voz do garçom cortou a loira que fuzilou com o olhar o homem vestido impecavelmente de mordomo.

–Ainda não decidimos o que vamos querer, por ora traga vinho e alguma entrada. – a Yamanaka respondeu ainda o olhando mortalmente, não gostava de ser interrompida.

O garçom anotou o mais rápido que conseguiu e se retirou, temendo se tornar um queijo suíço pelo olhar da loira.

–Coitado, loira! – tentava conter os risos. –Não precisa falar daquele jeito com ele.

–Não mesmo, mas você sabe como eu odeio ser interrompida. – fez um pequeno bico abrindo o cardápio que foi posto perto de seu braço sutilmente pelo garçom de segundos atrás.

–Sim, sei disso. – imitou o gesto de abrir o cardápio da amiga. –Mudando de assunto, como foi a estadia no hospital?

–Foi legal até eu descobrir de novo o que é não fazer nada, já que ficar segunda, terça e quarta, internada tomando soro é entediante, e poxa! Achei um exagero me deixar três dias naquele hospital, quase mandei o Gaara para aquele lugar por causa do tédio!

–Não fale assim loira... – contou até três mentalmente. -E desculpe se não fui visitá-la, por causa de você, a agência teve que dar um jeito nos buracos que você deixou. A sessão de fotos para o catalogo de jeans que você ia fazer, foi passado para mim e ficamos trabalhando com isso nesses três dias.

–Sem problemas Ko, eu também te devo desculpas, fiz a agência entrar em uma minicrise.

–Que nada loira! – abriu um sorriso que logo foi retribuído meio sem jeito. –Te garanto que foi muito divertido ter substituído você! – estava claro que Kohana estava provocando-a, mas ela pareceu não captar.

–Eu também me diverti muito no hospital, as meninas sempre que podiam, iam lá me fazer companhia e os enfermeiros eram lindos! Acho que vou ficar doente de novo... – a última frase escapou de seus pensamentos.

–Ah! Cala a boca Ino! – reclamou, mas logo começaram a rir.

O restante do jantar transcorreu em um ritmo leve e divertido, por não se verem a quase uma semana, as novidades e os momentos que viveram nesses últimos dias foram o foco principal da conversa entre as duas loiras. Entretanto, foi só quando pediram a sobremesa que perceberam que já havia se passado três horas desde que se acomodaram em suas cadeiras.

–Você vai mesmo levar isso para casa? – questionou Kohana, vendo os postes de luzes passaram pela janela do carro de Ino.

–Vou. É um lanchinho da noite. – deu de ombros. –O médico disse que tenho que comer a cada três horas, pode ser uma fruta, uma bolacha ou até mesmo comida normal, diz ele que a prioridade agora é ganhar peso. Só não posso exagerar, e essa gostosura aí é uma delícia, só estou juntando o útil ao agradável.

–Não loira você não está juntando o útil ao agradável, está querendo ficar obesa! – exclamou lançando um olhar de censura à amiga.

–Lógico que não Ko, é apenas um cup noodles de churrasco. – contrapôs virando o volante em uma esquina, já estava perto do prédio da Shiroki.

–Que tem calorias e mais calorias. – completou indignada. –Se comer isso, você não vai parar no hospital por falta de nutrientes, e sim por estar gorda!

Aquela última palavra dita pela Shiroki pegou Ino desprevenida. Seu corpo parou por alguns segundos, enquanto sua mente relembrava o significado de gorda, ela não queria ser uma, pois teria que abandonar a carreia de modelo que sempre desejou seguir e também tinha Gaara, que se a visse gorda, a rejeitaria.

–Boa noite loira, até mais! Se cuida, tá’ bem? – foi desperta pela voz da Shiroki que mandava um beijo, já fora do carro.

–Até mais Ko! – respondeu em um murmúrio e ao ouvir o som da porta do carro sendo fechada, deu a partida.

Não quero ser gorda! – ecoava em sua cabeça enquanto a imagem de si mesma com os braços e pernas gordos e uma barriga enorme aparecia em seus olhos. Já havia ingerido uma quantidade considerável de calorias para aquela noite, não queria ingerir mais algumas para ver seu corpo expandindo.

–Foda-se o lanche da noite! – pensou em voz alta enquanto estacionava o carro em sua vaga.

Desceu do carro com as compras e a sacola plástica em mãos, com certa dificuldade apertou o botão para travar o automóvel. Passou os olhos pelo estacionamento procurando uma lata de lixo, seu coração batia em um ritmo acelerado, parecia que estava fazendo algo de errado. Avistou a lixeira e sem pensar duas vezes correu até ficar próxima a ela, olhou para os lados, contou até três e arremessou a sacola plástica.

Melhor prevenir do que remediar.

~~*~~*~~*~~

Os ventos frescos de sábado entraram pela pequena fresta da janela, acordando Sakura que tirava uma soneca debruçada em sua mesa. Seu plantão havia acabado há duas horas, mesmo assim ela resolveu ficar no hospital para organizar alguns prontuários que faltavam anotações e até mesmo palavras, se não fosse pelos novos residentes do hospital agora poderia estar descansado em sua confortável cama.

–Haruno Sakura! – a porta foi aberta bruscamente revelando uma mulher de seios avantajados.

A rosada despertou em um pulo que a fez cair da cadeira. Quem era a alma caridosa que a acordou com tamanho cuidado?

–Você deveria estar em sua casa dormindo doutora Haruno! O que diabos está fazendo aqui?

Um bocejo escapou de seus lábios enquanto ela se colocava de pé.

–Tsunade-sama... – pronunciou a primeira coisa que lhe veio a cabeça.

–Tsunade-sama o escambal. Quero você fora deste hospital em quinze minutos.

–Está me demitindo? – perguntou com o cenho franzido, havia entendido direito? Sua resposta veio em segundos, ao desviar seu olhar para sua superior que tinha uma veia saltando de sua testa. Se não estava sendo demitida, o que aquele FORA significava?

–Você é pior que gente bêbada. Nunca imaginei que você poderia ser tão burra. – balançou a cabeça de um lado para o outro, reprovando a ação da Haruno.

–Tsunade-sama? – não estava entendo nada.

A mulher respirou fundo, tentando manter a calma. Era surpreendente como os médicos ficavam depois de um longo plantão.

–Estou mandando você ir embora para descansar sua irresponsável! – virou sobre os calcanhares e começou a andar para fora da sala de Sakura. –Vou fingir que isso não aconteceu. – encarou a rosada por sobre o ombro e voltou a andar depois de receber uma confirmação de cabeça da mesma.

Que mico havia pagado agora... Como pode agir daquela forma em frente a sua chefe?

Suspirou enquanto se colocava de pé, acataria a ordem, ela não queria correr o risco de ser jogada para fora do hospital pela orelha. Riu com o próprio pensando, não duvidaria de Tsunade fazer tal ato, afinal ela tinha uns parafusos a menos. Contou até três e pegou a bolsa de dentro do armário que ficava perto da porta e saiu, não daria tempo de se despedir de Tsukimi, já que a loira havia imposto um limite para que ela saísse do hospital.

Quando chegou em sua casa, um frio passou pela sua barriga, algo similar com a sensação que sentiu sete dias atrás antes de ter um momento íntimo com Sasuke. Bateu em sua testa. Como havia esquecido as ‘’visitas semanais’’ que o Uchiha planeja lhe fazer? Conseguia ouvir seu coração bater, e meio receosa procurou com o olhar o sedã preto. Qual foi seu azar ao avistar o procurado carro estacionado do outro lado da rua? Suspirou pesadamente, já prevendo o confronto nada amigável que teria logo que descer do seu veículo.

A palavra PAZ é desconhecida por certas pessoas! – e desviou o olhar para o céu.

Puxou o ar pelo nariz e soltou gradativamente pela boca de olhos fechados, querendo ou não teria que entrar na casa, afinal era sua e, se caso o Uchiha estivesse ali era só ligar para alguém pedindo socorro. Já com o carro guardado, desceu do mesmo com o celular em mãos pronta para chamar alguém. Não gostaria de maneira alguma passar pelas mesmas coisas do final de semana passado para só depois de quatro dias conseguir ocultar as lembranças no lugar mais remoto de sua mente.

Com um suspiro pesado rodou o chave na fechadura da porta de entrada, ela só desejava descansar em um sono profundo para acordar só amanhã, porém ultimamente seus desejos estavam difíceis de serem atendidos e ao ligar a luz da sala, uma expressão de incredulidade foi tomando conta de seu rosto.

–Que palhaçada é essa? – cruzou os braços abaixo dos seios, lançando um olhar inquisitivo ao moreno que descia as escadas com o cabelo molhado. –Aqui não é casa da mãe Joana, Sasuke! – exclamou brava.

A resposta veio em forma de um sorriso de canto zombeteiro seguida de um dar de ombros. Começou a andar em direção à cozinha sem nada dizer.

–Sasuke! Volte aqui e se explique. – exigiu vendo as costas do moreno sumindo para dentro de sua cozinha. –Sasuke! – elevou a voz a uma oitava enquanto ia andando atrás do Uchiha.

Sua incredulidade foi maior quando seus olhos se deparam com Sasuke tirando de sua geladeira frios para preparar um sanduíche e uma caixa de suco de laranja. Seu sangue subia gradativamente até para a cabeça, o que ele tinha na cabeça para se sentir a vontade daquela forma em sua casa, que, aliás, ele nem havia sido convidado a entrar? A raiva, a descrença e a incredulidade a fizeram andar a passos rápidos até onde Sasuke estava.

–O que pensa que está fazendo? – bateu a mão no tapoer onde estava guardado o queijo muçarela.

Ainda com sorriso zombeteiro nos lábios, Sasuke respirou fundo.

–O que você está vendo, um sanduíche, porque estou com fome. Você também quer? – ofereceu em um tom de voz brincalhão, apenas para irritar ainda mais a rosada.

–Além de vir aqui me incomodar com sua presença desagradável, usa o meu banheiro e toma a liberdade de mexer em minha cozinha! - listou com a voz irritada. -Aqui. Não. É. A. Casa. Da. Mãe. Joana. – falou pausadamente encarando os olhos negros.

–Você quer ou não? – questionou calmamente lançando um olhar ao pão próximo de sua mão. –A propósito, usei o que restava do seu xampu, e peguei outro sabonete, o cheiro do antigo era muito feminino.

Sakura contou até três mentalmente, custando a acreditar no que havia acabado de ouvir. Provavelmente sua mente nem sabia mais o que significava calma, mas a contagem até três servia-lhe para manter a bendita. Uma coisa era aturar o moreno durante algumas horas, outra totalmente diferente era assistir o mesmo vagar pela sua casa mexendo ali e usando aqui. Respirou fundo, impedindo a vontade de bater no ser em pé a sua frente.

–Guarde tudo agora mesmo. – fechou as mãos em punho.

–Só depois de comer o sanduíche. - respondeu. –Mas Sakura, tem certeza que não quer? – arqueou uma das sobrancelhas enquanto dava a primeira mordida no lanche, encarando sugestivamente a Haruno, estava claro que o Uchiha estava debochando dela.

As bochechas dela ganharam uma coloração avermelhada, mostrando a irritação que tomava conta da mesma, bufou virando sobre os calcanhares, se ficasse mais alguns segundos perto do Uchiha, sua mão pularia para o rosto dele, marcando-o com tapas.

Sasuke observou as costas de Sakura desaparecer nas escadas, e instantes depois o barulho de água, o sorriso em seus lábios se transformou em um malicioso ao pensar que naquele momento ela estaria sem nenhuma peça de roupa, e ele poderia tirara proveito da situação, mas transar novamente no banheiro? Sua barriga roncou, despertando-o do devaneio. Sakura estava muita irritada quando saiu da cozinha, não queria se irritar também com a resistência que ela demonstraria se invadisse o cômodo.

Puxou o ar lentamente pelo nariz, resolveu deixá-la em paz e quando terminasse de comer iria dar continuidade ao seu plano. Mordeu novamente o sanduíche, não via a hora de sentir a pele macia da rosada, mesmo que suas ações para que isso acontecesse estivessem questionáveis.

~~*~~*~~*~~

O telefone tocava sem nenhum sinal de que pararia, impedindo que ele se concentrasse na tela do notebook que repousava em seu colo. Com uma expressão cansada, estivou o braço em direção do fone, já sabendo que era a pessoa insistente que ligava.

–Qual é a dificuldade em atender ao telefone? – a voz irritada soou do outro lado da linha.

–Nenhuma, só não queria atender mesmo, eu tenho coisas melhores para fazer, como por exemplo, espiar. – deu de ombros enquanto fechava a tampa do computador portátil, tirando de seu colo logo em seguida.

–Idiota! – a ouviu grunhir. –Mas então, simpatizou com ela?

Soltou algo parecido como um riso pelo nariz.

–É claro que sim! Já que ela cozinha muito bem, a lasanha que ela faz não é congelada como a sua. – alfinetou.

–À merda essa lasanha, que, aliás, engorda. – retrucou.

–Sim, você precisa engordar. Dá para imaginar o motivo de ele ter largado você. Afinal, ninguém gosta de tocar num corpo esquelético! – e gargalhou.

–Não diga coisas que você não sabe.

–Eu sei de muitas coisas, minha querida, por exemplo, a visita que ele está fazendo novamente a ela.

Sem nenhum aviso, a ligação foi cortada, deixando-o confuso. Nem disseram um ATÉ LOGO. Que educação ela recebeu!

~~*~~*~~*~~

Estava preparando o seu terceiro sanduíche quando ouviu os passos ritmados vindo das escadas, já havia um tempo que o chuveiro foi desligado, e ele teve que admitir a si mesmo que uma ansiedade foi crescendo dentro de si quando seu coração deu uma batida mais forte, afinal estava prestes a aceitar suas lembranças. Acomodou-se novamente na cadeira encarando a porta por onde a rosada passaria, seu lanche já não era mais tão atrativo.

E que a nossa brincadeira comece! – deixou um sorriso matreiro tomar conta de seus lábios ao passar os olhos pelo corpo da Haruno parada na porta.

Sakura engoliu em seco e suas mãos umedecerem quando sentiu o olhar avaliativo do moreno passar por si. Durante o banho havia decidido ignorar a presença de Sasuke completamente. Ela não queria que ele se aproximasse para fazer sabe se lá o que, já bastava o que tinha passado no final de semana passado. Se ele queria se aliviar, que procurasse as mulheres que se prestam para tal ato, e também queria poupar lembranças desagradáveis, seu quarto e banheiro era o suficiente. Respirou fundo e deu primeiro passo para adentrar por completa na cozinha, estava ciente que era observada pelos olhos negros acompanhados por um sorriso, mas tentou deixar de lado os pequenos arrepios que percorriam seu corpo dando um sinal evidente de desconforto. Afinal, sua prioridade era pegar algo para beber na geladeira, Sasuke não estava ali.

O som de uma cadeira sendo arrastada ecoou pela cozinha, porém ela ignorou e puxou a porta da geladeira, o som de passos atrás de si fez com que seu coração começasse a bater gradativamente mais acelerado e quando viu uma mão sobre a porta aplicando uma força contrária a sua, seus olhos se arregalaram. Sasuke não estava ali!

–Hora da sobremesa. – ouviu sussurrar, o tom malicioso bem evidente.

A respiração quente do moreno atingia levemente o topo da cabeleira cor de rosa. Tudo aconteceu em um piscar de olhos, Sasuke usando o braço que não pressionava a porta da geladeira, passou pela cintura de Sakura, trazendo para mais perto de si. Encaixou seu queixo na curvatura do pescoço dela e levantou a barra da blusa de maga comprida que a rosada usava, apenas o suficiente para sua mão acariciar a lateral do corpo feminino sem um tecido para impedir um contato mais direto.

A corrente elétrica que passou pelo corpo de ambos os deixou parados por breves segundos, sem nenhum pensamento na mente deles, era apenas um momento para desfrutar do pequeno carinho que ia subindo até alcançar o seio direito da Haruno. Sasuke massageou aquele monte de carne calmamente enquanto distribuía beijos molhados da clavícula até a nuca de Sakura.

–Me solta! – a rosada revidou baixo, remexendo-se de um lado para o outro querendo se soltar, mas o resultado foi diferente. –Seu idiota! – o xingou ao se dar conta de que algo havia ganhado mais vida.

Algo dentro de si já borbulhava quando pôs de pé e andou até onde a rosada estava, já imaginando o que faria com aquela silhueta bem desenhada, sua ideia inicial era levá-la até a mesa da cozinha, mas isso acabou evaporando de sua mente e deixou seus instintos tomar conta. Primeiro a prendendo entre a geladeira e seu corpo, logo em seguida a puxando para si e os beijos, era apenas uma forma de acalmá-la. Nunca passou pela sua cabeça que os movimentos de negação da rosada poderia dar um resultado contrário, mesmo assim ele havia gostado.

–Me solta Sasuke! – as mãos da Haruno tentavam desprender a mão do Uchiha de sua cintura. –Eu não quero... – falou entre dentes, negando a acreditar que arrepios passavam por seu corpo. –Lá fora tem várias mulheres que fariam isso de bom grado! – pendeu a cabeça para o lado esquerdo, no intuito de impedir outro beijo em seu pescoço.

De repente ela não sentia mais os lábios contra a pele, em compensação assistiu seu redor girar cento e oitenta graus. A última coisa que Sakura conseguiu enxergar foi o sorriso matreiro de Sasuke antes de seus lábios serem selados pelos dele.

O beijo já se iniciava de forma exigente por parte do moreno, seus braços puxaram a rosada para mais perto de seu corpo ao mesmo tempo em que a encurralava contra a geladeira. Em protesto, ela tentou empurrá-lo ou interromper o beijo que recebia, porém o aperto que ganhou contra o corpo masculino a deixou surpresa.

–Se não me acompanhar, vou deixá-la apenas de calcinha e sutiã. – avisou depois de se separar o suficiente para encará-la nos olhos. A resposta não veio, e em um piscar de olhos, Sasuke a beijva novamente.

Sem alternativa e, já sem saber o que estava acontecendo, deixou ser levada pelo momento e passou os braços finos pelo pescoço do moreno. As mãos de Sasuke apertando sua cintura ou a puxando para mais perto do próprio corpo a relaxavam de uma forma prazerosa.

O beijo foi parando aos poucos, em selinhos constantes até Sasuke mordicar o seu lábio inferior finalizando a carícia. Tudo aquilo estava divertido o moreno, fazia um bom tempo que não se ‘’amassava’’ com alguém daquela forma, desviou o olhar do rosto da Haruno para o corpo da mesma. Um dos cantos de sua boca se levantou, seria injusto o que faria, mas o beijo ainda faltava a vontade dela. Insatisfeito ele não estava, porém... E com esses pensamentos que Sasuke retirou a blusa que protegia Sakura de seu olhar.

Um grunhido em surpreso foi o que escapou dos lábios da dona da blusa.

–Eu fiz o que você falou! – protestou com a voz abafada pela blusa que passava pelo seu rosto.

–Eu sei, afinal eu senti. – respondeu com um sorriso provocação jogando a peça em qualquer lugar.

–Então... – interrompeu a própria fala ao sentir a calça de moletom que usava escorregar pelas suas pernas. –Sasuke! – exclamou, mas não sabia se era por nervosismo ou vergonha.

À medida que ia se pondo de pé, deixava seus olhos passearem pelas pernas torneadas e alvas, passando pelo tronco curvilíneo, e parando por alguns segundo na marca de nascença que ficava próximo ao umbigo, sem pensar duas vezes depositou um beijo ali, para enfim, chegar ao rosto corado da Haruno que se misturava a surpresa estampada em sua expressão facial.

–Tire a minha roupa, Sakura. – disse lentamente, deixando um brilho de contentamento aparecer em seus olhos. –Ou deixo você completamente nua. – sussurrou sensualmente no ouvido da rosada.

Engolindo em seco, levou suas mãos até a barra da camiseta dele, hesitando. Aquela ameaça não funcionaria de novo com ela, pois mesmo ela despindo-o, Sasuke tiraria o sutiã e a calcinha de seu corpo. Com o coração batendo cada vez mais forte e acelerado, respirou fundo e de uma vez retirou a peça.

–A calça também. – lembrou-a aos sussurros, deixando um sorriso safado tomar conta de seus lábios.

Soltou a camiseta, respirando pesadamente. Encarar um Sasuke com roupa, apenas com um sorriso de canto era até fácil, mas aquela tarefa ficava difícil quando o mesmo aparece exibindo seu tronco em perfeita forma. Novamente a Haruno engoliu em seco e baixou o olhar para a calça que parecia apertada devido ao volume que Sasuke apresentava. Respirou fundo, e pôs as mãos nos elásticos da calça. Contou até três mentalmente e puxou para baixo, entretanto ela não esperava que as mãos do moreno fossem ajudá-la.

No entanto, ela não percebeu que a cueca do moreno também foi puxada, libertando o membro do lugar apertado. Sasuke avançou sobre ela, tomando os lábios da mesma com uma intensidade indescritível. Prendia a atenção da rosada com o beijo enquanto suas mãos iam retirando as últimas peças que cobriam o corpo dela. Quando ambos não vestiam mais nada, o moreno, sem aviso prévio, a puxou para cima pelas coxas, a fazendo prender-se a ele.

Um gemido foi solto pela rosada ao sentir ser invadida. Apesar de ela sempre recusar para depois ceder às investidas de Sasuke, a fazendo se arrepender momentos depois, um lado de seu ser se sentia completa, feliz, pois ela nunca imaginou que voltaria a sentir as caricias do homem que pertencia seu coração. E vendo seus corpos se movimentarem em um ritmo prazeroso, enquanto sentia o atrito de suas costas contra inox gelado da porta da geladeira, ela pode deixar um gemido ecoar pela cozinha em puro contentamento.

Afinal, havia acabado de alcançar o seu ponto máximo de prazer junto com o moreno que lhe preenchia com jatos quentes.

Por um momento, a ideia de poder sentir um pouco do paraíso lhe pareceu nada mal.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam do hentai mega sentimental e atrevido? Eu só acho que a recusa da Sakura é um charme.... kkkkkk' E o Keita? Gostaram do novo personagem que vai causar junto com o Sai? Ai ai' espero que vocês não me matem quando descobrirem o que está sendo pensando... =P E essa Ino, o que ela tem na cabeça? Kohana apareceu de novo, digam OLÁ gente... hsuahsua'
Então tá', aqui está o capítulo e espero que tenham gostado... Até os reviews...
Uma pergunta: qual casal vocês querem ver no próximo capítulo? Estou com saudades de escrever algo sobre os outros... Me digam lá nos reviews, ok? Beijos!!