Soba Ni Iru Né... escrita por JúhChan


Capítulo 26
Capítulo vinte e seis – Encontros


Notas iniciais do capítulo

Oii... Ainda existe alguma alma por aqui, ou já me abandonaram??
Sei que estou devendo a vocês, leitoras e leitores, mas o bloqueio que tenho enfrentado parece nunca acabar, quando consigo escrever algo não é do meu agrado e fico tentando até ficar bom... é uma verdadeira merda essa situação. É uma oscilação de inspiração que já pensei em deixar essa história de lado, pois vi que realmente a história está andando lentamente, em vinte e cinco capítulos e nada de legal aconteceu... cheguei a pensar que escrever não é minha praia, mas daí lembrava que se havia começado teria que terminar, mesmo que a maioria desistisse da fic, para ver como estou perdida, até perdi a noção do tempo/ espaço da fic, só me localizei há três dias atrás... Sinto muito por vocês estarem lendo uma coisa desses, desculpe pela falta de compromisso e responsabilidade....
Espero que esse capítulo amenize a atualização atrasada... Boa leitura!!
Obrigada Danizita por ter revisado o capítulo...



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–Acho que você deveria dar uma chance para ela, Sasuke-kun. – aconselhava pela décima vez, já havia perdido a conta de quantas vezes fazia isso. Apesar de o garoto ser reservado e indiferente, quando o assunto era garota, ele sempre vinha pedir ajuda a ela. –Mesmo que a Mari-senpai seja um pouco atirada, ela parece realmente gostar de você. – falou com dificuldade, sentindo uma pontada em seu coração.

Sasuke desviou o olhar para o rosto de Sakura e a sensação de ter feito algo muito errado tomou conta de seu corpo ao ver o cenho torcido da garota a sua frente, parecia que estava fazendo um esforço para não demonstrar algo que estava sentindo.

Levantou o olhar ao sentir ser observada e paralisou quando seus olhos se encontraram os deles.

–Bem, esse foi o meu conselho, Sasuke-kun. Não custa nada dar uma chance a ela, vai ver você pode gostar dela da mesma forma que ela. – engoliu em seco, sentindo um bolo se formar em sua garganta. –Tenho que ir, combinei com a Hina de estudarmos na biblioteca. Sabe como a matéria do ensino médio é complexa né? – falou com a voz tremula, a mentira estava evidente, se pôs de pé num pulo que foi acompanhado pelo Uchiha.

Ela já estava a três passos da porta de sua sala, quando o encarou por cima do ombro com um sorriso forçado.

–Espero que dessa vez dê certo. – e saiu a passos rápidos.

Sasuke ficou ali, olhando fixamente o lugar onde Sakura parou para dizer a última frase que ecoava em sua cabeça sem parar, admitia que quando viu aquele sorriso forçado, a culpa que estava sentindo se multiplicou.

Sou um idiota mesmo! – pensou abaixando a cabeça e suspirando pesadamente, porém ele não arriscaria estragar a amizade de longa data deles, mesmo sabendo que seus sentimentos seriam correspondidos.

Andava quase que correndo, subindo os lances de escadas, cada vez mais se aproximando do telhado enquanto segurava as lágrimas que se acumulavam em seus olhos. Tinha medo de se declarar e ser rejeitada pelo Uchiha, pois ela sabia que era vista apenas como amiga, nada mais que isso, e estragar a amizade deles dizendo o que sente por ele, era inaceitável.

Encostou-se nas grades de proteção do telhado, onde queria chegar, de cabeça baixa, deixando a primeira lágrima escorrer de seu olho esquerdo. Como se pudesse competir pelo coração do Uchiha com a maioria das alunas do primeiro e segundo ano e até do terceiro. Elas eram mais bonitas e menos irritantes. Junto com um soluço que deixou escapar, flexionou os joelhos, caindo sentada no chão gelado, mas ela não se importou, chorar sozinha era o que fazia de melhor.

–Desculpe, mas poderia chorar mais baixo, estou querendo ler! – uma voz masculina soou em tom falso e ao mesmo tempo risonho.

Deu um pequeno pulo por conta do susto, achava que só ela estaria ali. Levantou a cabeça e deu de cara com um garoto anormalmente pálido de cabelos negros que segurava um livro em uma das mãos, lhe encarando.

–De onde você surgiu? – perguntou mais para si do que para o garoto parado em sua frente, com a voz chorosa.

O moreno sorriu torto.

–Acho que você deve saber que eu vim a partir do espermatozóide do meu pai e do ovulo da minha mãe, que se fecundaram depois que meus pais tiveram uma relação...

–Você sabe que não estou me referindo a isso! – interrompeu com os olhos arregalados e as bochechas levemente coradas. Que indelicadeza por parte do garoto!

–Eu sei disso, mas fiquei curioso em saber qual seria a reação de uma das minhas kouhai ao falar sobre reprodução humana. – deu de ombros e se jogou de qualquer jeito no chão, sentando-se de frente para si. -Além do mais a sua pergunta pode ser interpretada de várias formas. – completou a encarando fixamente, a deixando constrangida pelo olhar intenso que recebia.

Abaixou a cabeça evitando-o.

–Gostei do cabelo. Quando for pintá-lo, me chame para lhe fazer companhia na ida e na volta ao salão de beleza. – comentou logo após reparar na coloração diferente dos fios.

–Eles são naturais! – murmurou ainda de cabeça baixa.

–Não acredito, quem em sã consciência tem o cabelo rosa? – questionou fingindo surpresa.

–Oras, desculpe se minha genética é anormal! – contrapôs irritada com a cabeça levantada. –Mas você não está em posição de criticar, senpai. – falou debochada. –Afinal, você é mais branco que um papel!

–Não vejo problema em ser pálido ao extremo. Mas seu cabelo cor de rosa, já é um problema! – balançou a cabeça de um lado para o outro.

–Já falei que é culpa dos genes!*

E mais uma vez, o garoto pálido balançou a cabeça de um lado para o outro.

–Está errada! É culpa da melanina! – replicou aos risos, como era fácil tirá-la do sério.

–Tanto faz! Se está incomodado com a cor do meu cabelo, o problema é seu! – e virou o rosto para o lado direito, fazendo algumas mechas cobrirem seu ombro.

Um frio passou pela sua espinha ao sentir os dedos do garoto colocar suas mechas de volta no lugar em um movimento suave, suas bochechas ficaram vermelhas quando percebeu que uma mecha rosada ainda estava entre os dedos do senpai, que analisava os fios muito interessado.

–Tira uma foto que dura mais! – alfinetou incomoda pelas ações nada previsíveis do garoto sentando a sua frente.

–Se o meu celular não estivesse confiscado desde semana passada, quem sabe. – sorriu torto, e por curiosidade Sakura virou o rosto, cruzando o olhar com o garoto.

–Pensei que os professores devolviam ao termino da aula.

–Isso só acontece dentro da sala de aula, quando é o caso de coordenador de clube, até você pagar um castigo, o celular fica confiscado. Se for do clube de xadrez, a coisa é bem mais séria. – explicou ainda analisando a mecha.

A boca de Sakura se escancarou pela surpresa, ele fazia parte do clube de xadrez?

–Uau! – foi a única coisa que conseguiu formular.

–Aposto que está pensando que sou um gênio, não é?

–Sem dúvida, já que está participando do clube de xadrez. – respondeu prontamente.

–Falando nisso, tenho que ir, o meu castigo me espera, mas por sorte, hoje é o último dia. – soltou a mecha rosada e levantou-se logo em seguida.

–Que tipo de castigo? – não conteve a curiosidade.

–Não se preocupe, não é nada demais, só tenho que escrever a frase: ‘’não devo usar o celular quando estiver fazendo alguma atividade de xadrez’’ cem vezes. – fez um carinho no topo da cabeça da Haruno e saiu.

Sakura acompanhou com os olhos as costas do garoto se distanciar.

Para um senpai estranho, até que você é legal. falou em pensamento deixando um tímido sorriso tomar conta de seus lábios.

–Ah! Última coisa. – o garoto pálido virou sobre os calcanhares. –Chorar, a deixa feia! – proferiu em tom falso, sorrindo mais uma vez torto.

Uma veia saltou de sua testa, e num pulo ela estava de pé.

–O problema é meu! – elevou a voz uma oitava.

–Sei disso, Sakura. – assentiu com o sorriso torto. –Venha aqui no mesmo horário amanhã. – convidou já com a mão na maçaneta, porém foi impedido de girá-la.

–Pelo menos diga o seu nome. – pediu.

–Takeda Sai, mas me chame de Sai.

~~*~~*~~*~~

Encarava o rapaz com os olhos levemente arregalados, não conseguia acreditar que seu quase namorado na época do ensino médio estava parando a sua frente com o típico sorriso falso.

–O que está fazendo aqui? – as palavras saltaram de sua boca sem seu consentimento.

–Não vai me convidar para entrar? Sabe, está frio aqui fora, mesmo que não pareça. – disse em tom sarcástico, a encarando intensamente.

Sakura piscou os olhos freneticamente, tentando não se sentir desconfortável com o olhar que o rapaz lhe direcionava e automaticamente deu um passo para o lado, atendendo ao pedido de segundos atrás.

O rapaz alargou o sorriso falso e entrou como se já fosse da casa. Toda a ação feita por Sai foi acompanhada pelos olhos da rosada que pareciam desatentos e em sua cabeça os momentos que passou na companhia de seu ex-senpai passavam como flashes. Apesar do mesmo parecer estranho, era uma ótima pessoa, é claro, até onde se lembrava era, pois não conversam há anos.

–Sakura. – foi despertada de seus devaneios pelo rapaz a chamando já devidamente acomodado no sofá da sala de estar. –Sakura.

Tinha me esquecido que ele é mais folgado que o Itachi. – pensou deixando um suspiro escapar de seus lábios, contou até três mentalmente e começar a andar em direção da sala.

–Quer alguma bebida? – perguntou educada quando estava entre a porta que dividia a sala da cozinha, ela também tinha o costume de oferecer uma bebida ou comida.

–Uma xícara de café seria ótima. – falou sem encará-la, a decoração era mais interessante.

A rosada apenas assentiu com a cabeça e adentrou a cozinha, antes de preparar o café desejado, ela deu uma espiada na lasanha que assava no forno, o cheiro delicioso já se fazia presente fazendo-a fechar os olhos para apreciá-lo.

~~*~~*~~*~~

Tentava a todo custo encontrar uma posição confortável naquela cama, virando de lado, ficando de barriga para cima, debruçando-se, até sentou-se, porém sentia-se desconfortável. Passar os próximos dois dias ali seria uma tarefa difícil, nunca gostou de sentir o cheiro estranho de hospital e principalmente ficar cercada de branco. Porém ela também tinha a consciência de que a situação em se encontrava era de total responsabilidade sua, não sabia onde estava com a cabeça quando iniciou o ciclo vicioso dos vômitos que ela mesma provocava.

–Ino, você pode, por favor, parar de se mexer. – a voz masculina do namorado preencheu o cômodo.

Desviou o olhar para os cabelos ruivos de Gaara com o cenho torcido em irritação, só porque ela ficou boa parte dessa segunda-feira apagada fazendo com que o ambiente ficasse em total silêncio, não queria dizer que quando despertasse – coisa que havia acontecido há três horas – ela permaneceria parada, feito uma estátua.

–Não posso. – respondeu de imediato com a birra evidente.

–O barulho do colchão está atrapalhando a minha leitura. – e levantou o tablet em uma altura em que a namorada poderia ver.

Com um bico nos lábios, a loira levantou o troco, ficando meio sentada/deitada sobre o colchão. Agora que tinha a atenção do namorado para si, nada melhor que continuar com o diálogo, mesmo que fosse de sua maneira nada convencional.

–Mas eu estou entediada! Quero fazer alguma coisa, mas esse fio não deixa... – mostrou a mão direita, onde o soro estava injetado.

O ruivo respirou fundo, tentando encontrar a paciência para aguentar uma Ino estressada, bloqueou a tela do tablet e encarou a namorada com uma expressão cansada.

–Você pode usar a outra mão para mexer no celular, ou folhear uma revista. – propôs levantando-se. -Não é difícil.

–É sim. –contrapôs. - Gaara, nós estamos em um hospital, onde tudo que faço é limitado pela cama. – falou com a voz aguda propositalmente enquanto sacudia o braço livre da agulha. –Poxa, eu não estaria assim se me deixassem andar. – lamentou-se de cabeça baixa.

–Para você desmontar no primeiro passo que der?

A Yamanaka sentiu o colchão afundar, mas ela não achou coragem de levantar a cabeça e encarar os olhos verdes do namorado, já bastava sua consciência pesada pela irresponsabilidade que teve com próprio corpo, não precisava do olhar reprovador do namorado sobre si para piorar a situação.

–O problema é meu se estou fraca! – o seu coração oscilou e sua visão ficou embaçada.

–Sim, o problema é seu Ino. – e a abraçou, ato que a pegou desprevenida. –Mas é incrível como você consegue passar de triste para irritada em um segundo. – comentou em tom brincalhão.

–Fazer o quê? Sou uma mulher! – levantou a cabeça com um sorriso nos lábios que foram cobertos pelos do Sabaku em um selinho demorado.

Passou o braço esquerdo pelo pescoço do ruivo sentindo ser abraçada com cuidado pelos braços fortes e calorosos, deixando o beijo se aprofundar. A carícia singela que foi feita em sua bochecha a surpreendeu, pois raramente Gaara fazia carinho nela e quando acontecia era quando estava desligada do mundo real e viajava pelo mundo dos sonhos.

–Então é por isso que ninguém atendia a porta! – uma voz feminina preencheu o quarto em tom acusador. –Estavam prestes a fazer COISAS.

O casal se separou bruscamente pelo susto que tomaram. Viraram a cabeça em direção da porta e se depararam com os amigos próximos a porta, já fechada, enquanto os encarava de forma estranha.

–E vocês nos atrapalharam! – completou Ino em tom brincalhão abraçando o ruivo que parecia sem jeito.

–Mas foi você quem nos assustou. – a morena de coques falou novamente, com suas feições contorcidas.

–É mesmo Ino-chan. Apesar dos nossos desentendimentos recentes, somos amigas e ficamos preocupadas com o seu estado. – aproximou-se da loira, sentando-se a beirada da cama, ao lado dela.

O momento de tensão entre a loira e as três mulheres ainda existia, onde muitas vezes uma pequena discussão entre as quatro acontecia e sempre a Yamanaka saia irritada e com raiva.

–Estamos nos sentindo culpadas pelo seu estado. – acrescentou Tenten sentando-se na outra beirada, ao lado da amiga loira que franziu o cenho em desentendimento.

–Vocês não têm culpa de nada. Eu que fui descuidada comigo mesma. – disse a Yamanaka sentindo seu coração se apertar, pois estavam passando por uma fase nada agradável da amizade delas

–Temos sim, já que brigamos semana passada, e isso também pode ter contribuído para você estar assim.

–Relaxa Hina! – e passou o braço pelos ombros da Hyuuga com um sorriso. –É verdade que a nossa última briga me deixou mal, mas depois de uma boa noite de sono, até o motivo pelo qual estávamos brigando evaporou da minha cabeça. – virou o rosto para o outro lado que estava Tenten e a abraçou pelos ombros também. –Assim é bem melhor... – comentou com a voz fraca.

–Ino? – a Nara chamou, percebendo a mudança repentina na expressão da cunhada.

–O que foi? – Gaara também havia percebido.

A loira apensa abaixou a cabeça deixando que sua franja caísse como uma cortina tampando seu rosto o suficiente para que ninguém visse seus olhos cheios d’água. Sentia-se feliz, pois seus amigos vieram fazer-lhe uma visita trazendo uma sensação calorosa em seu peito, porém junto com a felicidade veia a tristeza pelo que havia feito consigo mesma, e temia seus amigos a condená-la por isso.

–Ino! – a voz do namorado atingiu seus ouvidos, a trazendo de volta, e por dois segundo esta ficou ecoando em sua mente.

–O que houve Ino-chan? – questionou a Hyuuga assustada por sentir os ombros da amiga chacoalhar-se abruptamente.

–Não é nada gente, só fiquei com vontade de chorar. – limpou as lágrimas que escorriam com as costas da mão.

–Fique calma Ino, ninguém aqui vai reprovar suas atitudes, só vimos ver se você está bem. – pronunciou-se Naruto, falando com a voz calma.

–Vai parecer estranho o que vou falar agora, mas o Naruto está certo Ino. Não precisa chorar, foi só um pequeno problema que você vai superar rapidinho. – completou Temari, arrancando risos dos presentes.

–Sei que vou Tema, mas fico envergonhada só de pensar que fiz aquilo.

Sem que Neji percebesse, a pequena Hyuuga soltou sua mão e se aproximou da cama onde a loira estava abraçada a mãe e a tia, em mãos uma tortinha de creme com morango pela metade.

–Tio Gaara. – e deu dois puxões na calça do tio favorito. –Ajuda Akemi a subir. – pediu esticando os braços quando a atenção do ruivo desceu em sua direção.

As sete pessoas apenas assistiam com certa expectativa em qual seria a próxima façanha de Akemi.

–Obrigada. – sua pronuncia soou como sempre, enrolada.

–O que você vai fazer filha? – a morena de coques tomou a frente enquanto via sua filha andar sobre o colchão com uma expressão de curiosidade e travessura estampada no rosto.

–Akemi sabe que tia Ino está doente. – disse a pequena Hyuuga sentando-se na frente da loira. –Mas não sabe por que está chorando. – desviou o olhar para a tortinha em mãos e com a colher tirou um pedaço. –Quando Akemi está chorando, o papai dá um docinho para Akemi parar de chorar. – e estendeu a colher.

Ino, que assistia toda a ação da pequena Hyuuga com uma expressão incrédula, deixou seus olhos se arregalaram ao se dar conta do que o pedaço de gente pretendia fazer. Não aguentando mais, deixou que as lágrimas se intensificassem, até que ponto ela havia chegado para ser consolada por uma criança de dois anos?

–Comi tia Ino, essa tortinha vai fazer tia Ino parar de chorar! – um sorriso inocente se abriu e, os olhos perolados de Akemi brilharam.

–Você é um amor Akemi. – foram as únicas palavras que conseguiu formular e soltá-la por entre seus lábios trêmulos, sem pensar duas vezes a abraçou, mas antes colocou na boca a sobremesa oferecida por ela.

–Se até uma criança entendeu como a Ino está, vocês não deviam ter rido do que eu falei antes. – resmungou Naruto fazendo um beicinho.

–Cala a boca Naruto. Se duvidar a minha filha é mais inteligente que você.

–Hei Tem-chan, o Naruto-kun não é nenhum burro. – intrometeu-se Hinata, pois rir do noivo era uma coisa, porém compará-lo a uma criança que nem o nome sabe escrever era outra totalmente diferente. –Já que foi ele quem percebeu o que a Ino estava sentindo primeiro que todos.

–Eu não sabia que o Naruto precisava ser defendido pela Hinata, que decepção, achava que você era forte! – contrapôs Shikamaru em tom brincalhão, irritando o Uzumaki.

–Sou forte sim, mas quando a Hina-chan entra no meio de uma discussão, quer dizer que está na hora de me calar.

–Pau mandando! – concluiu Neji rindo sendo acompanhado do restante.

–Aposto que todos aqui também são paus mandados. – defendeu-se já sentindo uma veia saltar de sua testa.

–Não! – responderam os três rapazes juntos.

–São sim! – disseram as suas respectivas mulheres juntas também, para então rirem.

A loira, ainda abraçada a Akemi, ria como há um bom tempo não fazia, sentindo seu coração bater mais forte.

~~*~~*~~*~~

–Você não deveria estar na Itália estudando artes? – questionou a Haruno curiosa.

–Eu fui e voltei. Quantos anos você acha que se passou desde o ensino médio?

A Haruno começou a contar com a ajuda de seus dedos enquanto seu cenho se franzia cada vez que um dedo se levantava. Sues olhos se arregalaram em pura surpresa, não poderia ser tanto tempo assim, poderia?

–Dez anos? – respondeu com outra pergunta mostrando todos os seus dedos das mãos.

–Sim, dez anos. Você achou que se passaram quantos anos?

–Uns três. – e bebericou da xícara de café. –Não tinha percebido que passou tudo isso, parece que foi ontem que comecei o ensino médio.

–Ótima noção de tempo feiosa. – comentou e bebericou da xícara também. Não teve como não rir da careta em desagrado que Sakura fez ao ouvir o apelido ‘’carinhoso’’ de anos atrás.

–Feiosa é...

–Não se atreva a dizer, seus lábios não merecerem pronunciar essa palavra e meus ouvidos não precisa ouvir. – interrompeu com um sorriso galanteador no rosto, coisa que acabou deixando a rosada sem jeito. –E onde está o seu SASUKE-KUN? – desde que entrou ali, não o viu ali e estranhou a falta do mesmo.

Ela havia sido pega de surpresa, nunca passou pela sua cabeça que o moreno pálido iria pergunta pelo Uchiha, e falando nele, as lembranças que estavam lacradas desde que havia acordada naquela manhã, voltaram junto com a palavra BONECA ecoando em sua cabeça. Tinha prometido novamente a si mesma que nada estragaria sua odiada segunda-feira, entretanto a menção do nome da pessoa que a infernizou nos últimos dois dias por outra não ajudaria em ocultar as lembranças desagradáveis.

–Sakura? – foi desperta de seus pensamentos pela voz de Sai, que parecia estar a chamando há algum tempo.

Balançou a cabeça de um lado para o outro, na tentativa de dissipar qualquer pensamento relacionado ao Uchiha e suas ações do fim de semana, voltando a atenção ao moreno pálido sentado a sua frente.

–Desculpe Sai. Ultimamente estou me distraindo facilmente.

–Arrisco dizer que isso é o acumulo de sono, você precisa dormir mais. – recomendou analisando o rosto da Haruno com leves olheiras abaixo dos olhos.

–Meio difícil ter uma boa noite de sono sendo médica.

–Então você foi mesmo para essa área? – parecia uma pergunta para ele mesmo.

–Mas é claro, afinal o corpo humano é muito interessante. – mesmo assim ela respondeu.

–Eu jurei que você iria ser uma escritora de livros ou jogadora de vôlei do time japonês. – apoiou os cotovelos sobre a mesa da cozinha.

A intenção no começo era de conversarem na sala de estar, mas em algum momento, Sai apareceu na cozinha procurando por Sakura que ainda não havia feito o café, porque estava namorando a sua arte da cozinha.

–Te garanto que eu não me daria bem em nenhuma dessas profissões. – disse com uma expressão contente. –Pois eu amo ser médica. Mas, e você? Como anda a vida de artista? – questionou com os olhos brilhando em curiosidade.

–Parada ao extremo, minha vida de artista está resumida em dar aula de dia e pintar a noite. Mesmo tendo feito faculdade fora do país, encontrar um emprego em que um diploma de arte realmente valha à pena é difícil, me deixando com a opção de dar aula em universidades, e até agora estou nisso.

–Pelo menos cálculos, as aulas já começaram então o que você está fazendo aqui?

–Me transferiram para o campus de Konoha, disseram que estão precisando de professores, por coincidência meu amigo que também é professor veio para cá. – descansou o queixo sobre as costas das mãos que estavam entrelaçadas. –Mas você ainda não me respondeu, onde está o seu amado? – era impressão dela, ou a voz de Sai soou cínica?

–Tenho mesmo que responder? – torceu o cenho deixando claro que referências ao Uchiha não eram bem-vindas.

–Se não quiser podemos conversar sobre a deliciosa lasanha que está quase pronta, a propósito, o cheiro está muito bom. – sorriu levemente, sim era impressão sua o cinismo na voz do moreno pálido. –Mas deixe-me adivinhar o motivo de você fazer uma careta toda vez que falo sobre Sasuke. – fez um ar de pensativo, com direito a dedos no queixo e uma expressão séria. –Vocês terminaram. – concluiu após três segundos.

O aceno positivo da Haruno foi a resposta para em seguida um silêncio estranho tomar conta do ambiente. Não conseguia acreditar que o moreno pálido ainda lia seus sentimentos com tanta facilidade, ou seus olhos eram muitos expressivos ou com apenas um movimento dos músculos faciais demonstrava o que estava sentindo, balançou a cabeça, ela era os dois, simplesmente um livro aberto. Respirou fundo levantando o olhar e se surpreendeu ao perceber que os olhos negros de Sai a encarava intensamente, a fazendo se remexer sobre a cadeira.

O toque estridente de um celular cortou o momento, assustando ambos.

–Não se preocupe, é o meu. – Sakura levantou-se em um solavanco, saindo da cozinha a passos apressados.

Obrigada Deus e quem quer que seja me ligando. – agradeceu mentalmente pegando o celular que carregava a bateria perto da escada.

~~*~~*~~*~~

Havia acabado de chegar de mais um dia exaustivo de trabalho, jogou-se de qualquer jeito no sofá da sala, desejando internamente que suas pálpebras se fechassem, mas ele sabia que isso só aconteceria depois que algo comestível desse o ar da graça em seu estômago vazio. Eram tantas coisas para ler, assinar e afins que ele acabou gastando a hora do almoço com o Uzumaki que resolveu atormentá-lo com um interrogatório pelo sumiço no fim de semana.

Desfez o nó da gravata e a jogou em algum canto, desabotoou as três primeiras casas de botões da camisa social e se afundou ainda mais no sofá. Estava visivelmente cansado, mas ele iria se acostumar à mudança de rotina que teria que acontecer por causa dos finais de semanas ‘’agitados’’ que teria daqui para frente.

Com esses pensamentos, um dos cantos de seus lábios se curvou. Já estava ansioso pela sua próxima visita à Haruno, só esperava que não precisasse ameaçar de forma tão rude como antes para ter o que queria. Sasuke admitia que exagerou no último dialogo que teve com Sakura, entretanto ou era a ameaça ou bancar um maluco obcecado, e a segunda opção lhe parecia uma ação tão desesperada que ele não viu outra opção.

Respirou fundo e pôs-se de pé. Iria comer algo antes que começasse a traçar uma linha de raciocínio onde sua consciência e seu ego entrariam em conflito, pois suas atitudes no sábado e no domingo estão questionáveis.

~~*~~*~~*~~

Voltou à cozinha com o cenho franzido em irritação, coisa que chamou a atenção de seu convidado que mexia distraidamente no celular.

–O que houve? - guardou o celular em seu bolso.

–Meus amigos são muitos acomodados. – respondeu e soltou um suspiro.

–Como assim?

–Combinamos de eles virem aqui em casa para jantarmos, porém minha amiga grávida não está disposta, e os outros estão cansados por ser segunda-feira. Namie é muito esperta por marcar em plena segunda. – lamentou-se.

Sai desviou o olhar para a lasanha que estava quase no ponto, deduzindo que o jantar do grupo de amigos que Sakura aguardava seria essa, e em sua visão, a comida parecia estar deliciosa. De repente um ronco soou, deixando o pálido moreno desconcertado enquanto a rosada ria.

–Parece que você ainda não jantou. Então fique e coma a lasanha, porque eu não vou conseguir nem a metade daquilo. – convidou com um sorriso nos lábios, a ideia de não ficar sozinha por algumas horas era ótima, afinal ela não queria lembrar de coisas desnecessárias.

–Se importa se eu chamar o meu amigo? –perguntou um pouco receoso. - É que acabamos de nos mudar e sei que ele ainda não jantou também.

–Sem problemas, assim posso cozinhar outro coisa amanhã.

–Obrigado Sakura. – levantou-se sacando o celular do bolso da calça jeans. –Só vou avisá-lo que temos uma janta decente e já volto. – falou retirando-se da cozinha.

Ela apenas assentiu com a cabeça e levantou-se também, andou em direção do armário, no intuito de preparar a mesa para o jantar que não seria mais sozinha.

~~*~~*~~*~~

–Uma grande lasanha lhe aguarda.

–Obrigado, mas eu já comi lamen.– contrapôs a voz do outro lado da linha.

–Sei que é mentira, então venha logo Keita.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?? Sai e Keita vão causar nessa fic, e se me lembro bem, as meninas receberam o Sai com negativismo, ele é inofensivo... eu juro! E quem será esse Keita? Ou melhor de onde vocês ouviram esse nome?? No próximo vamos descobrir... xD (ou posso deixar isso no escuro ainda... )
Espero reviews, até lá!! Beijos! E desculpe mais uma vez pela demora....
*eu coloquei esse asterisco porque não sei se o gene influência diretamente na coloração do cabelo ou se é melanina... se estiver totalmente errado, me desculpem...