Soba Ni Iru Né... escrita por JúhChan


Capítulo 24
Capítulo vinte e quatro – Minha boneca


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente... Perdão pelo atraso do capítulo, se quiserem podem me xingar, ma bater, tacar pedras, paus, tomates podres, pois eu mereço... T-T
Tive as minhas habituais travadas e quando ia escrever a semana de prova chegou junto com uma note vermelha que só de lembrar me deixa decepcionada comigo mesma.... Mas agora estou de férias e prometo me esforçar para escrever os capítulo, já que temos que acelerar essa história...
Bem, esse capítulo é dedicado à linda da Harumy que é dona da oitava recomendação da fic, muito obrigada flor, li várias vezes essa recomendação quando precisava de inspiração para escrever o capítulo...
Só avisando, o momento boneca de SS ficou podre...
Capítulo revisado! Boa leitura!! ô/ até lá embaixo...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/402418/chapter/24

–Finalmente você pode descansar querida. – falou Sakura com sorriso doce moldado nos lábios.

–Mas eu não estou nenhum pouco cansada tia Sakura. – e bocejou.

–Ah não é? Então por que bocejou? – cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas.

Tsukimi desviou seu olhar manhoso à Sakura que estava sentada na ponta da cama, logo um bico, também manhoso, tomou conta das feições da menina fazendo a média rir, era incrível a facilidade de contrariar a loirinha quando o sono a dominava.

Tentando manter os olhos abertos, Tsukimi foi até a rosada e sem dizer nada se jogou nos braços da mesma em busca do confortável calor que sempre emanava de sua médica favorita, se estava prestes a dormir, nada mais justo do que em um colo confortável. De certa forma, a Haruno esperava por isso, então silenciosamente acomodou melhor a menina em seus braços e esperou até que Tsukimi apagasse.

Demorou apenas cinco minutos para que a loirinha dormisse, a respiração calma e leve dela fez com que o mesmo sorriso doce aparecesse nos lábios da rosada. Deu uma última olhada no rosto sereno da menina e logo em seguida a depositou sobre a cama, cobrindo-a com o cobertor.

Sem fazer barulho, pegou a bolsa e saiu do cômodo.

~~*~~*~~*~~*~~

O som do chuveiro era um calmamente. A água morna que atingia sua pele relaxava seus músculos contraídos, o som do chuveiro ligado abafava os baixos grunhidos que escapava de sua garganta e, ajudava a refletir sobre os últimos acontecimentos da maneira mais confortável, em posição fetal.

Sabia que se arrependeria do que havia feito, mas nunca imaginou que se sentiria tão estúpida como agora. Deveria ter mandado-o embora na primeira oportunidade que teve, deveria ter ligado para a polícia pedindo ajuda, porém algo dentro dela não deixou fazer nada e por isso, Sakura se estapeou internamente.

Não fez nada, pois é uma fraca. – gritou sua consciência.

Passou o dia ignorando o arrependimento que tomava conta de seus ombros em forma de peso, não podia aparecer abatida na festa de aniversário de Tsukimi, porque assim faria a menina se preocupar com ela e esquecer completamente a festa, e isso, Sakura não queria, pois era ela quem animava a loirinha e não ao contrário. Porém tudo se abalou por dentro dela com a chegada inesperada do moreno. Ele não poderia ter ido outro dia? Só pode soltar todo o ar de seus pulmões quando acompanhou com os olhos a silhueta do Uchiha desaparecendo ao virar para direita no corredor, mesmo assim, continuou ignorando o peso do arrependimento, contando até dez mentalmente e se distraindo com as brigas da loirinha com o pediatra.

Porém isso foi se desmoronando quando saiu do hospital. Dentro de seu carro, Sakura apertava com tamanha força o volante que seus dedos chegaram a ficar brancos e cada vez mais seus ombros ficavam pesados e, toda a culpa era de Sasuke. Sentiu algo pingar em seu joelho, era quente e parecia água. A rosada já esperava aquela ação, mesmo assim a surpresa foi considerável ao levar uma das mãos ao rosto e constatar que lágrimas escorriam pelo mesmo.

Sim, sou absolutamente uma fraca! – pensou sentindo um nó se formando em sua garganta.

Afinal chorar limpava o ser internamente e ainda aliviava o coração, porém não mudava nada.

~~*~~*~~*~~

–Isso mesmo! – incentivava. –Continue assim. – falava com a voz mansa enquanto esticava os braços pedindo mudamente que viesse até ela. -Venha até aqui Kimie-chan! – chamou a menina que sorria contagiando os pais que assistiam a cena com os corações acelerados.

Matsubara Kimie era uma das dezenas de pacientes de Temari. A menina que tinha apenas dois anos sofria desde que nasceu de fraqueza nos membros inferiores, os pais já haviam perdido as esperanças, pois nenhum fisioterapeuta conseguiu fazê-la andar. Porém tudo mudou quando a Nara soube do caso de Kimie, não pensando duas vezes, o assumiu e agora viu que os esforços dela, seus e dos pais por confiarem na loira, estavam sendo recompensados.

Com a ajuda de uma bola, a menina andava quase que normalmente, pois ora ou outra suas pernas travavam, resultando em uma queda. Todavia, Kimie se levantava dando gargalhadas. Em seu primeiro tombo, a menina fez uma careta chorosa deixando seus pais aflitos, mas com os incentivos cativantes de Temari, o pequeno ser se levantou e assim ficou até a bola ser levado até ela.

–Muito bem Kimie-chan! – a elogiou com um sorriso doce, a menina finalmente havia conseguindo chegar nela, depois de vários tombos e muitas travadas é claro. –Você foi ótima! Parabéns! – exclamou alegre trazendo a menina para o seu colo, a abraçando.

–Papai, mamãe! Eu consegui! – comemorou a plenos pulmões, soltando as palavras enroladas, como a pequena Hyuuga fazia.

–Sim filha, você conseguiu! – respondeu a mulher com os olhos marejados.

–Muito bem hime-chan! – completou o homem pegando a filha no colo e a girando no ar.

A Nara assistia o momento maravilhoso de uma família que acaba de superar um obstáculo com o sentimento de dever cumprido em seu coração. Desejava com todo o ser que seu garotão não nascesse com nenhum problema, pois já era o bastante assistir o sofrimento de várias pessoas que tinham os movimentos do corpo limitado ou então não tinham como se mexer.

Um chute vindo do ser que crescia dentro si foi o que a despertou de seus devaneios, e em reposta pôs a mãos sobre a saliente barriga, fazendo uma leve carícia.

–Bem... – começou após respirar fundo e levantar com um pouco de dificuldade. –Acho que por hoje já podemos encerrar. Kimie-chan fez um progresso excepcional! – aproximou-se da menina que ainda estava no colo do progenitor, e fez um carinho nos cabelos negros da menina.

–Obrigada Nara-san, do fundo do coração. – agradeceu a mulher se curvando perante a loira como os japoneses estão acostumados a fazer, o marido a acompanhou no gesto.

–Só fiz apenas o meu trabalho, agradeçam à filha de vocês que mesmo caindo se levantava sorrindo. – contrapôs sorrindo levemente, a única coisa que iria aceitar seria os sorrisos em pura felicidade daquela família pela recuperação da menina. –Mas não podemos relaxar, Kimie-chan deverá vir às suas sessões, pois ela ainda não anda normalmente. – informou séria, colocando a máscara de profissional que deveria.

–Certo Nara-san. Até semana que vem. – falou o marido.

–Tchau. – Kimie falou enquanto acenava com a mão.

–Tenham uma boa noite, e não se esqueçam de praticar durante essa semana. – elevou a voz para falar a última parte.

Ainda com o sentimento de dever comprido em seu coração, a loira acompanhou com o olhar as costas dos três sumirem após viraram para outro corredor. Agora era só trocar de roupa e esperar pelo amado. Começou a andar em direção da porta por onde a família Matsubara havia acabado de passar já desfazendo os primeiros botões de sua blusa branca.

Após trocar as roupas brancas por um vestido folgado e confortável, pegou a bolsa e saiu do vestiário com um sorriso, já que quando desfez o botão da calça, o seu neném se agitou dentro de si, como se dissesse que estava melhor sem a bendita da calça apertando seu local de proteção. Por onde passava recebia um ‘’boa noite’’ ou um ‘’bom descanso’’, com um sorriso respondia ou então acenava para a pessoa. Chegando à recepção, foi em direção ao bebedouro e logo após pegar um copo d’água acomodou-se em um dos sofás da sala de espera, ora bebia a água ora acariciava a barriga.

Naquele começo de noite em especial, a loira se sentia mais feliz, ou até mesmo satisfeita consigo mesma, não via a hora de dividir essa felicidade com o amado, já que com o filho já estava sendo compartilhada, pois desde que se sentou o pequeno ser não parava de chutar e mexer, parecia que estava fazendo piruetas dentro de seu útero.

–Posso saber o motivo da mãe do meu filho estar sorrindo feito uma boba? – a voz calma e carregada de sono de Shikamaru a despertou de seus devaneios.

–Só de saber que cumpri o meu dever como fisioterapeuta, fez com que o desejo de ajudar as pessoas a sentirem tudo ao ser redor aumente de tamanho. – respondeu sem graça. Ultimamente, o Nara vinha aparecendo sempre nos momentos mais leves de sua rotina.

–Quer dizer que Kimie finalmente andou. – concluiu e agradeceu mentalmente, já que aquele caso prendeu a atenção da amada por um longo tempo, Temari até preferiu estudar mais sobre o problema da menina e acabou dispensando-o em algumas noites, deixando-o frustrado.

–Ai Shika! Não fale como se um peso fosse tirado de suas costas. – falou e torceu o cenho, mostrando o seu descontentamento. –Queria tanto que você ficasse feliz junto comigo. – lamentou-se.

Shikamaru respirou fundo, era verdade que estava feliz pela amada, mas não era culpa dele se havia falado daquela maneira, pois aquele caso o privou de curtir o seu filho e ela antes de dormir, esse era um ritual que ele acabou desenvolvendo sem que percebesse desde o dia em que descobriu que um ser crescia dentro de Temari e se não realizasse não dormia direito. Apesar de que o tal ritual era apenas passar alguns minutos acariciando a barrigada da loira, sentindo as vibrações que os chutes do pequeno causava, enquanto a mesma fazia um cafuné em seus cabelos, ou então se beijavam. Fixou seu olhar no rosto tristonho da loira e soltou o ar de uma vez antes de puxá-la para um abraço.

–Problemática! – falou carinhosamente.

Mesmo não sendo o melhor pedido de desculpas, a Nara não pode resistir ao calor que o corpo masculino lhe passava, e acabou se aconchegando ainda mais.

–Estou feliz por você. – e um sorriso apareceu nos lábios finos do moreno que foi prontamente correspondido pela loira. Afinal se Temari estava feliz, ele também estaria.

~~*~~*~~*~~

Virou o corpo para esquerda pela segunda vez em busca de uma posição confortável, para poder descansar por algum tempo, fazia pouco mais de uma hora que havia voltado do hospital e Sasuke planejava tirar uma soneca antes de sua próxima ‘’visita’’. Suspiro pesadamente, desistindo de ficar de lado na cama e virou de barriga para cima. Cobriu os olhos com o antebraço direito e bufou.

De repente um sorriso se formou em seus lábios finos, lembrava de como a rosada ficou sem jeito e totalmente desconfortável com a presença dele no quarto da loirinha, mesmo não demonstrando, o moreno se divertiu bastante por ter provocado de várias formas a rosada. E de certa forma o deixou satisfeito por apenas ver disfarçadamente o cenho franzido em pura irritação, os pequenos bufos que soltava e como sempre encarava algum ponto cego, parecia que evitava ao máximo levantar o olhar para ele.

Relembrar das últimas três horas fez com que seu coração bombeasse o sangue mais rapidamente e uma ansiedade crescesse a partir de sua barriga, não esperava à hora de tocá-la e aproveitar cada sensação que sentia quando sua pele se encostava com a dela. Seu sorriso alargou-se um pouco mais e respirando profundamente sentou-se na cama para logo em seguida levantar.

Depois de uma ducha relaxante, Sakura teria outra surpresa, entretanto essa seria proposital.

~~*~~*~~*~~

–Não vai comer nada? – questionou preocupado, vendo que namorada não havia pegado a cardápio como ele.

–Começou a aparecer algumas gordurinhas e para o meu próximo trabalho tenho que estar na medida exata. – respondeu depois de balançar a cabeça de um lado para o outro, negando.

Surpreso com a revelação dela, passou o olhar discretamente pelo corpo esbelto da namorada e soltou um suspiro enquanto seu cenho se franzia em preocupação, pois nada ali estava fora do lugar, parecia mais que faltava.

–Ino, não acha que está exagerando?

–Exagerando no que sobrancelhas invisíveis? – contrapôs para logo em seguida levar o copo d’água à boca.

Gaara contou até dez tentando achar sua paciência para aguentar o falso desentendimento estampados nos olhos de Ino.

–Não finja que não sabe do que estou falando. – avisou, deixando a loira confusa.

–Fingir o quê Gaara? Eu não estou te entendendo.

–Ino, por favor! – exclamou como se pedisse algo. Totalmente perdida em meio àquela conversa que na opinião da Yamanaka não tinha o menor sentido, fixou seus olhos no rosto do namorado que expressava uma preocupação que ela não conseguia compreender, esperando que ele falasse alguma coisa a mais. Entretanto nada saia da boca do Sabaku.

–Gaara...

–Até quando pretende ignorar o fato de que falta apenas um passo para que você desenvolva algum distúrbio alimentar? – exaltou-se, perdendo completamente a paciência. Ele tentou manter a calma, mas o seu coração batendo em um ritmo acelerado, em pura preocupação, não o ajudou em nada.

As palavras proferidas pelo ruivo, a pegou de guarda baixa. Arregalou os olhos ao mesmo tempo em que sentia sua visão embaçar, estaria ela com algum começo de distúrbio alimentar? Sem saber o que responder, ou até mesmo por não ter coragem de encarar o rosto nada feliz do namorado, Ino baixou a cabeça e no processo foi se auto-analisando.

A primeira lágrima pingou em seu vestido, deixando uma marca molhada. Sem pensar duas vezes começou a apalpar o próprio corpo, procurando alguma diferença, as tais gordurinhas que havia mencionado nem estavam lá e quando sentiu os ossos das costelas mais evidentes que o normal, sentiu que o seu chão foi tirado sob seus pés.

O que foi que eu fiz comigo? – era a única coisa que coava em sua mente enquanto deixava que lágrimas e mais lágrimas escorressem de seu rosto, lá no fundo uma forte dor a incomodava.

–Sou uma irresponsável! – murmurou com a voz arranhada por conta do choro contido.

Sentiu braços fortes e calorosos a envolver em um abraço apertado. A última coisa que viu antes de cair no mundo da inconsciência foram os lábios do ruivo se movendo, chamando o seu nome.

~~*~~*~~*~~

Enchia a caneca de leite morno com o olhar vago, encarava o líquido recheado de cálcio, mas ao mesmo tempo não. Após o banho nada relaxante, resolveu descer e comer algo, mas quando abriu a geladeira seu estômago pediu o velho e delicioso leite com café acompanhado de pão amanteigado, dando de ombros decidiu comer o quê ele pedia, para pelo menos se livrar do cansaço que começou a sentir desde que se vestiu.

Do pegar uma fatia do pão até passar a manteiga no mesmo, foi absolutamente robótico, quem visse a rosada diria que estava prestando atenção no que estava fazendo, porém estava com os ombros tão pesados por conta do arrependimento, sentindo-se um ser tão fraco que poderia acontecer o mesmo terremoto de 2011, ela não sentiria o tremor.

Sentada a mesa, começou a comer vagarosamente. E como flashes os acontecimentos das últimas vinte quatro horas passaram por sua mente mais uma vez, a fazendo apertar com uma força desnecessária a caneca onde seu leite com café estava intocado. Sem que desse conta um suspiro pesaroso escapou de seus lábios e num rompante se pôs de pé, desistindo de sua ‘’janta’’. Depois de recordar indiretamente que ela era uma fraca, o gosto de seu pão amanteigado ficou amargo.

Pelo menos dormir você vai me deixar fazer sem nenhum problema? – perguntou retoricamente, porém não sabia para quem dirigia a palavra, à sua consciência ou às lembranças.

Sem que desse conta Sakura chegou ao pé da escada, e levantou o olhar até parar no topo. A ideia muito tentadora de dormir na sala passou pela sua mente, porém sabia que se acomodasse no sofá, a opção descansar não estaria válida, já que como qualquer outra mulher com o coração machucado procuraria algum filme de comédia romântica para se emocionar com os ‘’felizes para sempre’’. Balançou a cabeça de um lado para o outro, espantando a ideia, se começar a pensar, uma coisa levaria a outra e no final ela estaria se sentindo a pior pessoa da face da Terra.

Foi tirada de seus devaneios com o barulho de chaves sendo giradas em alguma fechadura. Um arrepio passou pelo seu corpo e sua respiração acelerou, quando percebeu que alguém estava destrancando a porta principal da sua casa. Nenhum de seus amigos faria uma visita a ela, pois Namie e Itachi estavam viajando a trabalho, Karin, mesmo não passando das 21h00min já deveria estar em seu décimo sono junto de Suigetsu, então seria algum vândalo?

É o quê eu desejava! – pensou ironica, sentido o coração disparar pelo desespero que tomou conta de seu corpo.

O ‘’click’’ soou alto demais para a Haruno que ainda não sabia se pegava algo para se defender, ligava para a polícia ou então se escondia. Os sons de passos ritmados se fizeram presente e com o coração já em sua garganta ela disparou escada acima. O vândalo que fizesse bem o que entender com sua casa, ela fugiria e se esconderia até isso acabar. E se desse sorte, pegaria o celular e ligaria para a polícia.

Mas seus planos foram frustrados ao tropeçar no último degrau que a levaria ao segundo andar. Só sentiu o doloroso impacto em seu joelho direito. Fechou os olhos com força percebendo que a dor se espalhava por toda região abaixo do lugar batido. Sentou-se rapidamente naquele último degrau e começou uma massagem nos lugares que doíam mais, porém o resultado foi ao contrário do desejado, afinal, saber que sua casa estava prestes a ser invadida não a acalmava nem um pouco.

–Sua louca! – a voz ecoou por todo o corredor. –Droga Sakura, tome cuidado! – e a suspendeu do chão.

O coração da Haruno estava a mil, mas não sabia dizer se era por desespero por sua casa estar sendo invadida ou por Uchiha Sasuke estar mais uma vez ali, planejando fazer sabe-se lá o quê consigo. Levantou o olhar e em um instante estava com os olhos arregalados vidrados nos negros do moreno e como uma mágica, o medo que a tomava conta deixava seu corpo aos poucos, fazendo Sakura se esquecer que estava fugindo de um suposto vândalo para entrar em pânico pelo simples fato de estar mais uma vez nos braços da pessoa que ela queria a maior distância possível.

Para Sasuke, aquele pequeno acidente nas escadas não deveria ter acontecido, pois ele imaginava que ao entrar sorrateiramente na casa de Sakura, esta já estaria em seu quarto tomando banho ou se preparando para deitar-se.

Que a nossa brincadeira comece. – foi com esse pensamento pulsando em sua mente que entrou com um sorriso de canto, mas ao ver a silhueta da rosada disparando escada acima para em seguida acabar caindo no último degrau, foi o suficiente para que uma preocupação desconhecida crescesse dentro de si, não pensou duas vezes quando se pôs a correr em direção da médica que demonstrava em suas feições uma careta de dor.

–Me larga Sasuke! – rosnou. –Eu não preciso da sua ajuda! – elevou a voz uma oitava enquanto desferia tapas e socos nos ombros, no peito e nos braços do Uchiha. –Me solta! – agitou as pernas, na tentativa inútil de ser solta. De repente seus movimentos bruscos cessaram, e na cabeça da rosada, o acontecimento da noite passada começou a passar como um filme, fazendo com que uma estranha sensação fosse sentida. Tudo aconteceria de novo, exatamente como na noite anterior.

A mudança repentina de comportamento da Haruno, fez o Uchiha soltar um suspiro de alivio ao mesmo tempo em que apertava o passo em direção do quarto dela, agora poderia chegar ao cômodo desejado sem se preocupar em cair por causa dos movimentos da rosada. Respirou fundo enquanto a depositava sobre o colchão.

–Sakura. – a chamou enquanto se debruçava sobre ela, prendendo-a entre ele e a cama.

Tinha noção de onde estava e o que estava acontecendo, mas não tinha a menor vontade de reagir a nada. Já se sentia uma completa idiota fraca que só consegue falar, não precisava piorar a situação fazendo um escândalo que a deixaria histérica e o moreno irritado. Seu coração se apertou ao sentir os lábios finos de Sasuke cobrindo os seus em um demorado selinho. Sakura arregalou os olhos, tamanha era a surpresa pelo ato inesperado, depositou as mãos em cada ombro masculino no intuito de empurrá-lo, dizendo silenciosamente que não queria, mas não conseguiu realizar já que uma das mãos de Sasuke pegou seus dois pulsos e os prenderam acima de sua cabeça.

Tinha que fazer o impossível para se desprender daquele agarre, e não vendo outra saída se remexeu de um lado para o outro, mas isso também foi parado pela outra mão do moreno que apertou a sua cintura e sem que percebesse entreabriu os lábios, dando uma oportunidade ao Uchiha de aprofundar o beijo que começou com um selinho demorado. Fechou os olhos com força e deixou sua mente ficar branca, não queria de maneira algum qualquer contato com ele.

Faça alguma coisa! – gritou sua consciência.

Estava impossibilitada de mover as mãos e as pernas que também acabaram sendo presas pelo moreno logo após suas mãos, se remexesse ganharia um apertão que dor era a última coisa que sentiria. Sem pensar suas vezes fechou a boca, em um ato de negação do beijo e para sua surpresa acabou mordendo a língua dele, que pelo susto se distanciou dela e a encarou surpreso.

Isso foi bem inesperado não? – pensou enquanto deixava o canto direito de seu lábio se levantar, apesar de sentir o gosto nada agradável de sangue, Sasuke divertia-se com a situação.

Os olhos da Haruno mais uma vez se arregalaram naquela noite, agora era em pura surpresa por ver um brilho lascivo nos olhos negros que dizia que as coisas entre eles haviam acabado de começar, engoliu em seco. Como queria que tudo aquilo fosse um sonho. Um baita de sonho ruim!

–Era apenas um beijo. – disse calmamente próximo ao ouvida da rosada. Um arrepio passou por todo o seu corpo, quando no segundo seguinte sentiu a língua do moreno deslizar pelo seu pescoço lentamente. Sakura mordeu os lábios na tentativa de contar um gemido e se remexeu. –Mas você me mordeu. –e mais vez eriçou todos os pelos da Haruno.

O coração da rosada batia em um ritmo acelerado, ela já conseguia sentir seu estomago dando voltas e mais voltas.

–Era para acontecer apenas uma vez... – lamentou-se. –Uma única vez e, você sumiria da minha vida...

–Eu nunca falei isso. – contrapôs Sasuke, prendendo a parte mais mole de sua orelha entre os lábios.

Foi pega desprevenida pelas palavras do moreno, e de certa forma, aquilo a irritou profundamente. Contou até dez mentalmente, respirando profundamente se concentrando, se não podia contar com a ajudar de seus membros superiores e inferiores, sua última opção seria as palavras.

–Você é o pior de todos, Sasuke. – murmurou brava, ganhando a atenção do moreno que levantou a cabeça até ficar cara a cara consigo. –É tão baixo a ponto de seduzir uma mulher só para satisfazer-se. Em que tipo de homem você se transformou? – aumentou o tom de voz.

–A culpa é toda sua Sakura! – proferiu de maneira fria, lançando um olhar irritado a ela que se surpreender com a resposta. Por cima era para se parecer apenas uma brincadeira, mas no fundo Sasuke sabia que ia além. E vendo que de certa forma sentiu Sakura cutucando sua ferida, uma onda de mágoa passou pelo seu corpo, o fazendo lembrar-se da decepção e vergonha que ela o fez passar.

–Minha culpa? Por acaso sou eu quem está tentando transar com a ex-noiva? Sou eu quem invadiu uma casa? Ou então sou eu quem causa tanta dor de cabeça em uma pessoa a ponto de deixá-la sem saber o que fazer? – gritou a última parte, e sem que percebesse suas mãos começaram a tremer, mostrando claramente que estava nervosa. –Eu acho que não! – respondeu com a respiração descompassada.

Sasuke não demonstrava nenhuma reação, apenas assistia as lágrimas escorrem pelos cantos dos olhos de Sakura enquanto seu coração se apertava. Aos poucos foi soltando os pulsos da rosada e quando sua mão ficou livre, tirou a camisa que vestia já debruçando sobre ela e a envolvendo com os braços em um abraço, surpreendendo-a com o ato e ao mesmo tempo a fazendo fechar os olhos com força como se aquilo fosse impedi-lo de tocá-la.

Vai embora! – gritou em pensamento ao sentir o calor agradável que ele transmitia por meio do abraço.

–Se acalme Sakura. - pediu enquanto fazia um leve carinho nos cabelos rosa, pois as mãos da Haruno tremiam em puro nervosismo e soluços eram soltos, ocasionando pequenos pulos no corpo da mesma.

Em um movimento rápido, Sasuke virou-se, deitando-se de lado na cama junto de Sakura ainda em seus braços. Queria beijá-la, mas sabia que não era muito bom fazer isso, já que soluços e beijos não combinavam e acabaria deixando a rosada sem ar, no sentido ruim da palavra.

–Puxa o ar pelo nariz e solta pela boca. – instruía, mas parecia que era ignorado, então tentou outra coisa.

Vai embora! – gritou mais uma vez em pensamento quando sentiu que o Uchiha passava a mão em suas costas, em um carinho que para ela não era, e por isso se mexeu na tentativa de sair dos braços calorosos do moreno, porém o abraçou ficou mais forte.

–Solta Sasuke! – falou com a voz arranhada. –Eu não preciso de você. – continuou com os soluços a atrapalhando ora ou outra. –Sei me cui... – foi interrompida pelo beijo surpreso de Sasuke.

Os lábios deles se mexiam lentamente, pedindo que ela o acompanhasse no beijo, e mesmo não querendo e já se preparando para mordê-lo novamente se for preciso, movimentou os seus quando a língua do moreno escorregou para dentro de sua boca, explorando cada canto.

Uma descarga elétrica passou por ambos, os deixando arrepiados. Os braços femininos envolveram o pescoço masculino com certa dificuldade e em resposta o braço envolta da fina cintura foi apertado. A parte que comandou seus pensamentos na noite anterior acordou, e mesmo que tivesse com dificuldade de respirar por conta dos soluços, iria levar aquilo até o fim.

Então você vai jogar tudo para os ares? Depois aguente a sensação ridícula de fraqueza que virá junto com o arrependimento, pois você merece Sakura!

Em um minuto, as roupas estavam espalhadas pelo chão, e sobre o colchão ambos se encontravam apenas de peças íntimas. Trocavam beijos intensos, deixando-os sem ar. Um gemido tímido escapou dos lábios da rosada ao sentir seu pescoço sendo sugado pelos lábios finos do moreno e ao mesmo tempo um de seus seios era massageado por cima do sutiã, causando espasmos dentro dela. Foi levantada pelo moreno, mas continuava na vertical, aproveitando a situação, aproximou-se mais do pescoço do mesmo, e inalou o delicioso cheiro dele para logo em seguida distribuir vários beijos na nuca.

O fecho do sutiã foi desfeito e sem pensar duas, Sasuke abocanhou um monte branco e massageou o outro, tirando suspiros e gemidos prazerosos de Sakura que sentia seu estomago cheio de borboletas, e quando ele mordeu levemente o mamilo rosado, os olhos verdes reviraram enquanto os fios negros eram puxados para conter um gritinho prazeroso.

Os lábios se encontraram mais uma vez em um beijo violento, enquanto as mãos de ambos ganhavam vida e passeavam por cada canto dos corpos, causando choques elétricos, suspiros e arrepios. Por fim se livraram das últimas peças que os impediam de terem total contanto de seus corpos.

O frenesi começou em um ritmo lento, mas à medida que grunhidos, suspiros e gemidos se misturavam naquele quarto e dois corações batiam aceleradamente, foi aumentando o ritmo do vai e vem. Até que o Uchiha se derramou dentro dela que sentia todos os seus músculos internos contraírem em um orgasmo violento, nublando sua mente. Sasuke deitou-se sobre Sakura com um sorriso de canto em pura satisfação, agora era só aguardar que as forças retornassem ao corpo para tomar um banho rápido e voltar à Tóquio. Porém sentir o peito da rosada subir e descer, em uma respiração descompassada, lhe trazia nostalgia.

–De agora em diante, você será minha boneca. – falou com a voz firma, sentindo o corpo da Haruno ficar tenso. -Apenas minha boneca. – enfatizou enquanto rolava para o lado disponível da cama, a trazendo para seus braços. –Nunca se esqueça disso! – e a beijou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vou entender se vocês não gostarem da pimbada de SS, sei que ficou uma merda....me desculpem... no próximo eu recompenso... (acho eu...)
Só esclarecendo, a Temari trabalha aos domingos.... só fui me tocar que era o domingo quando revisei o capítulo, como sou desligada! Ela trabalha nesse dia da semana quando há pacientes, como foi o caso da Kimie...
Então era isso gente, esse foi o capítulo do mês... e mais uma vez desculpe pelo atraso do mesmo...
Espero ansiosa seus reviews... Beijos! ;D