Soba Ni Iru Né... escrita por JúhChan


Capítulo 20
Capítulo vinte – Agir como um namorado


Notas iniciais do capítulo

Olá gente... O que aconteceu para ter uma atualização depois de uma semana e alguns dias?? Minhas inspiração está igual a internet de minha casa, oscilando muito.... Ontem eu abri o arquivo e comecei a escrever, quando me dei por mim já estava escrevendo as últimas palavras... kkkkkkkkk' (agora vocês não podem reclamar que eu demoro, só nesse capítulo, tá legal?)
Obrigada pelos comentários pessoal, eles me ajudaram bastante... Espero receber comentários como no capítulo 19! Vocês são demais! ô/
Bem, muitas leitoras estão reclamando que o casal principal tá demorando para ficarem juntos e eu sei que pode ser chato isso, mas isso faz parte da história, há coisas que preciso apresentar antes do casal ficar juntos...
Eu tava' dando uma passada rápida nos capítulos e percebi que tem alguns erros bobos, porém nesse daqui acho que não terá esses erros, pois eu revisei! (Uhu! primeiro capítulo revisado!) kkkk'
Enfim, boa leitura e nos encontramos lá em baixo...



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–Já faz um tempo que você não me liga.

–Eu tentei, mas você está ocupada transando com ele. – a voz masculina do outro lado da linha respondeu com desgosto evidente.

–Faça-me o favor Keita! Não estou com humor para o seu ciúme. – protestou e o ouviu soltar o ar. –Se ligou para dizer o quanto está chateado por eu estar com ele e não você, eu vou desligar, tenho mais o que fazer.

–Que mau humor hein. Está de TPM, ou ele recusou mais uma rodada noite passada? – alfinetou.

–Não te interessa. O que você quer?

–O que eu quero é meio impossível no momento, minha querida.

–Pare de enrolar Keita! Diga logo o que quer! – irritou-se.

–Dessa vez eu não quero nada, só parabenizá-la pelas lindas fotos naquela revista.

Sem dizer mais nada, desligou.

~~*~~*~~*~~

Sasuke nunca imaginou que no período de um mês, o tempo poderia mudar de um calor infernal para uma brisa fresca de um outono próximo. E foi com essa brisa que acordou e que sentiu frio de madrugada. Maldita hora em que se esqueceu de fechar a janela.

Tomou uma ducha rápida e vestiu-se confortavelmente, afinal não teria que trabalhar hoje, pois era sábado. Jogou-se de qualquer jeito em sua cama bagunçada e respirou fundo. Agradeceu aos céus por suas costas não estarem mais doloridas. Fechou os olhos sentindo seu corpo pesar pela preguiça que tomava conta de si.

~~*~~*~~*~~

–Que feio Sasuke-kun, matando aula!

Abriu os olhos e a garota de cabelos róseos apareceu na sua frente, impedindo que alguns raios de sol batessem em seu rosto.

–Sakura. – falou com a voz carregada de sono.

Com um sorriso, a rosada sentou-se ao lado do moreno sem nenhuma cerimônia. O rosto sereno do Uchiha cochilando embaixo da sombra de uma árvore ainda estava em sua mente, e como ele estava fofo!

Um silêncio agradável se instalou entre eles que apenas encaravam o balançar das folhas acima de suas cabeças.

–Não deveria voltar para sala? – perguntou curioso depois de ter acordado completamente.

–Que nada! Escapei de lá pelas minhas cólicas, e como você também não estava na sala resolvi descobrir onde está. – respondeu naturalmente, deixando o Uchiha desconcertado, pois dizer indiretamente que está menstruada a um garoto era estranho, principalmente a um de treze anos.

–Hum. – resmungou disfarçando a pequena linha vermelha que marcava sua bochecha com a franja.

–Sabe Sasuke-kun – chamou a atenção do moreno. -Você deveria pedir desculpas a Kagami-chan. Ela acha você bonito e inteligente, por isso que se declarou para você. Não falou nada de ofensivo, só se declarou. – falou com a voz baixa.

–É eu sei, mas essas declarações me deixam tão irritado.

Como se levasse um susto, Sakura desviou sua atenção para Sasuke, o encarando com os olhos arregalados.

–Por acaso você é gay? – questionou abismada, para um garoto se irritar pelas declarações de amor vindo de garotas, era a única explicação.

–Como é que é? – engasgou-se com a própria saliva, encarando a rosada assustado pela pergunta.

–Você é gay? – tornou a perguntar ainda abismada, mas sua expressão mudou quando seus olhos se encontraram e nos negros estavam escritos uma enorme NÃO.

Não conseguiu conter os risos, a expressão assustado do Uchiha era muito hilária.

–Irritante! – resmungou virando o rosto para o outro lado.

–Nada contra os gays, mas se você confirmasse que era um, eu tenho certeza que seria um desperdício. – falou já recuperada dos risos. –Falando sério, se você continuar tratando as pessoas com dureza, principalmente suas fãs, vai chegar um momento em que ninguém irá querer ficar perto de você. – levantou-se e bateu na saia escolar para tirar alguma sujeira.

Fixou seu olhar nas costas da rosada, Sasuke parecia estar paralisado, as palavras transmitiam uma verdade que ele se surpreendeu. E quando ela girou sobre os calcanhares, Sasuke se pegou ansioso pelo o quê ela diria.

–É melhor voltar para sala, Iruka-sensei já percebeu que você não está lá. - avisou com um sorriso, voltando a andar.

Ele ainda permaneceu ali, encarando o lugar onde ela estava alguns minutos atrás.

~~*~~*~~*~~

Abriu os olhos instantaneamente enquanto sentava-se em sua cama, balançou a cabeça de um lado para o outro espantando as lembranças que vinham em momentos inoportunos mais uma vez.

Porra! Isso já está ficando repetitivo, eu não quero mais me lembrar de você! – pensou irritado. Como as lembranças que já estavam enterradas em sua memória há tempos, apareciam para assombrá-lo? Sasuke com certeza havia feito algo de muito ruim em suas vidas passadas.

Um suspiro pesado escapou de seus lábios ao mesmo tempo em que uma brisa entrava pela janela de seu quarto. Daria tudo para poder apagar de sua memória a época em que era a pessoa mais feliz do mundo. Mas uma coisa ele não podia negar: toda vez que suas lembranças resolviam atormentá-lo, em um canto remoto de seu coração esquentava-se. O moreno apenas ignorava a sensação e concentrava-se totalmente em condenar a rosada até a sua última geração.

~~*~~*~~*~~

(..) se você continuar tratando as pessoas com dureza, principalmente suas fãs, vai chegar um momento em que ninguém irá querer ficar perto de você.

–Cena do que Sasuke? Eu estou apenas falando alguns fatos a você, porque você é lerdo. Você é meu namorado, então aja como tal!

~~*~~*~~*~~

As feições tristonhas da namorada apareceram em sua mente. Será que ele passou do limite noite passada descontando sua irritação em uma pessoa que só queria atenção? Kohana não tinha culpa por ele estar mais irritado e impaciente que o habitual, então deveria ser mais maleável com a loira, afinal ela era apenas sua namorada e não a causadora de seu sofrimento.

Sabia que a Shiroki era, na maioria das vezes, infantil e manhosa, coisa que sempre tirava Sasuke do sério, mas apesar desses defeitos, ela é uma mulher. E como qualquer mulher, precisava de atenção. Algo dentro dele dizia que se arrependeria do que estava prestes a fazer, porém o peso da culpa era maior.

Pôs-se de pé e andou até o banheiro, tomaria uma ducha para tirar os resquícios de sono, se trocaria, comeria algo e iria ao apartamento da namorada. O Uchiha só esperava conseguir controlar-se.

Apesar de Kohana passar vários dias na mansão do Uchiha, deixando uma quantidade considerável de seus pertences ali, a loira possuía um apartamento.

~~*~~*~~*~~

–Shiroki-san autorizou sua subida Uchiha-san. – informou a recepcionista do prédio onde Kohana morava. –Tenha um bom dia. – desejou simpática.

Agradeceu com um acenar de cabeça e foi andando até os elevadores. A caixa de metal chegou e calmamente Sasuke entrou, apertou o botão de número oito, encostou-se a parede espelhada, sentindo que o elevador começou a se mover.

O som indicando que havia chegado ao andar preencheu seus ouvidos e com a maior calma do mundo o moreno saiu da caixa metálica.

–Sasuke! - a voz alegre de Kohana ecoou pelo corredor.

Sentiu os braços da loira rodearem seu pescoço em um abraço caloroso.

–Fiquei tão feliz quando me disseram que você estava lá em baixo. – falou ainda abraçada ao moreno.

Sem dizer nada, o Uchiha correspondeu ao abraço.

Agir como um namorado! Agir como um namorado! – repetia em sua cabeça. Porém torceu o nariz ao sentir o cheiro forte de perfume vindo da Shiroki, era impressão sua, ou Kohana havia ‘’tomado um banho de perfume’’? Agir como namorado! – pensou mais uma vez. Suportaria o cheiro forte do doce perfume.

Pega de surpresa pelo abraço correspondido, pois isso acontecia raramente, ela se aconchegou mais ao namorado e fechou os olhos para apreciar colônia dele, passando de leve o nariz sobre a pele sensível do pescoço do Uchiha.

–O que aconteceu para você vir me ver? – perguntou ainda abraçada a ele. –Sentiu a minha falta? – falou brincalhona.

–Desculpe. – soltou de uma vez, sentindo que a culpa se apagava aos poucos.

Bruscamente, Kohana desfez o abraço e encarou Sasuke surpresa.

Seria muito mais fácil se ela não ficasse olhando! – resmungou em pensamento, o Uchiha nunca foi bom pedindo desculpas.

–Pelo o quê meu amor? – perguntou confusa.

Bufou, ele sabia que pedir apenas DESCULPAS não adiantaria, teria que falar o motivo. Respirou fundo repetindo em sua mente que deveria agir como um namorado.

–Desculpe por sempre agir como um insensível, descontando em você minha raiva e irritação. - pediu encarando os olhos verdes dela. E finalmente o peso da culpa era tirado de seus ombros.

Um sorriso se formou nos lábios da loira e sem nenhum aviso, pulou nos braços do namorado abraçando-o da mesma forma que antes.

–Tudo bem meu amor, eu te perdoou. – se afastou um pouco para poder encarar os olhos negros que sempre estavam sem brilho. –Eu também peço desculpas por ser tão exigente. – e o beijou com todo o amor que ela dizia sentir.

No relacionamento deles era sempre assim, Kohana que tomava a iniciativa nos momentos íntimos e Sasuke sempre cedia, pois mesmo sendo um insensível tinha as ‘’necessidades masculinas’’.

Um pouco hesitante ele circulou a cintura da loira com seus braços e correspondeu o beijo na mesma intensidade que ela.

O barulho de tosses secas foi ouvido e o casal se separou.

–Sejam mais discretos, há crianças que moram aqui! – a voz feminina os repreendeu. O casal desviou seu olhar para onde vinha a voz e se deparou com uma mulher na casa dos trinta anos com um menino de quatro anos os observando.

–Desculpe. – falou a loira fingindo que nada aconteceu. –Isso não vai se repetir. – garantiu com um sorriso.

–Vamos Kohana. – o moreno a pegou pelo pulso e assentiram em despedida para mãe e filho antes de começarem a andar em direção do apartamento da loira.

Assim que Sasuke fechou a porta e encostou-se a ela foi beijado pela Shiroki, que já enroscava seus dedos nos fios negros do Uchiha, que em resposta inverteu as posições, prensando o corpo da loira entre a porta e ele.

–Vamos para o quarto, quero te mostrar o novo jogo de cama. – convidou Kohana maliciosamente entre os beijos.

~~*~~*~~*~

O salão onde aconteceria a festa do ruivo já estava consideravelmente cheia de convidados, faltando apenas os amigos íntimos do mesmo. Ouviu um suspiro cansado e encarou a namorada ao seu lado.

–Eles estão demorando. – comentou Ino.

–É verdade, mas você conhece nossos amigos e sabe muito bem que adoram se atrasar. – pegou na mão da loira entrelaçando seus dedos nos dela.

–Sei sim. O que me preocupa mais é a Ko. – franziu o cenho.

–Ino, eu já pedi desculpas.

–Sim pediu. Mesmo assim eu ainda não acredito que você não tinha mandado um convite para ela.

Deixou seus ombros caírem, já havia conversado com a Yamanaka sobre esse pequeno erro naquela mesma manhã, porém parecia que depois dele ter pedido várias vezes desculpas, ela ainda estava indignada. Sua namorada realmente era uma cabeça dura.

–Eu ainda estou brava com você! – declarou com os olhos cerrados direcionados ao Sabaku, desviando logo em seguida para a entrada. -Eles chegaram! – falou mudando a expressão brava para a alegre.

Soltou a mão do Sabaku de modo rude e andou até os amigos que acabavam de cruzar a entrada. Mas a loira percebeu que duas pessoas ainda faltavam para completar o grupo, deixando-a apreensiva, Sasuke e Kohana viriam? Resolveu se preocupar com esse assunto depois, por ora recepcionaria os amigos.

–Estão atrasados! – exclamou batendo o indicador direito no pulso esquerdo.

–Relaxa Ino, foram só quarenta minutos. – contrapôs Temari.

–Quarenta minutos são muita coisa! – replicou lançando um olhar reprovador aos amigos.

–Ino, não começa! – a morena de coques pediu, não estava disposta para uma discussão banal.

–Por favor, Ino-chan. Hoje é um dia importante para Gaara. – completou Hinata.

–É isso mesmo loira, não tenha ataque de pelanca em plena porta de entrada!

Com os olhos, Ino procurava a dona da voz. E quando parou o olhar na cabeleira loira preso em coque sorriu. Agora sim o grupo estava completo.

–Ko! Pensei que você não vinha. – falou surpresa.

–E perder uma festa? Acho bom você repensar sobre mim loira, porque mesmo não sendo convidada ou acompanhante do meu namorado, você sabe que eu entraria nessa festa como penetra, né? – falou bem humorada, fazendo a Yamanka rir. –Oi garotas, oi rapazes! – os cumprimentou com um sorriso.

–Oi. – a Nara e as duas Hyuugas responderam juntas, porém os rapazes se limitaram em um movimento de cabeça.

–Por que não trouxe a Akemi? - perguntou Naruto, o primeiro que sentiu falta da pequena Hyuuga no grupo.

–Porque eventos como esses, não são apropriados a ela.

–Bobagem Tenten. – o loiro deu de ombros. –Eu tomaria conta dela se ela estivesse aqui. – pensou em voz alta.

–Eu confio mais na babá. Não correria o risco de deixá-la com um despercebido de natureza como você. Já imaginou você dar a ela champanhe invés de água?

–Ei, eu não sou um despercebido, só levo um pouco de tempo para perceber as coisas! – reclamou.

–Isso é ser despercebido dobe. – pronunciou-se Sasuke pela primeira desde que chagou a festa.

–Desde quando você está aí teme? – expressões descrentes se formavam nos rostos dos presentes, como Naruto poderia ser tão idiota em certos momentos?

Apesar do Uchiha não ter dito nada desde que chegou acompanhado da Shiroki, todos o notaram ali e o cumprimentaram, exceto o Uzumaki que era um despercebido.

–Se vocês não perceberam, estão interditando a entrada. – informou Gaara com um pingo de sarcasmo em sua voz. –Boa noite pessoal. Sintam-se a vontade. – disse cínico com um sorriso enquanto abraçava Ino pela cintura.

E um por um foi cumprimentando o anfitrião da festa, parabenizando-o pelos trinta anos do escritório de advocacia mais solicitado de Tóquio. Mesmo não demonstrando, o ruivo sentia-se orgulhoso pelo seu trabalho como advogado.

~~*~~*~~*~~

Uma onde de cochichos tomou conta do salão de festa, chamando a atenção do grupo de amigos. Os convidados olhavam surpresos para a porta de entrada, como não acreditassem no que viam.

O ruivo que estava fazendo em uma social com alguns advogados renomados, pediu licença quando os inconfundíveis cabelos de seu progenitor entraram em seu campo de visão. Foi andando até ele com um mínimo sorriso e o abraçou.

–Muito bem Gaara! Estou orgulhoso de você. – falou o pai do ruivo com o brilho de orgulho em seus olhos.

–Obrigado pai. Eu estou feliz que você esteja aqui.

–Eu não perderia esse aniversário por nada! – declarou com um sorriso. Quem via pai e filho trocando sorrisos e conversando normalmente, nunca imaginaria que isso era totalmente o inverso há alguns anos.

A relação entre ambos na época em que Gaara era adolescente não era boa, sempre discutindo pela morte da progenitora, que segundo o Senhor Sabaku foi causada pelo nascimento precoce do filho caçula, deixando Gaara muito revoltado, e a situação se agravou mais ainda quando o ruivo decidiu seguir o mesmo ramo profissional que o pai. Discussões e mais discussões, enquanto o Senhor Sabaku não aceitava que o caçula fizesse direito por achar que tomaria sua advocacia, Gaara dizia que queria ser advogado, pois dessa maneira poderia fazer justiça aos que se sentiam injustiçados.

O filho mais velho, Kankurou seria o sucessor da advocacia assim que se formasse também em direito, porém o primogênito resolveu seguir outra área, tornando-se juiz, frustrando os planos do pai, e depois de mais discussões com Temari intrometendo-se em defesa do irmão, fazendo com que o pai abrisse os olhos e percebesse que condenava o caçula por uma coisa que ele não fez, as diferenças foram perdoadas, mas demorou um pouco para enfim terem uma relação de pai e filho estável e saudável. Atualmente Senhor Sabaku e Gaara era o exemplo de tal pai, tal filho.

–Papai! – foram despertos pela voz da Nara. –Eu também quero um abraço. – exigiu se enfiando com certa dificuldade entre o irmão e o progenitor. –Vão negar um abraço em família a uma grávida com os hormônios borbulhando? – questionou de braços cruzados vendo que a tentativa de se enfiar entre eles foi inútil.

Um suspiro cansado escapou dos lábios do Sabaku menor.

–Vem logoTema. – chamou o ruivo com o cenho franzido. O abraço entre os três foram assistido por todos os presentes e até receberam uma salva de palmas. Os convidados sabiam o que aquela família passou então nada mais justo que os aplaudirem.

Aos poucos o som das palmas se chocando foram ficando baixas até não haver ninguém exercendo tal ação. Deixando um silêncio agradável se instalar no ambiente.

–Agora que todos os convidados estão presentes, gostaria de dar início a festa de trinta anos do escritório de advocacia Sabaku & Justice. – a narradora de eventos cortou o silêncio. –Família Sabaku, por favor, suba ao palco. – indicou a mulher.

O palco que tinha no salão era razoavelmente grande e no centro dele uma mesa grande estava posta com um bolo de aniversário enorme sobre ela e com trinta velas pequenas, brancas com tiras em dourado em volta delas em cima. Uma assistente foi até lá e acendeu as trinta velas rapidamente.

–Peço a todos que cantem a famosa música de aniversário, desejando a família Sabaku tudo de bom.

Em dez segundos o senhor Sabaku, Gaara e Temari estavam atrás da mesa com o bolo, e todos estavam prestes a iniciarem a música quando alguém entra no salão com a respiração ofegante, chamando a atenção.

–Cheguei a tempo! – murmurou.

–Kankurou! – os irmãos Sabaku exclamaram assustados. O primogênito era o único que não poderia comparecer por causa do trabalho.

–Não se esqueçam de mim! – falou com a voz entrecortada.

–Suba logo aqui Kankurou, antes que a vela acabe.

–É para já pai! – respondeu e com uma pequena corrida chegou ao palco.

Os convidados assistiam tudo àquilo com expressões surpresas, pois ninguém entra em um local como Kankurou acaba de fazer, mas isso não quer dizer que não foi engraçado.

E começaram a cantar o famoso parabéns.

~~*~~*~~*~~

Depois de cantada a música, as velas apagadas com muito esforço, o bolo sendo cortado por quatro mãos e, os assobios e gritos cessados, o salão onde ocorria a festa estava calma e tranquila, com uma música lenta tocada ao fundo. Enquanto alguns casais dançavam no centro do salão, alguns convidados conversavam em grupos, já outros estavam acomodados em sofás e cadeiras apenas observando o lugar.

Um suspiro entediado escapou pela quinta vez dos lábios da Shiroki. A manhã dela foi ótima, porém sua noite estava um tédio, Sasuke estava conversando com Neji sobre a planta de uma nova filial do Uchiha que ele pretendia abrir um Sapporo, Naruto e Hinata dançavam juntos com outros casais, Ino, Gaara, Temari e Shikamaru foram conversar com o Senhor Sabaku, eles disseram que voltaria logo, mas já passava trinta minutos e nada deles voltarem, sobrando apenas Tenten para ela poder conversar, porém a morena parecia alheia a tudo, mexendo em seu celular, brincando com as fotos da filha.

Kohana soltou mais um suspiro, poderia dizer ao moreno que já estava na hora de irem, mas a conversa entre o Hyuuga parecia não ter uma brecha para ela poder falar, ir embora sozinha estava fora de cogitação, veio com o namorado, iria embora com o namrado.

Finalmente os dois casais apareceram, deixando a Shiroki aliviada por ter alguém com quem conversar. A Yamanaka se aproximou com um sorriso radiante e logo em seguida a Nara apareceu e sentou-se no sofá perto delas.

–Já era hora, não aguentava mais ouvir a Kohana suspirar a cada cinco minutos. – resmungou a morena de coques guardando o celular.

–Desculpe se estava entediada. – pediu cinicamente. Desde a briga que tiveram no quarto de hotel há um mês, a loira e a morena viviam trocando farpas. –Agora conte, o que aconteceu para você estar com um sorriso enorme? – mudou de assunto, desviando sua atenção a amiga que parecia estar nas nuvens.

–Eu sou a mulher perfeito para o Gaara! – respondeu com os olhos brilhando.

–Agora que você percebeu isso Ino?

–Essas foram as palavras do meu pai Ten. Ela e o meu irmão tiveram uma conversa com o meu pai que pareceu tensa, mas quando íamos sair da sala, ele falou isso encarando Ino com um sorriso. – a Nara explicou.

–Eu falei que você seria aprovada!

–Parabéns Ino, ganhou a moral do sogro.

–Obrigada Ko, Tenten. – sorriu. -Agora conte você Ko, era impressão minha ou você e o Sasuke estão agindo como um casal? Porque ver você e ele de mãos dadas é novidade. – comentou Ino, mudando o foco da conversa.

–Eu também vi vocês chegaram de mãos dadas.

–Pensei que ninguém tinha percebido esse detalhe. – respondeu com um sorriso tímido. -Respondendo você: parece que sim, já que hoje de manhã ele apareceu em meu apartamento.

Uns gritinhos histéricos foram soltos pelas duas loiras, fazendo a Nara reviras os olhos enquanto a Hyuuga balançava a cabeça de um lado para outro, evitando os olhares interrogativos dos convidados que se assustaram com os gritos de ambas. Ino estava feliz, com o peito cheio de orgulho por ter agradado e ser aceito pelo pai do namorado e Kohana compartilhava do mesmo sentimento da amiga por finalmente ter um namorado normal.

–Aqui Tema, sua água. – o Nara entregou o copo d’água a amada e sentou-se ao lado da mesma espalmando a mão na barriga redonda onde seu filho crescia. Uma sensação de calmaria tomava sempre conta de si quando tocava e sentia as vibrações pelos chutes do filho por ele apenas ter tocado aquela região.

–Obrigada Shika. – agradeceu com um sorriso bobo no rosto, não se cansava de sentir seu filho se mexendo quando o amado colocava a mão sobre a sua barriga. Sorriram cúmplices um para o outro e ficaram assim, sentindo o garoto deles se mexendo, dizendo mudamente que também estava ali.

Ao fundo uma nova música lenta iniciou-se, Neji a conhecia muito bem.

–Desculpe Sasuke, podemos deixar o resto para outro dia? Tenten precisa de mim agora.

–Tudo bem. – deu de ombros. –Vai lá. – incentivou.

Neji balançou a cabeça em forma de agradecimento e foi até a morena que parecia estar feliz por ele ter lembrando que era a música favorita deles.

–Vou roubar a Tenten um pouco de vocês garotas. – estendeu a mão a morena de coques que prontamente a pegou com o coração aos pulos. Andaram até o centro do salão que se tornou uma pista de dança, havia vários casais movimentando-se ao ritmo da música e assim o Hyuuga conduziu a amada.

A Shiroki observava como os maridos das amigas eram atenciosos e carinhosos quando se tratava delas. Parecia que eles se esforçavam ao máximo para vê-las felizes e por um momento ela pensou o que Sasuke fazia para vê-la feliz. A felicidade que antes sentia desapareceu dando lugar a tristeza. A loira tinha uma expectativa que encontraria uma atitude que o moreno fez para vê-la sorrindo, mas sempre era ela que tomava as rédeas das situações.

Ele mudou! O pedido de desculpas que ele fez hoje prova isso.

Então a Shiroki esperou que o Uchiha percebesse que ela também queria dançar e aguardava um convite da parte dele, ou que ele fosse buscar algo para beberem. Porém durante quinze minutos, nada disso aconteceu e isso a estava deixando aflita.

Não acredito que ele vai ficar sentado. Sasuke eu estou aqui! – gritou em pensamento, sentindo um aperto em seu peito quando percebeu que agiu feito uma idiota. Se ela não dissesse que estava com vontade de dançar, ele não faria isso.

–Kohan você está aí? – foi desperta por Ino que parecia que a chamava a um bom tempo.

–Ãnh? Sim Ino.

–O que aconteceu para você ficar aérea de repente? – perguntou preocupada.

–Nada não. – levantou-se. –Vou convidar o Sasuke para dançar. – falou desanimada enquanto andava em direção do namorado.

–Mas ele... – ela tentou avisar, mas a amiga já estava longe para ouvir. Ela desejava que nenhuma cena fosse feita ali, resolveu ficar atenta, porém sentiu falta do namorado e foi à procura do mesmo, depois de achá-lo, o faria dançar pelo menos duas músicas com ela.

~~*~~*~~*~~

–Sasuke. – o chamou, sentando-se ao lado dele no sofá.

–Hum? – desviou seu olhar para a loira.

–Eu quero dançar.

O tédio que estava sentindo sumiu em um instante. A Shiroki estava o convidando para uma dança lenta?

–Desculpe Kohana, estou cansado para uma dança.

–Só essa música, veja, ela está na metade. Por favor, Sasuke. – implorou com os olhos pidões.

–Desculpe Kohana. Eu também quero dançar, mas não sou bom nisso. – falou e rapidamente desviou sua atenção para algum ponto que não fosse a loira.

Não era bom em dançar? Para Shiroki isso cheirava como uma desculpa qualquer. Qual era o problema do moreno? Ela só queria dançar com ele!

Você não mudou! Ainda é um insensível. Eu aposto que quando namorava a Sakura, você a convidada para dançar e não usava desculpas esfarrapadas para evitar uma dança com ela! – conclui decepcionada, enquanto o sangue subia para a cabeça só de pensar em como ele era um namorado perfeito quando estava com a Haruno.

–Qual é o seu problema hein Sasuke? Dançar comigo é tão vergonhoso assim a ponto de você usar uma desculpinha? – explodiu com o roso corado em irritação. –Droga! Eu só quero dançar com você. Apenas uma música. É tão difícil assim? – elevou a voz a uma oitava chamando a atenção dos convidados.

–Kohana, eu só não sei dançar. – respondeu tentando manter a calma contando até dez mentalmente.

–Não me venha com essa Sasuke, porque se fosse sua ex, tenho certeza que você estaria dançando ela desde a primeira música. – elevou um pouco a mais a voz, fazendo com que todos assistissem a cena.

E seu pavio mais uma vez se queimou até não sobrar mais nada, até aquele momento ele estava se controlando para não ficar bravo, porém seu autocontrole foi para os ares pela simples menção da Haruno.

–Se você quiser não acreditar que eu não sei dançar o problema é seu, mas não diga coisas que não lhe diz respeito. Ao invés de meter o nariz onde não deve, porque não toma vergonha na cara por posar nua em uma revista masculina? – proferiu com a voz gélida. –Arrume carona, porque eu não vou levar você. – levantou-se bruscamente e começou a andar em direção da saída.

Ele realmente acreditava que poderia ser maleável quando se tratava da Shiroki, sendo mais paciente e receptível a conversas e tudo o mais, porém ele percebeu que agir assim com a loira só causaria mais dores de cabeça. No fundo Sasuke sabia que se arrependeria das atitudes tomadas.

Bufando em irritação entrou em seu carro e deu a partida, ele começava a pensar que seu relacionamento com a Shiroki já deu o que tinha que dar.

~~*~~*~~*~~

Os cochichos começaram e ninguém se atrevia a se aproximar da loira paralisada, as palavras do namorado a atingiram com tanta força que Kohana sentia que a qualquer momento poderia chorar.

–Que cena hein, duvido muito que ele volte para ela. – comentou uma convidada aos sussurros.

–Ele deve estar furioso, não? – falou outra aos sussurros também.

–Aposto que sim. Mas ela teve uma coragem ao falar sobre a ex do Uchiha-san.

–Não foi a ex dele que o abandonou no altar?

–Foi sim. – respondeu sussurrando dando o assunto por encerrado, e as duas saíram à procura de algo para beber.

A Yanamaka que assistia tudo a certa distância, correu até ela no intuito de ampará-la, pois a qualquer momento a amiga poderia desabar, literalmente. Deveria ter dito a Shiroki o problema que o Uchiha tinha com a dança ou tentando impedir, porém algo dentro dela a fez ficar calada e observar.

–Ko. – a abraçou.

–Ino, me diz, por favor, que ele só falou que não é bom em dança como uma desculpa. – pediu com a visão embaçada por causa das lágrimas.

Sentindo-se mal pela amiga, a outra loira apenas engoliu em seco e a abraçou mais forte ainda.

–Sinto muito Ko, mas não é desculpa. O Sasuke pode ser bom em várias coisas, só que quando se trata de dança, ele é um verdadeiro pé de pato.

–E agora ele deve me odiar. – concluiu com a voz embargada.

~~*~~*~~*~~

(...) Ao invés de meter o nariz onde não deve, porque não toma vergonha na cara e por posar nua em uma revista masculina?

~~*~~*~~*~~

Aquilo queria dizer que ele sentia vergonha dela por ter posado como veio ao mundo para uma revista? Deveria ter acreditado nas palavras do moreno, contudo o desconforto que sentia por saber que o mesmo não fazia nada para agradá-la era maior. Não aguentando mais, deixou suas lágrimas de vergonha escorrem pelo seu rosto.


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Notas finais do capítulo

O.O garanto que esse capítulo é o maior de todos, com quase 4.760 palavras... minha intenção era de fazê-lo cresce aos poucos, mas empolguei demais e acabou saindo isso, desculpem... x.x
Prevejo gente me falando que o Sasuke é a mulher da relação e tals, mas não é bem assim, ele só não gosta de tomar as iniciativas porque querendo ou não, ele ainda ama a Sakura...
Mas e agora?? Eles vão ou não terminar??
Esperando vocês nos reviews! Beijos! ;D
P.S. Safadinhas vocês... estão ansiosas quando o período ''boneca de luxo'' começar né... não vou negar que também estou... =D