Soba Ni Iru Né... escrita por JúhChan


Capítulo 2
Capitulo dois – O tempo passa


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!! E se caso tiver algum erro de português me desculpem... =/
nos encontramos lá embaixo....



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Andava apressada pelos corredores do hospital geral de Konoha, os saltos baixos deixavam rastros por onde passavam.

Parou em uma porta em particular e abriu com todo cuidado para não incomodar o sono merecido da pequena Yamashita Tsukimi, uma menina de sete anos que vem enfrentando a leucemia, possui cabelos loiros e olhos azuis claros, a menina se parecia muito com um anjo pelo seu jeito doce e sorridente.

Era sempre assim, depois de uma cirurgia vinha aqui para ver, conversar ou zelar o seu sono. Desde que entrara no hospital a pouco tempo pegou certo carinho pela pequena por sempre vê-la sorrindo, mesmo enfrentando um câncer.

Sentou-se na beirada do leito onde Tsukimi descansava e sorriu ternamente.

-Tia Sakura? – despertou pelo peso que sentiu na cama.

-Desculpe, se eu te acordei querida. – pediu sem jeito, deveria ser mais cuidadosa.

-Tudo bem tia Sakura, só estava cochilando mesmo. – coçou os olhos e logo em seguida bocejou demonstrando estar com sono.

Sakura sorriu, mentir não era o forte de Tsukimi.

-Sei muito bem que estava cochilando. – riu quando viu a menina fazer um bico. –Volte a dormir querida, eu já estou indo. – afagou os cabelos loiros da menina.

Tsukimi levantou-se até ficar cara a cara com a médica, sorriu e beijou a bochecha da mesma. Sakura alegrou-se com a demonstração de carinho vindo da pequena e em retribuição ajeitou a menina em seus braços, como um bebê.

Sentindo o calor vindo do corpo da médica, Tsukimi fechou os olhos e caiu no mundo dos sonhos. Observou a pequena dormindo tranquilamente, esqueceu-se por um momento da leucemia da menina, a procura por um doador de medula óssea compatível, o que via era apenas uma menina linda que dormia. Sorriu, não sabia o motivo, mas sempre que vinha vê-la o que fazia mais era sorrir. Uma lembrança passou pela sua mente.

~~*~~*~~*~~*~~*~~

-Tia Sakura? – a voz infantil de Tsukimi chamou-a.

-Sim? – desviou sua atenção de um prontuário e encarou a menina que estava sentada na grama do pátio do hospital.

-Por que você sorri só de vez em quando? – perguntou inocentemente.

A pergunta a pegou desprevenida, como explicaria a uma menina de quase sete o mundo dos adultos? Sentiu os olhos inocentes da menina encarando-a fixamente.

-Já está na hora de entrar. – mudou de assunto.

Tsukimi franziu o cenho em desgosto.

-Eu não vou sair daqui até você me responder, por que sorri só de vez em quando! – bateu o pé no chão. Achou graça da birra da menina.

Mesmo assim percebeu que se não respondesse a menina, ela ficaria perguntando até a médica responder. Suspirou profundamente.

-Eu não sei sorrir.

-Sabe sim, outro dia eu estava voltando da minha caminhada pelo hospital e vi você sorrindo enquanto olhava os bebês.

-Meu sorriso é feio, ou melhor, quando eu sorrio fico feia.

-Mentira! Você é linda quando sorri tia Sakura!

Sentiu uma gota de suor escorrer pela nuca. Suas desculpas esfarrapadas estavam se esgotando. Encarou a menina que agora estava em sua frente apoiando-se em suas coxas, suas bochechas estavam rosadas pela irritação da tentativa de enrolá-la. Abaixou a cabeça.

-Eu apenas não gosto de sorri, porque não sinto a menor vontade de fazê-lo. – sussurrou, mas percebeu que a menina ouviu atentamente.

-Minha mãe sempre dizia que se você sorrisse mostraria para todos que era feliz e forte, mas principalmente que é linda, como a Lua ou uma flor.

Sentiu um aperto no coração.

-Então tia Sakura você tem que sorrir, porque você é feliz, forte e linda como uma flor. – a menina gritou e pulou no colo da Haruno.

~~*~~*~~*~~*~~

Aquele dia foi a primeira vez que Tsukimi vira a Haruno chorar. Era tanta emoção que simplesmente transbordou de seu coração. E depois daquele dia a amizade das duas se fortaleceu e Sakura sabia um dos motivos que sempre sorria quando se encontrava com Tsukimi. As duas eram felizes por estarem juntas, fortes pelo que o destino as fez passar e lindas como a Lua e a flor. E também a Haruno era grata por Tsukimi a fizer voltar a sorrir como nunca.

 Saiu de seus devaneios quando olhou em seu relógio de pulso e viu que o seu dia de trabalho se encerraria a um minuto. Beijou a testa da menina que dormia em seu colo toda aconchegada e a colocou em sua cama.

-Boa noite pequena. – desejou e saiu do quarto com passos silenciosos.

Abriu a porta de sua sala, tirou o jaleco e o jogou em sua cadeira estofada e giratória. Pegou a sua bolsa e estava preste a sair da sala quando o toque escandaloso de seu celular preencheu a sala. Pegou o aparelho já sabendo quem era.

-O que foi Itachi? – suspirou cansada.

-Vem logo. A Karin está tendo ataque aqui em casa. – uma voz masculina soou do outro lado da linha.

-Não é minha culpa se ela está grávida. – respondeu sarcástica.

-Nem minha, a culpa é do Suigetsu. Mas ele está neste exato momento em Tóquio para uma entrevista de trabalho e sobrou pra gente. – balançava a cabeça de um lado para o outro enquanto ouvia Itachi reclamando.

-Só você mesmo para dizer uma coisa dessas! – ouviu um suspiro de pouco caso.

-Esse frango que não assa logo. Que porra! Eu tô’ com fome. Merda! – escutou Karin gritar. Riu com a atitude explosiva da amiga, ela já era impaciente por natureza, agora que estava grávida com os hormônios a flor da pele, Karin era mais insuportável que na TPM.

-Já estou indo. Em trinta minutos chego ai, até mais.

-Até lá vou tentar acalmar a fera ruiva que é a sua amiga! – e finalizaram a ligação.

Guardou o celular em sua bolsa e abriu, de novo, a porta de sua sala. Foi andando até o estacionamento. Sua casa era do outro lado da cidade, fazia o caminho em quinze minutos, mas como essa era a hora em que todos saíam de seus trabalhos e voltavam para os seus lares, o transito com toda a certeza estaria um caos. Suspirou pesadamente, só de imaginar que enfrentaria um transito estressante já perdia a vontade dirigir. Mas ela sabia que deveria enfrentar isso, ou se não Itachi ligaria para ele avisando que cometeria um suicídio por causa de Karin. Pegou as chaves do carro e desativou o alarme. Entrou e tratou de sair dali.

Sempre que ficava parada, sem fazer nada com a sua mente branca, os momentos felizes que passou ao lado de Sasuke iam e viam como flashes. Como fora feliz e amada naquela época!

-Sasuke-kun... – balbuciou com os olhos lacrimejando.

 Uma farsa! Gritou sua mente. Acorde Sakura, aquilo tudo era uma enorme mentira.

Ouviu uma buzina de algum motorista e se deu conta que estava parada em pleno semáforo que estava verde. Meio sem graça, trocou de marcha e seguiu o rumo de sua casa.

~~*~~*~~*~~*~~

Em Tóquio, mais precisamente em um prédio empresarial, Uchiha Sasuke analisava um documento com certo mau humor, já que não voltava para casa a três dias e era movido a cafeína.

A porta foi aberta por uma loira esbelta de olhos verdes, Shiroki Kohana, sua atual namorada que trabalha como modelo.

-Sasuke. – sussurrou sensualmente no ouvido do moreno.

-O que quer? – respondeu sem direcionar o olhar a ela.

-Atenção, você pode me dar? – falou e abraçou-o pelo pescoço.

-Agora não Kohana, não vê que estou ocupado? – desvencilhou-se dos braços da modelo e a encarou irritado.

-Mas Sasuke... – falou manhosa. –Faz três dias que você não volta pra casa, eu sinto sua falta. – sorriu maliciosamente.

Uma veia saltou de sua testa, realmente Kohana conseguiu o tirar do sério.

-Kohana eu já vou embora, então pare de ser um incomodo! – levantou-se abruptamente de sua cadeira confortável e foi em direção da mesa onde a máquina de fazer café estava. Despejou certa quantidade em sua xícara e sentou-se em um sofá que tinha em sua sala.

Fechou os olhos e prendeu a sua cabeça para trás. Respirou fundo procurando-se acalmar. Ouviu o som do salto da Shiroki e suspirou pesadamente quando sentiu ela sentando-se ao seu lado.

-Sasuke, por favor. – pediu.

Bufou e bebeu seu café fumegante em um gole só, sentindo a queimação do liquido preto passar pela garganta.

Ainda de olhos fechados ignorou a presença da loira e sem que percebesse a imagem de sua rosada preencheu sua mente. O jeito doce e explosivo misturado a preocupação que ela tinha para com ele, quando o mesmo ficava até tarde na empresa, nos finais de semana o abrigava a ficar até tarde na cama descansando e como ficava linda quando ligavam do hospital dizendo ser uma emergência e ela resmungava e fazia um bico de birra. Seus cabelos róseos que ele adorava a mão e o rosto para sentir o aroma, os olhos verdes esmeraldas que ele se fascinava ao ver eles brilharem por qualquer coisa, as mãos pequenas e macias que sempre faziam um cafuné ou uma massagem, resumindo Haruno Sakura era a mulher perfeita para ele.

Um sentimento sereno tomou conta dele, mas Sasuke trincou os dentes logo em seguida, não queria lembrar-se dela, pois ela o humilhou em público, o abandonando em pleno altar sem motivo nenhum. A amava e sentia muita a sua falta, mas também a odiava e queria esquecer-se dela.

Balançou a cabeça tentando espantar aqueles pensamentos, mas não conseguia, porque mesmo tendo passado quase dois anos e meio só de pensar nela o seu peito doía. Levantou-se deixando a loira confusa, pegou seus pertences e foi andando até a porta, mas parou quando colocou a mão na maçaneta.

-Se não quiser ficar até amanhã trancada aqui, sugiro que vá embora. – falou ríspido.

-Mas Sasuke, eu quero ficar com você. –fez uma cara pidona.

O Uchiha bufou, sem paciência com a loira.

-Hoje não Kohana. – protestou cansado.

-Sinto tanto a sua falta.

-Hoje não!

-Poxa Sasuke, faz uma semana que não nos vemos, e quando temos um tempo do trabalho, não podemos curti-lo juntos.

-Já disse Kohana, hoje não. Estou cansado e a única coisa que eu quero é paz! – disse Sasuke cortante. –Até mais.

Girou a maçaneta e foi andando, deixando certa loira nervosa.

-Eu não fiz tudo àquilo para você me rejeitar quando bem entender! – disse. –Calma Kohana. – falou para si mesma respirando fundo. –Sasuke só está sendo difícil, quando não aguentar mais, ele será seu cachorrinho de coleira curta. – disse maliciosamente.

~~*~~*~~*~~*~~

Voltando para Konoha, Sakura tinha acabado de tomar o seu banho relaxante e desceu apenas para tomar um copo de leite antes de dormir. E em cinco minutos já havia tomado todo o leite que estava em seu copo. Lembrou-se que pegara essa mania dele, por causa da convivência com ele. Seu coração oscilou e um bolo se formou em sua garganta.

Respirou fundo para controlar a vontade de chorar e resolveu ir dormir. Não queria remoer o que havia acontecido a dois anos e meio atrás.

Apagou a luz da cozinha e subiu para o segundo andar. 


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Notas finais do capítulo

E agora, realmente acham que a Sakura é culpada?? Vimos o outro lado da moeda... O que irá acontecer agora?? (Eu sei, mas não vou contar porque é surpresa!! hahahah' =P)
Por favor, comentem dizendo a sua opinião, pode ser em uma palavra!! Não fiquem no animato... eu não mordo, então comente, por favor!! *----*
já né!