Soba Ni Iru Né... escrita por JúhChan


Capítulo 19
Capitulo dezenove – A metade de um novo começo


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoas... se quiser, podem me xingar, tacar tomate, tudo que vocês acharem necessário, porque eu mereço... as férias não foram muito produtivas, só conseguindo postar três capítulos com muito custo, mas a vida tem sempre seus altos e baixos, e recentemente só tô recebendo baixos... (problemas pessoais, e não amorosos...)
Voltei de viagem dia 30 do mês passado e desde então tô escrevendo o capítulo dezenove aos poucos, e finalmente consegui finalizá-lo...
O cap. 19 é dedicado à Sensoriana que é a dona da sexta recomendação da fic! Muito obrigada flor! essa recomendação me deu forças quando eu precisa de inspiração... o capítulo é todo seu!
Sem mais delongas, boa leitura e desculpe se tiver algum erro...
P.S. fiz alguns ajustes nos capítulos anteriores, se me lembro bem, o cap. 18 e o 14. se relerem vão entender do que eu estou dizendo...



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Para o grupo de amigos, as férias, mesmo sendo de poucos dias, acabaram e agora era fazer o check-out no hotel e pegar a estrada de volta à vida agitada e cansativa de Tóquio. Gaara, Neji e Sasuke, os motoristas, torciam para que não houvesse engarrafamentos ou lentidão durante o percurso de volta por ser fim de tarde.

Os últimos três dias foram aproveitados da melhor maneira possível, com passeios pela cidade, refeições em restaurantes, banhos demorados nas fontes termais e discussões por motivos pequenos. Mas a confusão que estavam em suas mentes não era esquecida. Decidiram por fim que não queimaria dezenas de neurônios tentando descobrir o que realmente aconteceu para Sakura abandonar Sasuke em pleno altar. Vieram até Konoha para descansar e não estressar, então o assunto era deixado em hiatos. Coisa que funcionou, já que tudo aparentava tranquilidade, sem nenhum desentendimento.

–Tem certeza que consegue dirigir com essa apenas uma perna? – questionava Naruto pela décima vez.

–Ela só está quebrada. Além do mais o carro é automático. – respondeu dando de ombros enquanto entrava no carro com certa dificuldade.

–Ainda acho melhor, eu dirigir. – contrapôs assistindo o jeito desajeitado que o amigo tentava colocar as muletas no banco de trás.

–Vai sonhando, meu carro eu dirijo! – sentenciou, mas a fisgada que sua perna imobilizada deu foi o suficiente para Sasuke soltar um palavrão.

–Concordo com o Naruto-kun, você não deveria dirigir nesse estado. – Hinata que se mantinha quieta até aquele momento apenas observando-os, falou.

Ignorando o casal, Sasuke respirou fundo e ligou o carro.

–Vamos, antes que Shikamaru ou Tenten liguem perguntando onde nós estamos.

Contrariados e com medo, o loiro e a morena entraram no carro.

~~*~~*~~*~~

Era terceira vez que Sasuke freava bruscamente por causa de um quebra molas. Fazendo o corpo dos dois amigos irem para frente de uma vez e voltarem graças ao cinto de segurança.

Hinata sentada no banco de trás, encarava a encosto do banco a sua frente assustada, em sua mente pedia aos céus que nada de grave aconteça no trajeto de volta para casa. Já Naruto não sabia se pulava pela janela e ia embora andando ou mandava Sasuke encostar para assumir o volante, nem que para isso tenha que nocautear o amigo.

Por outro lado, Sasuke apresentava uma espécie de irritação ao extremo, pois suas mãos apertavam o volante com muita força, hora ou outra soltava um grunhido para logo em seguida bufar. Ele nunca imaginou que dirigir com uma perna só, mesmo que o carro fosse automático, seria difícil, principalmente pisar no pedal do freio que antes a perna imobilizada que fazia esse papel.

O quase deu um pequeno pulo ao passar no quebra molas e Naruto chegou ao seu limite.

–Chega Sasuke! Encoste o carro! – mandou com a voz histérica, em sua testa uma veia pulsava.

–Meu carro, eu dirijo! – respondeu calmo.

–Encosta o carro antes que você nos mate!

–Nem pensar, meu carro, eu dirijo! – repetiu a resposta calmamente. –Além do mais, eu consigo dirigir.

–Lógico que consegue, aproveita e nos faz voar no próximo quebra molas. – falou com a voz carregada de sarcasmo. O moreno desviou sua atenção da pista para encarar o loiro com uma sobrancelha arqueada. –Anda logo e encosta! – elevou a voz uma oitava devolvendo a encarada com um olhar irritado.

Sasuke sorriu de canto e um brilho desafiador foi surgindo em seus olhos. Pisou fundo no acelerador, ultrapassando o limite de velocidade da rodovia.

–Logo, logo estaremos em Tóquio. – informou encarando a estrada.

Naruto engoliu em seco, quando viu os olhos do Uchiha brilharem, sentia que coisa boa não vinha, e tinha razão. Lançou um olhar vingativo ao amigo e pensou em tudo, menos na sensação assustadora que era ao estar dentro de um carro sendo dirigido por uma pessoa machucada.

Quando chegaram a Tóquio, todos resolveram se reunir na casa do casal Hyuuga, o Uzumaki pulou do carro ao mesmo tempo em que o mesmo era estacionado, finalmente estava fora de perigo. Ainda com o coração disparado, Hinata desceu, tentando acalmar-se.

–Bom, pelo menos chegaram com vida, sem nenhum arranhão. – comentou Shikamaru, ao ser o primeiro a perceber o que havia acontecido.

–Dá próxima vez, eu vou com o meu carro! O Sasuke que morra sozinha! –declarou Naruto, ofegando.

~~*~~*~~*~~

E os dias foram se passando, Naruto e Hinata reataram o noivado logo que chegaram, deixando a mídia e parentes de cabelo em pé, pois ninguém imaginava que o casal voltaria depois de um rompimento tão brusco. O importante era que o casal estava feliz.

Neji e Tenten continuavam com a vida de pais corujas, dando muita atenção e carinho à pequena Hyuuga. O casal Nara desfrutava ao máximo a gestação da loira, mas o moreno sempre reclamava quando era obrigado a acordar de madrugada para atender os desejos da esposa, até a vontade absurda de comer arroz branco, abacaxi e ovo cru ela teve.

Já Gaara e Ino estavam tendo alguns problemas na relação. Desde que voltaram de Konoha, a Yamanaka agia de forma distante, trocando poucas palavras com o grupo, deixando o ruivo confuso com toda a situação em si. Sua namorada não estava em seus melhores dias e isso o deixava de mãos atadas, pois não sabia como ajudá-la.

E o Uchiha seguia com sua rotina de acordar, tomar café, trabalhar, almoçar, trabalhar, voltar para casa, jantar e dormir, e de vez em quando ter uma noite prazerosa com a namorada que mesmo sabendo do momento tenso que eles estavam passando, fazia de conta que não interferia em sua relação com o grupo. Tirando as duas Hyuugas e a Nara do sério.

Apesar de tudo ter voltado nos eixos, o grupo de amigos se sentia frustrados, pois a história que esclareceria todas as dúvidas que eles possuíam se multiplicaram, além deste fato, saber que a rosada havia se refugiado em uma cidade próxima a Tóquio e que eles não pensaram em procurá-la por lá, os deixavam com o gosto ruim de trabalho incompleto. E para piorar, quando a turma se reunia para um jantar ou qualquer coisa do gênero, sempre tinha algum momento em que alguém mencionava sobre a Haruno e tudo que aconteceu em Konoha nublava as mentes dos presentes.

~~*~~*~~*~~

–Doutora Haruno, sua próxima cirurgia começará em meia hora, a equipe espera pela senhorita na sala quinze de descanso. – se colocou por inteira no quarto que a médica rosada já era muito familiarizada.

–Obrigada Nishimura-san. Eu já estou. – respondeu Sakura, depositando o urso de pelúcia ao lado de Tsukimi que dormia o seu vigésimo sono.

Havia se passado um mês desde os incidentes com o moreno, nos dias que se passaram, a rosada conseguiu construir uma barreira que impedia de recordar-se de qualquer coisa relacionado a Sasuke. Um sonho vez ou outra conseguia deixá-la desnorteada, mas depois de um banho morno, tudo voltava ao normal.

O suspiro pesaroso de Nishimura, a enfermeira, a fez girar sobre os calcanhares, ficando de frente para a mulher que encarava a loirinha com pena. A Haruno já sabia o que ela diria.

–Seria ótimo se encontrássemos um doador compatível logo.

Respirou fundo fechando os olhos enquanto seu coração se apertava, desejava que aquilo fosse um sonho. Alguns dias atrás, a menina acordou com o travesseiro manchado de sangue por causa de uma hemorragia nasal e vários pontos vermelhos em sua pele, sintomas da leucemia.

Por conta disso, Tsukimi agora passava a maior parte de seu tempo dormindo, e quando era acordada se queixava dizendo que estava muito cansada, fazendo com que os encarregados de seu caso ficassem preocupados, entre eles Sakura que toda vez que ouvia as queixas da menina sentia que o tempo da mesma estava acabando.

–Seria mesmo, Nishimura-san. – concordou pesarosa. –Ser bipada de madrugada porque Tsumiki está sangrando ou passou mal por causa da quimioterapia é horrível. – acariciou os cabelos loiros, que ficaram ainda mais ralos.

–Sofrer antecipadamente faz mal, doutora Haruno. – consolou.

–Olha quem fala. A enfermeira que sempre encara a Tsukimi com pena. – responde levando na esportiva. Ambas sorriram, desviando os olhos a loirinha.

Por alguns segundos o quarto ficou em silêncio, as duas mulheres observaram apenas o leve sobe e desce do tórax da menina.

–Mas é isso que sinto, crianças não deveriam sofrer dessa maneira. – falou rompendo o silêncio.

–Ninguém deveria sofre por câncer Nishimura-san!

–Tem razão doutora Haruno. Além do mais, a Tsukimi-chan é forte. Ela vai superar essa recaída!

–É o que mais desejo. – sorriu docemente e com uma última olhada, virou sobre os calcanhares. –Vamos lá Nishimura-san, temos que salvar mais uma vida!

Saiu do quarto sendo acompanhada pela enfermeira que também sorria, suas próprias palavras a deixaram esperançosa, afinal tinha certo carinho pela loirinha e desejava que se curasse.

Um arrepio passou pelo seu corpo, a trazendo de volta à realidade dura que ela vive, já que quando passava alguns minutos ao lado de Tsukimi, a Haruno se esquecia de tudo e apenas se preocupava com o estado da menina. Porém, era só colocar-se para fora do quarto que os seus problemas a atormentavam, mesmo tendo decidido que enterraria o passado e seguiria em frente sem Uchiha Sasuke envolvido. Um aperto desconfortável tomou conta de seu peito ao se dar conta de que, quando abriu mão definitivamente do Uchiha, os meus amigos que também foram vítimas de suas escolhas, foram envolvidos e agora ela tinha certeza que havia perdido a consideração que eles tinham por ela.

~~*~~*~~*~~

–Se você mexe com um de nós, está mexendo com todos!

~~*~~*~~*~~

Recordou das palavras reconfortantes do Uzumaki ao proteger ela e as quatro garotas de um grupo de universitários com más intenções.

Arregalou os olhos e ao mesmo tempo a culpa a invadia, ela é, sem sombra de dúvidas, a pior amiga que existe! Os momentos mais marcantes que havia passado com seus amigos vieram em sua mente com flashes, aumentando mais a culpa. Sentia falta de cada um com suas respectivas personalidades.

Sou uma idiota mesmo! – pensou com ressentimento. Ela estava tão ocupada culpando o moreno que nem ao menos se deu o trabalho de sentir falta dos seus amigos e, também Itachi, Namie, Karin e Suigetsu sempre estavam lá para distraí-la dos sentimentos ruins. Então aquela descoberta a deixou tão desconcertada, que se encontrasse um buraco se enfiaria lá por sua ação impensável (incosequentemente) e vergonhosa.

–Está tudo bem doutora Haruno? – foi desperta pela voz preocupada da enfermeira a suas costas.

–Está sim. – respondeu encarando as próprias mãos. Seus ombros pareciam mais rígidos e pesados, mesmo dizendo que estava tudo bem, Sakura sabia que era o contrário.

Agora não é hora de se arrepender, você tem um paciente necessitando de você!

Engoliu em seco, jogando seus pensamentos para o canto mais oculto de sua mente, se preocuparia consigo depois de seu expediente terminar. Apertou o passo percebendo que estava atrasadíssima.

~~*~~*~~*~~

Passava o olhar desinteressado pelas várias roupas penduradas nos cabides. Era sua loja favorita, onde vendia desde sapatos a acessórios femininos. Sempre que fazia comprar ali, um sorriso alegre moldava seus lábios, porque tudo combinava com ela e as atendentes eram atenciosas.

–Ei, até quando vai me deixar falando sozinha? – perguntou Kohana pousando a mão direita em seu ombro.

Distraída como estava, a Yamanaka deu um pequeno pulo pelo toque inesperado e virou-se para dar atenção à Shiroki.

–Desculpe Ko. – sorriu fracamente.

–O que houve? Esses dias você está parecendo outra pessoa. – falou com um olhar curioso.

Ela não enganava ninguém. Suspirou fundo.

–São as garotas. – respondeu com os olhos cheios de água.

–Não chora Ino. Tudo vai passar. – consolou. –Vem cá loira. – a puxou para um canto da loja onde alguns puffes e sofás estavam. –Respira fundo e me canta o que elas fizeram dessa vez. – pediu preocupada. Ela não sabia o quê falar para ajudar a amiga.

Como dito, a Yamanaka respirou fundo no intuito de se acalmar. Sua mente estava uma bagunça, ela não sabia escolher para qual lado do muro pular, queria acreditar na história em que a rosada desapareceu porque Sasuke a traia e por causa disso já tinha um filho com a outra, mas a mágoa e revolta que vinha guardando dentro de si por Sakura não estar mais ali, ao lado dela como melhores amigas, a fez lembrar-se das palavras de Kohana no dia que discutiram no quarto de hotel em Konoha.

Fugir com um amante é um motivo plausível, porém Ino conhecia Sakura muito bem e com certeza ela nunca faria isso, já que o amor entre o Uchiha e a Haruno era tão intenso que até um ice-berg descongelaria. Então o adjetivo cruel ecoou em sua cabeça.

Não, ela não é isso! Sakura pode ser chata, mal amada e feia, mas interesseira como o Sasuke diz, ela não é! – refletiu enquanto sua visão embaçava por conta das lágrimas, mais uma vez.

Ela não entendia muito bem a situação envolvendo a rosada, sua mágoa e revolta ainda existia e era isso que fazia Ino dizer aqueles absurdos sobre a Haruno, mas a Yamanaka já sentia o arrependimento bater na porta de seu coração por suas atitudes um tanto duvidosas que apresentou em Konoha. Foi desperta de seus devaneios pela mão da amiga balançando em frente de seu rosto.

–O mesmo de sempre. Elas brigaram comigo por ter ofendido a Sakura. – respondeu com o olhar distante, lembrando da noite anterior onde uma reunião apenas entre mulheres foi feita para relembrar a época da adolescia delas e não podiam deixar de mencionar a rosada, a mágoa tomou conta da loira e não deu outra, ela havia falado o que não devia.

–Vocês ainda estão discutindo por causa dela? – a outra loira questionou abismada. –Pensei que o passado fica no passado.

–Não quando nada faz sentido. Além do mais, eu sinto que mereço as brincas dadas por elas, mesmo que depois a gente se estranhe. – falou encarando um vestido. Desanimo estampado em seu rosto.

De repente a Shiroki se jogou em direção da Yamanaka, surpreendendo-a em um abraço.

–Não fique assim Ino, estou aqui para o que for. – abraçou-a mais forte.

–Obrigada Ko, ainda bem que você me entende. – agradeceu com um sorriso.

–De nada, mas por ora, vamos esquecer esse assunto tenso, porque hoje é dia de compras! – um sorriso radiante moldou os lábios das duas loiras.

–Tem razão! – concordou. –E até sei onde vou usar aquele vestido ali! – apontou para o tal vestido que havia chamado sua atenção minutos atrás.

–Onde? – perguntou curiosa, desviou seus olhos para o lugar onde Ino apontava e também se encantou com o tal vestido. (Nota da autora: no nota final deixo imagem do vestido, sou péssima para descrever roupas e coisas do gênero.)

–No aniversário de 30 anos da advocacia do Gaara! – respondeu com os olhos brilhando.

–Para idade do Gaara, a advocacia não é velha? – estranhou, mas logo seu cenho franziu quando viu o desentendimento aparecendo nos olhos da amiga. –Ai Ino! Eu não sei se te bato ou acho graça de você, loira! Estou querendo dizer é o seguinte: o Gaara tem 25 anos e a advocacia vai fazer 30, por que o escritório é mais velho que o dono? – explicou.

–Desculpe-me pela cabeça lenta. – revidou sarcástica. As duas loiras se entreolharam para logo cair na risada.

Ambas sentiram o clima leve, parecendo que a conversa tensa que antes tiveram não existia mais. A Yamanaka desejava que todos os dias fossem assim, sem mágoa ou revolta, apenas risos.

–Você ainda não respondeu. – de repente a Shiroki falou em um tom sério.

–Bem, a advocacia era do pai dele, mas quando o Gaara se formou, foi passado a ele.

–E o pai dele?

–Se aposentou, acho que agora o Sabaku-san deve estar voltando por causa da desta de aniversário. – deu de ombros.

– Mostre ao sogro que você é uma menina de ouro. E se divirta na festa! – desejou com uma pontada de tristeza por não ser convidada, afinal ela era amiga de Gaara.

–Correção Ko, nós vamos nos divertir! – falou com um sorriso nos lábios, recebeu como resposta uma careta confusa. –O Sasuke também foi convidado, e você vai acompanhá-lo, é claro. – explicou.

–Ino, quando é essa festa?

–No sábado. O Sasuke não falou sobre isso com você? – perguntou.

As sobrancelhas loiras de Kohana se arquearam, não se lembrava de nenhum convite feito pele namorado a respeito de festa de aniversário nas noites que passou ao lado do mesmo.

–Vejo que não. – respondeu a própria pergunta, deprimindo a amiga. -Vai ver ele está muito ocupado com o trabalho e acabou esquecendo-se de convidá-la. – consolou Ino.

–Pode ser isso. – disse sem muita confiança nas palavras.

–Com certeza é isso Ko! – reforçou com um sorriso tímido, depois de ser animada pela Shiroki, era vez dela fazer o mesmo pela amiga.

Como um ‘’timing’’ perfeito, o som do celular avisando que uma mensagem havia sido recebida foi ouvido, dando um susto nas duas loiras.

–De quem é? – perguntou Ino curiosa, vendo a amiga abrindo um sorriso ao ler a mensagem recebida.

Ignorando a pergunta da Yamanaka, Kohana estendeu o aparelho em direção dela que o pegou sem hesitar, já sabendo que era coisa boa.

‘’Você tem tempo para um jantar?’’

–Eu aposto que ele vai dizer sobre o aniversário. – foi a única coisa que saiu da boca de Ino. Um sorriso de orelha a orelha tomou conta do rosto de Kohana. –Então vamos providenciar o seu vestido! – exclamou. –Porque eu já tenho o meu. – completou brincalhona.

–E sapatos também!

~~*~~*~~*~~

O trigésimo suspiro escapava de seus lábios, já havia se passado trinta minutos do horário marcado e nada dela aparecer, até dez minutos de atraso ele perdoava, mas trinta minutos? Haja paciência!

Sasuke não era pontual, porém ele sabia que quando se marcava um compromisso, as pessoas tinham que ter bom senso e fazer um esforço para evitar os atrasos que no mundo isso já era normal. Contou até cinquenta e estava pronto para deixar o restaurante quando...

–Sasuke! – a voz da namorada o fez levantar a cabeça e procurar os cabelos loiros pertencentes a sua namorada.

Franziu o cenho ao ver Kohana se aproximar da mesa com cinco sacolas penduras em cada braço. Tinha se esquecido que hoje, quinta-feira, era o dia de compras de Kohana e Ino e por causa disso, os closets de ambas ganhariam novas peças.

–Não acha que exagerou? – apontou para as sacolas que já estavam depositadas no chão.

–Eu compraria mais se estivesse de carro. – respondeu dando de ombros. As sobrancelhas do moreno se arquearam, indicando que faria mais uma pergunta, mas desistiu soltando outro suspiro. –Então, o que aconteceu para você me convidar para um jantar?

–Nada em especial, só queria companhia para comer.

Um olhar descrente foi o que a loira conseguiu fazer. Ele não iria convidá-la para o tal aniversário? Um silêncio confortável, na opinião de Sasuke, se instalou na mesa. O garçom apareceu e o casal fez os pedidos.

O barulho dos talheres se chocando nos pratos era a única coisa que se ouvia. Kohana já estava a ponto de arrancar os seus cabelos, ela se esforçava para manter um diálogo, mas o namorado não fazia nem a questão de responder as perguntas feitas corretamente, era monossilabicamente ou apenas gestos de cabeças.

–Sasuke, me deixe provar? – olhou para o prato do namorado, tentando mais um vez conversar com o moreno.

–Não. – respondeu prontamente, vendo o quê a namorada se referia.

–Mas esse salmão está parecendo delicioso.

–Não.

–Por favor, Sasuke. – implorou com os olhos manhosos encarando-o.

–Já disse que não Kohana. – contrapôs, irritando-se.

–Só um pedacinho. – pediu em um sussurro enquanto deslizava o seu pé pela perna do Uchiha por debaixo da mesa coberta por uma toalha que ia até o chão.

–Pare Kohana. – mandou com a voz cortante, deixando evidente sua irritação pela ação da loira.

–Eu comprei um vestido, mas não sei quando e onde vestir. – mudou de assunto, ignorando a irritação que estava causando em Sasuke, pois ela ainda continuava com a ação por debaixo da mesa.

Percebendo que estava sendo ignorado pela namorada, o Uchiha armou uma carranca em desagrado e direcionou a loira, tentando mandar a mensagem muda para que ela parasse com o que estava fazendo.

–Quando chegar em casa eu te mostro o vestido. Ele é lindo Sasuke, você adorar.

–Eu não quero ver o vestido ou você em minha casa. – aquilo foi a gota d’água para a loira.

–Que droga Sasuke! Será que é tão difícil conversar comigo? Ou perceber que estou querendo ir com você ao aniversário do escritório do Gaara? Caramba! Eu até comprei um vestido! – elevava a voz uma oitava à medida que falava, chamando atenção dos clientes ao seu redor.

Uma veia saltou da testa de Sasuke, o que Kohana não sabia de ser discreta ela sabia deixá-lo extremamente irritado ou nervoso.

–Kohana olhe a cena. – tentou manter a voz baixa.

–Cena do que Sasuke? Eu estou apenas falando alguns fatos a você, porque você é lerdo. Você é meu namorado, então aja como tal!

–Se queria ir ao aniversário era só falar, eu não tenho uma bola de cristal para descobrir o que você está querendo dizer com indiretas. – ralhou.

–Um pouco de romantismo não vai deixar você com a perna quebrada. – alfinetou.

E finalmente seu pavio queimou todo.

–Basta! Eu te chamo para um jantar e você resolve fazer mais uma cena! Perco ate o apetite vendo esse tipo de coisa. – levantou-se bruscamente e jogou cinco notas de cem dólares sobre a mesa.

–Sasuke. – o chamou assustada, fazendo a menção de se levantar, mas a mão levantada em sinal de pare a impediu.

A última coisa que Kohana viu foi o desagrado nas feições do namorado antes deste desaparecer de seu campo de visão a passos pesados do restaurante.

Ótimo! Agora ele acha que sou uma imbecil. Parabéns para mim, estraguei tudo mais uma vez! – pensou com decepção. Foi abaixando a cabeça, sentindo-se envergonhada pela cena causada por ela. Amanhã vou me desculpar com ele.

~~*~~*~~*~~

Se não tomar cuidado, ele poderia acabar tendo um ataque cardíaco por conta de tanta irritação, nervoso e estresse acumulado, mesmo sendo tão jovem.

Bufou irritado. Chegou a seu apartamento em tempo recorde, se prepararia pelas multas de trânsitos que viriam. Sua cabeça latejou e culpou a loira pro deixá-lo naquele estado estressante, discutir com Kohana era uma coisa que caiu em sua rotina desde que eles voltaram de Konoha.

Sem nenhum comando seus olhos desceram para sua perna esquerda que estava nova em folha há alguns dias, os dez dias que ele ficou dependente das muletas, foram os dias mais odiosos de sua vida. Mancar, aguentar o peso a mais que o gesso exercia sobre si, dirigir o carro com dificuldade e saber que a causadora daquilo tudo estava a duas horas de distância o sangue lhe subia a cabeça.

~~*~~*~~*~~

–Nervosismo, estresse e irritação. Se continuar com esses sentimentos, seus cabelos vão ficar brancos e cair, você pode envelhecer mais cedo ou pior ter um ataque cardíaco, Sasuke-kun.

–Você é meu calmamente. – respondeu com um sorriso de canto.

–Não venha com brincadeiras, estou falando sério! – lançou-lhe um olhar preocupado, mas que ao mesmo tempo repreendia-o. –Trabalhar como você trabalha, é a mesma coisa que pedir para ir ao céu mais cedo, e eu não quero isso! – o abraçou com força.

–Não pense nesse tipo de coisa Sakura, eu preciso de você, porque você é meu calmamente. – correspondeu ao abraço.

–O que você precisa é de férias! – revidou em tom brincalhão ainda abraçado ao moreno, se sentia nas nuvens quando o amado fazia declarações espontâneas. Por sorte seu rosto estava escondido na curvatura do pescoço do Uchiha.

Sentiu-o afastar de si, o suficiente para seus olhares se cruzarem.

–Hum! – resmungou e ambos riram. Em um ato inesperado, o moreno se inclinou sobre si e depositou um beijo carinho em sua testa.

~~*~~*~~*~~

O impacto de seu corpo com o chão forrado com um enorme carpete foi o suficiente para despertá-lo da lembrança que seu cérebro insistia em fazê-lo recordar. Suas costas latejaram e com uma careta de dor levantou.

Mais uma dor causada por ela. – concluiu com a mente em branco, estava tão cansado que nem tinha mais forças para condenar Sakura com palavras gritadas em sua mente.


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Notas finais do capítulo

A segunda etapa da fic se inicia já com brigas conjugais... Até onde Sasuke e Kohona aguentarão um ao outro?? Ino e suas confusões, onde isso vai dar??
Nas notas do capítulo anterior pedi para vocês dizerem o que acham da Sakura ser uma boneca de luxo, e vocês aprovaram a ideia... já decidi como a fic vai desenrolar daqui para frente...
O vestido da Ino é o da esquerda de vocês, não sei porque mas quando o vi, lembrei da Ino instantaneamente... o link do dito cujo: http://www.google.com.br/imgres?sa=X&biw=1366&bih=643&tbm=isch&tbnid=11hqVGCAHc3BQM%3A&imgrefurl=http%3A%2F%2Fwww.conhecaja.com%2Fvestidos-longos%2F&docid=r9n8uUjXnRaHoM&imgurl=http%3A%2F%2Fwww.conhecaja.com%2Fwp-content%2Fuploads%2F2011%2F01%2Fvestido-de-festa-verde-e-violeta.jpg&w=500&h=700&ei=rzr-UsCgA4a-kQff0YHAAw&zoom=1&ved=0CL8BEIQcMBo&iact=rc&dur=737&page=2&start=15&ndsp=33
Espero vocês e seus reviews... Beijos! ;D